Nove entardeceres e um amanhecer
Mais um ano, e voltámos a reunir-nos junto de nossa Mãe. Durante 9 entardeceres, entre 29 de agosto e 06 de setembro, contamos com a presença de todos os que quiseram sentir-se mais próximos do Pai e de Jesus, através de Maria.
Para alguns, esta caminhada iniciou mais cedo. Todos os preparativos necessários para que pudéssemos usufruir destes encontros, coordenados pelos mordomos, pároco, coro e demais voluntários foram realizados antes e durante esta novena, numa caminhada muito própria e relevante para que todos possamos caminhar para junto da Mãe.
Tivemos a presença do nosso pároco, Padre Ângelo bem como o Pe. Paulo Esteves, Pe. Diogo Martinho, Pe. Luís Filipe (comboniano) e Frei Filipe (dominicano), e ainda o seminarista Celestino. Estes elementos do clero vieram para junto da Mãe, atuando como facilitadores da mensagem do Pai.
Apesar de este ano a nossa novena iniciar nos fins de agosto, não foi razão para uma menor participação da comunidade. Pelo contrário! Encontramos um santuário cheio de todos aqueles que no dia 29 procuraram um refúgio para o frio que se fazia sentir na Serra, tal como os pastores o procuraram há muitos anos atrás. Encontramos no santuário um refúgio para a alma, procurando o colo da Mãe do Céu, rezando tal como o seu Filho nos ensinou.
Este ano a nossa novena teve como reflexão a oração do Pai Nosso. Com a ajuda no nosso pároco, conseguimos entender melhor esta oração, passando de um simples recitar a um viver cada palavra rezada, tal como Maria o fez, cumprindo os três desejos divinos de Deus:
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso Nome. Quem foi mais santo que Maria dentro das criaturas humanas? Eu não o sou, apesar de saber que é esse o desejo do meu Pai.
Venha a nós o vosso Reino. Maria trouxe-nos o Céu à Terra, na forma de Jesus. Conseguimos também nós agir como Ela? Conseguimos nós através das nossas ações trazer de novo Jesus para a nossa vida?
Seja feita a vossa Vontade assim na Terra como no Céu. “Faça-se em mim segundo a Tua palavra”. Foram estas as palavras da nossa Mãe. Nem sempre aceitamos a vontade do Pai, mas nunca devemos esquecer estas palavras e seguir mais este exemplo que nos foi passado.
Mas nesta oração encontramos ainda quatro necessidades humanas. Maria, na sua humanidade, viveu-as:
O pão nosso de cada dia nos dai hoje. “Nem só de pão vive o homem, mas da toda a palavra que vem de Deus”. E Maria assim o fez, dando-nos o Pão descido dos céus.
Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Foi graças a Maria, que recebermos aquele que nos reuniu com o Pai, a quem podemos pedir perdão. Devemos como ela rezar, junto daqueles que nos ofendem, tal como ela rezou junto daqueles que traíram o seu filho.
E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Que maior tentação do que aquela que Maria teve quando viu o Filho no Calvário? Teria sido tão fácil negar o Pai. Mas Maria permaneceu fiel e ao lado do Filho. O mal não tem domínio sobre ela. Peçamos nós também para que consigamos ter esta força e que mesmo nos nossos piores momentos permaneçamos fiéis ao Pai.
Maria viveu o Pai Nosso!
Nós como batizados devemos fazer desta oração, um programa de vida, tal como foi para a nossa Mãe do Céu.
No Domingo, 7 de setembro, festejámos todos junto com a presença do nosso Bispo D. António Couto e o nosso pároco, celebrando uma Eucaristia campal no lugar do Fôjo.
Nas palavras do nosso Bispo, retemos a mensagem de que este nosso Santuário é também um local repleto das criaturas de Deus e que tal como Maria que ama e cuida de Jesus, em seu regaço, também nós devemos amar todas as criaturas de Deus, desde o nosso irmão até a simples árvore que nos rodeia.
Mónica Martinho, in Voz de Lamego, ano 95/41, n.º 4818, de 10 de setembro de 2025
