1 de janeiro de 2019  

«A boa política está ao serviço da paz»    

1. «A paz esteja nesta casa!»  
Jesus, ao enviar em missão os seus discípulos, disse-lhes: «Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: “A paz esteja nesta casa!” E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós» (Lc 10, 5-6).
Oferecer a paz está no coração da missão dos discípulos de Cristo. E esta oferta é feita a todos os homens e mulheres que, no meio dos dramas e violências da história humana, esperam na paz.[1] A «casa», de que fala Jesus, é cada família, cada comunidade, cada país, cada continente, na sua singularidade e história; antes de mais nada, é cada pessoa, sem distinção nem discriminação alguma. E é também a nossa «casa comum»: o planeta onde Deus nos colocou a morar e do qual somos chamados a cuidar com solicitude.
Eis, pois, os meus votos no início do novo ano: «A paz esteja nesta casa!»

2. O desafio da boa política
A paz parece-se com a esperança de que fala o poeta Carlos Péguy;[2] é como uma flor frágil, que procura desabrochar por entre as pedras da violência. Como sabemos, a busca do poder a todo o custo leva a abusos e injustiças. A política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem, mas, quando aqueles que a exercem não a vivem como serviço à coletividade humana, pode tornar-se instrumento de opressão, marginalização e até destruição.
«Se alguém quiser ser o primeiro – diz Jesus – há de ser o último de todos e o servo de todos» (Mc 9, 35). Como assinalava o Papa São Paulo VI, «tomar a sério a política, nos seus diversos níveis – local, regional, nacional e mundial – é afirmar o dever do homem, de todos os homens, de reconhecerem a realidade concreta e o valor da liberdade de escolha que lhes é proporcionada, para procurarem realizar juntos o bem da cidade, da nação e da humanidade».[3]
Com efeito, a função e a responsabilidade política constituem um desafio permanente para todos aqueles que recebem o mandato de servir o seu país, proteger as pessoas que habitam nele e trabalhar para criar as condições dum futuro digno e justo. Se for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, a política pode tornar-se verdadeiramente uma forma eminente de caridade.

3. Caridade e virtudes humanas para uma política ao serviço dos direitos humanos e da paz
O Papa Bento XVI recordava que «todo o cristão é chamado a esta caridade, conforme a sua vocação e segundo as possibilidades que tem de incidência na pólis. (…) Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político. (…) A ação do homem sobre a terra, quando é inspirada e sustentada pela caridade, contribui para a edificação daquela cidade universal de Deus que é a meta para onde caminha a história da família humana».[4]Trata-se de um programa no qual se podem reconhecer todos os políticos, de qualquer afiliação cultural ou religiosa, que desejam trabalhar juntos para o bem da família humana, praticando as virtudes humanas que subjazem a uma boa ação política: a justiça, a equidade, o respeito mútuo, a sinceridade, a honestidade, a fidelidade.
A propósito, vale a pena recordar as «bem-aventuranças do político», propostas por uma testemunha fiel do Evangelho, o Cardeal vietnamita Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, falecido em 2002:
Bem-aventurado o político que tem uma alta noção e uma profunda consciência do seu papel.
Bem-aventurado o político de cuja pessoa irradia a credibilidade.
Bem-aventurado o político que trabalha para o bem comum e não para os próprios interesses.
Bem-aventurado o político que permanece fielmente coerente.
Bem-aventurado o político que realiza a unidade.
Bem-aventurado o político que está comprometido na realização duma mudança radical.
Bem-aventurado o político que sabe escutar.
Bem-aventurado o político que não tem medo.[5]
Cada renovação nos cargos eletivos, cada período eleitoral, cada etapa da vida pública constitui uma oportunidade para voltar à fonte e às referências que inspiram a justiça e o direito. Duma coisa temos a certeza: a boa política está ao serviço da paz; respeita e promove os direitos humanos fundamentais, que são igualmente deveres recíprocos, para que se teça um vínculo de confiança e gratidão entre as gerações do presente e as futuras.

4. Os vícios da política
A par das virtudes, não faltam infelizmente os vícios, mesmo na política, devidos quer à inépcia pessoal quer às distorções no meio ambiente e nas instituições. Para todos, está claro que os vícios da vida política tiram credibilidade aos sistemas dentro dos quais ela se realiza, bem como à autoridade, às decisões e à ação das pessoas que se lhe dedicam. Estes vícios, que enfraquecem o ideal duma vida democrática autêntica, são a vergonha da vida pública e colocam em perigo a paz social: a corrupção – nas suas múltiplas formas de apropriação indevida dos bens públicos ou de instrumentalização das pessoas –, a negação do direito, a falta de respeito pelas regras comunitárias, o enriquecimento ilegal, a justificação do poder pela força ou com o pretexto arbitrário da «razão de Estado», a tendência a perpetuar-se no poder, a xenofobia e o racismo, a recusa a cuidar da Terra, a exploração ilimitada dos recursos naturais em razão do lucro imediato, o desprezo daqueles que foram forçados ao exílio.

5. A boa política promove a participação dos jovens e a confiança no outro
Quando o exercício do poder político visa apenas salvaguardar os interesses de certos indivíduos privilegiados, o futuro fica comprometido e os jovens podem ser tentados pela desconfiança, por se verem condenados a permanecer à margem da sociedade, sem possibilidades de participar num projeto para o futuro. Pelo contrário, quando a política se traduz, concretamente, no encorajamento dos talentos juvenis e das vocações que requerem a sua realização, a paz propaga-se nas consciências e nos rostos. Torna-se uma confiança dinâmica, que significa «fio-me de ti e creio contigo» na possibilidade de trabalharmos juntos pelo bem comum. Por isso, a política é a favor da paz, se se expressa no reconhecimento dos carismas e capacidades de cada pessoa. «Que há de mais belo que uma mão estendida? Esta foi querida por Deus para dar e receber. Deus não a quis para matar (cf. Gn 4, 1-16) ou fazer sofrer, mas para cuidar e ajudar a viver. Juntamente com o coração e a inteligência, pode, também a mão, tornar-se um instrumento de diálogo».[6]
Cada um pode contribuir com a própria pedra para a construção da casa comum. A vida política autêntica, que se funda no direito e num diálogo leal entre os sujeitos, renova-se com a convicção de que cada mulher, cada homem e cada geração encerram em si uma promessa que pode irradiar novas energias relacionais, intelectuais, culturais e espirituais. Uma tal confiança nunca é fácil de viver, porque as relações humanas são complexas. Nestes tempos, em particular, vivemos num clima de desconfiança que está enraizada no medo do outro ou do forasteiro, na ansiedade pela perda das próprias vantagens, e manifesta-se também, infelizmente, a nível político mediante atitudes de fechamento ou nacionalismos que colocam em questão aquela fraternidade de que o nosso mundo globalizado tanto precisa. Hoje, mais do que nunca, as nossas sociedades necessitam de «artesãos da paz» que possam ser autênticos mensageiros e testemunhas de Deus Pai, que quer o bem e a felicidade da família humana.

6. Não à guerra nem à estratégia do medo
Cem anos depois do fim da I Guerra Mundial, ao recordarmos os jovens mortos durante aqueles combates e as populações civis dilaceradas, experimentamos – hoje, ainda mais que ontem – a terrível lição das guerras fratricidas, isto é, que a paz não pode jamais reduzir-se ao mero equilíbrio das forças e do medo. Manter o outro sob ameaça significa reduzi-lo ao estado de objeto e negar a sua dignidade. Por esta razão, reiteramos que a escalada em termos de intimidação, bem como a proliferação descontrolada das armas são contrárias à moral e à busca duma verdadeira concórdia. O terror exercido sobre as pessoas mais vulneráveis contribui para o exílio de populações inteiras à procura duma terra de paz. Não são sustentáveis os discursos políticos que tendem a acusar os migrantes de todos os males e a privar os pobres da esperança. Ao contrário, deve-se reafirmar que a paz se baseia no respeito por toda a pessoa, independentemente da sua história, no respeito pelo direito e o bem comum, pela criação que nos foi confiada e pela riqueza moral transmitida pelas gerações passadas.
O nosso pensamento detém-se, ainda e de modo particular, nas crianças que vivem nas zonas atuais de conflito e em todos aqueles que se esforçam por que a sua vida e os seus direitos sejam protegidos. No mundo, uma em cada seis crianças sofre com a violência da guerra ou pelas suas consequências, quando não é requisitada para se tornar, ela própria, soldado ou refém dos grupos armados. O testemunho daqueles que trabalham para defender a dignidade e o respeito das crianças é extremamente precioso para o futuro da humanidade.

7. Um grande projeto de paz
Celebra-se, nestes dias, o septuagésimo aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada após a II Guerra Mundial. A este respeito, recordemos a observação do Papa São João XXIII: «Quando numa pessoa surge a consciência dos próprios direitos, nela nascerá forçosamente a consciência do dever: no titular de direitos, o dever de reclamar esses direitos, como expressão da sua dignidade; nos demais, o dever de reconhecer e respeitar tais direitos».[7]
Com efeito, a paz é fruto dum grande projeto político, que se baseia na responsabilidade mútua e na interdependência dos seres humanos. Mas é também um desafio que requer ser abraçado dia após dia. A paz é uma conversão do coração e da alma, sendo fácil reconhecer três dimensões indissociáveis desta paz interior e comunitária:
- a paz consigo mesmo, rejeitando a intransigência, a ira e a impaciência e – como aconselhava São Francisco de Sales – cultivando «um pouco de doçura para consigo mesmo», a fim de oferecer «um pouco de doçura aos outros»;
- a paz com o outro: o familiar, o amigo, o estrangeiro, o pobre, o atribulado..., tendo a ousadia do encontro, para ouvir a mensagem que traz consigo;
- a paz com a criação, descobrindo a grandeza do dom de Deus e a parte de responsabilidade que compete a cada um de nós, como habitante deste mundo, cidadão e ator do futuro.
A política da paz, que conhece bem as fragilidades humanas e delas se ocupa, pode sempre inspirar-se ao espírito do Magnificat que Maria, Mãe de Cristo Salvador e Rainha da Paz, canta em nome de todos os homens: A «misericórdia [do Todo-Poderoso] estende-se de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes (...), lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre» (Lc 1, 50-55).

Vaticano, 8 de dezembro de 2018.

Franciscus

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[1] Cf. Lc 2, 14: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado».
[2] Cf. Le Porche du mystère de la deuxième vertu (Paris 1986).
[3] Carta ap. Octogesima adveniens (14/V/1971), 46.
[4] Carta enc. Caritas in veritate (29/V/2009), 7.
[5] Cf. «Discurso na Exposição-Encontro “Civitas” de Pádua»: Revista 30giorni (2002-nº 5).
[6] Bento XVI, Discurso às Autoridades do Benim (Cotonou, 19/XI/2011).
[7] Carta enc. Pacem in terris (11/IV/1963), 24 (44).

Natal 2018   

O Senhor do Tempo
É Aquele-que-Vem
Nascer em Belém,
Bater à nossa porta,
Pedir ao nosso coração
Um bocadinho de pão. 

Tão pouco e tanto  
Nos pede Jesus,
E para nosso espanto,
E encanto nosso,
O Filho de Maria
Vem vestido de irmão nosso
De cada dia.

Ele anda por aí,
Ao frio e ao calor,
Rico e pobrezinho,
Nosso Senhor.

Vem, Menino,
Senhor do mundo,
Do sol e da lua,
Bate à minha porta,
Entra em minha casa,
E que, por graça,
Entre eu também na tua.


Desejo a todos os meus irmãos e irmãs, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, fiéis leigos, doentes, idosos, jovens e crianças, emigrantes, das 223 Paróquias da nossa Diocese de Lamego, e da Igreja inteira, a todos e a ti também, um Santo Natal com Jesus sempre no nosso meio e um Novo Ano cheio da Graça e da Alegria do Evangelho.

Vem, Senhor Jesus, bate à nossa porta, encandeia a nossa vida, e conduz os nossos passos pelo caminho da Paz e do Carinho.

+ António, vosso bispo e irmão

Seguindo a Estrela…      
Jovens em preparação para o Natal

No passado dia 15, teve lugar no Seminário Maior de Lamego um dos encontros de preparação para o Natal, preparado pela equipa do DDPJ de Lamego.

Depois da passagem por Penedono (24 de novembro) e Tabuaço (1 de dezembro), a Estrela seguiu caminho e veio até Lamego.

O dia começou com um acolhimento bastante divertido e, logo em seguida, fizemos a oração inicial, onde escutamos o Evangelho que nos orientou ao longo de todo o dia (Mt 2, 1-9). De seguida os cerca de 100 jovens presentes nesta atividade dividiram-se em 3 grandes grupos para participar numa espécie de “Jogo da Glória”, mas na versão “A Caminho de Belém” (Magos vs Herodes). O jogo consistia em descobrirmos, de forma lúdica, o verdadeiro significado de “sair do sofá” e adquirirmos a capacidade de, tal como os Reis Magos, sair do nosso conforto e ir adorar o Salvador. 

Depois deste momento formativo, tivemos um tempo de reflexão sobre a simbologia da estrela (Estrela vs estrelas). O que é uma estrela? Como é que podemos ver as estrelas? Que estrelas brilham no mundo de hoje? Que estrelas seguimos? E tudo isto foi relacionado com a vida concreta dos jovens que hoje em dia se deparam com milhares de estrelas no Instagram, no desporto, na música, etc. Toda esta reflexão fez-nos pensar que nem sempre damos o devido valor às estrelas que nos orientam pelos bons caminhos (família, comunidade paroquial, etc) e até nos esquecemos de olhar para a melhor Estrela que é Jesus. Desta forma, fomos preparados para fazer silêncio e meditar individualmente em algumas questões pertinentes (Via Stellae vs Via rápida).

Antes de irmos almoçar, a equipa do DDPJ propôs que cantássemos uma nova versão de uma música do Rui Veloso (Não há estrelas no céus vs Afinal há uma). Na verdade, os dias são escuros e até há quem diga (e cante) que não há estrelas no Céu… mas, para nós jovens cristãos, há esperança. É precisamente nos momentos de maior escuridão que olhamos para o alto e lá encontramos a Luz que nos guia pelo caminho certo.

Após o almoço e algum tempo de convívio, construímos um pequeno ‘suporte de velas’ para levarmos para nossas casas. Esta recordação estava, espantosamente, relacionada com os Encontros de Preparação para o Natal realizados em 2016 e 2017. Juntando a tenda de 2016 com a manjedoura de 2017, formou-se o símbolo deste ano: a estrela. Na Oração de Envio também recebemos uma vela que vamos acender na noite de Natal.

No final do encontro recebemos a bênção do Senhor e regressámos para nossas casas.

Em nome dos jovens presentes nos Encontro de Preparação para o Natal, agradecemos à equipa do DDPJ de Lamego por nos mostrar a Estrela que é Jesus. Certamente, depois deste encontro vamos procurar “Seguir a Estrela” e apresentá-la a todos aqueles que ainda a não conhecem!

“Não descobriremos a estrela que brilha para nós enquanto não levantarmos os olhos das coisas rasteiras; não seremos capazes de a seguir enquanto não caminharmos de noite; não nos poremos a caminho enquanto não deixarmos para trás o conforto dos nossos palácios interiores; e não abriremos o caminho que nos leva ao Presépio enquanto não dermos um passo após o outro, fazendo a vontade de Deus com simplicidade, gesto a gesto, dia a dia.
Dá-nos, Senhor, a graça de nos pormos hoje mesmo a caminho, como todo o povo bíblico, para Te podermos adorar!”

 

João Patrício, SML
in Voz de Lamego, ano 89/04, n.º 4490, 18 de dezembro de 2018

In Memoriam D. António Francisco dos Santos

No passado dia 8 pelas 16h30, nas instalações da santa Casa da Misericórdia em Cinfães, presidiu à abertura da Exposição “IN MEMORIAM D. ANTÓNIO FRANCISCO DOS SANTOS” o Sr. D. António Couto, bispo de Lamego. Um número elevado de pessoas marcaram presença, oriundas não só de Tendais e outras freguesias de Cinfães, mas também vindas do Porto e Aveiro, entre outros lugares.
 Após uma visita aos quadros e esculturas expostos, teve lugar a sessão de abertura na qual tomaram a palavra a escultora Helena Fortunato, que organizou esta exposição em conjunto com o escultor Bruno Marques, o Sr. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Cinfães, que acolheu esta iniciativa e o Sr. D. António Couto, bispo de Lamego.

A introduzir e fechar a sessão ocorreu um momento musical. Na abertura a entoação exímia de duas peças do Barroco pela cantora Eunice Aguiar, com acompanhamento instrumental em Teorba por Pedro Martins. A concluir, e pela mesma artista, a Avé Maria de Schubert, acompanhada ao piano por Isabel Santos. A encerrar a abertura desta exposição foi servido um Porto de Honra pela estalagem Douro Hotel Porto Antigo.

A exposição está aberta até 30 de Abril. Como forma de revelar um pouquinho a riqueza da mesma, sublinhando que vale bem a pena uma visita atenta à mesma, ficam os seguintes testemunhos extraídos do catálogo desta mesma exposição.

“Apraz-me saber que tantas mãos, mentes e corações se juntaram para mostrar o seu ângulo de leitura ou ponto de vista, ou melhor ainda, «ponto de vida» de Dom António Francisco. É seguro que nos dias que Deus lhe deu soube lavrar e semear este chão de mais bondade. O por fazer é com Deus e continua a ser também connosco. Por isso cada retrato, cada traço fisionómico, cada sulco de tinta hoje vindo à luz, sendo um pequeno sinal, é um imenso discurso de luz e de amizade, de verdade, que nos põe a recitar a história inteira desde o princípio e de outra maneira. Obrigado, amigos. Mantende-vos unidos, e continuai a semear mais e mais grãos de Bem, Belo e Bom”   (D. António Couto, bispo de Lamego).

“Dom António Francisco dos Santos era uma pessoa extraordinária, de uma bondade sem limites, principalmente para os mais necessitados. Muito inteligente, culto, afetuoso, brilhante e transparente… eu fui uma privilegiada e aqui deixo esta eterna ‘memória agradecida’ e, ‘movida pelo Amor de Deus’, tentarei ser digna de dar continuidade ao seu inesquecível legado de amor”  (Escultora Helena Fortunato).

“É com emoção que toda a comunidade manifesta grande alegria por poder prestar o justo tributo a este cinfanense sempre atento e próximo das suas gentes… dedicava-se inteiramente aos outros, a todos tratava pelo nome, conhecia as famílias, suas ocupações e suas preocupações. Dom António foi e é um exemplo de grande humanidade… será sempre um exemplo inspirador de disponibilidade para servir sem se servir, de rigor e exigência consigo próprio e indulgência com o próximo” (Provedor da Santa Casa da Misericórdia).

 

Caminhando com D. António Francisco dos Santos

No dia 9 do corrente mês, pelas 13h00, começavam a reunir-se em frente da Igreja Matriz de Cinfães os participantes na caminhada que terminaria no monumento dedicado à vida e missão do Sr. D. António Francisco, localizado no parque adjacente à Matriz de Tendais. Mais de meia centena de pessoas, provenientes de diferentes partes do concelho e do país, quiseram marcar presença. Pelas 14h15 partíamos pelo caminho municipal que passa ao lado da Casa da Cultura, até à casa amarela em Travassos.

Atravessada a estrada nacional, retomávamos o caminho público prosseguindo pela estrada municipal que passa em Açoreira, Vila de Muros e Valverde. No Urgal, e antes de entrar na estrada nacional, retomou-se o caminho pedestre que passa no Outeiro e Fundo de Vila, em Meridãos, chegando ao monumento dedicado ao Sr. D. António pelas 16h45. Os cerca de 13Km percorridos permitiram conhecer um pouco os percursos feitos a pé pelo Sr. D. António para ir à sede do seu concelho, bem como para apanhar o autocarro que então fazia a carreira entre a estação da CP em Mosteirô e a cidade de Lamego, passando pelo Seminário de Nª Sª de Lurdes em Resende.

Era visível a alegria e o espírito de confraternização que unia os participantes, de diferentes níveis etários, tendo o mais idoso 87 anos e que caminhou sempre entre os primeiros.

A terminar um breve momento de oração. O sino da matriz tocava às Trindades. De mãos dadas os presentes rezaram a oração que Jesus ensinou e as três Avé Marias. Estávamos fisicamente cansados, mas interiormente renovados.
Chegara o momento do regresso a casa. Partíamos depois de invocar a bênção de Deus e ter recordado as palavras que seguem proferidas pelo Sr. D. António em tempo de advento “Precisamos, hoje como outrora, de homens serenos, construtores da paz, profetas da alegria, capazes de abrirem caminhos de reconciliação e de misericórdia entre irmãos e de trabalharem pacientemente para que germinem na Humanidade, a bondade e a paz ( Is 61, 1-11).”



Pe. Adriano Alberto Pereira, in Voz de Lamego, ano 89/04, n.º 4490, 18 de dezembro de 2018

A paróquia de Nossa Senhora do Pranto do Aveloso, no passado domingo, dia 9, vestiu-se de festa para receber a visita  pastoral do nosso bispo, D. António Couto.

Em terra de músicos, foi bonito sentir toda a gente afinada pelas mesmas notas dessa música sempre nova que é o Evangelho.
Do mais novo ao mais velhinho, num dia que parecia de primavera, todos esperaram a chegada do pastor na rua e o receberam com muita alegria, expressa na entrega de belas rosas brancas, por parte dos 11 jovens avelosenses que, de seguida, iriam receber o Crisma.

Passou-se à celebração da Eucaristia, na qual, cerca de 30 pessoas quiseram ainda receber a Santa Unção. O senhor bispo agradeceu a todos por tudo, especialmente aos dois jovens párocos, Francisco Marques e Carlos Carvalho. Este último, num pequeno discurso introdutório, lembrou que o Aveloso, terra devota a S.Brás, tinha sido, em tempos, local de férias do Bispo de Lamego, escolhido provavelmente pela beleza das encostas solarengas, a abundante caça que ali existia e a grande variedade de árvores de fruto que lá se dão.
Naquele clima de amizade, D. António lançou o repto a que sejamos como S. João Batista, que nos esvaziemos e façamos silêncio, tal como acontece no deserto, para que dentro de nós possa haver espaço para o Espírito de Deus nos percorrer e encher.

No fim, neste âmbito da caminhada para o Natal, foi entregue ao senhor bispo um pequeno presépio, de estilo contemporâneo, em cristal.
Houve ainda tempo para uma rumagem ao cemitério, onde se lembraram todos os avelosenses que já se encontram junto de Deus. Aí se aspergiu um pouco de água benta como sinal do batismo comum a todos, vivos e defuntos, que nos mantém sempre dentro do alcance de Deus.

Com a hora já avançada, houve tempo para o almoço onde, com o senhor bispo, estiveram alguns padres de paróquias vizinhas.

A visita pastoral à zona da Mêda terminou assim, naquele domingo, no Aveloso.


Diác. Diogo Martinho, in Voz de Lamego, ano 89/03, n.º 4489, 11 de dezembro de 2018

No passado dia 9 de dezembro de 2018, a comunidade do Seminário de Lamego, juntamente com as irmãs da Congregação das Filhas de São Camilo (Irmãs Liliana e Natalie) e uma leiga (Mariana), participaram numa ação vocacional na paróquia de São Cristóvão de Nogueira da zona pastoral de Cinfães, que tem como seu pastor o Pe. Vítor Taveira.

Nesse Domingo, os seminaristas e as irmãs iniciaram as suas atividades com uma catequese vocacional. Na catequese, os seminaristas fizeram uma breve apresentação do Seminário, com um pequeno testemunho de vida de Seminário, do seminarista José Miguel que nos falou um pouco da sua vinda para o Seminário e da sua relação com o mesmo.

De seguida as irmãs fizeram também uma catequese explicando assim a sua congregação, para que no futuro possa existir alguém a fazer parte da sua congregação e abordaram as obras de misericórdia.

