Convívio Fraterno 1408

De 8 a 11 de abril de 2022 decorreu na diocese de Lamego o Convívio Fraterno n.º 1408.  Vinte e nove jovens disseram sim e embarcaram nesta jornada de descoberta e encontro com Deus. Durante três dias foram convidados a um caminho de entrega, confiança, despojamento, autoconhecimento, oração e encontro. Um encontro profundo consigo, com os outros e com Deus.    

Depois de um longo período de pandemia, que alterou a nossa realidade e nos fez questionar a forma como vivemos e durante um período de guerra e desânimo, estes momentos de encontro profundo com Deus, que reavivam e fortalecem a nossa fé, são urgentes.        

Durante estes três dias, foi profundamente belo ver os jovens serem tocados por Deus e sentir a alegria deste encontro.    
Conscientes da presença de Deus nas suas vidas procuram agora ser instrumentos que promovem a paz, a harmonia, a união e o amor.
Estávamos todos com sede de encontros profundos com Deus.

Maria João Montenegro, in Voz de Lamego, ano 92/23, n.º 4654, 20 de abril de 2022

 

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Bom, olá (outra vez)! Eu sou a Laura e não é de todo importante que me conheças para leres o que tenho para dizer. Há 9 dias, estava a fazer a viagem de comboio mais desconfortável das bastantes que já fiz, estava molhada, com roupa pouco acolhedora, carregada e atrasada. Não sei muito bem como, mas essa viagem teve um cariz bem mais positivo do que estava à espera (se calhar até sei como)… É que todas essas variáveis, que poderiam ser negativas, só caracterizam a minha viagem porque eu tinha um sítio muito bonito e feliz onde precisava de estar, só ainda não o sabia. Estás a ver a primeira pergunta que fiz?A minha resposta a essa pergunta há 9 dias seria: “Saber, saber? Eu não sei, mas posso filosofar um bocadinho sobre o assunto.” Mas, há 9 dias pousei os meus pés (um pouco perdida) no Seminário Menor de Resende, onde era esperada. Exatamente, alguns passos depois, começou o meu Convívio Fraterno (o 1408, definitivamente já não era o primeiro). Estava a sonhar com o dia em que teria a oportunidade de embarcar nesta experiência há dois confinamentos e ela finalmente chegou. Na verdade, eu ia para um local durante 3 dias sem saber nada do que ia acontecer e sem conhecer ninguém, mas isso nem me passou pela cabeça porque eu sabia que eu queria ir, porque eu confiava que de pessoas tão movidas pelo amor de Deus só podia vir coisa boa. Mas… as perguntas chegam sempre e não tardou assim tanto até eu começar a pensar que naquele momento não tinha controlo de nada e que tinha de me deixar levar até ao desconhecido. Não é uma realidade fácil de aceitar, mas pediram-me que confiasse e eu confiei. Eu confiei e sabe Deus onde isso me levou (Ele sabe efetivamente, foi Ele que me levou lá).

(Já disse olá?) Agora a sério, olá!!!! Eu sou a Laura e o meu Convívio Fraterno acabou há 6 dias. Sou Conviva do amor. Sou laranjinha. Eu sou a Laura, sinto-me viva e verdadeiramente filha de Deus (de uma forma que nunca tinha sentido). Venham agora perguntar-me qual é o significado seja do que for que eu tenho a resposta na ponta língua: DEUS. Foi por Ele que nasci, é por Ele que vivo, que rezo, que me dou aos outros, que recebo amor, que sorrio, que canto, que danço, que me posso deliciar com uma bela de uma francesinha… É por Ele que amo. E tudo faço para Ele. Se não o sabia antes, sei-o agora. Foi fácil chegar lá? Eu não sei, nunca pus tanto de mim em reflexão como durante estes dias e não é a sensação mais agradável do mundo despirmo-nos, deliberadamente, assim para Deus, pelo menos para mim. Sempre quis que Ele visse as minhas melhores qualidades, tentar ser a melhor versão de mim, sem analisar, efetivamente, o que estava menos bem. Eu sei que Cristo nos conhece, sei bem que está em todo o lado, mas eu acho que queremos todos parecer bonitos para Ele (ou não te arranjas sempre melhor para ir à Missa?), não muda o Ele vê, muda o que nós Lhe queremos mostrar. E não é fácil mostrar-Lhe/ dizer-Lhe as partes que pensamos ser mais feias em nós. Passei o meu Convívio neste impasse e contínuo nele, eu sou uma mulher feliz porque tenho Deus na minha vida, porque sou filha Dele, porque Ele me criou, porque é para chegar a Ele que vivo, mas e tudo o resto? E todas as minhas falhas? E todas as minhas dúvidas? E todos os meus defeitos, que não quero que Ele conheça? E como é que eu sei se estou no caminho certo? Eu não sei! Não sei e acho que nunca saberei, porque só sou capaz de saber que O amo e de me sentir amada por Ele porque me questiono enquanto me deixo guiar pela Sua mão. Eu posso deixar-me cair até à fossa mais funda que não é nenhum “Ministro das Fossas” que me vai lá buscar, é Deus! Eu confio, sim! Como é que não haveria de confiar se foi Ele “Quem me amou e se entregou por mim”?

Laura Sarmento, in Voz de Lamego, ano 92/23, n.º 4654, 20 de abril de 2022

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