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Dez horas e trinta minutos...

Dez Horas e trinta minutos. Neste momento o caro leitor estará a interrogar-se sobre o porque das dez horas e trinta minutos. E porque não às dez horas? Ou porque não optar pelas onze horas? A hora ideal para a pausa do café e dois dedos de conversa a meio da manhã. Discussões à parte, ficaremos mesmo pelas dez horas e trinta minutos. Ou talvez a hora não seja o mais relevante para os fatos que aqui descreveremos. As dez horas e trinta minutos dirão muito pouco à generalidade dos leitores, mas para nós, seis presbíteros da Diocese de Lamego, repetem-se ininterruptamente há vinte e sete anos e no dia vinte e três de novembro. É como se o relógio no dia 23 de novembro parasse às dez horas e trinta minutos. O lugar nunca é o mesmo, mas as dez horas e trinta minutos permanecem todos os anos.

Deixemo-nos de rodeios e passemos ao essencial das dez horas e trinta minutos. A SMS, enviada pelo organizador deste ano, P. Rui, fez vibrar o telemóvel e no título vinha, às dez horas e trinta minutos encontrar-nos-emos no Centro Social Paroquial de Carregal, confirmem quantos estarão presentes. Não é necessário dizer o dia, bem sabemos que será no dia 23 de novembro, apenas confirmamos a presença e o número de pessoas por uma questão de logística. E como sempre os padres: Amadeu, Basílio, José Fernando, Paulo Esteves, Rui e Sérgio Quelhas tudo fazem para levarem consigo os seus familiares vivos ou que ainda se podem deslocar.

Desta vez, à chegada, as simpáticas funcionárias do Centro Social Paroquial de Carregal acolheram-nos e serviram-nos um café e chá acompanhados por uns deliciosos biscoitos. Após um breve momento de confraternização, a tal pausa a meio da manhã para um café e uns bons dedos de conversa, dirigimo-nos à Igreja Paroquial do Divino Espírito Santo do Carregal, em Sernancelhe para, num ambiente alegre, agradecermos o Dom do Sacerdócio com a celebração da Eucaristia. É um momento muito íntimo onde estão os nossos pais, tornando presente aqueles que o Senhor já chamou até si, pai do P. Rui, pai do P. Basílio e os pais do P. Sérgio. São estas criaturas adoráveis, os nossos pais que, quando tudo e todos parecem estar ausentes, permanecem fiéis na Fé e Oração pedindo por estes seus filhos sacerdotes ou intercedendo por eles juntos de Deus no céu. Este ano, por ser a um sábado, o nosso estimado irmão mais velho, P. Sérgio, não pode estar presente. Rezamos por ele e pedimos pela sua saúde. Apesar de ter optado por outra missão, rezamos também pelo Ricardo Jorge e sua família que connosco foi ordenado no dia da Igreja Diocesana do ano de 1997.

Este dia é também um momento para agradecermos e rezarmos pelos Bispos, sacerdotes que cruzaram e cruzam a nossa vida e pelas nossas paróquias de Missão. As nossas paróquias são a razão de ser da nossa ordenação presbiteral desafiando-nos a sermos melhores e mais santos sacerdotes.

No final, descemos até a barragem do Vilar e num maravilhoso repasto fomos partilhando as nossas vidas, inquietações e esperanças num amor incondicional a Deus e a Igreja. Despedimo-nos e no ar ficou, em surdina, o desafio para o ano às dez horas e trinta minutos.

 

P. Zé Fernando

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