No cumprimento do plano de atividades do Clero do Arciprestado de Cinfães-Resende, e como forma de assinalar o final do ano pastoral num espírito de fraternidade, amizade e ação de graças, realizou-se, no passado dia 8 de julho, um passeio de confraternização à cidade de Braga.
Este encontro contou com a participação de dez presbíteros, cinco do concelho de Cinfães, mais um sacerdote convidado, e quatro do concelho de Resende, acompanhados pelo diácono permanente que exerce aí o seu ministério. À última hora, por motivos pastorais imprevistos, nomeadamente funerais, não foi possível a presença de três sacerdotes, dois de Cinfães e um de Resende.
Reunido o grupo, partiu-se em direção a Braga, onde se iniciou uma visita guiada às capelas “Imaculada” e “Cheia de Graça”, situadas no Seminário Menor daquela cidade. Estas capelas foram reconhecidas internacionalmente ao vencerem o prémio ArchDaily 2019, na categoria de “arquitetura religiosa”, distinção atribuída por um dos mais visitados portais mundiais de arquitetura.
A visita foi não apenas um momento de contemplação estética, mas também de reflexão pastoral, procurando compreender e valorizar criticamente estas construções na sua dimensão litúrgica e simbólica. A simbiose entre arte, espiritualidade e funcionalidade litúrgica despertou a atenção dos participantes e gerou partilhas muito enriquecedoras.
Seguiu-se a celebração da Eucaristia na Capela “Cheia de Graça”. A homilia foi confiada ao sacerdote convidado, Pe. José Vieira, natural de Cinfães, missionário comboniano há largos anos na Etiópia. A sua intervenção foi um verdadeiro testemunho de missão: partilhou as dificuldades sentidas no início — desde a língua à diferença cultural e religiosa — mas também o modo como se foi encarnando na realidade local, adotando o lema «desaprender para aprender». Explicou como é evangelizar num país onde a Igreja Católica representa apenas 1% da população, maioritariamente ortodoxa e muçulmana, com contextos por vezes adversos, mas onde sente profundamente a presença de Deus e a beleza da criação. Destacou ainda o trabalho missionário realizado em comunhão com outros religiosos e leigos de várias nacionalidades. Terminou expressando a sua alegria por, em agosto, regressar à missão, sem saber quando voltará a Portugal.
O almoço decorreu num ambiente descontraído e fraterno, na Adega Regional de Tenões, onde, à volta de uma mesa bem servida, com destaque para o leitão, se renovaram afetos e se partilharam histórias e vivências do ministério.
Durante a tarde, o grupo dirigiu-se ao emblemático Santuário do Bom Jesus do Monte. Apesar do calor intenso, houve oportunidade para aproveitar as sombras acolhedoras do parque envolvente e um momento de descanso na esplanada, contemplando a cidade “por um monóculo”, como poeticamente se diz de Braga vista do alto.
Antes do regresso, ainda houve tempo para um lanche ajantarado em Famalicão, no restaurante Fondue, onde um amigo de um dos sacerdotes brindou o grupo com uma merenda farta e acolhedora. Com os corações cheios e os laços fraternos reforçados, a comitiva regressou à sua zona pastoral por volta das 20h30.
Concluímos esta partilha com um agradecimento sentido a todos os que organizaram este dia, contribuindo para que tudo decorresse com simplicidade, alegria e espírito de comunhão. Estes momentos de encontro reforçam os laços entre os ministros ordenados da nossa Diocese de Lamego, alimentando a fraternidade e o apoio mútuo, essenciais à vivência do ministério. Que este tipo de iniciativas se repita com regularidade e que, numa próxima edição, possamos contar com a presença de ainda mais elementos do nosso arciprestado.
Diác. Eduardo Pinto, in Voz de Lamego, ano 95/35, n.º 4811, de 23 de julho 2025
