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Jornada de Formação do Clero

Na passada segunda-feira, 24 de janeiro, realizou-se, no Seminário de Lamego, a jornada de formação do clero da diocese de Lamego, dedicada à homilia e orientada pelo sacerdote dominicano, Frei José Nunes, op. Os dominicanos dedicam-se a pregação há oitocentos anos, pertencem à Ordem dos Pregadores.
O encontro iniciou com a oração, a partir da Liturgia das Horas (hora intermédia), com a recitação dos salmos que nos sintonizam com a oração da Igreja.

Seguiu-se uma breve apresentação do conferencista, feita pelo Pe. João Carlos, Provigário Geral e membro do cabido da Sé, sublinhando, por exemplo, a presença das irmãs dominicanas em Castro Daire, há muitos anos, e no Mosteiro da Clausura existente sobre a cidade de Lamego. Por outro lado, também o facto do frei José Nunes ter de iniciado a vida sacerdotal em cenário de missão, em Angola, por ocasião dos anos quentes, antes e depois da independência.

A primeira intervenção tratou de enquadrar os âmbitos da missão, o primeiro anúncio, a pastoral, a catequese, a homilia. Dentro da homilia, géneros e âmbitos, sendo um espaço privilegiado para anunciar o Evangelho, em palavras e obras. Não bastam as palavras, é necessário a correspondência à vida, as obras, tal como Jesus, cujas palavras eram ilustradas pelos gestos, pela proximidade, pelos milagres.

Num outro momento, os estilos de pregação, bíblica, doutrinal, apologética, litúrgica, exortação moral, concluindo que todos privilegiamos um ou outro estilo ou vários. Na conclusão, a homilia como testemunho partilhado, como espécie de conversa, sobre o que se pensa, se sente, como a palavra toca a minha vida. Seguiram-se  os contextos da homilia ou a necessidade de ter em conta quem temos pela frente: crianças e com elas utilizar uma linguagem simples e tanto quanto possível dialogada, sujeita a pergunta; os jovens, com a sua irreverência, propondo-lhes desafios e chamando-os à responsabilização; as festas populares, usando uma linguagem protocolar, contando com a presença das autoridades, mas sem deixar de ser anúncio alegre e feliz, a partir do santo que se evoca; batismos, casamentos e funerais, atendendo ao facto que muitas pessoas só as temos nestas ocasiões, pelo que o ideal é anunciar a beleza do Evangelho, a abertura ao futuro…

A pregação enquanto tal há de ser Pregação da Graça, a partir da postura de Jesus, que anuncia a Boa Nova, o ano da Graça. Ele não veio para condenar, mas para anunciar a Graça de Deus, que se traduz em misericórdia, alegria e positividade. Se compararmos Jesus com João Batista, este é o vinho velho, que é bom, mas, como nas Bodas de Caná, Jesus é o vinho bom. Há de ser assim a nossa pregação, anunciando a misericórdia de Deus, visível sobretudo no evangelho de São Lucas. Jesus é o rosto da misericórdia do Pai. Jesus é o pregador da graça. Não é ingénuo, mas n’Ele é só bondade. A Igreja, na homilia, citando o Papa Francisco, prega como uma mãe que fala ao seu filho, com bondade.

Por outro lado, a alegria é ADN do Evangelho. Não há evangelho sem alegria. “A alegria do evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária” (EG 21), O evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral… mesmo quando for preciso semear com lágrimas” (EG 10). Sublinhou o conferente: “A pregação devia comunicar alegria, porque o Evangelho é Alegria, é uma atitude da vida, tem a ver com a confiança em Deus”. Jesus vem para fazer nascer a alegria. Ele vem para que tenhamos vida em abundância. “Para que a minha alegria esteja em bis e a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 11). A alegria é a vontade de Deus. Qual é o objetivo da vida: ter alegria. A alegria é o segundo fruto do Espírito Santo.


O Evangelho não é tanto o lamento, mas é uma linguagem positiva, marcada pela esperança.
Um outro tópico importante da exposição foi a preparação da homilia. Não se improvisa. Pressupõe-se a familiaridade com a Palavra de Deus. Esta deve ressoar primeiramente em nós. Neste sentido, há que ver o que o texto diz, meditá-lo e rezá-lo.

O pregador deve também pôr-se a escuta do povo, para descobrir o que os fiéis precisam de ouvir. Será importante usar imagens, pois ajudam a perceber e a abertura de horizontes. Uma imagem, como diz o Papa Francisco, pode levar a apreciar a mensagem que se quer transmitir, desperta um desejo e motiva a vontade na direção do Evangelho.

a homilia, como na comunicação também é importante a colocação e o timbre da voz, o olhar, o sorriso, os gestos…
Na parte final do encontro houve espaço ao diálogo dos sacerdotes da diocese de Lamego com o Frei José Nunes, com algumas situações concretas e exemplos práticos.
A finalizar esta jornada, a palavra de encerramento do Pe. João Carlos, sublinhando a atenção a dar diante de algumas assembleias, agradecendo a presença e a intervenção do Frei José Nunes.

A nossa pregação (homilia) deve seguir a bondade de Jesus, num tom coloquial, afável, com imagens e parábolas, pela positiva, para que seja Boa Notícia para nós e para aqueles a quem nos dirigimos.

in Voz de Lamego, ano 92/11, n.º 4642, 26 de janeiro de 2022

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