Terminada a catequese, participámos no momento mais importante do nosso dia, a celebração da Eucaristia, durante a qual o seminarista Celestino apresentou um breve testemunho, relatando assim a sua vida no Seminário, relacionando essa mesma com os textos bíblicos que eram apresentados neste II Domingo do Advento. Contudo, escutámos também o testemunho de uma irmã da Congregação das Filhas de São Camilo, que nos fascinou com a sua belíssima história de vida.

No final da Eucaristia, tivemos o almoço com o reverendíssimo pároco Vítor Taveira, com o Marco Cardoso (leigo em formação para diaconado permanente) e sua Família, e com a senhora Jacinta e a sua filha Maria João aos quais agradecemos a disponibilidade e generosidade com que nos acolheram e prepararam o almoço.

O nosso muito obrigado!

Tiago Fonseca, Seminarista, 12.º Ano
in Voz de Lamego, ano 89/03, n.º 4489, 11 de dezembro de 2018

No âmbito da “Operação 10 Milhões de Estrelas – um Gesto pela Paz”, na passada sexta-feira, dia 7 de Dezembro, de 2018, conforme estava previsto no Plano Pastoral da nossa Diocese, realizou-se na Paróquia da Mêda, uma Caminhada da Luz pela Paz.

A Caminhada teve início na Capela do Senhor Bom Jesus dos Passos, numa cerimónia presidida pelos Rev. Padres Luís Rafael, Basílio de Assunção Firmino, Jorge Dias e o recém-ordenado Diácono Diogo Martinho, com um momento de explicação sobre a temática da caminhada, seguida de uma Oração de início da mesma. Partiu-se de seguida em direção à Igreja Matriz, pelas ruas locais, rezando o terço e entoando alguns cânticos em louvor de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Apesar da noite fria, a luz das velas e o calor que abraçava os nossos corações eram o reflexo do nosso sentir da razão pela qual ali estávamos – Rezar pela Paz no Mundo. 

Ao chegarmos à Igreja Matriz procedeu-se à celebração da Eucaristia pela Paz, na qual todos participámos com devoção, com emoção e com persistência no pedido de intercessão de Nossa Senhora junto de Deus para iluminar todos os governantes e demais responsáveis, no sentido de envidarem todos os seus esforços par porem termo à guerra e demais violência que grassa em muitos lugares do Globo Terrestre.

No final da Eucaristia, com a Igreja cheia de paroquianos e jovens que animaram a Eucaristia com belíssimos Cânticos e após a bênção final, regressámos a casa mais reconfortados, pois sentimos que os momentos de Oração que vivemos naquela noite foram mais um apelo à PAZ e à Esperança num mundo melhor, mais unido e num desejo que a Luz do Natal que se aproxima nos torne Cristãos cada vez mais responsáveis e conscientes da nossa Missão de irmos ao encontro de Jesus e Seu constante desejo de cuidarmos dos nossos irmãos e da Sua Casa.

Na Noite de 24 de Dezembro, Noite de Natal, acendamos uma Vela pela Paz!
Ajudemos a Iluminar o Mundo.


Cáritas Diocesana de Lamego | Departamento Diocesano da Pastoral dos Jovens,
in Voz de Lamego, ano 89/03, n.º 4489, 11 de dezembro de 2018

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

 

1. Amados irmãos e irmãs, convido-vos, em primeiro lugar, a sentir e a consentir, com emocionada alegria, o facto de as Igrejas do Oriente e do Ocidente, embora tantas vezes divididas entre si, estarem hoje, dia 8 de dezembro, unidas em maravilhosa harmonia para celebrar a Mãe de Deus no singular privilégio da Conceição Imaculada da sua humanidade, nove meses antes do seu Nascimento ou Natividade, que jubilosamente celebraremos no dia 8 de Setembro.

2. É bom e belo sabermos e sentirmos que hoje estamos em comunhão e sintonia com essas Igrejas sofridas e doridas do Oriente, nossas irmãs queridas, que sempre dedicaram à Mãe de Deus um muito particular carinho traduzido em tempo dado à Mãe de Deus e nossa Mãe. Só quem ama tem tempo, e até o inventa, se necessário. É assim que os Coptos dedicam a Maria o mês inteiro de dezembro, e os Caldeus, os Antioquenos e os Maronitas celebram, também nesta altura do ano, e durante pelo menos quatro Domingos, o tempo da «Anunciação» ou «Evangelização», que é a Vinda de Deus ao nosso mundo, em catadupa, dia após dia, para abrir as trincheiras dos nossos engessados e empedrados corações, e fazer nascer em nós um mundo novo, aberto, encantado e feliz, um canteiro de rosas perfumadas, suave perfume que até Deus se eleva. É o que literalmente significa Nazaré, cidade das flores, cidade florida e florescida, pois Nazaré deriva etimologicamente de natsar [= florescer]. E é assim que Maria é também, retomando e consumando o filão de beleza que atravessa o Antigo Testamento, a cidade florescida e fruticada, e não apenas fortificada, de Deus descida, desposada, terra não abandonada.

3. «Onde estás?», pergunta o Deus-que-Vem por amor ao encontro da sua criatura dileta (Génesis 3,9). «Tive medo e escondi-me», responde Adam e respondemos nós também com ele, amedrontados e fugidos, perdidos, ensonados e desorientados (Génesis 3,10; ver também Génesis 3,24; 4,16; 11,2).

4. Adam tem medo de Deus e esconde-se de Deus. Quem é este Adam que tem medo de Deus e de Deus se esconde? É o epónimo ou pai da humanidade, mas é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, a humanidade inteira, que ele representa e que nele se revê. Somos nós também, portanto. Com a agravante de que nós, não apenas nos escondemos de Deus, como vamos ainda escondendo Deus, retirando-o da família, da escola, do espaço público! E, portanto, esta história de Adam não é uma história inocente e anódina. Envolve-nos, implica-nos, significa-nos, tem a ver connosco. Enxerto, por isso, aqui uma pequena, mas significativa história direta e incisiva, que contam os mestres judeus. Estava, contam eles, o Rabino Shneur Zalman (1745-1812) preso em São Petersburgo, quando entrou na sua cela o comandante da guarda, que se pôs a conversar com ele sobre assuntos diversos. No final, perguntou, com não-disfarçada ironia, ao velho Rabino: «Olha lá, como é que se deve interpretar que o Deus Omnisciente pergunte a Adam: “Onde estás?”». E o velho Rabino respondeu de pronto: «Você acredita que a Escritura é eterna e que diz respeito a todos os tempos, a todas as gerações e a todas as pessoas?». «Sim, acredito», respondeu o comandante da guarda. «Então», continuou o velho Rabino, «em cada tempo Deus pergunta a cada homem: “Onde estás no teu mundo? Dos dias e dos anos que Eu te dei, já passaram muitos. Entretanto, até onde é que tu chegaste no teu mundo?”. Deus disse, por exemplo, adianta o Rabino: “Vê, já há 46 anos que andas aqui. Onde te encontras?”». Ao ouvir o número exato dos seus anos, o comandante sentiu dificuldade em controlar-se, pôs a mão no ombro do Rabino, e exclamou: «Bravo, bravo!». Mas o seu coração tremia.

5. Quando pressentimos que Deus está aqui, não nos resta senão estremecer, não de medo, mas de emoção, de modo a sentir que são abalados os nossos fundamentos, as nossas costumeiras maneiras de fazer. Assim Maria, Mãe de Deus e Nossa Mãe e Padroeira Principal de Portugal, quando visitada por Deus, estremece de alegria, e pronuncia aquele imenso SIM, que ainda hoje ecoa nesta Catedral e abalroa os nossos corações, rebentando as nossas posições.

6. Que belo foi quando, nas escavações levadas a cabo em meados do séc. XX, antes da grandiosa construção da atual Basílica da Anunciação, em Nazaré, inaugurada em 25 de março de 1969, se descobriram os majestosos pilares de uma velha Catedral, datada de 1099, bem como o pavimento em mosaico de uma bela igreja bizantina, que pode ser datada do ano 450. Mas mais belo ainda é descer mais fundo ainda, até às entranhas da atual Basílica, e aceder à Gruta da Anunciação, sob cujo altar se lê a inscrição Verbum caro hic factum est [«Aqui o Verbo se fez carne»], e a outros lugares de culto antigos, talvez já do século II, e ver numa grafite antiga a gravação XE MAPIA, abreviação de Chaîre Maria, a primeira Ave-Maria da história!

Senhora de dezembro,
Maria, minha Mãe,
Passa hoje o dia
Da tua Imaculada Conceição.

Senhora de dezembro,
Dos dias frios e frágeis,
Dos passos firmes e ágeis,
Do coração que velava
À espera de quem te amava.

Assim te entregaste a Deus,
De coração inteiro,
Como um tinteiro
Todo derramado numa página.

Tu és a mais bela página de Deus,
Por Deus pensada, amada, visitada,
A Deus doada, apresentada, dedicada,
Mãe da vida consagrada,
Imaculada,
Ensina-me a tua tabuada,
A tua alegria nunca programada,
A luz do Evangelho que te aquece e alumia.

Eu te saúdo, Maria,
Neste dia da tua Imaculada Conceição.
Ave-Maria.



Lamego, 08 de dezembro de 2018, Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria

+ António, vosso bispo e irmão

Esteve entre nós, em Visita Pastoral, nos dias 30 de novembro e 1 e 2 de dezembro, o Bispo da nossa diocese de Lamego, o senhor D. António Couto.
No dia 30 de novembro, pelas 17 horas, o senhor Bispo foi recebido pela presidente de Junta de Freguesia e pelo nosso pároco na sede da Junta de Freguesia, que visitou, passando depois pela capela mortuária e pelo Museu do Azeite (antiga azenha). Perto das 18 horas, já com a presença de alguns paroquianos que se juntaram ao senhor Bispo no espaço do Museu, seguiu para a Igreja Matriz onde celebrou Eucaristia de sufrágio pelos benfeitores da paróquia e administrou o sacramento da Santa Unção aos que assim o entenderam.
No mesmo dia, pelas 21 horas, o Senhor Bispo reuniu ainda com os jovens crismandos, explicando-lhes, numa belíssima catequese, o significado deste sacramento, as suas partes fundamentais e as exigências que ele trazia a cada um deles.

No dia 1 de dezembro, pelas 11 horas da manhã, visitou a pequena comunidade de Bebeses, capelania anexa da paróquia de Póvoa de Penela. Possivelmente, esta foi a primeira vez que um bispo visitou esta comunidade, que o recebeu com grande alegria. Durante a celebração da Eucaristia, foram benzidos o novo altar de celebração e o ambão, tendo o senhor Bispo explicado à comunidade, o sentido desta bênção e o significado da mesa da Palavra e da Eucaristia.
Quiseram os cristãos, desta pequena comunidade, despedir-se do senhor Bispo, com um pequeno, mas simbólico lanche, com algumas iguarias da terra, animado pelo som de uma concertina.
Ao longo deste dia, na sede paroquial, os jovens crismandos, seus pais e os membros do grupo coral paroquial, prepararam e ornamentaram a igreja de modo que tudo estivesse como os seus corações: em festa e júbilo.
No dia 2 de dezembro, bem cedo, já a comunidade paroquial de Póvoa de Penela se encontrava no adro da igreja para acabar os preparativos para a receção ao seu pastor, decorando o adro com flores e verdura.
Por volta das 11 horas da manhã, chegou o senhor Bispo à comunidade paroquial. Foi recebido junto ao Museu do Azeite, pelo nosso pároco, a presidente da Junta de Freguesia, o presidente da Câmara Municipal de Penedono, pelos jovens crismandos e restante a comunidade paroquial.

Um dos crismandos saudou o senhor bispo, dando-lhe as boas vindas com alegria, entusiasmo e esperança pelos frutos da sua visita e pela administração do Sacramento do Crisma.
Cantando “Bendito o que vem em nome do Senhor”, dirigimo-nos para a Igreja Matriz em procissão, para a celebração da Eucaristia, ponto central desta visita pastoral.
Foi com cânticos simples, mas cheios de simbolismo e mensagem, que o nosso grupo coral animou a Eucaristia do 1.º Domingo de Advento.

Na homilia, o senhor Bispo relembrou à comunidade que do Amor de Deus por nós é maternal e que Deus nos ama sempre como nosso Pai, pedindo a todos para serem sempre seus rebentos tenros, que nos deixemos moldar mas mãos de Deus.
Após a homilia, o senhor Bispo conferiu Crisma a 4 jovens, pedindo a toda a comunidade presente que rezasse por eles, para que os dons do Espírito Santo pudessem neles atuar ao longo de toda a vida.  
Depois do momento de ação de graças, os jovens crismandos, dirigiram uma palavra de agradecimento ao senhor padre Luciano Moreira, nosso pároco há 12 anos, pela sua dedicação e prometeram não desaparecer da Igreja, ajudando sempre no que fosse preciso. Ofereceram um ramo de flores ao senhor Bispo. O nosso pároco agradeceu em nome de toda a comunidade e das autoridades presentes a visita de D. António Couto.
A comunidade paroquial de Póvoa de Penela, sendo uma comunidade que vive da agricultura, quis oferecer ao senhor Bispo os melhores frutos que a sua terra produz: amêndoas, azeite, vinho, castanhas, abóboras, figos, nozes etc.

Esta Visita Pastoral foi uma graça e bênção para toda comunidade paroquial de Póvoa de Penela, que ficou com o coração a transbordar de alegria, pela simplicidade do senhor Bispo e pela mensagem que lhe trouxe. Que a Virgem e Mártir Santa Margarida, nossa padroeira, o ajude sempre no seu caminho, obrigado, Sr. D. António Couto.


Flávia Amaral – Grupo Coral Paroquial
in Voz de Lamego, ano 89/02, n.º 8, 4 de dezembro de 2018

Iniciou-se no dia 28 de novembro, pela manhã, a Visita Pastoral à Paróquia de Nossa Senhora do Pranto de Penela da Beira, do Bispo de Lamego, D. António Couto, com a visita ao Lar de Nossa Senhora do Bom Sucesso, da Santa Casa da Misericórdia de Penela da Beira.
Ali chegado com o pároco de Penela da Beira, recebeu os cumprimentos do senhor Provedor, membros da direção, funcionários, irmãos e presidente da Câmara Municipal de Penedono. Depois de visitar as instalações do Lar, celebrou Eucaristia, animada pelos utentes e funcionários da instituição, administrando a Santa Unção a todos aqueles que entenderam. 

No final do almoço, partilhado com os presentes, quiseram os utentes do Lar, brindar o Sr. Bispo com duas canções e a oferta de alguns dos seus trabalhos manuais.
A meio da tarde, depois de ter percorrido as principais ruas da antiga vila de Penela da Beira, o Sr. Bispo visitou a Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, que tem como principal missão receber e comercializar aquele que é por excelência o fruto da região: a castanha. Guiado por um dos seus técnicos e pelo presidente da direção da Cooperativa Agrícola, foi explicado ao senhor Bispo a missão e funcionamento da mesma, desde a entrega da castanha pelos agricultores, à sua seleção e calibragem, embalamento e processo de comercialização para os 4 cantos do mundo.

De seguida, visitou, com admiração o dólmen/capela de Nossa Senhora do Monte, classificado como monumento nacional. O Sr. Bispo ficou maravilhado com este monumento que encerra, pela sua localização, a ambiência que o circunda e o silêncio em perfeita sintonia com a natureza.
Na capela de Nossa Senhora da Piedade, local de grande devoção das gentes de Penela da Beira, foi recebido por alguns dos mordomos da sua festividade.
Pelas 18 horas da tarde, presidiu na Igreja Matriz à Eucaristia de sufrágio pelos benfeitores da paróquia e administrou o sacramento da Santa Unção a todos aqueles que assim o entenderam, depois de conveniente reflexão sobre este Sacramento. No final da Eucaristia, o senhor bispo pôde conhecer melhor a Igreja Matriz, tendo como guia o nosso pároco, que lhe traçou em breves minutos a história da mesma e lhe deu a conhecer algumas das obras e melhoramentos realizados nas últimas décadas e lhe mostrou as principais imagens devocionais e objetos litúrgicos.

No dia 30 de novembro, pelas 21 horas, como forma de completar a preparação já realizada anteriormente, o senhor Bispo encontrou-se com um grupo de jovens crismandos das paróquias de Penela da Beira, Póvoa de Penela e Aveloso, na capela do Mártir São Sebastião. Momento enriquecedor e de grande entusiasmo para todos os presentes, pelas sábias e reconfortantes palavras do senhor Bispo sobre o sacramento do Crisma.
O dia 1 de dezembro acordou ensolarado, mas bastante frio, como é típico destas terras nesta altura do ano. Sem medo do frio, depois de terem preparado a Igreja Matriz e o adro com uma passadeira de tons outonais, a comunidade paroquial congregou-se junto da Capela do Mártir São Sebastião, para ali receber o senhor Bispo, que vinha novamente para celebrar Eucaristia e conferir o sacramento do Crisma a 5 jovens.
Por volta das 14 horas, aquando à sua chegada, o povo cantou “Salvé, Salvé Eleito de Cristo”, sendo cumprimentado pelo nosso pároco, o Pe. Luciano Moreira, o senhor Presidente da Câmara Municipal de Penedono e o Presidente da Junta de Freguesia de Penela da Beira. A jovem Inês, que neste dia ia ser crismada, de uma forma muito simples, deu as boas vindas a D. António Couto e manifestou-lhe a gratidão dos crismandos e da comunidade.
Seguiu-se a celebração da Eucaristia, com a liturgia do 1º Domingo do Advento, solenizada pelo grupo coral paroquial que se preparou devidamente para a celebração e com os altares belissimamente engalanados com flores, como o dia merecia.
No final da homilia, o Sr. Bispo conferiu o Crisma a 5 jovens da paróquia.

Terminada a Eucaristia, seguiu-se a visita ao cemitério e nem o frio fez desistir os fiéis que acompanharam o seu Pastor, para ali, em comunhão com todos os Santos, rezarem pelos entes queridos que já partiram.
E foi assim, num ambiente de simplicidade, alegria, festa e encontro, que decorreu a Visita Pastoral do nosso Bispo D. António Couto, à paróquia de Penela da Beira.
Obrigado ao Pe. Luciano Moreira, pela dedicação pastoral em prol desta pequena comunidade paroquial; obrigado Sr. Bispo D. António Couto pela sua visita e pelas palavras que nos deixou de fé, de alento e de esperança.

 

Maria José Neto, in Voz de Lamego, ano 89/02, n.º 8, 4 de dezembro de 2018

Recoleção de Advento  

Cerca de duas dezenas de sacerdotes reuniram-se, na manhã do último dia de novembro, no Seminário de Lamego, para um tempo de meditação, de oração e de encontro. Tratou-se de mais uma manhã de recoleção, no seguimento do que, em tempos, foi sugerido num conselho de presbíteros. E se é verdade que haveria lugar para muitos mais, importa divulgar a iniciativa, valorizar quem esteve e esperar que outros se sintam motivados a participar em futuras recoleções.

Para orientar a meditação inicial foi convidado o Padre Justino Lopes, pároco de Vila Nova de Paiva, Fráguas e Alhais, que, ao longo deste ano, celebrou bodas de ouro sacerdotais. Uma oportunidade para o escutar, como a um irmão mais velho que fala sobre realidades vividas e partilha reflexões.

Entre o muito que nos disse, falou de algumas virtudes do Padre, tais como a alegria, o humor, a paciência, a humildade, a gratidão, a humanidade… E não deixou de acrescentar algo sobre cada uma delas, em quadros que foi pintando, com a ajuda da Sagrada Escritura, das achegas de alguns autores lidos e, sobretudo, de experiências vividas ao longo da sua vida.

Sem conseguir referir tudo, aqui ficam algumas notas. Por exemplo, sobre o humor disse-nos que é algo de bom e que aproxima, já que implica “rir com alguém” e “para alguém”, ao contrário da ironia que será mais “rir de alguém”. E se a primeira situação denota elevação e aproxima, a segunda pode ofender e afastar.

A propósito da paciência, citou um autor (Pe. Mateo) que aconselhava todo o sacerdote a ter “um dedal de ciência, um barril de prudência e um oceano de paciência”. E a paciência deve incidir, em primeiro lugar, sobre o próprio sujeito, exercitando uma humilde perseverança que não ficará sem bons frutos.

Outro exemplo poderá vir da gratidão. Ser grato é um dever e nem sempre o Padre protagoniza tal virtude, esquecendo pessoas e instituições que o acompanharam, acolheram e prepararam para a vida e para a missão. Deus o exemplo de Jesus, sempre agradecido e em relação com o Pai, bem como a Eucaristia, ação de graças que o Senhor convida a perpetuar e de quem o sacerdote é ministro.

Por último, deixou também uma palavra e um apelo à formação permanente, lembrando que os meios de hoje permitem uma grande facilidade na aquisição de informação, mas que tal não significa uma adequada formação. Um padre que não se cultiva, que não lê, que se isola… pode desperdiçar oportunidades de crescimento e de valorização que muito o ajudariam humana e pastoralmente.

Após um tempo que alguns aproveitaram para o sacramento da Reconciliação, para conversar ou tomar um café, subimos à capela e, diante do Santíssimo, cada um teve tempo para orar, dar graças, suplicar… Depois recitámos a Hora Intermédia e recebemos a Bênção do Santíssimo.

O encontro terminou com o almoço e o regresso de cada um aos seus espaços pastorais e ocupações, renovados pela partilha com os irmãos sacerdotes e, sobretudo, com o encontro com Senhor que os envia para semear e a preparar a Sua vinda.


Pe. Joaquim Dionísio,
in Voz de Lamego, ano 89/02, n.º 8, 4 de dezembro de 2018

No passado dia 29 de novembro, Mons. Germano Lopes celebrou os seus 75 anos de sacerdócio. Com efeito, foi no ano de 1943 que, juntamente com outros, o Padre Germano foi ordenado, na capela do Seminário de então, por D. Agostinho de Jesus e Sousa.

Atendendo ao facto assinalado no Anuário católico e enquanto seminaristas menores da nossa diocese, fomos fazer-lhe uma pequena visita ao Lar Filhas de S. Camilo, em Lamego, acompanhados pelo nosso reitor. Recorde-se que este sacerdote é o que conta mais anos no presbitério de Lamego: celebrou agora 75 anos de sacerdócio e celebrará, no próximo dia 20 de fevereiro, 98 anos de idade. Parabéns, Monsenhor!

Nesse pequeno encontro tivemos a oportunidade de dar os parabéns ao padre Germano por esta grande marca atingida na sua vida e falar um pouco dos acontecimentos que ficaram marcadas ao longo da sua vida. Também tivemos a oportunidade de estar com o senhor Padre Domingos Pereira, capelão daquela instituição, conversando e fazendo-lhe um pouco de companhia.

Da nossa parte, confessamos que são sempre importantes estes momentos vividos com os sacerdotes mais velho devido a serem exemplos a seguir.

José Miguel, in Voz de Lamego, ano 89/02, n.º 8, 4 de dezembro de 2018

No fim de semana de 24 e 25 de novembro, os seminaristas Ricardo do IIº Ano de Teologia, João Patrício e Tiago Torres do Iº Ano de Teologia, em conjunto com o seminarista Tiago Fonseca do 12º Ano e os pré-seminaristas Francisco, de Gosende, António, de Santiago de Piães e o Henrique, de Tarouquela, juntamente com o Padre Bráulio dirigiram-se até as paróquias de Souselo, Espadanedo e Tarouquela.

No sábado, na paróquia de Souselo, foram recebidos com umas calorosas boas vindas por parte do pároco, Pe. António Morgado, mas os seminaristas estavam ansiosos por ver as crianças da catequese com esperança de cativar os jovens.

Os seminaristas dividiram-se em 3 grupos por outros tantos grupos de catequese.
Almoçámos com os párocos da Zona Pastoral de Cinfães, apreciando os dotes culinários da Sra. Sam.

