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Dia Mundial do Doente. Propostas Pastorais.

No dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes, celebramos o Dia Mundial do Doente, instituído pelo Papa São João Paulo II, em 1992. Desde então, este dia foi aceite e é celebrado por unanimidade, não só pela comunidade cristã e católica, mas por todo o mundo, independentemente da sua opção religiosa. A celebração do Dia Mundial do Doente é por natureza uma celebração ecuménica e intercomunitária, dando resposta a um dos seus objetivos, sensibilizar todos os povos e todas as pessoas para a necessidade de apoiar e ajudar as pessoas doentes. O contexto de uma Pandemia, que teimosamente persiste em todo mundo, deixa um rasto de morte e o aumento considerável, de um dia para outro, do número de doentes e de internamentos, favorecendo a criação de laços de solidariedade entre todos. A doença permite que tomemos consciência da nossa fragilidade e vulnerabilidade. Não é possível vencê-la sozinho, ainda que em muito casos seja necessário o nosso esforço. Na doença colocamo-nos totalmente e nas mãos dos outros e, neles, na mão de Deus, uma relação que se expressa pela confiança.


O Papa Francisco escolheu como tema para celebração do Dia Mundial do Doente o texto de Mateus 23,1-12, retirando a frase “Um Só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos”. O que está em causa, neste relato, é a hipocrisia entre o dizer e o fazer, a falta de coerência entre o credo professado e a vida real, impedindo-nos de reconhecermos a nossa filiação divina e a vivência da fraternidade, tão essenciais no cuidado daquele que está doente. O doente não é apenas aquele que se encontra limitado numa cama ou num hospital. A doença tem vários rostos, como são os pobres, excluídos, vítimas das injustiças sociais, idosos e os que vivem sozinhos sem a proteção de amigos ou familiares. A crise humanitária, social, económica que vivemos, permite, por um lado e nas palavras do Papa, que sintamos as insuficiências dos sistemas de saúde que não permitem o acesso aos cuidados médicos de forma equitativa, tratam-se os doentes da Covid’19 e diminuem-se os recursos humanos para tratar outros tipos de patologia e, por outro, a dedicação e a generosidade dos profissionais de saúde, voluntários, religiosos e religiosas, trabalhadores e trabalhadores, que silenciosamente se ocupam das feridas dos pacientes e seus familiares. Esta dádiva generosa, faz-nos refletir na atitude do Bom Samaritano, o cuidar implica aproximar. Tocar nas feridas, assumir as feridas do outro como das nossas feridas se tratassem, olhar o seu rosto transmitindo-lhe esperança. Não há terapia sem a relação, confiança, respeito mútuo, sinceridade e disponibilidade de tempo, colocando como linha orientadora a dignidade da pessoa doente, numa abordagem holística.


Nestes últimos anos, o Departamento da Pastoral da Saúde da Diocese de Lamego, tem procurado deslocar-se, a um dos arciprestados, para, em comunhão com as instituições de apoio a idosos e doentes, celebrar e comemorar o Dia Mundial do Doente com a celebração da Eucaristia e do Sacramento da Santa Unção, presidida pelo nosso Bispo. Este ano, e pelas razões conhecidas não será possível realizá-lo comunitariamente nas nossas instituições nem nas nossas paróquias. No entanto, desafiamos a que as comunidades cristãs e instituições encontrem alternativas para celebrar este dia, numa comunhão e solidariedade para com os nossos doentes e aquele e aquelas que prestam cuidados de saúde. Assim deixamos aqui algumas propostas:


1)    Realizar um momento de oração comunitário, transmitido pelas redes sociais ou previamente gravado, nas instituições de apoio a idosos e de saúde existente na paróquia;
2)    Realizar um pequeno gesto: flor, oração, telefonema, bem alimentar, junto de algum doente ou idoso;
3)    Publicar nas nossas redes sociais e institucionais uma frase ou trechos da Mensagem do Papa Francisco para Dia Mundial do Doente;
4)    Telefonar ou passar junto dos locais de residência das pessoas idosas a viver sozinhas para deixar uma palavra amiga e auxiliar nalgum serviço ou compras;
5)    Manifestar por gestos ou palavras a gratidão da disponibilidade e serviço prestado pelos cuidadores formais, informais, trabalhadores, médicos e enfermeiros do sistema de saúde e social;
6)    Promover através dos meios digitais formas de comunicação dos doentes e idosos com os seus familiares, sobretudo os que se encontram mais distantes.
7)    Refletir, em família, na problemática da doença e na responsabilidade geracional em cuidar dos mais idosos.

Que cada um de nós não deixe de celebrar este dia numa comunhão com os que sofrem e com os que deles cuidam.

Pe. José Fernando, in Voz de Lamego, ano 91/13, n.º 4595, 9 de fevereiro de 2021

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