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Crisma em Resende: “Ou em missão ou em demissão”

No passado sábado, dia 5 de julho de 2025, a comunidade paroquial do Santíssimo Salvador de Resende reuniu-se em festa na Igreja da Imaculada Conceição, para a celebração do Sacramento da Confirmação, conferido pelo nosso Bispo diocesano, o Senhor Dom António Couto. A celebração, que tem decorrido de dois em dois anos na paróquia, constituiu mais uma etapa marcante na vida cristã de 27 crismandos, 15 adolescentes e 12 adultos, que, após um percurso de formação e amadurecimento na fé, receberam a unção com o santo óleo do Crisma, sendo fortalecidos com o dom do Espírito Santo, para viverem como discípulos corajosos de Cristo no coração do mundo.

A Eucaristia foi vivida com grande dignidade e alegria, concelebrada pelos párocos Pe. José Augusto Marques e Cónego António José Ferreira, contando ainda com a colaboração do Diácono Eduardo e dos acólitos Marta e William, que serviram o altar com dedicação e discrição.

Na sua homilia, inspirada no capítulo 10 do Evangelho de São Lucas do XIV Domingo do Tempo Comum – Ano C, o Senhor D. António destacou a missão confiada por Jesus aos setenta e dois discípulos, enviados dois a dois, para anunciarem a paz e prepararem os corações para a sua vinda. A partir desta narrativa, o prelado exortou os crismandos – e toda a assembleia – a acolherem com entusiasmo e docilidade a força do Espírito Santo, tornando-se discípulos missionários, portadores de paz, de alegria e de esperança, num mundo tantas vezes ferido por conflitos, desencanto e falta de sentido.

Sublinhando que a missão da Igreja não é uma tarefa exclusiva do clero ou dos consagrados, mas um dever e uma vocação de todo o batizado, o Sr. Bispo citou uma das figuras mais marcantes da espiritualidade laical do século XX: Madeleine Delbrêl, venerável desde 2018 por reconhecimento do Papa Francisco. Francesa, nascida em 1904, perdeu a fé na adolescência e assumiu-se como ateia. Porém, após uma intensa busca interior, reconverteu-se aos 19 anos, entregando-se à oração e à missão no meio operário, tendo a sua vida sido um testemunho silencioso e radical de evangelização no quotidiano. A frase que deixou ressoar no tempo, e que D. António retomou, é de uma clareza desarmante: “Hoje, os cristãos não têm senão duas maneiras de se situar: ou em missão, ou em demissão.”

Este pensamento, referiu o Prelado, continua profundamente atual, especialmente num contexto de crescente secularização, como se vivia no seu tempo e como se vive hoje, também entre nós. O cristão não pode viver na neutralidade ou no comodismo. É chamado a ser luz no mundo e sal da terra.

Na mesma linha de reflexão, o Senhor D. António evocou palavras pronunciadas pelo Papa Bento XVI, na homilia proferida no Porto em 2010, durante a sua visita apostólica a Portugal. Aí, o Papa Bento deixou um forte apelo à consciência e à ação missionária da Igreja: “Há ainda muito por fazer; há quanto ainda não foi feito!”

Estas palavras, recordou o Bispo, são um grito de esperança e um convite à responsabilidade cristã. Não podemos cruzar os braços ou deixar-nos paralisar pelo desânimo: há ainda tantos corações por tocar, tantas vidas por levantar, tantas situações a iluminar com a força do Evangelho.

Concluindo, como alguém que acompanhou de perto a caminhada dos adolescentes rumo ao Crisma, expresso o desejo profundo de que todos os crismandos, adolescentes e adultos, optem decididamente por viver em missão e não em demissão, assumindo com convicção e alegria a sua identidade cristã. Que sejam cristãos comprometidos, ativos, e fiéis aos compromissos que, mesmo de forma anónima, manifestaram querer assumir: participar na vida da Igreja, colaborar nas diversas áreas pastorais e ser presença viva do Evangelho nas suas famílias, comunidades, locais de trabalho ou de estudo.

Que o Espírito Santo, recebido com unção e fé, os conduza e fortaleça no testemunho quotidiano da esperança cristã!

 

Diác. Eduardo Pinto, in Voz de Lamego, ano 95/34, n.º 4810, de 9 de julho 2025

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