Prosseguimos para as paróquias de Tarouquela e Espadanedo. Admirável, em Tarouquela, 99 crianças, com as suas catequistas. A Eucaristia foi momento central do nosso dia. Na Eucaristia, o testemunho do seminarista Tiago Torres.

Seguimos para Espadanedo onde encontrámos um grupo igualmente fantástico, 98 jovens, com as suas catequistas e um grupo coral fantástico. Primeiro celebrámos a Eucaristia e de seguida estivemos com as crianças da catequese e com todos os fiéis que quiseram ficar para ouvir as nossas palavras.
Ao jantar, um arroz de aba preparado pelo senhor Alberto.

No Domingo, reiniciámos em Escamarão, na celebração da Santa Missa, na qual o seminarista mais novo, João Patrício, deu o seu testemunho. Belíssimo grupo coral constituído pelas crianças da catequese e por duas meninas irmãs que nos fizeram vibrar com as suas vozes harmoniosas.

Na Igreja Matriz de Souselo, participámos nas bodas de ouro de benfeitores locais, e os nossos corações continuaram a vibrar com as duas manas a Inês Castro e a Catarina Madureira, que nos aproximaram do Senhor através das suas vozes, inseridas no enorme grupo coral.

Depois da Eucaristia tivemos um almoço com os dois párocos e demos como terminado o nosso encontro. Agradecemos a generosidade destes paroquianos e seus párocos. Obrigado!

 

António Fernandes, Pré-Seminarista,
in Voz de Lamego, ano 89/01, n.º 4487, 27 de novembro de 2018

No passado dia 24 de novembro realizou-se, no Seminário Maior de Lamego, um encontro regional de formação da Pastoral Familiar, promovido pelo respetivo Departamento Nacional e que pretendia envolver os Departamentos/Secretariados da Pastoral Familiar das dioceses do Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança e Lamego, bem como os Movimentos de Família nelas existentes.
Trata-se de uma atividade que vem sendo realizada com regularidade nos últimos anos, com responsabilidade de organização rotativa (Vila Real, em 2016 e Bragança em 2017), e com os seguintes objetivos:

• Aprofundamento dos objetivos propostos quanto à implementação da Pastoral Familiar nas dioceses,
• Criar uma maior aproximação entre as dioceses e movimentos em causa;
• Perceber com mais pormenor o caminho trilhado por cada uma das dioceses e movimentos;
• Colher experiências;
• Apresentar propostas e sugerir caminhos;
• Motivar dinâmicas e suscitar o envolvimento;
• Aumentar a comunhão e o compromisso pastoral.

Integrada nestes trabalhos e aberta a todos os que nela quiseram participar, o nosso Bispo, D. António Couto, fez uma profunda reflexão em volta do tema “A questão do Amor”, que se constituiu numa  oportunidade rara de escutarmos a voz autorizada do nosso Pastor sobre um uma matéria tão pertinente num mundo complexo como o atual, tão esquecido de valores, mas chão de oportunidades também para o Amor.


Departamento Diocesano da Pastoral Familiar
in Voz de Lamego, ano 89/01, n.º 4487, 27 de novembro de 2018

Consagrado da Diocese de Lamego 
Chamado à Missão pelo nosso Bispo

Foi na manhã de sábado, dia 17 de novembro, que os religiosos da nossa diocese, dinamizados pela equipa da Conferência dos Consagrados CIRP/CNISP, se reuniram em formação, no Centro Apostólico de Nª Sª dos Remédios, em Lamego.
São objectivos desta equipa desenvolver as relações entre os diversos/religiosos existentes na zona e procurar incentivar a sua animação espiritual e, se necessário, a sua integração na pastoral de conjunto, segundo o plano da diocese.
Vindos de vários pontos da diocese, fomos acolhidos com toda a alegria pelas Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que muito fraternalmente nos receberam. Beneficiaram da formação, além destas Irmãs que nos acolheram, consagrados/as das seguintes instituições: Ordem de S. Bento, Filiação Cordimariana, Sociedade Missionária da Boa Nova, Discípulas de Nª Sª do Cenáculo, Filhas de S. Camilo, Servas de Maria e do Coração de Jesus e Servas de Nª Sª de Fátima.

Após rezarmos comunitariamente a Hora Intermédia, seguiu-se uma preleção do Sr. Bispo, D. António Couto, que começou por nos falar do particular valor profético que tem o testemunho alegre da gratuidade do Amor da Vida Consagrada a que o último Sínodo dos Bispos sobre os Jovens se referiu. A missão de muitos consagrados que cuidam dos últimos nas periferias do Mundo manifesta a dedicação de uma Igreja em saída. Por outro lado, o Sr. Bispo disse-nos que a partilha dos carismas dos diferentes Institutos de consagrados com os leigos constitui uma verdadeira riqueza e um grande recurso para o nosso tempo. Assim, a Vida Consagrada deve abrir-se aos leigos: o carisma de cada Instituto deve ser oferecido a todos aqueles que deles se aproximam.

Depois o Sr. Bispo centrou-se na temática do ano missionário. Eis um pouco do que nos disse:
O Papa Francisco quer motivar para a missão todo o povo e apela a que jamais nos seja roubado o entusiasmo missionário. Os Bispos portugueses, com a Nota Pastoral de 20.05.2018, “Todos, tudo e sempre em Missão” querem encher o país de dinamismo missionário.
É importante que a missão nos ocupe o tempo inteiro, que, quer os baptizados, quer as Comunidades eclesiais, se dediquem à missão, não de forma esporádica, limitada a alguns momentos – como último ponto de qualquer programação – mas como o paradigma. No empenho missionário nenhum meio pode ser poupado, nenhum baptizado pode ser dispensado. Esta firme decisão missionária deve impregnar todos os planos, todas as comunidades, deve ser a prioridade, a forma natural de ser cristão.

Vivendo hoje num Mundo com um ritmo acelerado de paganização, a Igreja não pode continuar com a catequesezinha destinada só aqueles que aparecem. Estamos a viver com os “aquecedores muito baixos”. Estamos a viver uma pastoral de manutenção para manter o que já está a rolar: é preciso e é urgente lançar-se com os pés, as entranhas e o coração a uma nova vaga de evangelização, para a qual são precisas pessoas convertidas, enamoradas, que digam como S. Paulo “Anunciar o Evangelho é uma necessidade que se me impõe desde fora: ai de mim, se não evangelizar” “Desde fora”, porque “desde Deus”. Acender o meu coração e, com o lume do meu coração, acender o coração do próximo.

Não sei se nós hoje somos muito provocadores ou as pessoas terão de nós uma ideia de sermos muito pacíficos. É que o Evangelho ou é notícia, ou deixa de ser Evangelho. Importa que a nossa vida seja “um despertador”, que acorde as pessoas.
Temos que levar a sério aquela advertência que Jesus nos faz: “Falta-te uma coisa: vai, vende tudo…” e “Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas, quando uma só é necessária”.

Após um intervalo em que foi possível vivermos momentos de confraternização, seguiu-se a eucaristia, na igreja do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, como culminar do nosso encontro e reenvio para a missão nas nossas Comunidades, enriquecidos/as, mais em comunhão uns/as com os outros e com a diocese, e mais seriamente motivados/as para uma profunda conversão pessoal e para uma nova vaga de evangelização.

 

Irmã Teresa Frias, Serva de Nª Sª de Fátima
in Voz de Lamego, ano 89/01, n.º 4487, 27 de novembro de 2018

No último domingo do Ano Litúrgico (25 de novembro) foi o “Dia D” na nossa Diocese de Lamego. Um dia cheio para a nossa diocese, pois convergiu nesse domingo três celebrações: a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo - Rei do Universo (Diaconocracia), o dia da Dedicação da nossa Igreja Catedral e a Ordenação Diaconal do seminarista Diogo Martinho. Esta celebração congregou diocesanos de diferentes comunidades paroquiais da nossa diocese. Teve a presença do clero diocesano de Lamego e de clero oriundo de outras dioceses como expressão de comunhão eclesial.

Nesse domingo a Igreja celebrou a Diaconocracia, o poder do serviço, foi esta realeza inédita que Jesus instituiu o reino do Rei-Diácono, o rei que segundo D. António Couto “reina a partir de dentro”. Sendo o momento mais propício para a nossa Diocese de Lamego, ser enriquecida com ministério diaconal conferido ao Diogo Dias Martinho, filho de Maria Olinda Dias Martinho e de Manuel dos Santos Martinho, membro da comunidade paroquial de S. Pedro de Gosende (Castro Daire). Encontra-se a realizar o seu estágio pastoral sob a orientação dos padres Carlos Carvalho e Francisco Marques, nas seguintes paróquias: São Miguel das Antas, Nossa Senhora do Pranto de Aveloso, Santa da Cruz de Beselga, Senhora da Assunção do Ourozinho, São João Batista da Prova, Santa Maria Madalena do Seixo e São João Batista de Sernancelhe. O nosso bispo exortou o Diogo para ter sempre presente esta forma inédita da realeza de Jesus. Neste dia de ordenação não se pode deixar de fazer uma referência às casas de formação dos nossos seminaristas: Seminário de Lamego e Seminário Interdiocesano de S. José, que acompanham os jovens ao longo do seu percurso vocacional.

No dia em que dedicamos uma vida para o serviço de Deus e do Seu Povo, também se celebrou a Dedicação da nossa Igreja Catedral que ocorreu a 20 de novembro (1776), mas que habitualmente é “diferido” para o domingo da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. 

Ao Diácono Diogo desejamos as melhores felicidades e pedimos a intercessão de S. Sebastião e St. Agostinho (nossos padroeiros diocesanos) diante de Jesus, Rei-Diácono, pelos bons frutos do seu ministério diaconal. Por fim, neste domingo cheio a nossa Diocese exultou de alegria.

 

Pe. Ângelo Santos, DDP Vocacional
in Voz de Lamego, ano 89/01, n.º 4487, 27 de novembro de 2018

BONDADE ORIGINAL, MANSA, TERNA, MATERNAL        

1. A nossa amada Igreja de Lamego assinala hoje a Dedicação desta Casa-mãe a Deus, nosso Pai, a quem foi solenemente entregue a 20 de novembro de 1776, após a realização de diversos lanços de obras. Mas já antes, desde tempos bem remotos, aqui se reuniam os seus filhos, aqui se dedicavam e entregavam a Deus, à escuta da sua Palavra, à fração do pão, à comunhão e à oração. Exulta, pois, Igreja de Lamego, mas lembra-te sempre que a Dedicação desta Casa-mãe a Deus, nosso Pai, reclama também de ti, hoje e sempre, dia após dia, a tua plena Dedicação a Deus. Por isso, aqui estamos hoje, festivamente reunidos como filhos e irmãos, para celebrar com a Igreja inteira a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, a que acresce hoje também a Ordenação Diaconal do Eleito Diogo Martinho, da Paróquia de S. Pedro de Gosende.

2. A «Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei», com esta denominação, foi instituída pelo Papa Pio XI, em 11 de Dezembro de 1925, com a Carta Encíclica Quas Primas. Os tempos apresentavam-se sombrios e turvos e os céus nublados como os de hoje, e Pio XI, homem de ação, que já tinha fundado a Ação Católica em 1922, instituiu então esta Festa com o intuito de promover a militância católica e ajudar a sociedade a revestir-se de valores e hábitos cristãos. A Festa de Cristo Rei era então celebrada no último Domingo de Outubro. A reorganização da Liturgia no pós Concílio passou esta Festa para o último Domingo do Ano Litúrgico, alterando-lhe a denominação para «Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo».

3. «O Senhor Reina». É assim que abre o Salmo 93, que hoje cantamos, e que deve continuar a ecoar na nossa alma. Não, não tem nada a ver com os reis que conhecemos, vestidos a rigor e coroados, e que dominam as nações com decretos, impostos e armas. Em linguagem bíblica, e em modo divino, reinar é salvar, justificar, perdoar, criar e recriar, coisas que só Deus sabe e pode fazer, sempre em nosso proveito.

4. É assim que a Liturgia deste Dia Solene nos apresenta um Rei novo, o único Rei que não reina desde fora, isto é, à força. É apresentado também como o Filho do Homem, logo identificado com Jesus Cristo, «Aquele-que-nos-ama». Se não reina desde fora, como os outros, com armas, decretos e impostos, então reina desde dentro, desde o coração, movendo com doçura e mansidão as cordas do nosso coração.

5. Claramente: este Rei novo e Filho do Homem remete para o Homem de Génesis 1, criado à imagem de Deus, a quem Deus confia o domínio manso e doce sobre toda a sua bela e boa criação. Sim, não é pela brutalidade, mas pela doçura da palavra, à imagem de Deus, que cria falando e não lutando, que o Homem de Génesis 1 deve exercer o domínio ou o reinado sobre toda a criação, cuidando dela com Amor e mantendo-a no estado de «bondade original», tal como Deus no-la entregou.

6. Este Homem bom de Génesis 1 atravessa a Escritura Santa, aparecendo à distância narrativa, já não como o Homem, mas como o Filho do Homem, a quem cabe a mesma missão do Homem de Génesis 1. Para se ter uma ideia, o Filho do Homem aparece no Livro de Ezequiel por 93 vezes, muitas vezes no Livro de Daniel, muitas vezes no Apocalipse, e atravessa os Evangelhos por 82 vezes. Aqui, nos Evangelhos, Filho do Homem é mesmo o modo como Jesus se diz a si mesmo. Então, verdadeiramente, o Filho do Homem, Jesus Cristo, Aquele-que-nos-ama, Rei manso e novo, está identificado, e identificada está a sua missão: Ele vem para amar, abraçar, sofrer, sorver, absolver e dissolver o poder da brutalidade que habita os impérios deste mundo, também o meu e o teu, não nos esqueçamos, assentes no poder, na ambição e na violência. Ele vem restabelecer aquele mundo da «bondade original», que nós transformámos em mundo imundo da «maldade original» ou «pecado original».

7. Face a este reinado manso e doce, todos os impérios caem e se pulverizam! É assim que sucumbem as bestas do Livro de Daniel, e também, não nos esqueçamos, queridos irmãos e irmãs, as bestas ferozes que há em nós, e que, como Caim, não falam manso e doce, nem sequer falam nem amam, mas trucidam, espezinham, comem e cospem o irmão ou os irmãos.

8. Pilatos face a Jesus: «Portanto, tu és Rei!». «Sim, sou Rei», responde Jesus, mas «o meu Reino não é deste mundo, não é daqui. Se o meu Reino fosse daqui, Pilatos, seria como o teu, e aí estariam os meus exércitos para me defender!». «Eu vim», diz Jesus, o Rei, o Filho do Homem, Aquele-que-nos-ama, «para dar testemunho da verdade». Entenda-se: para dar testemunho da mansidão, da confiança e da ternura, para ser neste mundo líquido, indiferente e insensível, um arrimo sólido que transpire e inspire bondade, beleza e confiança. Percebe-se tudo isto melhor se vos disser que, na língua hebraica, verdade se diz ՚emet, cuja etimologia remete para ՚em, que é como se diz «mãe» na língua hebraica.

9. Portanto, Jesus, Aquele-que-nos-ama, Rei, Filho do Homem, traz consigo uma cultura maternal, uma missão maternal, bondade e beleza original. Vem, Senhor Jesus! Alumia com a tua Luz nova as trevas, as pregas e as pedras do nosso empedrado, empedernido, engessado e alcatroado coração. Reina sobre nós, Salva-nos, Justifica-nos, Perdoa-nos, Recria-nos. Faz-nos outra vez à tua Imagem. Dissolve a besta brava que há em nós e que, à imagem de Caim, não fala, mas trucida, espezinha e come o outro. Hoje é o Dia da celebração de um amor novo e de uma nova ordem assente, não no poder, mas no amor manso e maternal.

10. Caríssimo Diogo Martinho, Eleito para a Ordem dos Diáconos, aí tens a missão bela e boa que, em nome do nosso Bom Deus, hoje te confio.

 

 

Lamego, 25 de novembro de 2018, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
+ António, vosso bispo e irmão

1O Milhões de Estrelas - Um Gesto pela Paz
A Cáritas, com o apoio da Conferência Episcopal Portuguesa, lança, pelo 16º ano consecutivo, a iniciativa "10 Milhões de Estrelas - Um Gesto pela Paz". Uma ação focada na vivência mais verdadeira dos valores humanos e cristãos da celebração do Natal. É neste espírito que se pretende ajudar as pessoas em situação de carência. Esta Operação arranca, dado o seu significado, no 2º Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco em 2017, para dar visibilidade aos pobres que exigem compromissos assumidos com determinação e verdade pelos poderes políticos e por cada cidadão, a nível pessoal e comunitário.

Ampliar o "grito" dos pobres é objetivo da missão da Cáritas: perante situações de desespero, vividas muitas vezes na solidão e na desilusão, é nossa missão responder e ser, para todos, uma oportunidade de esperança.
Para a Cáritas lançar esta iniciativa no Dia Mundial dos Pobres é uma forma de assumir o combate à pobreza na dimensão da justa partilha de bens, enaltecendo aqueles que são os seus protagonistas,por serem um exemplo de sobriedade, perseverança e coragem.

Para além das diversas atividades, durante os meses de novembro, dezembro e início de janeiro, todos os que quiserem juntar-se à Cáritas, participando na sua missão de estar ao lado dos mais frágeis, poderão adquirir uma vela, pelo valor de 1€, nas Cáritas diocesanas, escolas e paróquias aderentes e nas lojas Pingo Doce, que continua a ser parceiro desta ação.

Do total deverbas recolhidas 65% destina-se a apoiar a ação de Cáritas diocesana no seu trabalho de apoio às pessoas necessitadas. Os restantes 35% são canalizados para um projeto internacional. Este ano estaremos a ajudar a Cáritas da Venezuela, através do projeto "Nutrir com Esperançan que tem como objetivo garantir o acesso à saúde e apoio nutricional a crianças até aos 5 anos e mulheres em situação de gravidez de risco.
A Cáritas mantem ainda a parceria com o Corpo Nacional de Escutas, na celebração nacional da "Luz da Paz de Belém", que este ano se celebra na Diocese da Guarda. Os Escuteiros de diferentes países da Europa e de outros continentes distribuem a Luz da Paz, acesa todos os anos na Gruta da Natividade de Jesus, em Belém.

A rede nacional Cáritas é composta por 20 Cáritas diocesanas, que contam com o empenho de 1241 colaboradores profissionais e mais de 370 voluntários regulares. Todos empenhados no combate a qualquer forma de pobreza. No ano de 2017 a Cáritas respondeu, em todo o país, a 138 635 pessoas que apresentaram as mais diversas situações relacionadas, principalmente, com a falta de rendjmento, desemprego e necessidades de saúde. Respondemos a situações de emergência
internacional e apoiamos cerca de 30 mil pessoas. Estamos atentos e intervimos na denúncia de situações de injustiça que condicionam a dignidade humana.

Contamos com a ajuda da sua comunidade porque a participação de todos é fundamental para podermos "responder" e ajudar a "libertar", como nos lembra o Papa Francisco, «Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres» (Evangelii Gaudium, 187).

Com os melhores cumprimentos,

Semana dos Seminários 
Os seminaristas (menores) do Seminário de Lamego tiveram o prazer de receber ao longo desta semana vários sacerdotes: Pe. Vítor Carreira, Pe. Marcos Alvim, Pe. José Soares e Pe. Diamantino Alvaíde. Sacerdotes estes que foram muito gratos em apresentarem-nos com as suas belas palavras e os seus impressionantes testemunhos de vida. Com estes testemunhos ficamos de uma certa forma mais iluminados para descobrirmos a nossa vocação.
Contudo no Domingo dia 18 de novembro os seminaristas e pré-seminaristas juntamente com o Pe. Bráulio tiveram o privilégio de participar na Eucaristia no Mosteiro das Irmãs Dominicanas que ficaram muito contentes com a nossa visita. Terminada esta, os seminaristas e pré-seminaristas organizaram-se em grupos e foram a três paróquias: Almacave, Britiande e Sé. Nestas paróquias cada seminarista teve o privilégio de apresentarem os seus belos testemunhos que consistia no seu chamamento de ida para o seminário e na sua vocação.

Tiago Fonseca, 12º Ano SML


Magusto no Seminário
No passado dia 16 de novembro no Seminário de Lamego realizou-se a Eucaristia de Sufrágio pelos Bispos, membros das Equipas Formadoras, Professores, Funcionários e Benfeitores do nosso Seminário. Por volta das cinco horas e trinta minutos os seminaristas reuniram-se com o Reverendo Bispo D. António Couto para um encontro informal.
De seguida celebrou-se a Eucaristia presidida pelo nosso Bispo. O ponto alto desta celebração foi a investidura das alvas dos nossos colegas do primeiro ano de teologia (João Patrício e Tiago Torres), que certamente foi um momento de grande alegria e uma etapa da sua caminhada rumo ao sacerdócio.
Todos os pré-seminaristas e seminaristas (maiores e menores) puderam conviver no jantar festejando o magusto juntamente com o Bispo, sacerdotes e outros convidados.
A equipa formadora e seminaristas agradecem assim a comparência de todos os presentes e também as inúmeras orações pelos seminaristas e ajudas monetárias a reverter a favor do Seminário nesta semana em que somos lembrados nas paróquias da nossa Diocese.
Pedimos que não se esqueçam dos seminaristas e presbíteros nas vossas orações.

Celestino Ribeiro e José Ferreira, 10º Ano SML


Chegaram a Gosende…
Numa fresca tarde de outono, a comunidade do Seminário de Lamego (formadores, seminaristas e pré-seminaristas) visitou a comunidade paroquial de S. Pedro de Gosende. Desta comunidade paroquial é natural o seminarista Diogo Martinho que será ordenado diácono no próximo dia 25 de novembro. Os visitantes percorreram os vários caminhos daquela comunidade, cantando e anunciando a alegria do Evangelho. Em todas as casas acolheram-nos de forma fraterna e alegre. Pela noite realizou-se a Vigília de Oração pelos Seminários, momento particularmente vivido de forma intensa pelos membros daquela comunidade. Nesta Vigília participaram sacerdotes e leigos oriundos de outras comunidades paroquiais da nossa Diocese. O grupo de jovens “Luz do Montemuro” preparou os vários momentos com enorme dedicação e estima. Desde já a comunidade do Seminário felicita com alegria o empenho deste grupo na preparação dos momentos de convívio e da Vigília. Também uma palavra de gratidão para com o Pe. Diogo, pároco daquela comunidade, pela generosidade e disponibilidade para receber a comunidade do Seminário. Por fim, uma palavra de estima para com os habitantes da Serra do Montemuro que nos fizeram sentir em casa.

Pe. Ângelo Santos, DDPV,
in Voz de Lamego, ano 88/49, n.º 4486, 20 de novembro de 2018

Uma visita pastoral nunca se considerada terminada.  Em 2015 teve lugar a Visita Pastoral no arciprestado de Lamego.  Na mesma semana em mais duas paróquias. Impossível para uma paróquia linda nas encostas de Lamego, mas dispersa e muito desertificada como tantas ou mais do que outras da diocese.  Esperamos, pois a vinda do pastor é sempre benéfica para uma comunidade. O Pastor quer-se e quer também o nosso Bispo estar perto dos seus padres e do seu povo. O nosso Bispo gosta de estar perto no fiel cumprimento da sua missão.

É tão diferente quando olhamos alguém de soslaio ou na proximidade! A simplicidade do nosso Bispo contagiou o povo que o recebeu com muita alegria e carinho.
Que poderemos dizer dos trinta jovens que foram crismados que estiveram reunidos com ele na preparação?! Como o escutaram tão atentamente em linguagem simples, mas tão densa, tão direta, tão incisiva e tão próxima. Jovem entre os jovens! "Fiz-me tudo para todos! O dia 18 de Novembro, 33.º domingo?! Os textos da Liturgia em tom escatológico, parecem falar do fim dos tempos, mas eles, na voz do nosso Bispo abrem horizontes para uma nova etapa ainda não alcançada: O Senhor virá, o Filho do Homem sobre as nuvens. Aquele que é a Luz, exige que se apaguem todas as luzes porque não necessárias, para nos deixarmos envolver por essa luz de transfiguração que é Ele. Para que outras luzes que nos impedem de ver a Luz?! Precisamos da Luz do Espírito para que as estrelas cadentes  nos deixem envolver por essa luz que nos ilumina e faz de nós luzeiros num mundo  escurecido pela morte, pela dor, pela guerra, pela fome, pela injustiça e pela mentira. Venha essa Luz de verdade e de amor, que nos envolva na ternura de Deus que nos faz tão próximos e tão irmãos uns dos outros.

