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Retiro do Clero

A casa da Obra Kolping de Lamego acolheu de 16 a 19 de janeiro de 2023, o clero diocesano lamecense para refletir, orar em conjunto, meditar e conviver. Foram dias de intensa abertura do coração à Palavra do Mestre, e à comunhão com Espirito Santo. Era o retiro espiritual anual orientado pelo Cónego António Jorge dos Santos Almeida, Reitor do Seminário Interdiocesano de São José, em Braga, Vice-Reitor do Seminário Maior de Viseu. Membro do Cabido da Sé de Viseu e do Conselho Presbiteral da Diocese de Viseu.

Cónego Penitenciário, Coordenador do Comité Diocesano Organizador da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.
Como característica importante e útil: forneceu-nos, previamente, os esquemas de cada conferência, o que nos facilitou o seguimento do seu pensamento e secundarizou a preocupação de tomar apontamentos. Baseando-se sempre num texto Bíblico orientou as reflexões de acordo com a palavra escutada e com o plano inicialmente elaborado.

Simples, direto, sem pretensões de grandes tiradas teológicas, mas sobretudo, como irmão, companheiro no mesmo caminho, proporcionou-nos oportunidades de renovar a alegria do nosso sacerdócio ministerial, nesta época em que a secularização, e a descristianização são características desta sociedade ocidental plural e relativista.

Iniciou este tempo “favorável” refletindo nas razões para regressarmos ao “deserto” de João Batista, aqui representado pelo “retiro” destacando a necessidade de trazer novamente à perceção o amor incondicional do Pai, por vezes, dissipada, por canseiras e contrariedades internas e externas do dia-a-dia. Para reafirmarmos o assombro de nos sentirmos padres felizes diante de abusos e escândalos que encobrem o fundamento desta vocação sempre presente, apesar das fragilidades. Para nos afastarmos daquela sobre-excitação messiânica que possa diminuir a face mais nobre da santidade que é a compaixão.

No dia 17, terça – feira, o tema incidiu sobre: “A beleza do sacerdócio de Cristo em nós, causa da nossa alegria”.
Baseado em Is 61,1-3ª: O espírito do Senhor está sobre mim… convocou-nos a agradecer ao Pai, “porque nos enviou a consolar todos os que andavam amargurados, a legar o óleo da alegria aos aflitos de Sião”.
Recordando as promessas sacerdotais na missa crismal, introduziu-nos na contemplação da beleza do nosso sacerdócio, pois a face do sacerdócio que está em nós é tão bela como no primeiro dia em que nos foi dada, porque Deus não envelhece.

De tarde o tema foi: “A beleza do ministério da comunhão na reciprocidade entre dons hierárquicos e carismáticos”.
Dos princípios que conduziram a Revolução Francesa, Liberdade, Igualdade o que falta cumprir e no qual quase ninguém fala mesmo entre políticos é a fraternidade. As causas das guerras e os seus efeitos devastadores mostram-nos como a humanidade está a falhar e longe do caminho da fraternidade universal traçado por Jesus Cristo. Anotou o que nos identifica em sociedade e poderia servir para a união: a mesma língua, a mesma religião, a mesma Fé, etc. A sinodalidade, como dimensão constitutiva da Igreja, oferece-nos o quadro interpretativo mais apropriado para compreender o próprio ministério hierárquico pois a igreja nada é mais do que este caminhar juntos.

Chegamos ao dia 18, quarta-feira. Tema: “Os alimentos espirituais que sustentam a beleza do sacerdócio ministerial”
Como pastor, diante do povo, a teologia da vida sacerdotal sugere três alimentos específicos da vocação presbiteral:1. A fraternidade sacramental, 2. A incardinação, 3. A caridade pastoral.
Desenvolveu cada um destes alimentos com sabedoria e experiencia acumulada.
Da parte de tarde o tema foi: “O padre como homem da Páscoa chamado a realizar páscoas. A fidelidade criativa”
No tempo das “igrejas vazias“ torna-se mais urgente viver o ministério com uma fidelidade criativa, o que exige, hoje muito, a coragem de caminhar juntos, como os apóstolos ao encontro e após a experiência do túmulo vazio.

Finalmente na quinta- feira, dia 19, coroamos o nosso retiro com o tema, como não podia deixar de ser, sobe Maria: “Com Maria alargando o espaço da nossa tenda”.
Não passa despercebido quanto Maria tem feito na vida dos que habitam e naqueles que procuram a Deus.
E deixou-nos conselhos práticos para padres de hoje; 1. Uma biblioteca pequena mas selecionada; 2. Não fugir às questões das pessoas; 3. Reservar tempo para a oração e estudo; 4. Programar a tempo a participação em iniciativas de formação permanente 5. Envolver leigos sérios e maduros nas questões sobre a fé, a moral, a vida social, cultural e política.

Encerrou o retiro o nosso bispo D. António Couto com a celebração da Eucaristia final.
Na homilia deixou-nos uma mensagem final: “Como é agradável os irmãos viverem unidos em comunhão, Estamos aqui porque Deus aqui nos chamou, mais, exigiu como um mandamento, ordenou, tal como Cristo convidou, mais, ordenou aos Apóstolos nas margens do mar da Galileia. Diz-nos: Vou enviar pescadores para juntar pecadores, pescar homens. Vivei à luz da Palavra de Deus e como a disponibilidade de Maria: Eis-nos aqui.

 E assim partimos para as nossas comunidades por outro caminho.

 

Pe Artur Mergulhão, in Voz de Lamego, ano 93/10, n.º 4690, 25 de janeiro de 2023

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