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Chegou ao fim, mas não terminou!

Chegou ao fim a XVI Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que decorreu durante todo o mês de outubro, sobre a Sinodalidade. No entanto, não terminou o Sínodo.

Como já estava previsto, no próximo ano, também em outubro, em Roma, terá lugar a segunda e última sessão dos trabalhos sinodais. Até lá, as dioceses terão a oportunidade e a responsabilidade de refletir e amadurecer as conclusões apresentadas e votadas este sábado, dia 28, e que estão já redigidas num documento final, com cerca de 40 páginas.

O documento é composto por 20 pontos, divididos em 3 partes distintas. A primeira parte: “O rosto da igreja sinodal”, desdobrada em 7 pontos. A segunda parte: “Todos discípulos, todos missionários”, desenrolada em 6 pontos. E a terceira parte: “Estabelecer relações, construir comunidade”, estruturada em 7 pontos. Cada um dos pontos é explanado em três âmbitos: convergências, questões a ser abordadas e propostas. Todos os pontos foram aprovados por uma maioria de dois terços.

A expectativa criada em volta das resoluções deste sínodo foram – e são – altas, sobretudo no que toca a temas “fraturantes” no seio da Igreja Católica. Muitos profetizaram consequências desastrosas como resultado dos trabalhos sinodais. Temeram que as decisões finais pudessem trazer ruturas maiores com os princípios fundamentais da doutrina e da moral católica. Como era expectável, as questões que geraram maior divisão foram o acesso das mulheres ao diaconado permanente e o celibato sacerdotal. No entanto, nestas e em todas as questões, a posição da Assembleia Sinodal é que haja um discernimento partilhado, em que peritos de várias áreas possam dar o seu contributo, acerca de matérias mais controversas.

Esta última semana ficou ainda marcada por dois acontecimentos de especial significado. A “Carta ao Povo de Deus” e a “Oração pela Paz”.

Na quarta-feira, o Sínodo dirigiu uma “Carta ao Povo de Deus”, onde os participantes relatam o que viveram durante as quatro semanas de Assembleia Sinodal. O espírito que pairou entre os participantes durante os trabalhos. A relevância do muito que se refletiu e expressou. E a importância do tanto que se silenciou e amadureceu no íntimo de cada coração, e na seriedade de cada oração. Sobressai ainda, nesta carta, aquelas que são as expetativas dos presentes na Aula Paulo VI, para os próximos 11 meses. E fica uma interpelação maior: que a Igreja se detenha numa incessante escuta de todos, sem exceção.

Na sexta-feira, dia de jejum, penitência e oração, o Papa presidiu à recitação do terço pela Paz. O Santo Padre pediu a Nossa Senhora que interceda pelo mundo, nesta “hora escura” para o mundo, em que a “loucura da guerra” compromete tragicamente o futuro da humanidade.

Na missa conclusiva do Sínodo, celebrada na Basílica de São Pedro, este domingo, dia 29 de outubro, o Papa Francisco insistiu na urgência de a Igreja assumir como prioridade o serviço à “humanidade ferida”, tornando-se sempre e mais uma Igreja “serva de todos, sobretudo dos últimos”, a percorrer o caminho “dos frágeis, dos débeis, dos descartados, dos pobres”, preocupada com “os estrangeiros, os oprimidos, os explorados”. Isto requer que nos deixemos conduzir pelos desígnios do Espírito e pela vontade libertadora de Deus, sem que nos habite a tentação de querer “controlar Deus”, ou de O submeter aos “nossos esquemas” humanos.

Como em muitas outras situações, na Igreja e fora dela, aquilo que agora termina precipita inevitavelmente um novo começo.

 

Pe. Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 93/48, n.º 4728, de 2 de novembro de 2023.

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