Só amor e por amor vale pena!...Esperamos que semente germine e de fruto!...Não esperamos pela chuva, semeamos e a terra germinará.
Jovem para jovens em gestos de desafio: junta ao teu zero o sinal de Deus e valerás milhões de estrelas cintilantes!...

Obrigado Senhor Bispo! Iremos continuar a VISITA PASTORAL INACABADA!...


Pe. Bouça Pires,
in Voz de Lamego, ano 88/49, n.º 4486, 20 de novembro de 2018

É muito aquilo que se" aprende" acerca de Deus em 10 anos de vida comunitária em seminário. Outro tanto se descobre acerca Dele no seio da família e na vida partilhada com verdadeiros amigos. De todos estes que elenquei até aqui, de uma forma ou de outra, fui percebendo diferentes pontos de vista com que é possível olhar o mesmo Deus. Porém, uma das formas mais belas de O olhar, e que sempre me fascinou, foi quando me apresentaram este Deus-Trindade como Aquele que cura. Pode parecer demasiado "batida" esta ideia, mas se dermos conta da nossa "estranha forma de vida" e quisermos ser sinceros, daremos conta de que poucas vezes somos reconhecidos como filhos de um Deus curador.

Quando precisamos de curar alguém que está ferido, pelo menos naquele momento estamos a dar prioridade a esse alguém sobre nós mesmos. Com Deus, que intrinsecamente é Aquele que cura, passa-se o mesmo. Portanto, para Deus somos constantemente mais importantes que Ele próprio, porque Ele assim quer. Não faria sentido todo o sofrimento da cruz se não fosse para ser curado na ressurreição. Nem faria sentido se não fosse para nos dar a cura para as chagas que, pelo pecado, temos. Foi no meio de todos estes e tantos outros pensamentos que surgiu à minha frente o lema que escolhi.

Afinal de contas, o que é um diácono? (Pergunta que várias pessoas, nos últimos meses me têm feito). Os diáconos são aqueles que foram escolhidos para o serviço da Caridade aos mais frágeis da sociedade. É isso que significa para mim o ministério que agora abraço. Não deixo e nunca deixarei de ser o serrano Diogo Martinho. A diferença é que a partir de agora sou chamado a ser imagem deste Deus que cura, pondo os outros em primeiro plano, onde não devo estar eu. De qualquer das formas, se já estou no centro das atenções de Deus, torna-se pouco relevante ser eu o meu próprio centro de atenções. Basta olhar os lírios. Aceitar esta atitude de desprendimento é um duro desafio, contudo, a beleza que dessa aceitação pode transbordar encaminha e ajuda a encaminhar para Deus.

Não querendo perder esta linha de pensamento, mas falando concretamente do meu trajeto até aqui, posso afirmar, com toda a certeza, que a questão vocacional me era totalmente alheia antes de entrar para o seminário. Não pensava nisso, até porque nem sabia o que isso era. Mesmo depois de entrar para o 9º ano no Seminário Menor de Nossa Senhora de Lourdes em Resende demorei a pôr a mim próprio essa questão. Pelo menos seriamente. Importa dizer que não fui sequer eu que tomei a iniciativa de pedir muito a Nosso Senhor que me mostrasse o caminho. Coloquei sempre a bola do lado Dele... e Ele, como sempre faz, correspondeu. Correspondeu essencialmente com exemplos de pessoas completamente esvaziadas de si e cheias de Dele (que, por sua vez, as torna mais elas próprias) que me fizeram, numa primeira fase, aceitar a ideia de que o caminho era por aqui - entenda-se, pelo Sacramento da Ordem. Aceitei, portanto, a hipótese de que talvez Deus me quisesse mesmo a caminhar para ministro ordenado. Não foram os discursos iluminados, as teorias dos filósofos, um sonho, uma qualquer voz misteriosa, um filme ou livro eloquente ou outra coisa qualquer que me despertou a Sede de Deus. O que me fez e faz querer entregar totalmente a este Deus de Jesus Cristo? Dar-me conta que a dada altura estou a pensar: “preciso de entender e percorrer o caminho que alguém percorre, até chegar ao ponto de não se interessar pela própria vida, apenas para O poder servir, apenas para O poder testemunhar.” Isto faz-me concluir, como S. Pedro (padroeiro da minha Paróquia Natal: Gosende) que, com toda a certeza do mundo só Ele pode ter palavras de vida eterna. A quem hei-de, então, seguir?

Em tudo isto há responsáveis diretos. São-no os superiores que me foram encarrilhando no seminário, a quem agradeço a paciência; as comunidades que, diligentemente, me foram acolhendo e seus respetivos párocos, a quem agradeço a generosidade e testemunho de Povo à escuta; os bons colegas e amigos a quem agradeço a Verdade; por fim, a família, a quem agradeço tudo o que agradeci atrás, mas mais uma coisa: a vida. A vida que permitiram e quiseram e à qual todos os dias acrescentam algo de novo e cada vez mais belo.

Termino dirigindo-me aos jovens que lerem isto. Lembro-vos apenas que se há um curador, é porque há doenças que precisam de ser curadas. Há feridas que têm de ser cuidadas antes que infetem. São tantas hoje as depressões, as incompreensões, os dramas existenciais, os abismos, enfim, tantas doenças que por vezes se apegam e alastram na vida. Tenho somente uma sugestão para tudo isso. Trata-se completamente de “you got one shot”: Dêem espaço ao Espírito Santo. Ele foi-nos dado, porque não deixá-Lo entrar? Mas dêem também tempo. As feridas não saram com a rapidez que gostaríamos e as mais profundas demoram ainda mais. Mas, sim, Ele cura.


Diogo Martinho,
in Voz de Lamego, ano 88/49, n.º 4486, 20 de novembro de 2018

Memórias agradecidas

“Vós que compreendeis esta linguagem e partilhais os mesmos sentimentos, rezai por Abércio”.

Este célebre epitáfio cristão do século II é um dos mais antigos vestígios da oração pelos defuntos, obra de misericórdia bastante enraiada na fé crista e de particular vivência neste mês de novembro. Neste sentido, no passado dia 13 de novembro, os cursilhistas do núcleo de Lamego tiveram uma Ultreia diferente. Na capela do Museu Diocesano congregaram-se os cursilhistas para celebrar a Missa em sufrágio pelos cursilhistas falecidos no último ano, com especial destaque para D. António José Rafael, um dos principais promotores e entusiastas deste movimento na nossa Diocese.

A celebração decorreu num espírito de alegre fraternidade, como é característico deste movimento. Presidiu a esta celebração o Pró Vigário Geral, Cón. João Carlos. Na homilia referiu a fidelidade de D. António José Rafael ao “tripé” cursilhista: estudo, piedade e ação. Destacou o olhar sempre curioso e perscrutador de D. António José Rafael e o seu grande afeto para com o Movimento de Cursilhos de Cristandade.

No momento de ação de graças os cursilhistas de forma espontânea fizeram referência aos cursilhistas falecidos que marcaram a suas vidas. Sendo um sentimento comum de grande gratidão por aqueles que nos antecederem e deixaram um testemunho de bondade, caráter, fidelidade e de autenticidade no seguimento de Jesus Cristo.

Em pleno outono, os cursilhistas, no final da celebração, cantaram “De colores se visten los campos en la primavera”, pois o cristão é alentado com a esperança da ressurreição diante das invernias da vida.

Após a celebração houve um breve convívio de confraternização como prolongamento da comunhão que se viveu na celebração eucarística.
DECOLORES!

 


Pe. Ângelo Santos, cursilhistas
in Voz de Lamego, ano 88/49, n.º 4486, 20 de novembro de 2018

Debrucemo-nos sobre três ações que Jesus realiza no Evangelho.
A primeira. Em pleno dia, deixadeixa a multidão na hora do sucesso, quando era aclamado por ter multiplicado os pães. Os discípulos queriam gozar do triunfo, mas Jesus obrigou-os imediatamente a partir, enquanto Ele despede a multidão (cf. Mt 14, 22-23). Procurado pelo povo, retira-Se sozinho; quando tudo se apresentava «em descida», Ele sobe ao monte para rezar. Depois, no coração da noite, desce do monte e vai ter com os Seus, caminhando sobre as águas agitadas pelo vento. Em tudo isto, Jesus vai contracorrente: primeiro deixa o sucesso, depois a tranquilidade. Ensina-nos a coragem de deixar: deixar o sucesso que ensoberbece o coração, e a tranquilidade que adormece a alma.
Para ir… aonde? A Deus, rezando, e a quem tem necessidade, amando. São os verdadeiros tesouros da vida: Deus e o próximo. Subir até Deus e descer até aos irmãos: eis a rota indicada por Jesus. Subtrai-nos, assim, à tendência de nos apascentarmos calmamente nas cómodas planícies da vida, de deixar correr ociosamente a vida por entre as pequenas satisfações do dia-a-dia. Os discípulos de Jesus não estão feitos para a previsível tranquilidade duma vida normal. Como o seu Senhor, vivem a caminho, leves, prontos a deixar as glórias do momento, atentos a não se apegar aos bens que passam. O cristão sabe que a sua pátria não é aqui, sabe – como recorda o apóstolo Paulo na segunda Leitura – que já é «concidadão dos santos e membro da casa de Deus» (cf. Ef 2, 19). É um ágil viandante da existência. Não vivemos para acumular: a nossa glória está em deixar o que passa, para guardarmos aquilo que permanece. Peçamos a Deus a graça de nos assemelharmos à Igreja descrita na primeira Leitura: sempre em movimento, especialista no deixar e fiel no servir (cf. At 28, 11-14). Despertai-nos, Senhor, da calmaria ociosa, da bonança tranquila dos nossos portos seguros. Desligai-nos das amarras da autorreferencialidade que atulham a vida, libertai-nos da busca dos nossos sucessos. Ensinai-nos a saber deixar, para orientar a rota da vida pela tua: rumo a Deus e ao próximo.

A segunda ação: em plena noite, Jesus encoraja. Vai ter com os Seus, submersos na escuridão, caminhando «sobre o mar» (Mt 14, 25). Na realidade, tratava-se de um lago; mas naquele tempo o mar, com a profundidade dos seus abismos tenebrosos, evocava as forças do mal. Por outras palavras, Jesus vai ao encontro dos Seus, calcando os inimigos malignos do homem. Tal é o significado deste sinal: não uma manifestação celebrativa de força, mas a revelação, que nos é feita, da certeza tranquilizadora de que Jesus, só Jesus, vence os nossos grandes inimigos: o diabo, o pecado, a morte, o medo. Hoje, Ele diz também a nós: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» (14, 27).
A barca da nossa vida vê-se, frequentemente, balanceada pelas ondas e sacudida pelos ventos; e, se as águas por vezes estão calmas, não tardam a agitar-se. Então irritamo-nos com as tempestades do momento, como se fossem os nossos únicos problemas. Mas o problema não é a tempestade presente, mas o modo como navegar na vida. O segredo de bem navegar é convidar Jesus a subir para bordo. O leme da vida deve ser dado a Ele, para que seja Jesus a traçar a rota. Com efeito, só Ele dá vida na morte, e esperança na dor; só Ele cura o coração com o perdão, e liberta do medo com a confiança. Convidemos, hoje, Jesus a subir para a barca da vida. Como os discípulos, experimentaremos que, com Ele a bordo, amainam os ventos (cf. 14, 32) e nunca sofremos naufrágio. E só com Jesus é que nos tornamos capazes também de encorajar. Há uma grande necessidade de pessoas que saibam consolar, não com palavras vazias, mas com palavras de vida. No nome de Jesus, encontramos e oferecemos verdadeira consolação: não são os encorajamentos formais e previstos que restauram, mas a presença de Jesus. Encorajai-nos, Senhor! Consolados por Vós, seremos verdadeiros consoladores para os outros.

Terceira ação: no meio da tempestade, Jesus estende a mão (cf. 14, 31). Agarra Pedro que, assustado, duvidara e, afundando, gritou: «Salva-me, Senhor!» (14, 30). Podemos colocar-nos no lugar de Pedro: somos pessoas de pouca fé e estamos aqui a mendigar a salvação. Somos pobres de vida verdadeira, e serve-nos a mão estendida do Senhor que nos tire fora do mal.
Isto é o início da fé: esvaziar-se da orgulhosa convicção de nos julgarmos em ordem, capazes, autónomos, para nos reconhecermos necessitados de salvação. A fé cresce neste clima, um clima ao qual nos adaptamos convivendo com quantos não se colocam no pedestal, mas precisam e pedem ajuda. Por isso é importante, para todos nós, viver a fé em contacto com os necessitados. Não é uma opção sociológica, mas exigência teológica. É reconhecer-se mendigos de salvação, irmãos e irmãs de todos, mas especialmente dos pobres, prediletos do Senhor. Assim bebemos do espírito do Evangelho: «o espírito de pobreza e de caridade – diz o Concílio – são a glória e o testemunho da Igreja de Cristo» (Const. past. Gaudium et spes, 88).
Jesus ouviu o grito de Pedro. Peçamos a graça de ouvir o grito de quem vive em águas borrascosas. O grito dos pobres: é o grito estrangulado de bebés que não podem vir à luz, de crianças que padecem a fome, de adolescentes habituados ao fragor das bombas em vez de o ser à algazarra alegre dos jogos. É o grito de idosos descartados e deixados sozinhos. É o grito de quem se encontra a enfrentar as tempestades da vida sem uma presença amiga. É o grito daqueles que têm de fugir, deixando a casa e a terra sem a certeza dum refúgio. É o grito de populações inteiras, privadas inclusive dos enormes recursos naturais de que dispõem. É o grito dos inúmeros Lázaros que choram, enquanto poucos epulões se banqueteiam com aquilo que, por justiça, é para todos. A injustiça é a raiz perversa da pobreza. O grito dos pobres torna-se mais forte de dia para dia, mas de dia para dia é menos ouvido, porque abafado pelo barulho de poucos ricos, que são sempre menos e sempre mais ricos.
Perante a dignidade humana espezinhada, muitas vezes fica-se de braços cruzados ou então abanam-se os braços, impotentes diante da força obscura do mal. Mas o cristão não pode ficar de braços cruzados, indiferente, nem de braços a abanar, fatalista! Não... O crente estende a mão, como Jesus faz com ele. Junto de Deus, o grito dos pobres encontra guarida, mas em nós? Temos olhos para ver, ouvidos para escutar, mãos estendidas para ajudar? «Nos pobres, o próprio Cristo como que apela em alta voz para a caridade dos seus discípulos» (Ibid., 88). Pede-nos para O reconhecermos em quem tem fome e sede, é forasteiro e está privado de dignidade, doente e encarcerado (cf. Mt 25, 35-36).

O Senhor estende a mão: é um gesto gratuito, não devido. É assim que se faz. Não somos chamados a fazer bem só a quem nos ama. Retribuir é normal, mas Jesus pede para ir mais longe (cf. Mt 5, 46): dar a quem não tem para restituir, isto é, amar gratuitamente (cf. Lc 6, 32-36). Consideremos os nossos dias: entre as muitas coisas que fazemos, alguma é de graça? Fazemos algo por quem não tem com que retribuir? Tal há de ser a nossa mão estendida, a nossa verdadeira riqueza no céu.

Estendei-nos a mão, Senhor, e agarrai-nos. Ajudai-nos a amar como Vós amais. Ensinai-nos a deixar o que passa, a encorajar quem vive ao nosso lado, a dar gratuitamente a quem está necessitado. Amém.

Vaticano, 18 de novembro de 2018

No passado dia 10 de novembro, decorreu no Seminário de Nossa Senhora de Lourdes, em Resende, mais um encontro de catequistas do arciprestado de Resende-Cinfães. O encontro iniciou com o ensinamento de algumas dinâmicas para podermos realizar com o nosso grupo da catequese. É sempre importante conseguirmos criar espírito de grupo, desinibir as nossas crianças e adolescentes e tornar os encontros catequéticos cada vez mais dinâmicos e participativos.

Depois de termos aquecido não só o corpo mas também o coração com estas dinâmicas, nada melhor que dar início aos trabalhos com a oração da manhã que serviu de rampa de lançamento para as duas palestras do dia.

A primeira, intitulada, “chamados e enviados para evangelizar”, residiu essencialmente na explicação do que devemos ser quando somos chamados e do que fazer quando somos enviados. O papel do catequista e dos párocos torna-se fundamental para a missão da igreja no processo de evangelização e, por isso mesmo, devemos ser os primeiros a evangelizar, a demonstrar às nossas crianças e adolescentes que Cristo reside em nós.

A segunda palestra residiu na partilha de experiências de vida, ao nível da catequese, tanto no encontro nacional em Fátima como internacional em Roma e ainda na prática semanal vivida na própria paróquia.

Findos os trabalhos foi hora de confraternizar, por mais uns instantes, num belo almoço.

Obrigado a todos os intervenientes e responsáveis por este encontro. Todos temos uma missão…diríamos mais…todos somos uma missão evangelizadora da igreja.


Cheila Machado e Sérgio Pinto
in Voz de Lamego, ano 88/48, n.º 4485, 13 de novembro de 2018


Formar discípulos missionários.

Decorre de 11 a 18 do presente mês de Novembro a “Semana dos Seminários”. Este ano, o lema  “Formar discípulos missionários”, enquadra-se no “ano missionário” convocado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), na ideia da Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis de que os Seminários devem “formar discípulos missionários” e no lema pastoral para a Diocese de Lamego (2018-2019): “Igreja chamada e enviada”.

O que significa isso de “Semana dos Seminários”? - «Olhar com mais atenção e cuidado para esta importante realidade da vida da Igreja», um olhar de gratidão, de realismo, de responsabilidade e compromisso, de confiança e esperança (D. António Azevedo) - É uma semana que apela a todo o Povo de Deus para se consciencializar da realidade que são os Seminários; Em que a Igreja se une de modo mais ativo na oração por aqueles que os constituem, agradecendo e pedindo ao Senhor que os fortaleça na sua vocação e que outros a esses se unam; Em que as paróquias são chamadas de forma mais urgente a comprometerem-se e a colaborar nas necessidades espirituais e materiais destas instituições; Em que aqueles que constituem os Seminários são chamados a percorrer as Dioceses dando a conhecer a instituição a que estão vinculados; (…) No fundo, em que todos são chamados a semear com renovada esperança e confiança a semente da vocação sacerdotal ministerial, ao mesmo tempo que acarinham, regando e cuidando, as pequenas sementes que o Senhor já faz germinar.

O que é o Seminário? - “Todo o batizado chamado à vocação sacerdotal é um discípulo gerado na família e na comunidade cristã que se dispõe a fazer um caminho de discernimento e preparação para participar, como pastor, na missão que Jesus confiou à Igreja” (ibidem) - Se nas linhas precedentes apontei este como tempo em que somos chamados a dar a conhecer o que é o Seminário, aproveito agora a oportunidade para o fazer. O Seminário foi indicado pelo Concílio Vaticano II como o “coração da Diocese” e como a “primeira” instituição da Diocese, que deve ser “objeto dos mais intensos e assíduos cuidados (…), porque dos Seminários dependem em grande parte a continuidade e a fecundidade do ministério sacerdotal da Igreja”. Ele é formado por Padres, Professores, Funcionários, etc. que acompanham um grupo de seminaristas, rapazes de mais ou menos idade, que se interrogam sobre um possível chamamento a servir a Igreja Católica no exercício do sacerdócio ordenado.

E na Diocese de Lamego? Na Diocese de Lamego há dois Seminários: o Maior, composto por um grupo de quatro seminaristas, e o Menor, composto por um grupo de três seminaristas. O Seminário Maior está dividido entre a cidade de Braga e Lamego. Em Braga, no Seminário Interdiocesano de São José, os nossos quatro seminaristas mais velhos estudam Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa. Ao fim-de-semana, reúnem-se em Lamego, cidade onde os nossos três seminaristas mais novos vivem e estudam no Agrupamento de Escolas da Sé.

O que as Dioceses devem esperar dos Seminários? - “Sacerdotes bem formados, chamados a ser «evangelizadores com espírito» e testemunhas da santidade de Deus” (ibidem) - As Dioceses tem o direito de esperar dos Seminários os sacerdotes que Deus lhes destina: homens disponíveis para servir o Povo de Deus numa atitude de alegre e gratuita entrega ao Reino de Deus, que após um período de sementeira numa vida íntima e diária com Cristo na oração, na vida comunitária e no estudo, estejam aptos humanamente, espiritualmente e intelectualmente para responder às necessidades da Igreja dos nossos dias, seja em que parte do mundo for. Alguns são, pois, chamados a exercer esse serviço por meio do sacerdócio ministerial – como diáconos ou presbíteros – outros, pelo sacerdócio comum dos fiéis, mas todos a serem “discípulos para a missão da Igreja de hoje” (ibidem).

Qual a responsabilidade das Igrejas locais para com os seus Seminários? O Povo de Deus é todo ele chamado a contribuir para a vitalidade dos Seminários. Compete ao Bispo e ao clero diocesanos organizar os Seminários e zelar pela ortodoxa formação dos futuros presbíteros e diáconos e a toda a Igreja zelar para que se formem em número e qualidade pastores que supram as necessidades evangelizadoras da Igreja universal. O contributo de todos nasce desde logo na família, célula básica da sociedade, onde a semente da vocação de especial consagração cristã não deve ser ignorada. Os pais, os avós, e todos os familiares, têm a missão de preparar o coração das crianças e jovens, como quem prepara a terra, para que, segundo a sua vontade, o Senhor possa passar e lançar as sementes das vocações sacerdotal, religiosa, matrimonial, etc. A toda a Igreja, compete igualmente a missão de acarinhar e estimular aqueles que tiveram já a coragem de dar o primeiro passo no caminho do sacerdócio, incorporando o Seminário, ou incentivar e rezar por aqueles que, indecisos ou sem coragem, ainda não tomaram essa iniciativa. Esta missão compromete de modo especial os Párocos (e todo o Presbitério). Por fim, é necessária a consciência de que ninguém é chamado por Deus para se fechar em si mesmo mas, “na docilidade ao Espírito, caminhar em Cristo, em direção ao Pai e aos outros” (ibidem). Os seminaristas são chamados a formarem-se, não para se enriquecerem a si próprios, mas no sentido de se abrirem à Igreja, entregando-se-lhe e servindo-a numa “missão que não se baseia em ideias nem em territórios mas parte do coração e dirige-se ao coração” (CEP). Essa formação acarreta os seus esforços diários mas também o esforço das suas famílias, nomeadamente nos custos que lhe são inerentes. Também toda a Diocese, em cada uma das suas comunidades paroquiais, é convocada a contribuir, por meio da oração e na partilha de bens materiais.

Oração: Deus Trindade, sabes o quanto somos mendigos de Ti. À beira do caminho procuramos a luz que dá mais sentido aos nossos dias e cura todas as nossas cegueiras. Tu passas sempre pela nossa vida e acendes em cada um de nós o desejo de sermos Teus discípulos. Na Tua estrada queremos ser formados. Nas Tuas palavras e nos Teus gestos, Ser instrumentos da Tua graça. 13 Juntos no caminho, queremos ser comunidade enviada em missão Rezamos por todos os que arriscam seguir-Te, especialmente os seminaristas e pré-seminaristas. Rezamos ainda por todos aqueles que se entregam totalmente a Ti e colocam a sua vida nas Tuas mãos Pedimos-Te que continues a despertar os corações adormecidos para que mais jovens das nossas comunidades aceitem o desafio de Te seguir.

João Pereira
Seminarista 5º ano, SML
in Voz de Lamego, ano 88/48, n.º 4485, 13 de novembro de 2018

FORMAR DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS                   

1. A missão específica do Seminário, dizem os Documentos do magistério da Igreja, é «formar Pastores para a Igreja de hoje, no mundo de hoje» (Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis [1992], n.º 61; Normas Fundamentais para a Formação Sacerdotal nas Dioceses Portuguesas [1990], n.º 129 e 162). O Pastor está atento às suas ovelhas e conhece-as uma a uma, cuida delas com extremosa atenção, dá a vida por elas (Jo 10,1-18). É, por isso, que, na sua vertente humana, o Seminário deve ser uma comunidade impregnada de profunda amizade e caridade, de modo a poder ser considerada uma verdadeira família, que vive na simplicidade, na confiança e na alegria. E, na sua vertente cristã, deve configurar-se como comunidade de discípulos do Senhor Ressuscitado, reunida à volta da alegria do Senhor Ressuscitado, formada dia-a-dia na leitura e na meditação da Palavra de Deus, no sacramento da Eucaristia e no exercício da justiça e da caridade fraterna. Uma comunidade onde resplandeça o Espírito de Cristo e o amor para com a Igreja. Uma comunidade orante, onde se aprende e se cultiva o vocativo da oração e o imperativo da comunhão (Pastores Dabo Vobis, n.º 60).

2. O ambiente simples e dinâmico do Seminário ajudará cada um dos candidatos ao sacerdócio a alcançar uma compreensão cada vez mais profunda das exigências e da beleza da sua vocação, em ordem à aceitação, cada vez mais radical e definitiva, do projeto de Deus. Os formadores saberão acompanhar cada candidato, e levá-lo a ver a sua vocação à luz da Igreja, da sua doutrina, da sua prática pastoral e litúrgica e da sua legislação, de modo a fazer crescer no coração de cada candidato um coração novo à medida de Cristo, conforme ao coração de Cristo, sensível às dores de cada ser humano, para saber ser, neste mundo controverso, verdadeiro semeador de esperança e ceifeiro feliz.

3. Sábia e inteligentemente, a documentação da Igreja tem salientado que, «de sua natureza, a formação sacerdotal exige uma continuidade, ao longo de toda a vida, com incidência nos primeiros anos de sacerdócio» (Pastores Dabo Vobis, n.º 70-76; Normas Fundamentais para a Formação Sacerdotal nas Dioceses Portuguesas, n.º 152). Isto quer dizer que devemos humildemente saber estar sempre em formação, sentados na escola do nosso verdadeiro Mestre e Senhor.

4. Atravessamos uma vez mais a Semana dos Seminários, que este ano acontece de 11 a 18 de novembro, subordinada ao tema «Formar discípulos missionários», fazendo eco do enunciado da nova Ratio Institutionis Sacerdotalis, de 2016, da Congregação para o Clero, que, recolhendo ideias e vocabulário do Papa Francisco, passa e repassa como caminho e ideário fundamental, «que os seminários possam formar discípulos missionários, “enamorados” do Mestre, pastores “com o cheiro das ovelhas”, que vivam no meio delas para as servir e conduzir à misericórdia de Deus». Por isso, cada batizado, cada seminarista, cada sacerdote deve ser continuamente um “discípulo a caminho”.

5. Os nossos seminaristas frequentam, de momento, o Seminário de Lamego e o Seminário Interdiocesano de S. José, sediado em Braga, para possibilitar aos nossos seminaristas poder frequentar a Faculdade de Teologia da Universidade Católica.

6. Lembro ainda que continuam a decorrem obras no nosso Seminário de Lamego, para podermos também transformar alguns dos seus espaços numa casa aberta e acolhedora, capaz de oferecer aos fiéis leigos da nossa Diocese mais e melhores tempos de formação, convívio e oração, como já está a acontecer semanalmente com o Centro Fé e Cultura, que já vai no 2.º Ano de atividade.

7. Enquanto erguemos o nosso coração em oração ao Bom Pastor, que guia os nossos passos nos seus caminhos, levemos também até ao coração de Deus os nossos seminaristas, e peçamos-lhe com insistência, por intercessão de Maria, nossa Mãe sempre atenta, que «arraste» outros jovens para os nossos Seminários, para que amanhã não nos faltem os sacerdotes de que necessitamos para servir da melhor maneira o vinho novo da Alegria ao Povo de Deus da nossa Diocese de Lamego e da Igreja inteira.

8. Peço, então, uma vez mais que, sendo generosos na oração, o sejamos também na dádiva de nós próprios, concretizada no Ofertório de Domingo, dia 18, que será destinado, na sua inteireza, para as necessidades dos nossos Seminários que, neste tempo, servem, não apenas os seminaristas, mas também os fiéis leigos. Isto é, servem o Povo de Deus.

Que Deus nos abençoe e guarde em cada dia, e faça frutificar o labor dos nossos Seminários.

Lamego, 1 de Novembro de 2013, Solenidade de Todos os Santos
+ António, vosso bispo e irmão

Foi no passado Domingo, dia 11, um dia muitíssimo chuvoso, que D. António Couto se deslocou até à paróquia de Santa Maria Madalena do Seixo, para aí celebrar três Sacramentos com as gentes daquela terra: Eucaristia, Crisma e Santa Unção. Esta vinda esteve englobada na visita pastoral que o nosso bispo tem vindo a realizar naquela zona. Já duas semanas antes tinha reunido com os cinco (mil?) bravos seixences que receberam o Crisma. Nessa mesma altura andou por aquelas ruas, curiosamente ornamentadas com grandes rochas naturais, onde teve oportunidade de entrar nas casas de alguns dos seus condiocesanos mais frágeis para lhes fazer uma pequena visita e lhes administrar a Santa Unção.

Voltando ao dia mais festivo, foi pena o temporal, pois havia uma bela passadeira de flores à entrada da igreja que não se pôde apreciar e pisar durante muito tempo. Contudo, tratou-se de uma bonita celebração, com música bem tocada e bem cantada pela prata da casa. O senhor padre Carlos, num discurso de acolhimento fez questão de referir o grande empenho e empreendedorismo que existe nas pessoas do Seixo. Estes possibilitaram a transformação da terra de uma zona com pouco para oferecer numa área onde atualmente se encontram cerca de 20 empresas que ali fixam população e dão emprego.

Depois da celebração, onde o senhor bispo exortou a que todos deem a totalidade do coração a Deus, os neo-crismados deram, desde logo (não a Deus, mas ao D. António) uma colcha com mais de 50 anos, manufaturada na própria localidade. Por se tratar de uma terra onde se trabalha a pedra, os seixences quiseram oferecer-lhe também uma cruz desse mesmo material. Foi ainda oferecido um castiçal em estilo contemporâneo aos dois párocos (padre Francisco e padre Carlos).

No programa estava também uma visita ao cemitério que, por causa da chuva abundante, não se realizou.


Diogo Martinho,
in Voz de Lamego, ano 88/48, n.º 4485, 13 de novembro de 2018

Reuniu no dia 9 de novembro do corrente mês, o Conselho de Presbíteros da nossa Diocese.        
De acordo com a agenda proposta, foi feita a avaliação do funcionamento deste Conselho ao longo dos últimos cinco anos de vigência.

Refletiu-se sobre a forma como funcionou este órgão consultivo que representa o Presbitério Diocesano e que torna presente, de forma institucional, a comunhão entre os Presbíteros e o seu Bispo, na ajuda eficaz no governo da diocese, em ordem ao bem pastoral desta Igreja Local. Neste enquadramento, relevou-se o contributo que este conselho deu à incrementação de uma nova práxis pastoral diocesana, mas também se especificaram algumas deficiências detetadas e que merecem uma maior atenção pastoral por parte de todo o Presbitério, não só na interação com as outras estâncias pastorais diocesanas e, igualmente, como um órgão vital da solicitude pastoral diocesana, procure exprimir  sempre o sentir da realidade pastoral de cada Zona Pastoral ou Arciprestado e tenha presente os problemas reais de que enfermam os sacerdotes da diocese. Neste sentido, foram apresentadas algumas sugestões de procedimento pastoral ao novo Conselho a eleger. Ficaram aprovados também, com pequenas alterações, os Estatutos que vigoraram “ ad experimentum” durante estes últimos cinco anos.

No final da reunião, o Senhor Bispo manifestou o seu apreço ao Conselho Permanente deste órgão consultivo pelo cuidado manifesto no agendamento e funcionamento das reuniões. O Senhor D. António Couto agradeceu, igualmente, a todos os membros que o constituíram o interesse e a dedicação expressa para que este órgão tivesse funcionado, em colaboração com o seu Bispo da Diocese, sempre em vista ao bem pastoral do Povo de Deus.


O Secretariado do CPL
in Voz de Lamego, ano 88/48, n.º 4485, 13 de novembro de 2018

No dia 4 de novembro, domingo típico de outono, a paróquia de São João Baptista de Prova teve a honra de receber em visita pastoral o senhor Bispo D. António Couto.

Um grande entusiasmo e alegria eram visíveis nas expressões faciais de toda a comunidade que esperava com ansiedade a chegada do senhor Bispo, visto este se ter atrasado um pouco, por não ter encontrado o caminho certo, dizendo que a aldeia era longínqua e perdida no meio do nada, mas muito acolhedora.

Foi recebido junto à capela de São Domingos, situada no bonito largo da aldeia, onde um singelo ramo de flores foi entregue por um jovem em representação de toda a população. Sem hesitação, o Senhor Bispo, dirigindo-se a todos os presentes, agradeceu as alegres boas vindas.

De seguida, percorrendo as ruas embelezadas com bonitos tapetes de flores outonais, simbolizando a presença de Deus entre nós, dirigiu-se à Igreja Matriz acompanhado por todos os habitantes.

Iniciou a celebração eucarística, com o Senhor Bispo referiu a beleza da igreja e a sua antiguidade, agradecendo aos nossos antepassados por terem erguido tão bela Casa do Senhor e entregando-os ao Senhor neste altar. De seguida o padre Carlos, um dos párocos, deu as boas vindas ao senhor Bispo, referindo que o lema episcopal por ele escolhido, “Vejo um ramo de Amendoeira”, árvore que dá flor num inverno adormecido mas que desperta com belos frutos no verão, é símbolo do Amor que Deus espalha nos corações de todos.

Durante a Eucaristia, o senhor Bispo administrou o santo Sacramento do Crisma a oito jovens e a Santa Unção a alguns idosos e menos idosos.

Apesar da chuva e do frio, toda a cerimónia decorreu num ambiente de festa onde a fé e a devoção predominaram. Ao som dos cânticos entoados pelos instrumentos musicais e pelas vozes dos muitos devotos, foi evidente o amor a Deus nesta Casa do Senhor.

No momento de Ação de Graças, os jovens deixaram uma mensagem carinhosa tanto ao senhor Bispo, pela sua visita, como aos párocos e catequista que sempre os acompanharam com muito empenho e dedicação neste percurso religioso. Entregaram-lhes oferendas, algumas em nome dos crismados e outra em nome de toda a comunidade com alguns dos produtos específicos da região e da época.

A mensagem que ficou nos corações, onde Deus realmente toca, incidiu na importância do Amor de e a Deus como principal mandamento “Amar a Deus acima de todas as coisas com todo o nosso coração, com toda a alma, com todas as nossas forças assim como Amar o próximo como a nós mesmos”.


Dulcínia Gonçalves,
in Voz de Lamego, ano 88/47, n.º 4484, 6 de novembro de 2018

Movimento da Mensagem de Fátima         
Conselho Diocesano

Dia 27 de outubro de 2018, no Seminário Maior de Lamego, reuniu o Conselho Diocesano do MMF presente nesta Diocese, com os mensageiros responsáveis nas suas paróquias e alguns dos seus assistentes.

O encontro teve início às 9h30 com a oração de Laudes, presidida pelo Assistente Diocesano Padre Vasco Pedrinho.
Agradecendo a presença do Presidente do Secretariado Nacional, Nuno Neves, e de todos os presentes, deu-se início aos trabalhos. A Presidente fez um pequeno balanço do ano pastoral que terminou e apresentou o novo plano pastoral. Foi corrigida a data da Peregrinação a Tuy  e Pontevedra que está programada para os  dias 2 e 3 de agosto, corrigindo o que é indicado no plano pastoral da Diocese, em que se apresenta com data do mês de Julho.

De seguida, usou da palavra o Presidentedo Secretariado Nacional para chamar atenção da importância do Conselho Diocesano, reunião anual de família que se junta para conviver, partilhar experiências, avaliar e preparar um novo ano pastoral.

Somos uma família eclesial que faz parte de uma grande família que é a Igreja. A Mensagem de Fátima foi-nos deixada como herança que devemos guardar no coração como um tesouro, procurar vivê-la no quotidiano e ser testemunho com a  vida e pelo anúncio nos campos pastorais que o Movimento nos propõe. Aprendamos com os Pastorinhos que fizeram um caminho, tendo Maria como Mãe e Mestra, e assim, encontraram a santidade e a salvação. Falou do tema escolhido para o ano pastoral 2018-2019 “Consolai o Vosso Deus”; este pedido em forma de súplica vem  das palavras do Anjo na terceira aparição, no ano de 1916. Consolar e reparar o Coração de Jesus, foi o compromisso que atingiu o coração do pequeno Francisco, adorar Jesus passou a ser a prioridade da sua vida espiritual.

O assistente diocesano lembrou o ano centenário que se aproxima. Celebra-se o Centenário da Morte de São Francisco Marto e, por conseguinte, deve ser prioridade nas nossas paróquias a Adoração Eucarística, com crianças, com jovens e com adultos.

Encerrou-se o Conselho com uma oração e todos partiram mais enriquecidos e com vontade de continuar a evangelizar como discípulos missionários de Jesus Cristo.

O Secretariado Diocesano,
in Voz de Lamego, ano 88/47, n.º 4484, 6 de novembro de 2018



No passado dia 3 de novembro, em Tendais - Cinfães, realizou se o pós-convívio fraterno do 1362. O pós Convívio Fraterno foi um reencontro, com amigos, com momentos marcantes, com convivas e também um reencontro com Deus. Para além das amizades a maior foi com Ele que começou a fazer parte das nossas vidas, um bocadinho mais do que já fazia antes de entrarmos para o grupo dos convívios, em especial para o nosso "Os Laranjinhas".

Foi um dia repleto de coisinhas boas que os outros convivas nos proporcionaram, e que acima de tudo Ele nos dá e proporciona. É sempre bom voltar ao "Cantinho de Deus" e ao "Ninho de amor" que neste caso, é o Convívio Fraterno.

Por muito que nos pareça que estamos bem ou até menos bem, é junto d'Ele que percebemos que não estávamos como pensamos, na verdade ele está sempre lá e irá continuar a estar por muito tempo, porque de tudo farei para que a minha chama se mantenha acesa.

Agradeço a quem me proporcionou esta grande oportunidade de estar junto d'Ele e a quem também sempre tem tanto trabalho em nos organizar estes encontros.

Aproveito também para dirigir as minhas palavras para quem ainda não é conviva, se estás indeciso em vir, vêm!!! É uma experiência incrível em todos os aspetos, apesar de nem sempre ser fácil, é bom. Ser conviva é algo que só quem vem sabe o que é ser, e o que se vive. Se queres saber o que é ser conviva, vem e sê conviva da paz e do amor! Nós, convivas estamos cá para vos acolher.

Obrigada a todos os que fizeram parte deste dia, e obrigada a Deus por nos acolher sempre!!
Abraço Fraterno



Eugénia Gouveia (Tarouca)
Ana Oliveira (Resende)
in Voz de Lamego, ano 88/47, n.º 4484, 6 de novembro de 2018

Vaticano, 28 de outubro de 2018

O episódio escutado é o último narrado pelo evangelista Marcos no ministério itinerante de Jesus, que, pouco depois, entra em Jerusalém para morrer e ressuscitar. Assim, Bartimeu é o último que segue Jesus ao longo do caminho: de mendigo na margem da estrada para Jericó, torna-se discípulo que vai juntamente com os outros para Jerusalém. Também nós caminhamos juntos, «fizemos sínodo» e agora este Evangelho corrobora três passos fundamentais no caminho da fé.

Antes de mais nada, olhemos para Bartimeu: o seu nome significa «filho de Timeu». O próprio texto o especifica: «Bartimeu, o filho de Timeu» (Mc 10, 46). Mas o Evangelho, ao mesmo tempo que o reitera, põe a descoberto um paradoxo: o pai está ausente. Bartimeu jaz sozinho na estrada, fora de casa e sem pai: não é amado, mas abandonado. É cego e não tem quem o ouça; e, quando queria falar, mandavam-no calar. Jesus ouve o seu grito. E, quando Se encontra com ele, deixa-o falar. Não era difícil intuir o pedido que faria Bartimeu: é óbvio que um cego queira ver ou reaver a vista. Mas Jesus não tem pressa, reserva tempo para a escuta. E aqui temos o primeiro passo para ajudar o caminho da fé: escutar. É o apostolado do ouvido: escutar, antes de falar.

Em vez disso, muitos dos que estavam com Jesus repreendiam Bartimeu para que estivesse calado (10, 48). Para estes discípulos, o indigente era um transtorno no caminho, um imprevisto no programa pré-estabelecido. Preferiam os seus tempos aos do Mestre, as suas palavras à escuta dos outros: seguiam Jesus, mas tinham em mente os seus projetos. Trata-se dum risco do qual sempre nos devemos precaver. Ao contrário, para Jesus, o grito de quem pede ajuda não é um transtorno que estorva o caminho, mas uma questão vital. Como é importante, para nós, escutar a vida! Os filhos do Pai celeste prestam ouvidos aos irmãos: não às críticas inúteis, mas às necessidades do próximo. Ouvir com amor, com paciência, como Deus faz connosco, com as nossas orações muitas vezes repetitivas. Deus nunca Se cansa, sempre Se alegra quando O procuramos. Peçamos, também nós, a graça dum coração dócil a escutar. Gostaria de dizer aos jovens, em nome de todos nós, adultos: desculpai, se muitas vezes não vos escutamos; se, em vez de vos abrir o coração, vos enchemos os ouvidos. Como Igreja de Jesus, desejamos colocar-nos amorosamente à vossa escuta, certos de duas coisas: que a vossa vida é preciosa para Deus, porque Deus é jovem e ama os jovens; e que, também para nós, a vossa vida é preciosa, mais ainda necessária para se avançar.

Depois da escuta, um segundo passo para acompanhar o caminho de fé: fazer-se próximo. Vejamos Jesus, que não delega em ninguém da «grande multidão» que O seguia, mas encontra Ele pessoalmente Bartimeu. Diz-lhe: «Que queres que Eu faça por ti?» (10, 51). Que queres – Jesus amolda-Se a Bartimeu, não prescinde das suas expetativas – que Eu faça – fazer, não se limita a falar – por ti – não segundo ideias pré-estabelecidas para todos, mas para ti, na tua situação. É assim que Deus procede, envolvendo-Se pessoalmente com um amor de predileção por cada um. Na sua maneira de proceder, ressalta já a sua mensagem: assim a fé germina na vida.

A fé passa para a vida. Quando a fé se concentra apenas em formulações doutrinárias, arrisca-se a falar apenas à cabeça, sem tocar o coração. E quando se concentra apenas na ação, corre o risco de tornar-se moralismo e reduzir-se ao social. Ao contrário, a fé é vida: é viver o amor de Deus que mudou a nossa existência. Não podemos ser doutrinaristas ou ativistas; somos chamados a levar para a frente a obra de Deus segundo o modo de Deus, na proximidade: unidos intimamente a Ele, em comunhão entre nós, próximo dos irmãos. Proximidade: aqui está o segredo para transmitir, não algum aspeto secundário, mas o coração da fé.

Fazer-se próximo é levar a novidade de Deus à vida do irmão, é o antídoto contra a tentação das receitas prontas. Interroguemo-nos se somos cristãos capazes de nos tornar próximo, capazes de sair dos nossos círculos para abraçar aqueles que «não são dos nossos» e a quem Deus ansiosamente procura. Sempre existe aquela tentação que reaparece tantas vezes na Escritura: lavar as mãos, desinteressar-se. É o que faz a multidão no Evangelho de hoje, é o que fez Caim com Abel, é o que fará Pilatos com Jesus: lavar as mãos. Nós, pelo contrário, queremos imitar Jesus e, como Ele, meter as mãos na massa, sujá-las. Ele, o caminho (cf. Jo 14, 6), por Bartimeu deteve-Se ao longo da estrada; Ele, a luz do mundo (cf. Jo 9, 5), inclinou-Se sobre um cego. Reconhecemos que o Senhor sujou as mãos por cada um de nós e, fixando a Cruz, recomecemos de lá, da lembrança de Deus que Se fez meu próximo no pecado e na morte. Fez-Se meu próximo: tudo começa de lá. E, quando por amor d’Ele também nós nos fazemos próximo, tornamo-nos portadores de vida nova: não mestres de todos, não especialistas do sagrado, mas testemunhas do amor que salva.

Testemunhar é o terceiro passo. Olhemos os discípulos que chamam Bartimeu: não vão junto dele, que mendigava, levar uma moedinha para o contentar ou dar-lhe conselhos; vão em nome de Jesus. De facto, dirigem-lhe apenas três palavras, todas de Jesus: «Coragem, levanta-te que Ele te chama» (10, 49). No resto do Evangelho, só Jesus diz «coragem!», porque só Ele ressuscita o coração. No Evangelho, só Jesus é que diz «levanta-te», para curar o espírito e o corpo. Só Jesus chama, mudando a vida de quem O segue, colocando de pé quem está por terra, levando a luz de Deus às trevas da vida. Tantos filhos, tantos jovens, como Bartimeu, procuram uma luz na vida! Procuram amor verdadeiro. E como Bartimeu que, apesar da multidão, só invoca Jesus, também eles imploram vida, mas frequentemente só encontram promessas falsas e poucos que se interessem verdadeiramente por eles.

Não é cristão esperar que os irmãos inquietos batam às nossas portas; somos nós que devemos ir ter com eles, não lhes levando a nós mesmos, mas Jesus. Ele manda-nos, como aqueles discípulos, para encorajar e levantar em seu nome. Manda-nos dizer a cada um: «Deus pede para te deixares amar por Ele». Quantas vezes, em vez desta mensagem libertadora de salvação, nos levamos a nós mesmos, as nossas «receitas», as nossas «etiquetas» na Igreja! Quantas vezes, em vez de fazer nossas as palavras do Senhor, despachamos como palavra d’Ele as nossas ideias! Quantas vezes as pessoas sentem mais o peso das nossas instituições que a presença amiga de Jesus! Então aparecemos como uma ONG, uma organização paraestatal, e não como a comunidade dos redimidos que vivem a alegria do Senhor.

Ouvir, fazer-se próximo, testemunhar. No Evangelho, o caminho de fé termina, de maneira bela e surpreendente, com Jesus que diz: «Vai, a tua fé te salvou» (10, 52). E, todavia, Bartimeu não fez profissões de fé, não realizou ação alguma; pediu apenas piedade. Sentir-se necessitado de salvação é o início da fé. É o caminho direto para encontrar Jesus. A fé, que salvou Bartimeu, não estava nas suas ideias claras sobre Deus, mas no facto de O procurar, de O querer encontrar. A fé é questão de encontro, não de teoria. No encontro, Jesus passa; no encontro, palpita o coração da Igreja. Então serão eficazes, não as nossas homilias, mas o testemunho da nossa vida.

E a todos vós que participastes neste «caminhar juntos», digo obrigado pelo vosso testemunho. Trabalhamos em comunhão e com ousadia, com o desejo de servir a Deus e ao seu povo. Que o Senhor abençoe os nossos passos, para podermos escutar os jovens, fazer-nos próximo e testemunhar-lhes a alegria da nossa vida: Jesus.

“Anunciai a todos os povos as suas maravilhas.”

No domingo, dia 28 de outubro de 2018, a Paróquia da Beselga, concelho de Penedono, teve uma visita muito especial. Tivemos o privilégio de receber na nossa “casa” o Bispo da Diocese de Lamego, D. António Couto. Como um dos cânticos entoados durante a Eucaristia, veio anunciar aos povos as maravilhas do Senhor.

À visita dominical antecedeu-se uma semana preenchidíssima com visita à Beselga (Igreja, Capela do Divino Senhor dos Passos, Memorial da Devoção Ceireira). Assistiu ao vivo ao Serão de Junça, onde se produzem os artefactos cuja matéria-prima é esta planta. Visitou os nossos doentes bem como os da vizinha paróquia do Seixo e celebrou a Eucaristia, no Lar de Santa Cruz, onde também administrou a Santa Unção aos nossos idosos. Sexta-feira à noite reuniu com os cerca de vinte crismandos da Beselga, Seixo e Prova num momento de proximidade com estes jovens que deixaram transparecer o quanto foram tocados interiormente.

Mesmo com a mudança da hora, a Beselga não adormeceu e cedo se engalanou para receber o Sr. Bispo com belas passadeiras e lindíssimos artefactos de junça a enfeitar que tanto calor emprestaram a uma manhã gélida.

Como dia de festa que foi não podia faltar música e foguetes, de que tanto esta gente gosta. Foi recebido ao toque de música pelos jovens desta desta comunidade e da vizinha comunidade do Seixo que integram a banda filarmónica de Penedono e entoaram o Hino Pontifício.

A forma simples como abordou as pessoas, quer num simples sorriso, quer num cumprimento mais caloroso, quer utilizando o seu sentido de humor cativaram todos os presentes.

Foi recebido na Igreja pelos nossos Párocos, Sr. Padre Carlos e Sr. Padre Francisco, com um discurso de boas-vindas. De maneira simples e bastante emotiva a junça foi mote para este discurso. Fizeram um retrato conhecedor do sentir do povo da Beselga e das suas tradições, dando ênfase à generosidade demonstrada por esta comunidade paroquial.

Na homília, o Sr. Bispo anunciou a palavra de Deus e convidou-nos a estarmos atentos aos mais necessitados. Em resposta ao discurso de boas-vindas apelou que a generosidade desta comunidade continue a refletir-se em todos os domínios.

Crismaram-se 6 jovens Beselguenses. A estes jovens D. António Couto lembrou-lhes que a caminhada continua usando a metáfora “se algum se desviasse da procissão, o mais próximo devia guiá-lo para retornar à procissão”.

No final da Eucaristia os Crismados e a comunidade, representada pela Junta de Freguesia e Comissão de Festas, agradeceram ao Sr. Bispo a sua presença, oferecendo-lhe singelas lembranças a partir dos frutos do trabalho manual desta gente, nomeadamente junça e linho, tão do apreço de D. António . Agradeceu e, assim como nos convidou a visitar o Paço Episcopal,  casa de todos, também nós estaremos de portas abertas para o receber sempre.

Depois da celebração da Eucaristia, rumou-se ao cemitério, onde se fez uma pequena oração, lembrando todos os que ali repousam.

Muito obrigado por nos ter visitado e nos ter enchido o coração.


Nélia Oliveira, in Voz de Lamego, ano 88/46, n.º 4483, 30 de outubro de 2018

No passado sábado à noite, dia 27 de Outubro, realizou-se em Vila da Ponte a Vigília Missionária. Congregando jovens e adultos de diversas paróquias, este momento de oração foi preparado pelo grupo de Jovens Sem Fronteiras daquela aldeia. À chegada encontramos um bonito cenário que nos abria o olhar para a realidade missionária e nos desafiava, silenciosamente, a um espírito de oração. Entretanto foi lido um texto introdutório onde foi apresentado o tema escolhido para a Vigília: "Todos, Tudo e Sempre em Missão".

Depois de entoarmos o cântico inicial, houve uma dinâmica intitulada "Dar fruto...". Pouco a pouco, tendo como símbolo principal a videira, fomos percorrendo os vários continentes e dissemos que queremos ser ramos que permanecem unidos a Jesus, queremos ser ramos que se deixam transformar por Ele para que possamos dar fruto.

Foram lidas algumas palavras do Papa Francisco na Vigília da JMJ de 2016 em Cracóvia, em que ele diz que “para seguir Jesus, é preciso ter uma boa dose de coragem, é preciso decidir-se a trocar o sofá por um par de sapatos que ajudem a caminhar por estradas nunca sonhadas e nem mesmo pensadas.”

Entretanto fomos cantando vários cânticos, escutámos o Evangelho (Jo 15, 1-8) e, em seguida, tivemos a oportunidade de ouvir o testemunho missionário do Anthony Nascimento. Recordando o tempo que passou em Missão na Guiné, contou-nos histórias de vários momentos concretos e abriu-nos os olhos para uma realidade que não conhecíamos.

Posto isto, fomos desafiados a participar numa dinâmica: em frente ao altar estava uma cepa sem folhas, sem cor, sem vida… que representava uma Igreja sem missionários. Como sinal de compromisso, cada pessoa foi colar uma folha de videira naqueles ramos vazios.

Terminada a dinâmica, houve um tempo de silêncio que nos preparou para a Exposição do Santíssimo. Em espírito de adoração, diante de Jesus, rezamos pelos missionários, pelos jovens, pelas famílias e pela nossa diocese.

Após a Vigília, fomos para a casa paroquial onde nos aguardava um agradável lanche-convívio.

Regressamos a casa com a certeza de que somos chamados, como disse o Papa Francisco, "a apoiar com afeto, ajuda concreta e oração os missionários que partiram para anunciar Cristo aos que ainda não O conhecem".

 

Márcia Augusto, Grupo de Jovens de Cabaços
in Voz de Lamego, ano 88/46, n.º 4483, 30 de outubro de 2018

«Esperámos, Senhor na Vossa misericórdia: que ela venha sobre nós.»

Assim rezava o Salmo Responsorial deste 29º Domingo do Tempo Comum. E nestes dias 20 e 21 de outubro Souto e Arcas foram contempladas com essa misericórdia amorosa de Deus. Sim, a visita pastoral que trouxe até nós D. António Couto foi a prova de que Deus é misericordioso. Assim no dia 20 pelas 15h30 o Sr. Bispo foi recebido pelo povo de Arcas com singeleza e amizade. Foi vivida uma Eucaristia que irmanou todos num só sentir, numa só comunhão. No final da Eucaristia fez-se a visita ao cemitério para lembrarem também os entes queridos que já partiram. E porque o corpo precisa de retemperar forças, foi servido um lanche que mais uma vez reuniu todos em torno do seu pastor.
Dia 21 foi a vez da sede da paróquia- S. Pedro do Souto. Pelas 10h30 chegava ao Largo da Praça o Sr. Bispo que foi cumprimentado primeiramente pelo nosso Pároco e por todas as pessoas presentes com uma salva de palmas. Os crismandos ofereceram um ramo de flores a desejarem as boas-vindas. Seguimos para a Igreja Paroquial e logo aí se notou a afabilidade do Sr. Bispo, bem patente no modo informal como interagia com as pessoas por quem passava. À entrada da Igreja foi-lhe dada a beijar pelo nosso Pároco, a Cruz Paroquial. Sentimos que era um de nós.

Depois de breves minutos deu-se início à Eucaristia. Após a saudação inicial o nosso Padre Guilherme saudou com palavras simples mas cheias de amizade o nosso Bispo e este agradeceu. A Eucaristia decorreu normalmente sempre com uma qualidade: a participação de todos os presentes. A homilia baseada na Leitura do Evangelho de S. Marcos 10, 35- 45 foi uma verdadeira lição de vida que, a ser seguida, mudaria o mundo tornando-o com toda a certeza mais fraterno, mais justo, mais humano. Como tudo seria mais fácil se, como dizia o Sr. Bispo, estendêssemos as mãos vazias de riquezas, vaidades, armas e as enchêssemos apenas de outras mãos… (Sinceramente saboreei todas as palavras proferidas e procurarei seguir os conselhos sugeridos: numa palavra «SERVIR». Estou certa que outros pensarão como eu …)
Seguiu- se a administração do sacramento do Crisma a quatro jovens- dois de Arcas e dois do Souto- e da Santa Unção a um grande grupo de pessoas: crianças, jovens, adultos, sempre com uma palavra explicativa do Sr. Bispo. O Ofertório solene teve uma novidade: além do Pão e Vinho que iriam ser o Corpo e Sangue de Jesus, os crismados ofereceram pequenos presentes ao Sr. D. António.

Antes da bênção final, com algumas palavras de agradecimento lidas por uma das jovens crismadas, a paróquia ofereceu uma imagem de Nossa Senhora ao Sr. Bispo pedindo-lhe que viesse mais vezes visitar-nos.
Foram momentos belos neste dia também dedicado às Missões que não esqueceremos tão depressa.

Dada a bênção final e após termos rezado com a Igreja da Terra, fomos ao cemitério rezar com a Igreja do Céu.
Tudo valeu a pena! Bem-haja Sr. Bispo pela lição bela, simples e acessível com que nos brindou e pela ternura que nos mostrou com a sua afabilidade.



Marcelina Carvalho, in Voz de Lamego, ano 88/45, n.º 4482, 23 de outubro de 2018



No passado sábado dia 22 de outubro as comunidades de São Tiago de Piães e de São Cristóvão de Nogueira - Cinfães, reuniram-se na Igreja Paroquial de São Tiago de Piães para uma Vigília Missionária, dando assim a abertura do Ano Missionário.
Estiveram connosco os Missionários da Boa Nova, representado pelo Pe. Farias.

A noite estava tranquila, o céu estrelado, tudo se envolvia para aquele momento solene e de silêncio na casa do Pai.

A troca de textos entre os jovens na sacristia era grande e todos queriam participar na vigília, nem que fosse para dizer uma frase ou até mesmo acender uma vela… Assim o coração lhes pedia.

O órgão já se ouvia na Igreja, as vozes aqueciam, tudo se preparava para o início da vigília.

O silêncio convidava a oração, fazia mesmo lembrar os discípulos reunidos em cenáculo com a Maria Santíssima no dia de Pentecostes.

Era uma noite em que se sentia Deus nos nossos corações, era uma noite em que o frenesim dos telemóveis, dos facebooks, instagrams eram esquecidos, era uma noite em que o aconchego do lar ficava guardado em casa e tudo se concentrava ali, de olhar fito no sacrário, no Jesus escondido.

A luz envolvente do círio pascal fazia transparecer um grande luzeiro a iluminar a vida de cada cristão, a sentir no seu coração o ser missionário… O ser portador, peregrino de Cristo em outras margens e paragens…

“Dar mais…” Assim cantavam os jovens, cada jovem queria dar mais de si, marcar um vínculo com Cristo, em se tornarem missionários.

Missionários na escola, em casa, noutra cidade…

Todos queriam ser portadores do “Logos”, Aquele Logos estava ali presente.

A presença do Mestre fazia arrepiar o espírito, e a brisa morna que pairava no ar, que tocava de leve na cabeça de cada um eram os dons do Espírito Santo que abençoava e tornava a comunidade cristã, mais preparadas para um mundo em que precisa de uma Igreja em saída, uma Igreja de portas abertas.

Uma Igreja Missionária que precisa de novos ramos de videira, cheios de vida, de uma vida cimentada no Evangelho que chama, convida novos irmãos a aderirem ao projeto Salvador de Cristo.

Houve tempo para discernimentos pessoais, leituras bíblicas, salmos e pedidos ao Espírito Santo para que fortaleça cada íntimo de cada ser e que chame novos Missionários para a messe de Senhor.

A vigília terminou com um cântico de anúncio do reino em que somos convidados a anunciar o Evangelho a todas a criaturas com a força do Espírito Santo.

Após a vigília o sorriso de cada membro participante era contagiante, não havia pressa em sair do recinto e as horas não pareciam tardes pois os corações daquelas pessoas tinham sido tocados por Deus naquela noite…



Marco Cardoso – São Tiago de Piães, Cinfães
in Voz de Lamego, ano 88/45, n.º 4482, 23 de outubro de 2018

No  passado  sábado, dia  20 de outubro,  16 jovens estiveram no centro paroquial de Moimenta da Beira a realizar o ‘Nível 1’ da Formação para Animadores Juvenis, organizado pelo Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens.

A formação teve início de manhã e durou o dia todo. Teve como objetivo principal capacitar alguns dos jovens da nossa diocese na orientação dos seus grupos de jovens. Para cumprir este objetivo foram realizadas ao longo do dia várias dinâmicas de grupo, palestras informativas, actividades de coesão e como não podiam faltar, alguns momentos de oração.

De um ponto de vista mais pessoal, este objetivo foi alcançado através da discussão de diversos temas escolhidos a dedo e falados pelo Pe. Luís Rafael em tudo pertinentes e essenciais a esta formação. Foi para mim uma dia colorido e enriquecedor a vários níveis porque acredito que nos foram dadas as ferramentas necessárias para coordenarmos e organizarmos os nossos grupos de jovens de uma maneira que nos aproxime a todos mais uns dos outros, da Igreja e de Deus.

As conclusões que posso tirar deste dia passam pelo quão bom foi ter a oportunidade de aprender tudo o que aprendi tão pertinho de casa, de forma gratuita e perceber que apesar de "andar" há muito neste meio haviam certos assuntos que eu não sabia abordar e que agora já me sinto mais capaz e sobretudo com mais conhecimento para abordar.

No meu ver são essenciais este tipo de actividades mais formativas que nos tornam mais capazes de levar esta mensagem de amor que transportamos sempre connosco e que muitas vezes se torna tão difícil de transmitir.
Fico a aguardar o ‘Nível 2’.



Marta Magno, Arautos da Alegria, Tarouca
in Voz de Lamego, ano 88/45, n.º 4482, 23 de outubro de 2018

Ano Missionário      

O auditório do Seminário de Lamego acolheu, na passada sexta-feira, 19 de outubro, pelas 20h30, todos quantos quiseram participar numa iniciativa organizada pelo Centro de Estudos Fé e Cultura da nossa diocese. E foram muitos os que marcaram presença para escutar D. António Couto sobre o Ano Missionário em curso.

Se assumimos, com o agora santo Papa Paulo VI, que “A Igreja existe para evangelizar”, interrogamo-nos sobre a maneira de propor a fé num contexto de grande indiferença religiosa e numa sociedade secularizada, marcada pelo progresso e por tantas conquistas, mas que não se livra de ser também um tempo propício ao lamento e ao desencanto. O mesmo se passa dentro da Igreja, o que contrasta com a alegria que os baptizados são convidados a protagonizar.

Num contexto assim, e como nos recorda D. António Couto na sua mais recente Carta Pastoral, Anunciar o Evangelho é a vocação própria da Igreja, “a Igreja não pode nem deve continuar a lançar tranquilamente mão apenas dos métodos de transmissão da fé até agora em uso. É preciso e é urgente lançar, desde já, mãos e pés, inteligência, entranhas e coração a uma nova vaga de evangelização para a qual são precisos novos evangelizadores” (n.º 8).

Cada um tem uma missão; cada um é uma missão. Como assumi-la e concretizá-la? Como fazer com que as pessoas que encontramos experienciem um pouco do amor e da misericórdia de Deus? Como dar testemunho da beleza do Evangelho através da nossa vida? Como contribuir para a construção e a configuração do futuro da Igreja, suscitando esperança e confiando plenamente em Deus?

O nosso bispo começou por apresentar dados referentes ao número dos que não conhecem Jesus Cristo. O seu contínuo crescimento diz bem da necessidade e urgência da missão de anunciar o Senhor, afastando a indiferença: “temos que amar e evangelizar”. Trata-se de assumir que todos os baptizados são implicados nesta tarefa e que ninguém pode assistir “tranquilo” ao que acontece.

A este propósito, citou o actual responsável da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, que, numa recente carta, falava da missão como critério para medir: “a eficácia das nossas estruturas, os resultados dos nossos trabalhos, a fecundidade dos nossos ministros e a alegria que somos capazes de suscitar”.

Depois de apontar algumas passagens bíblicas e ter citados alguns documentos eclesiais sobre a missão, o encontro prosseguiu com um alargado tempo para o diálogo. E foram diversas as intervenções, não apenas para questionar e escutar algumas respostas, mas também em jeito de reflexão e de sugestão para possíveis iniciativas.

A missão da Igreja, que não dispensa o “contágio” que cada baptizado é convidado a protagonizar, assume-se e concretiza-se com a colaboração de todos. E foi também esse um dos nossos objectivos: sublinhar a sinodalidade eclesial e a necessidade de todos participarem na missão comum.

A iniciativa marcou também a abertura de mais um ano de formação do Centro de Estudos Fé e Cultura, nomeadamente através do Curso Básico de Formação Religiosa.

Agradecemos a presença e as palavras de D. António Couto, tal como louvamos a participação interessada de quantos apareceram para escutar e reflectir em Igreja. Queira Deus que, nos caminhos da vida (família, paróquia, trabalho, passatempo, férias, etc.), sejam os discípulos missionários que a Igreja e o mundo precisam.

JD

No fim-de-semana de 20 e 21 de Outubro,  os seminaristas e pré-seminaristas do Seminário Maior de Lamego realizaram a primeira acção vocacional do novo ano pastoral, na Paróquia de São João Baptista de Cinfães.

As actividades arrancaram na tarde de sábado com um encontro com as crianças da catequese, em que houve oportunidade de explicar o que é o seminário e mostrar as diferentes vertentes da vida de um seminarista.

De seguida, de forma a melhor conhecer a comunidade e entrar em comunhão com quem nos acolhia, participamos na celebração do terço e da Eucaristia. Pela noite, dado que este domingo a Igreja celebrou o Dia Mundial das Missões, realizou-se uma Vigília Missionária. Escutaram-se as palavras desafiantes que o Papa Francisco lançou aos jovens do mundo inteiro na JMJ 2016, e o apelo de Jesus para que cada um dê muito fruto, permanecendo unido a Ele. Houve, então, a oportunidade de estar diante do Santíssimo Sacramento, para que cada um pudesse sentir o olhar do Senhor que nos chama e envia a ser missão.

No domingo, estivemos com os restantes grupos de catequese, para que também eles pudessem conhecer o seminário e os seminaristas, seguido da participação na Eucaristia com toda a comunidade paroquial.

Não podemos deixar de agradecer a toda a comunidade de Cinfães e, particularmente, ao Pe. Francisco Marques, pela forma como fomos acolhidos e acarinhados em todos os momentos da nossa presença na paróquia.

Este encontro foi o primeiro de vários que irão decorrer ao longo do ano pastoral e em que a comunidade do Seminário Maior irá percorrer diversas paróquias da zona pastoral de Cinfães. Serão oportunidade de o Seminário, enquanto "coração da diocese", marcar presença junto das suas comunidades, dando sinal da sua vitalidade, e mostrando o caminho de seminário aos jovens que possam sentir o apelo do Senhor a uma vida de Amor e Serviço.


Tiago Torres, SML

“A minha paróquia é uma paróquia como qualquer outra”. É com esta frase que Georges Bernanos inicia o romance  “Diário de um pároco de aldeia”. Queria começar exatamente ao contrário – as nossas paróquias, são mesmo melhores do que quaisquer outras. Bem, pelo menos aos nossos olhos.
Rev.mo sr. Provigário-geral, pe. João Carlos, obrigado por ter vindo e por ser a presença do nosso bispo na nossa comunidade. A ele lhe asseguramos reverência e obediência no cuidado pastoral que vamos realizando.

«Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração» (Jer 3, 15).

Com estas palavras do profeta Jeremias, Deus promete ao seu povo que jamais o deixará privado de pastores que o reúnam e guiem: “Eu estabelecerei para elas (as minhas ovelhas) pastores, que as apascentarão, de sorte que não mais deverão temer ou amedrontar-se” (Jer 23, 4). Pastores Dabo Vobis, nº1, (25/03/1992). Notem que a sorte nem é só das ovelhas, nem só dos pastores e só se realiza na comunhão entre ambos.
Pe. Vitor, à semelhança de Jesus na sinagoga de Nazaré, também em ti estão fixos os nossos olhos. É Jesus que procuramos e é de ti que esperamos indicações para nos deixarmos encontrar por Ele. Obrigado pela tua vocação, pelo teu sim dado na ordenação sacerdotal e aqui concretizado junto deste povo.

Queridos paroquianos. Envolve-nos um misto de sentimentos. Temos saudades do pe. Bráulio e de sacerdotes que por aqui passaram. Os padres são um pouco como os lugares que nos marcam. Não são substituíveis porque cada um tem a sua identidade própria. Habituamo-nos a gostar deles pelo que são, mais do que por qualquer outra razão. Apesar desta saudade, não deixamos de experimentar também uma certa nostalgia do futuro. Uma ânsia de novidade, onde, através de uma pastoral de gestação, sejamos capazes de criar condições para a “propagação da fé por atração”, através do contágio do amor, como refere Sua Santidade o Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões que viveremos de hoje a oito dias. Continua o santo padre: “É necessário diluir fronteiras, cancelar margens e distâncias e reduzir as diferenças”.

Irmãs e irmãos. Quando Martin Luther King, pastor protestante, quis alertar para a falta de direitos civis nos Estados Unidos da América, começou por dizer, a 28 de Agosto de 1963, diante de milhares de pessoas: “I have a dream” – Eu tenho um sonho. Os vossos párocos não têm um sonho. Querem apenas ser instrumentos para Deus concretizar o seu sonho para este povo. Mas este sonho de Deus precisa de todos para ser concretizado. Ninguém está dispensado. Ninguém está fora de jogo. Ninguém deixará de ser convocado.
Concluo esta admonição dando voz a Dom António Francisco, bispo do Porto, que nos acompanha a partir do Céu: “Não devemos ter medo da bondade. Só pela bondade aprendemos a fazer do poder um serviço, da autoridade uma proximidade e do ministério uma paixão pela missão de anunciar a alegria do Evangelho”.

Que não nos falte o tempo, a prudência e o tato para recordarmos a todos que cada um de nós vale o sangue de Deus e que a celebração deste mistério há de ser a fonte e o cume de toda a vida cristã desta comunidade paroquial.
Que a alegria aqui hoje sentida se perpetue pelo tempo em que compartilharemos a missão! Obrigado por tudo o que nos concedeis e pela comunidade que constituis.



Pe. Jorge Giroto, in Voz de Lamego, ano 88/44, n.º 4481, 16 de outubro de 2018

Foi num ambiente de simplicidade e de alegria, de festa e de encontro, que decorreu no passado sábado a visita pastoral do Sr. Bispo D. António Couto à paróquia de Ourozinho/Telhal, da zona pastoral de Penedono. A celebração da Eucaristia, sacramento no qual a maior riqueza de Deus Pai – Seu Filho Jesus Cristo – vem ao encontro da nossa fragilidade humana “para nos enriquecer na nossa pobreza”, tornou-se ainda mais festiva com a administração do sacramento do Crisma a 11 jovens fortalecidos com os dons do Espírito Santo.

Um facto interessante foi a coincidência deste dia com a entrada solene do padre Carlos e do padre Chico nesta paróquia no dia 12 de outubro de 1986. Já lá vão 32 anos de serviço pastoral e dedicação total a estas comunidades paroquiais. Como referiu o sr. Bispo D. António no final da celebração, “há que louvar o trabalho realizado por estes jovens sacerdotes nas comunidades que lhes estão incumbidas”. Nestes anos de entrega são muitos os dons e as graças de Deus distribuídas, são muitos os momentos de dor e de alegria, de sofrimento e de esperança vividos e partilhados com estas pequenas comunidades cristãs. A marca das suas vidas sacerdotais está visível em cada comunidade, em cada paroquiano, nas crianças e nos jovens, nas famílias, nos idosos do lar e dos centros de dia, nas obras de beneficiação e restauro de igrejas e capelas. E toda esta obra espiritual e material realizada no recolhimento e acompanhada pela oração, é reconhecida pelas comunidades paroquiais que serviram e continuam a servir com zelo pastoral.

No momento de acolhimento simples mas genuíno que as pessoas desta terra fizeram ao prelado da nossa diocese, D. António perguntou-me, como filho desta paróquia, acerca do topónimo “Ourozinho” (que segundo alguns historiadores se refere ao facto de em tempos antigos nesta terra existir ouro em pequena quantidade e daí o diminutivo), e questionava-me onde estava o tal ouro. Eu respondi-lhe que esse ouro se encontrava no coração daquelas pessoas que ali viviam. É na simplicidade e humildade que o coração humano melhor se pode encontrar com Deus. Assim o testemunha o sermão das bem-aventuranças quando diz que são “felizes os puros de coração porque verão a Deus”!

No início da eucaristia o Padre Carlos recordava a pequena dimensão desta paróquia e a sua natureza humilde, citando o refrão do hino que ele mesmo escreveu e musicou: “Ourozinho, linda terra, meu cantinho pequenino lá na serra”! Depois na sua homilia, D. António Couto aproveitando esta deixa, referiu que “nas paróquias mais pequenas há melhores condições para se viver em família” porque todas as pessoas se conhecem, se cruzam e se encontram nos caminhos da vida. Esta proximidade deve ajudar as pessoas a viverem mais unidas entre si e consequentemente a sentirem-se mais próximas de Deus.

Terminada a celebração eucarística e alimentados pelo Pão da Vida, seguiu-se um saboroso lanche convívio, aberto a toda a comunidade no bonito salão paroquial, reconstruído com o granito amarelo oriundo desta terra serrana.

Obrigado Pe. Carlos e Pe. Chico por toda a dedicação pastoral em prol desta pequenina comunidade; obrigado D. António Couto pela sua visita e pelas palavras de fé, de alento e de esperança que nos deixou, e obrigado ao Sr. Vigário Geral, Monsenhor Dias Rebelo, e Provigário Geral, Cónego João Carlos, pela presença e pela amizade.



Padre Basílio, Sacerdote natural de Ourozinho
in Voz de Lamego, ano 88/43, n.º 4481, 16 de outubro de 2018

A visita Pastoral a esta paróquia de Antas, começou na Sexta-feira,  com um encontro de D. António com os crismandos das paróquias de Antas, Ourozinho e Souto, encontro este na matriz de Antas. Um momento intenso não só porque catequético mas acima de tudo porque, marcante e interpelativo para os cerca de 28 jovens presentes. De referir a proximidade de D. António pelas suas palavras, interpelações, desafios e mesmo pelo seu humor.

No Domingo, o momento alto desta visita pastoral com a celebração da Eucaristia e administração do Crisma. Depois de um acolhimento simpático no adro da Igreja, onde não faltaram os arcos e as flores, os esgares e os sorrisos, a surpresa e a proximidade, entramos na igreja matriz onde o grupo coral deixou no ar um “Benedictus qui venit in nomine domini”, condimento que ditaria a dignidade com que decorreu toda a celebração. Iniciada esta, um dos párocos deu as boas vindas a D. António, salientado que esta paróquia e o espaço que pisamos é carregado de história e de Fé. Dólmens, menir, lagaretas do período romano, sepulturas medievais, testemunham este caminho já tão longo daqueles que foram os nossos antepassados. Quatro capelas que se distribuem pelos diferentes lugares da freguesia, uma delas provavelmente do início da nacionalidade, outra com um fresco do século XVI, riquíssimas alfaias litúrgicas, lavradas em prata, testemunham a intensidade da fé e da dádiva a Deus do que mais caro se possuía.

Esta saudação sublinhou ainda palavras retiradas do documento preparatório enviado pelo nosso bispo para as visitas pastorais: “A mim como vosso bispo, compete-me através da Visita Pastoral, ser no meio de vós a transparência pura de Jesus Cristo, e ajudar a encher de mais amor e alegria a família de Deus”. Na reflexão que nos proporcionou, nas suas palavras e nos seus gestos D.António foi efectivamente esta transparência de Jesus Cristo, encheu de mais amor e alegria esta parcela da família de Deus.

Ao terminar da celebração os então crismados quiseram entregar uma prenda ao bispo que os crismou, acompanhada de um desafio: “Nós, jovens hoje crismados, queremos oferecer-lhe esta simples prenda. Não é para pagar nada, pois estes momentos não têm preço. É acima de tudo para que quando a olhar se lembre de nós, reze por nós, para que que a marca que hoje desenhou em nossa fronte, atinja o nosso coração e nos faça testemunhas da verdade, do bem, de Deus, sempre e onde quer que nos encontremos”.

Dada a proximidade do cemitério, colado ao adro da igreja, houve tempo par um momento de oração, pelos que adormeceram em Cristo, pelos que choram a morte de alguém querido, por todos os que ainda peregrinamos neste mundo.

Que ao momento vivido não falte o compromisso, que à solenidade não falte a dignidade das nossas vidas, que a alegria deste dia não esgote o anseio de procurarmos sempre a Eterna Fonte da Alegria.


Os Párocos, in Voz de Lamego, ano 88/43, n.º 4481, 16 de outubro de 2018

De 19 a 28 de outubro de 2018 realiza-se a Semana Nacional da Educação Cristã.
A Comissão Episcopal da Educação  Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) acaba de publicar a Nota Pastoral para esta semana subordinada ao tema «Ser Feliz é Ser Santo».

1.  A felicidade proposta por Jesus Ser feliz é o que todos nós mais desejamos.
E Deus, que nos criou para sermos felizes, revela-nos que a felicidade se alcança fazendo o que Lhe dá glória e nos dignifica como seres humanos. Nesse sentido chamou também à santidade. “Sede santos, porque Eu sou Santo” (1Ped 1,16).
Jesus, por sua vez, une explicitamente a felicidade à santidade, designadamente nas bem-aventuranças (cf. Mt 5,3-12; Lc 6,20-23). Diz, a esse prepósito, o Papa Francisco: «A palavra ‘feliz’ ou ‘bem-aventurado’ torna-se sinónimo de ‘santo’, porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade» (Gaudete et Exsultate 64).
Trata-se de um caminho que começa pelo reconhecimento da própria pobreza e (n)a consequente entrega a Deus que, deste modo, nos potencia para fazermos, para com os outros, o que só Ele faz em plenitude: ter uma compaixão ou misericórdia, que nasce de um coração puro, nos leva a construir uma paz que radica em justiça. Um caminho que nos conduz àquela felicidade que nem as perseguições destroem. Pelo contrário: é então que a nossa entrega é maior e a felicidade atinge a sua plenitude. Como aconteceu com o próprio Jesus que na morte alcançou a ressurreição. Sim, nas bem-aventuranças Jesus traça-nos o caminho da felicidade que Ele próprio percorreu, enquanto Filho de Deus que por nós deu a vida.

2.  Uma felicidade diferente daquela que o mundo nos oferece.
Não há dúvida que este caminho proposto por Jesus colide com aquele que o mundo propõe. É neste sentido que o Papa Francisco, na citada exortação Gaudete et Exsultate (Alegrai-vos e Exultai) propõe o modelo cristão de felicidade como alternativa ao da sociedade consumista e egoísta. «Se não cultivarmos uma certa austeridade, se não lutarmos contra esta febre que a sociedade de consumo nos impõe para nos vender coisas, acabamos por nos transformar em pobres insatisfeitos que tudo querem ter e provar» (Gaudete et Exsultate 108).
E nasce assim uma cultura marcada pela “ansiedade nervosa e violenta”, “o negativismo e a tristeza” ou o individualismo destrutivo. Uma cultura que se apodera das novas tecnologias, das redes sociais, que tanto bem podem fazer (informação fidedigna, comunhão entre as pessoas, crescimento e aprimoramento do saber), mas que, por sua vez, comporta muitos riscos.
Daí o alerta do Papa contra o consumismo da “informação superficial”, as “formas de comunicação rápida e virtual” que criam um ‘turbilhão’; e o convite a evitar a participação em “redes de violência verbal através da internet”; bem como o aviso de que “mesmo nos media católicos é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama alheia”.

Não basta, pois, estar conectados; é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro, como um meio para viver a caridade com os outros.

3.  Uma felicidade que nos compromete em transformar o mundo.
Santidade é, nada mais nada menos, que amar em todas as situações. Só amando somos felizes. «Então, o vosso coração há de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» – diz-nos Jesus (Jo 16, 20.22). E amamos porque primeiro fomos amados. Por isso, ser santo é resposta serena e profunda de quem se sente amado por Deus e, com Ele, entende o sentido da vida.
«A sedução com que nos bombardeiam é tal que, se estivermos demasiado sozinhos, facilmente perdemos o sentido da realidade, a clareza interior, e sucumbimos» (Gaudete et Exsultate 140). Daí a importância de nos abrirmos aos outros. A santificação é um caminho comunitário. Partir de Cristo, da intimidade do seu amor, para agir na sociedade, é santificar-se e santificar o mundo. Por outras palavras: é preciso sair de nós para vermos a felicidade entrar em nós. Era a com- paixão de Jesus que o impelia a sair de Si mesmo a fim de anunciar o caminho da felicidade, curando e libertando as pessoas de todo o mal.
É este desafio do Papa Francisco que queremos lançar na Semana Nacional da Educação Cristã de 2018: de modo muito especial, aos pais, avós, professores, catequistas, sacerdotes, diáconos e todos os educadores cristãos. Um convite   a serem, no mundo, testemunhas da santidade e da consequente alegria com que se entregam aos educandos que lhes são confiados. Um convite a que também eles sigam pelo mesmo caminho de santidade que os pode fazer felizes, pela entrega da fé a Deus e a oferta da vida aos outros.

Festa de S. Lucas, 18 de outubro de 2018

No passado sábado, dia 13 de Outubro, os jovens da nossa Diocese de Lamego tiveram um encontro intitulado de “reSTART”. Esta atividade, preparada pelo Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens, foi o ‘pontapé de saída’ das atividades juvenis deste Ano Pastoral 2018/2019.

Logo para começar, fomos recebidos com bastante entusiasmo e, através de algumas dinâmicas, pudémos conviver com os jovens das diferentes paróquias. Cantamos, dançamos, saltamos, abraçamos, partilhamos alegria e também alguns petiscos na hora de jantar.

Já com estômago aconchegado, era hora de prepararmos a "invasão" ao Paço Episcopal! Foram distribuídos lenços de várias cores e, em seguida, fomos divididos em vários grupos, de forma a que cada um elaborasse duas perguntas que, posteriormente, iriam ser colocadas ao Sr. D. António Couto... algumas questões ‘sérias’ e outras mais ‘divertidas’, de forma a estabelecermos um diálogo com ele e um momento de confraternização.

Estando tudo pronto, partimos para a casa do Sr. Bispo onde, humildemente, este nos abriu as portas e nos recebeu um a um. Para a maioria de nós, era a primeira vez que entrávamos naquele espaço e estávamos muito curiosos. Tivemos acesso direto para um grande hall de entrada e, curiosamente, o ambiente era descontraído e intimista: mantas e almofadas no chão, luzes e velas, panos coloridos e alguns cartazes juvenis, um puff vermelho ao centro e, no cimo das escadas, uma cruz feita com caixas de madeira.

Depois de estarmos instalados, e de termos assistido a uma encenação preparada pela equipa do DDPJ, era chegada a hora de fazermos as nossas questões! Tal como era esperado, o Sr. Bispo entrou no espírito e respondeu às perguntas colocadas pelos diferentes grupos, demonstrando-se à vontade connosco, disponível para ouvir as nossas inquietações e, divertido, alinhando nas nossas ‘interrogações matreiras’.

No final, depois da Oração de Envio, pudémos conviver mais um pouco e tirar algumas selfies com o nosso Bispo que, em seguida, teve a amabilidade de nos convidar a visitar a sua casa, mostrando-nos os vários compartimentos e falando-nos um pouco sobre os seus dias passados naquele local.

Foi notória, ao longo de toda a atividade, a sua postura descontraída e de abertura para com os jovens, o que facilitou o diálogo, tornando assim o ambiente agradável.

Poder-se-á concluir que este serão de sábado à noite foi diferente e especial para os mais de 90 jovens presentes, uma vez que sentimos que estávamos juntos pela mesma razão: preferimos estar na companhia do nosso Deus e assumir uma participação ativa na diocese, em vez de estarmos num café com os nossos amigos, como é habitual num fim de semana àquela hora.


Bruna Soares, Jovem de Avões, in Voz de Lamego ano 88/44, n.º 4481, 16 de outubro de 2018

Movimento da Mensagem de Fátima.
Peregrinação à Senhora da Lapa do MMF.         


No passado dia 13 de outubro 2018, o Movimento da Mensagem de Fátima, presente na Diocese de Lamego, peregrinou até ao Santuário de Nossa Senhora da Lapa.
Foram várias centenas de mensageiros, de várias paróquias, acompanhados pelas suas famílias, amigos e alguns sacerdotes, que acorreram ao Santuário, testemunhando com a sua presença a devoção à Mãe do Céu como caminho para Jesus.

Alguns aproveitaram para fazer a sua reconciliação. Agradecemos de coração aos sacerdotes que estiveram presentes. A peregrinação é também para os responsáveis do MMF e seus colaboradores um momento de agradecer um ano pastoral que termina e outro que se inicia, é um tempo de oração, reflexão e compromisso.

Iniciaram-se os trabalhos com a saudação a Nossa Senhora. Foi um momento muito bonito, trabalhado e animado por um grupo de mensageiros da Paróquia de Mondim da Beira. Seguiu--se a caminhada até ao recinto com a reflexão dos mistérios Luminosos, que nos apresentam a realeza e a glória de Deus, representada em cada quadro bíblico.

Chegados ao recinto, fomos recebidos pelas vozes melodiosas do coro orientado pelo senhor Padre Sérgio Lemos, constituído por elementos das suas paróquias, a quem muito agradecemos. Seguiu-se a Eucaristia, presidida pelo senhor Bispo D. Jacinto, Bispo Emérito de Lamego, que muito nos honrou com a sua presença. Na homilia, o senhor Bispo chamou- nos à realidade, a fim de cumprirmos a missão que Nossa Senhora nos confiou: é preciso ir ao encontro do outro, sair do nosso conforto e sem medos, mostrar que sozinhos não podemos mudar o mundo, mas convertidos à Mensagem da Mãe do Céu, que é o Evangelho, seremos missionários nas nossas famílias e nas nossas comunidades. Este é também o apelo feito pelo Papa Francisco, que pede que rezemos o terço, tendo como intenção a santificação da Santa Igreja.

Depois do almoço e de um pequeno encontro com todos os mensageiros, nos claustros do Colégio, terminou a peregrinação com a Adoração Eucarística. Adorar e consolar Jesus que está muito triste e ofendido, foi o pedido feito pelo Anjo na 3.ª Aparição, em 1916, aos pastorinhos e que São Francisco Marto cumpriu sendo apenas uma criança.
Lembramos que em 2019 se celebra o centenário da morte de São Francisco Marto, o amigo de “Jesus Escondido”. Sejamos seus imitadores.

Um agradecimento muito sentido ao Senhor Reitor do Santuário, Padre Amorim, à Irmã Lídia, à Irmã Jacinta e a todos os seus colaboradores, pelo carinho, amizade e disponibilidade com que sempre nos recebem. Que Nossa Senhora da Lapa a todos ajude e proteja.


O Secretariado Diocesano do MMF,
in Voz de Lamego, ano 88/44, n.º 4481, 16 de outubro de 2018

Homilia do Papa Francisco na Canonização de Paulo VI e de D. Óscar Romero.
Vaticano, 14 de outubro de 2018. 

A segunda Leitura disse-nos que «a palavra de Deus é viva, eficaz e cortante» (cf. Heb 4, 12). É mesmo assim: a Palavra de Deus não é apenas um conjunto de verdades ou uma história espiritual edificante. Não! É Palavra viva que toca a vida, que a transforma. Nela, Jesus pessoalmente – Ele que é a Palavra viva de Deus – fala aos nossos corações.

Particularmente o Evangelho convida-nos a ir ao encontro do Senhor, a exemplo daquele «alguém» que «correu para Ele» (cf. Mc 10, 17). Podemo-nos identificar com aquele homem, de quem o texto não diz o nome parecendo sugerir-nos que pode representar cada um de nós. Ele pergunta a Jesus como deve fazer para «ter em herança a vida eterna» (10, 17). Pede vida para sempre, vida em plenitude; e qual de nós não a quereria? Mas pede-a – notemos bem – como uma herança a possuir, como um bem a alcançar, a conquistar com as suas forças. De facto, para possuir este bem, observou os mandamentos desde a infância e, para alcançar tal objetivo, está disposto a observar ainda outros; por isso, pergunta: «Que devo fazer para ter…?»

A resposta de Jesus mexe com ele. O Senhor fixa nele o olhar e ama-o (cf. 10, 21). Jesus muda-lhe a perspetiva: passar dos preceitos observados para obter recompensas ao amor gratuito e total. Aquele homem falava em termos de procura e oferta; Jesus propõe-lhe uma história de amor. Pede-lhe para passar da observância das leis ao dom de si mesmo, do trabalhar para si ao estar com Ele. E faz-lhe uma proposta «cortante» de vida: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres (…), vem e segue-Me» (10, 21). E Jesus diz também a ti: «Vem e segue-Me». Vem: não fiques parado, porque não basta não fazer nada de mal para ser de Jesus. Segue-Me: não vás atrás de Jesus só quando te apetece, mas procura-O todos os dias; não te contentes com observar preceitos, dar esmolas e recitar algumas orações: encontra n’Ele o Deus que sempre te ama, o sentido da tua vida, a força para te entregares.

E Jesus diz mais: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres». O Senhor não faz teorias sobre pobreza e riqueza, mas vai direto à vida. Pede-te para deixar aquilo que torna pesado o coração, esvaziar-te de bens para dar lugar a Ele, único bem. Não se pode seguir verdadeiramente a Jesus, quando se está estivado de coisas. Pois, se o coração estiver repleto de bens, não haverá espaço para o Senhor, que Se tornará uma coisa mais entre as outras. Por isso, a riqueza é perigosa e – di-lo Jesus – torna difícil até mesmo salvar-se. Não, porque Deus seja severo; não! O problema está do nosso lado: o muito que temos e o muito que ambicionamos sufocam-nos; sufocam-nos o coração e tornam-nos incapazes de amar. Neste sentido, São Paulo recorda-nos que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tim 6, 10). Quando se coloca no centro o dinheiro, vemos que não há lugar para Deus; e não há lugar sequer para o homem.

Jesus é radical. Dá tudo e pede tudo: dá um amor total e pede um coração indiviso. Também hoje Se nos dá como Pão vivo; poderemos nós, em troca, dar-Lhe as migalhas? A Ele, que Se fez nosso servo até ao ponto de Se deixar crucificar por nós, não Lhe podemos responder apenas com a observância de alguns preceitos. A Ele, que nos oferece a vida eterna, não podemos dar qualquer bocado de tempo. Jesus não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada.

Queridos irmãos e irmãs, o nosso coração é como um íman: deixa-se atrair pelo amor, mas só se pode apegar a um lado e tem de escolher: amar a Deus ou as riquezas do mundo (cf. Mt 6, 24); viver para amar ou viver para si mesmo (cf. Mc 8, 35). Perguntemo-nos de que lado estamos nós... Perguntemo-nos a que ponto nos encontramos na nossa história de amor com Deus... Contentamo-nos com alguns preceitos ou seguimos Jesus como enamorados, prontos verdadeiramente a deixar tudo por Ele? Jesus pergunta a cada um e a todos nós como Igreja em caminho: somos uma Igreja que se limita a pregar bons preceitos ou uma Igreja-esposa, que pelo seu Senhor se lança no amor? Seguimo-Lo verdadeiramente ou voltamos aos passos do mundo, como aquele homem? Em suma, basta-nos Jesus ou procuramos as seguranças do mundo? Peçamos a graça de saber deixar por amor do Senhor: deixar riquezas, deixar sonhos de funções e poderes, deixar estruturas já inadequadas para o anúncio do Evangelho, os pesos que travam a missão, os laços que nos ligam ao mundo. Sem um salto em frente no amor, a nossa vida e a nossa Igreja adoecem de «autocomplacência egocêntrica» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 95): procura-se a alegria em qualquer prazer passageiro, fechamo-nos numa tagarelice estéril, acomodamo-nos na monotonia duma vida cristã sem ardor, onde um pouco de narcisismo cobre a tristeza de permanecermos inacabados.

Aconteceu assim com aquele homem que – diz o Evangelho – «retirou-se pesaroso» (10, 22). Ancorara-se aos preceitos e aos seus muitos bens, não oferecera o coração. E, embora tivesse encontrado Jesus e recebido o seu olhar amoroso, foi-se embora triste. A tristeza é a prova do amor inacabado. É o sinal dum coração tíbio. Pelo contrário, um coração aliviado dos bens, que ama livremente o Senhor, espalha sempre a alegria, aquela alegria de que hoje temos tanta necessidade. O Santo Papa Paulo VI escreveu: «É no meio das suas desgraças que os nossos contemporâneos precisam de conhecer a alegria e de ouvir o seu canto» (Exort. ap. Gaudete in Domino, I). Hoje, Jesus convida-nos a voltar às fontes da alegria, que são o encontro com Ele, a opção corajosa de arriscar para O seguir, o gosto de deixar tudo para abraçar o seu caminho. Os Santos percorreram este caminho.

Fê-lo Paulo VI, seguindo o exemplo do Apóstolo cujo nome assumira. Como ele, consumiu a vida pelo Evangelho de Cristo, cruzando novas fronteiras e fazendo-se testemunha d’Ele no anúncio e no diálogo, profeta duma Igreja extroversa que olha para os distantes e cuida dos pobres. Mesmo nas fadigas e no meio das incompreensões, Paulo VI testemunhou de forma apaixonada a beleza e a alegria de seguir totalmente Jesus. Hoje continua a exortar-nos, juntamente com o Concílio de que foi sábio timoneiro, a que vivamos a nossa vocação comum: a vocação universal à santidade; não às meias medidas, mas à santidade. É significativo que, juntamente com ele e demais Santos e Santas hodiernos, tenhamos D. Óscar Romero, que deixou as seguranças do mundo, incluindo a própria incolumidade, para consumir a vida – como pede o Evangelho – junto dos pobres e do seu povo, com o coração fascinado por Jesus e pelos irmãos. E o mesmo podemos dizer de Francisco Spinelli, Vincente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus e também do nosso jovem abruzo-napolitano, Núncio Sulprizio: o santo jovem, corajoso, humilde que soube encontrar Jesus no sofrimento, no silêncio e no dom de si mesmo. Todos estes Santos, em diferentes contextos, traduziram na vida a Palavra de hoje: sem tibieza, nem cálculos, com o ardor de arriscar e deixar tudo. Irmãos e irmãs, que o Senhor nos ajude a imitar os seus exemplos!

Centro de Estudos Fé e Cultura
Cada um tem uma missão
Cada um é uma missão

Nas vésperas do Dia Mundial das Missões e em pleno Ano Missionário, encontro com D. António Couto, no Seminário de Lamego, dia 19 deste mês, às 20h30, para dialogar sobre a missão que se é e que se tem.

Através da Nota Pastoral “Todos, Tudo e Sempre em Missão”, os nossos bispos convidaram para a vivência de um Ano Missionário (outubro de 2018 - outubro de 2019). O convite foi motivado pelo anúncio do Papa Francisco, que decretou o mês de outubro de 2019 como um “Mês Missionário extraordinário”, para assinalar o centenário da promulgação da carta apostólica Maximum Illud, de Bento XV, um importante documento no impulsionar da Igreja para a missão.
Os bispos portugueses relembram que a acção missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja e desafiam os baptizados portugueses a passarem “de uma pastoral de mera conservação” a uma “pastoral decididamente missionária”, assumindo que o desejo de chegar a todos e de ir às periferias humanas, implica “correr riscos”.

Como discípulos chamados e enviados por Cristo, somos participantes do seu ministério e a missão só pode ter êxito com pessoas interiormente emocionadas e convencidas pela mensagem de Cristo. Os cristãos que vivem convictamente a sua fé conferem atrativo missionário à Igreja… Não somente temos uma mensagem para anunciar, mas nós próprios somos a mensagem.
Se assumimos, com o Papa Paulo VI, que “A Igreja existe para evangelizar”, interrogamo-nos sobre a maneira de propor a fé num contexto de grande indiferença religiosa e numa sociedade secularizada. Uma questão nem sempre livre de angústias…

O nosso tempo, marcado pelo progresso e por tantas conquistas, não se livra de ser também um tempo propício ao lamento e ao desencanto. O mesmo se passa dentro da Igreja, o que contrasta com a alegria que os batizados são convidados a protagonizar.
No entanto, as fadigas apostólicas não são de hoje, a indiferença não é nova e os sofrimentos são moeda corrente na história da Igreja.

Como podemos fazer com que as pessoas que encontramos experienciem um pouco do amor e da misericórdia de Deus? Como podemos dar testemunho da beleza do Evangelho através da nossa vida? Como podemos suscitar em outras pessoas o anseio de Deus, através da nossa existência e da nossa forma concreta de viver como cristãos? Como podemos contribuir para a construção e a configuração do futuro da Igreja, suscitando esperança e confiando plenamente em Deus?  

Cada um tem uma missão; cada um é uma missão.

Para abordar estas e outras questões, neste Ano Missionário, o Centro de Estudos Fé e Cultura convidou o nosso bispo, D. António Couto, para um encontro em jeito de tertúlia.

Decorrerá no auditório do Seminário de Lamego, pelas 20h30, do dia 19 deste mês. A iniciativa, que marca a abertura do ano, insere-se no âmbito do Curso Básico de Formação Religiosa que ali decorre.
A entrada é livre e aberta a todos. Apareça e participe!


P. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/43, n.º 4480, 9 de outubro de 2018

As Comunidades paroquiais de S. Pedro de Penedono e de S. Sebastião da Granja, no Arciprestado de Penedono/ Mêda/ Foz Côa/ S. João da Pesqueira, viveram na semana de 30 setembro a 7 de outubro a Visita Pastoral do nosso Bispo, D. António Couto.

A Visita Pastoral teve início a 2 de outubro, pela manhã, com uma sessão solene no Salão Nobre da Câmara Municipal de Penedono. À entrada da Câmara, um belíssimo tapete de flores e dois outdoors fixos na fachada, um representando a figura de Jesus o Bom Pastor, outro com o brasão episcopal de D. António. O ambiente era de alegria e todo o Município, desde o Sr. Presidente da Câmara, Vereação, Assembleia Municipal e todos os funcionários e colaboradores, estavam a viver um momento histórico e festivo. No Salão Nobre, o Sr. Presidente da Câmara, Enfermeiro Carlos Esteves, ofereceu ao Sr. Bispo uma belíssima tela a lápis, representando o emblemático Castelo de Penedono. A todos, por tudo, o nosso muito obrigado.

À saída da Câmara o Sr. Bispo entrou na Capela do Calvário onde um pequeno grupo de senhoras o acolheu.

Na Sede da União de Freguesias de Penedono e Granja fomos acolhidos pelo Sr. Presidente da Junta, Sr. Alfredo e toda a equipa que compõe esta União de Freguesias. Agradecemos-lhes o acolhimento, a gentileza e o almoço.

Pela tarde, a visita ao Agrupamento de Escolas Álvaro Coutinho – o Magriço de Penedono. Fomos recebidos pelo Sr. Diretor, Prof. Romeu e toda a direção escolar. A acompanhar-nos o Sr. Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal. Visitámos todas as turmas do pré-escolar e do primeiro ciclo. Em todas as salas os alunos receberam o Sr. Bispo com grande alegria, declamaram poemas, cantaram e ofereceram algumas lembranças feitas por eles. O nosso muito obrigado a toda a Direção do Agrupamento.

Pela tarde deslocámo-nos ao Povo de Adobispo. Visitamos 2 casas de pessoas com mais dificuldade em sair devido à sua debilidade física. O Sr. Bispo administrou, com a solicitude do Pastoral, o Sacramento da Santa Unção.
Um grupinho de pessoas esperou junto ao coreto onde recebeu o Sr. Bispo com muita alegria. Um ramo de flores e uma pequena lembrança assinalaram este encontro. Deslocamo-nos até à Capela de Nossa Senhora da Conceição onde foi celebrada a Eucaristia. Nela o Sr. Bispo quis recordar aqueles que a construíram, deixando assim para a história da fé e para a memória este espaço onde Deus habita no meio do Seu Povo; recordou todos quantos já partiram dali; lembrou os filhos ausentes deste povo de Adobispo que longe procuram governar as suas vida e finalmente, colocou sobre o altar do sacrifício eucarístico, todas as intenções que tínhamos no nosso coração.
Em procissão deslocámo-nos ao cemitério, rezando e cantando pelo caminho. O Sr. Bispo passou diante de cada sepultura rezando e derramando água benta, sinal do nosso Batismo, agradecendo o acolhimento demonstrado e a forma como tudo estava arranjado.
A terminar este primeiro dia, tempo ainda para reunião com os elementos dos Conselhos Económicos Paróquias. Sobre a mesa algumas questões e algumas preocupações. O Sr. Bispo escutou atentamente, encorajou com palavras de ânimo, deu conselhos práticos e pontuais. A noite terminaria com um agradável jantar. Um bem-haja a todos!

O segundo dia da Visita Pastoral começou pela visita às Instalações (provisórias) da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários. O Sr. Comandante Nuno Sanina, juntamente com um dispositivo de homens fardados, fizeram as devidas honras. O Sr. Bispo cumprimentou individualmente cada um, falou e elogiou o serviço destes soldados da Paz. Visitámos as instalações e o parque automóvel neste quartel. Feitas as despedidas, o pequenino Nuno entregou uma lembrança ao Sr. Bispo. Agradecemos a afabilidade e a disponibilidade de todos os presentes.

No Posto Territorial da GNR de Penedono fomos recebidos com honras militares pelo Sr. Comandante e pelos Sargentos dos Postos da GNR de São João da Pesqueira e de Moimenta da Beira, bem como alguns elementos do destacamento. O Sr. Comandante fez as honras da casa fez-nos uma visita guiada. O Sr. Bispo agradeceu e deixou palavras de incentivo e gratidão a todos.
A Visita Pastoral continuou no povo da Ferronha. Visitámos o casal Armando e Arminda que nos recebeu com muita alegria e com eles celebrámos a Santa Unção e a Sagrada Comunhão. O povo da Ferronha preparou um pequeno lanche para todos.
Pelas 18h00, a celebração da Eucaristia na Capela de São Sebastião. A alegria deste encontro estava bem espelhada no rosto das pessoas. Um agradecimento a todos pela belíssima tarde.
O dia terminou em reunião com elementos dos grupos corais, catequistas, acólitos, leitores, zeladoras dos altares e escuteiros, de ambas as Paróquias de Penedono e Granja. A todos o Sr. Bispo deixou palavras de gratidão, ânimo e incentivo para a missão.

Ao terceiro dia, a visita no Lar de Santa Isabel de Penedono. Fomos recebidos por alguns elementos da Direção do Lar, pelos funcionários de serviço e por alguns utentes que nos aguardavam. A maior parte já se encontrava na Capela do Lar. Nas palavras do Sr. Bispo, a Unção dos Doentes é uma carícia de Deus para todos os Seus filhos e filhas. Deus não nos abandona, mas está sempre connosco. Em dia de São Francisco de Assis, deixou ainda palavras de conforto e de confiança. Depois da Eucaristia, ainda tivemos a graça de conviver ao almoço com os utentes do Lar.
A tarde ficou ainda preenchida com uma ida ao Centro de Saúde. Aí fomos recebidos pela Sra. Diretora Dra. Lúcia Lucas que nos mostrou as instalações e nos falou das dificuldades por que passam os utentes e os profissionais de saúde. Agradecemos toda a amabilidade e gentileza da Sra. Dra. Lúcia Lucas.

Seguiu-se a Associação Humanitária de Penedono, IPSS que acolhe, em regime de infantário e pré-escolar, 49 crianças do concelho. A direção, os funcionários e todos os meninos, acolheram o Sr. Bispo com um belíssimo cartaz de boas vindas, um ramo de flores e uma cesta cheia de produtos regionais. O Sr. Bispo cumprimentou um a um e tirou fotografias.
Ainda durante a tarde o Sr. Bispo visitou uma doente na sua casa, a D. Maria de Jesus que se encontra acamada sem qualquer mobilidade e sem falar há 51 anos. Com ela vivem as irmãs, a D. Adelaide e a D. Luzinha. Saímos emocionados mas cheios de paz deste encontro que é para todos nós um mistério do amor de Deus e um exemplo de vida.
Dando seguimento ao programa, houve ainda tempo para uma visita ao Centro Social e Paroquial de Penedono onde fomos recebidos pela direção e pelos utentes inscritos neste centro de convívio, terminando com um belíssimo lanche.
Prosseguimos com a Eucaristia, na Igreja Paroquial. O Sr. Bispo espelhou diante de nós a vida de São Francisco de Assis. Ao cemitério fomos rezar pelos nossos familiares que já partiram.

O quarto dia da Visita Pastoral foi dedicado à Paróquia de São Sebastião da Granja. Primeiro, o acolhimento na Associação Cultural da Granja. Depois, a visita à Capela de Santo António e, de seguida, visita a casa da D. Amélia que, nos seus 95 anos, nos aguardava ansiosa. A conversa foi simples e breve e a D. Amélia ficou confortada com a visita.

Preparamo-nos para a entrada oficial na Igreja Paroquial, com um grupo significativo a receber o Sr. Bispo. No início da celebração da Eucaristia, a Sr.ª Eng. Helena Cabral, membro ativo desta comunidade e Presidente da Assembleia Municipal, tomou a palavra e deixou palavras de agradecimento e gratidão por este momento. No final, os agradecimentos do pároco, sublinhando que uma vez fortalecidos na fé pelo nosso Pastor, o nosso compromisso cristão deve ser mais sério e mais fiel.

Três momentos marcariam ainda este fim de dia: procissão ao cemitério, bênção e descerrar da placa inaugural da nova Casa Mortuária da Granja, convívio de todas as pessoas em lanche oferecido pela União de Freguesias.
A todos os intervenientes e a todo o Povo da Granja deixamos o nosso reconhecido obrigado.

No sábado, pela tarde, dois encontros marcantes. O primeiro com as crianças da catequese. A todos o Sr. Bispo deixou palavras de muito entusiasmo e de muito afeto. O segundo com os jovens do Crisma. Todos os jovens tiveram a oportunidade de fazer esta última preparação com o Sr. Bispo. Ser crismado é ser de Cristo. Cristo é o ungido do Pai, cada um destes jovens é ungido em Cristo, ou seja, identificado a Cristo para viver e ser à maneira de Cristo.
No final do dia, a Eucaristia no Santuário de Santa Eufémia.

Domingo, 7 de outubro, dia de festa por excelência, celebração da Eucaristia com administração do Crisma. O Sr. Bispo foi saudado com um salva de palmas e foi-lhe oferecido um ramo de flores, beijando a Cruz Paroquial. Na celebração da Eucaristia, o Crisma de 29 jovens a quem o Sr. Bispo deixou palavras de incentivo.

A celebração da Eucaristia terminou com as palavras do Pároco, que lembrou a todos a grande responsabilidade que foi deixada na comunidade depois desta intensa semana. A todos e a cada um deixamos um grande obrigado, pedindo ao Espírito Santo que continue a abençoar e a derramar os Seus dons sobre estas Comunidades Paroquiais. Um obrigado especial ao Sr. Bispo, D. António Couto e ao irmão Joaquim.


Pe. José Miguel, in Voz de Lamego, ano 88/43, n.º 4480, 9 de outubro de 2018

Nos passados dias 5, 6 e 7 de Outubro, realizou-se no Seminário Menor em Resende, o convívio fraterno número 1362.

Decidi fazer o convívio quando, o meu páraco me ligou e me fez o convite, não dei resposta de imediato, mas lá no fundo sabia que era disto que precisava neste momento. Precisava de me encontrar com Ele, mesmo só o tendo percebido quando já lá estava.
Todos de um modo geral fomos para lá com o intuito de experimentar e "ver" o que era o convívio que os amigos tanto nos falavam. Mas ganhamos muito mais do que uma simples ida a algo que os amigos aconselham. Vivenciamos algo muito forte nestes 3 dias, e que agora me faz sentir que tenho muita mais força para as novas experiências e fases que se avizinham neste quarto dia.
Nem sempre tudo na nossa vida é fácil e bom, mas de uma coisa posso ter a certeza, seja o que for, sem dúvida que Ele vai lá estar e me ajudar. Até porque a maior parte das vezes, quem não o vê somos nós, porque na verdade ele nunca nos abandona, Ele é o amigo mais fiel, mais verdadeiro e acima de tudo o que melhor nos ouve, porque até em silêncio Ele nos percebe e compreende e nunca nos deixa desistir.

No convívio pude desfrutar de inúmeras sensações e sentimentos, porque a verdade é que quando nos sentimos em casa é quando mais verdadeiros e sinceros somos. E estes dias foram sem dúvida como estar em casa, não fisicamente mas de alma e coração.
É tão bom sentir que há quem goste de nós sem se importar com as coisas materiais ou à espera que se retribua o favor. E nisso temos que agradecer aos convivas que estiveram connosco, aos que nos acompanharam e fizeram pensar, aos que fizeram várias orações por nós, aos que nos prepararam as maravilhosas refeições e aos que nos serviram no refeitório, porque sem dúvida que vocês foram todos espetaculares! Obrigada em nome de todos nós! Quero também agradecer aos nossos páracos e a todos os que nos ajudaram com algumas vigílias e orações, quer nas nossas paróquias, quer pelo país inteiro que se sacrificaram mesmo sem nos conhecer.

A todos aqueles que estão indecisos se devem experimentar, tenho um conselho: Experimentem, acreditem que vão gostar tanto quanto eu. Pode parecer difícil ou cansativo, mas acreditem no final vão sentir que tiveram a melhor recompensa! Nao têm nada a perder, pelo contrário, têm muito a ganhar!
Um muito obrigada a todos! Principalmente aos que comigo fizeram o convívio fraterno, sem dúvida seremos sempre os amigos do convívio 1362!
Como seria de esperar não podia terminar, sem agradecer a Deus porque foi com Ele que fortalecemos a maior amizade!

Obrigada por tudo!


Ana Patrícia Oliveira (Paróquia de Resende),
in Voz de Lamego, ano 88/43, n.º 4480, 9 de outubro de 2018

Com o tema “Igreja” no horizonte pastoral da diocese de Lamego para os próximos três anos, iniciou-se oficialmente este ano pastoral, no passado dia 6 de Outubro. O tema específico para 2018-19 é: “Igreja de Lamego, chamada e enviada em missão”.

Os leigos e os padres foram chegando, e encheram o auditório do Seminário Maior de Lamego. Eram quase 10h, quando se deu início à oração da manhã. Passou-se à apresentação e aprendizagem do hino diocesano, para o próximo triénio. Escrito pelo Pe João António Teixeira e musicado pelo Pe Marcos Alvim, exprime cada um dos temas dos próximos três anos de planificação pastoral. O Pe Marcos fez questão de o ensinar aos presentes.

Imediatamente a seguir, foi-nos apresentado o logótipo, que dará rosto ao plano pastoral impresso e que aparecerá exposto em muitos lugares da nossa diocese. Da autoria do Pe Hermíno Lopes, foi ele quem no-lo apresentou e explicou o significado de cada um dos elementos que o constitui.

Tomou a palavra Dom António Couto, para nos apresentar e explanar a Carta Pastoral, por ele escrita, com toda profundidade, assertividade e cura pastoral que lhe são características naquilo que escreve.

Depois de um intervalo ligeiro, os trabalhos retomaram com a apresentação geral do plano pastoral. O Pe José Manuel Melo apresentou e explicou a meta geral, assim como os temas e objetivos para cada uma das diferentes alturas do ano. Do calendário geral, o Pe Diamantino Alvaíde relevou apenas três datas mais significativas, que dizem respeito a atividades de toda a diocese em conjunto.

De seguida houve espaço para cinco apresentações diferentes. Foi dada a palavra ao Pe Joaquim Dionísio, que fez um balanço do trabalho do Centro de Estudos Fé e Cultura, e manifestou a disponibilidade que esta escola tem para a formação em Lamego e para formação realizada em qualquer outro ponto da diocese, durante uma manhã, uma tarde ou uma noite.

A segunda intervenção foi do Departamento da Pastoral Familiar. O Coronel Seixas fez menção de quais são os objetivos concretos desta estrutura diocesana e destacou as atividades que irão realizar dentro e fora da diocese.

O terceiro inteveniente foi o Pe Luis Rafael, para dar a conhecer quais as intenções pastorais do Departamento da Pastoral dos Jovens, e quais as atividades pastorais de maior relevo, uma vez que os pormenores foram distribuídos aos presentes num panfleto.

O Pe João Carlos Morgado, enquanto responsável pelo Departamento dos Bens Culturais, destacou o trabalho que tem sido feito, manifestou o interesse deste departamento em continuar a ajudar nas diferentes obras da diocese e apresentou o programa do dia de formação que irá acontecer, sobre a conservação preventiva do património artístico da Igreja.

Por último, o Pe Ângelo Santos apresentou o conjunto das ações de sensibilização e discernimento que o Departamento da Pastoral Vocacional levará a efeito ao longo do ano. E apresentou ainda o boletim mensal do mesmo departamento.
Os trabalhos terminaram com a oração final de envio, por volta das 13h, seguindo-se o almoço servido no Seminário.


Pe. Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 88/43, n.º 4480, 9 de outubro de 2018

No dia 29 de setembro esteve presente, nas instalações do Centro Paroquial de Almacave, o Padre Rui Alberto, Diretor Editorial das Edições Salesianas, para apresentar o Projeto Catequético LIGAÇÕES.

Estando apenas publicados os materiais catequéticos para o 4º, 7º e 10º anos de catequese, pretendem as Edições contribuir para uma alargamento de escolha de materiais que possibilitem a variedade necessária para se dar resposta às necessidades dos dias de hoje.

Na presença de diversos catequistas de Almacave e de outras paróquias bem como de alguns sacerdotes foi iniciada a sessão com a apresentação de algumas dinâmicas motivadoras, que poderão servir de suporte à relação catequética com os catequizandos.

Sendo o objetivo principal da Catequese a formação, deve levar à transformação daqueles que são os destinatários, dando resposta adequada aos seus interesses e motivações e que se pretendem venham a ser os cristãos adultos de amanhã. Assim os instrumentos que o Catequista dispõe deverão ser adequados e adaptados a uma realidade que hoje se apresenta muito diferenciada.

O excesso de conteúdos hoje apreendidos levam muitos jovens a dizer “e que é que isso contribui para a minha felicidade?” questão esta que nos deve fazer refletir naquelas que deverão ser as áreas essenciais de abordagem, de forma a fazer entender que a essencialidade se centra em Jesus Cristo e na Sua Palavra.

Como referiu o Padre Rui Alberto, os Catequistas são “os únicos adultos grátis na vida dos catequizandos assumindo muitas funções: as de pais, psicólogos, amigos…” e, como tal têm um papel essencial na vida da nossa infância e juventude, devendo fazer com que os catequizandos levem para suas casas o que aprendem na sessão de Catequese, partilhando o que vivenciam junto das suas famílias.

Os materiais catequéticos apresentados têm um grafismo mais atraente e adequado às idades a que se destinam, bem como temas apresentados de uma forma dinâmica e motivadora e, acima de tudo estão já enquadrados na utilização de plataformas digitais que permitem a interação entre o catequista e os catequizandos on line, abordagens a assuntos e temáticas suportadas por ferramentas da web, e que poderão ser utilizados inclusive pelos dispositivos móveis (telemóveis, tablets), proporcionando novas práticas catequéticas.

Afinal uma experiência muito diferente…

A terminar o orientador da formação salientou o “Arriscar”, referindo que “o Catequista deve arriscar sempre porque Deus está com ele”

O agradecimento da Comunidade Paroquial às Edições Salesianas por esta partilha.


Isolina Guerra, in Voz de Lamego, ano 88/42, n.º 4479, 2 de outubro de 2018


Decorreu no passado sábado, dia 29 de setembro, o encontro de cuidadores, sob a temática “Cuidar com dignidade”, no Centro Paroquial de Almacave – Lamego.

Esta conferência surge como uma oportunidade de contacto para os cuidadores das diversas instituições, que apoiam e acolhem pessoas idosas. Enfermeiros, trabalhadores sociais, animadores, diretores de serviços e outros profissionais partilharam um pouco do seu saber, olhando para o CUIDAR como uma arte.
Contou com a presença de especialistas nacionais e estrangeiros, na área do envelhecimento, reflexão bioética e demência. Foram ainda abordadas temáticas como: saber lidar com a dor, sofrimento, luto e outras questões éticas inerentes ao final de vida.

Neste sentido, deve ser ponderada toda a história e experiência de vida do idoso, pois cada um tem o seu património insubstituível, tendo em conta o ser biopsicosociocultural, a pessoa continua com a sua própria identidade, independentemente da situação em que encontra.

Pode-se constatar que o encontro supramencionado constituiu uma mais-valia para aprofundar os conhecimentos nesta área e proporcionar a reflexão acerca dos dilemas éticos que se levantam no processo de cuidar. O processo de envelhecimento, e as patologias que lhe estão associadas, não constitui um problema, mas sim um desafio constante.

Drª. Nance Gomes – Diretora Técnica da Casa de São José

A comunidade  paroquial de S. João Baptista de Sernancelhe  viveu como comunidade cristã um momento particularmente intenso, com a confirmação de dezasseis dos seus jovens.

Sexta-feira á noite o senhor Bispo D. António Couto deslocou-se a esta Vila para um encontro com os referidos Crismandos. Simplicidade e profundidade, o símbolo e a realidade, o divino e o humano caracterizaram o momento.

Partindo da designação do sacramento, Crisma/Confirmação, passando pela imposição das mãos e Unção chegou-se ao essencial: Ungidos para que identificados com "O Ungido", Jesus Cristo. Etapas deliciosas de um serão profundamente marcante.

Domingo D. António voltou a Sernancelhe para a celebração da confirmação sendo acolhido e cumprimentado á porta da igreja matriz pelos dezasseis jovens. Da celebração retivemos  o momento sempre tão dicente do Crisma e a reflexão proporcionada pelo nosso Bispo a partir dos textos da Liturgia do XXVI domingo do tempo comum: não devemos nem podemos proibir os outros de fazer o bem ; a fragilidade dos tesouros que acumulamos que sucumbem á traça e á ferrugem e nos tornam pesados e com náusea; o verdadeiro tesouro  que brota da simples dádiva de um copo de água e que nos torna leves e verdadeiramente ricos.

Antes da bênção final os crismados ofereceram, em gesto de gratidão uma prenda ao senhor D. António, esclarecendo a insignificância desta face aquela que que pelas suas mãos lhes chegou da parte de Deus.

Aproveitou-se ainda o momento para despedida do padre Vítor Carreira que fez o seu estágio ao longo do ano com os padres Carlos e Francisco não só nesta comunidade, mas também noutras que lhes estão confiadas. O padre Vítor agradeceu todo o acolhimento e tudo o que recebeu, rematando: queiram ou não já fazem parte da minha vida.

D. António terminou lembrando aos crismados a sua pertença á comunidade, na qual se devem empenhar e crescer e á comunidade lembrou: eles são vossos, deveis recebê-los e acolhe-los.

Um agradecimento muito especial ao grupo coral que tudo fez para emprestar á celebração a solenidade e dignidade que se impunham.

 

Os Párocos, in Voz de Lamego, ano 88/42, n.º 4479, 2 de outubro de 2018

«Temos de comprometer-nos com Cristo»

Vinte jovens das paróquias de Santo Amaro, de Alvite, e de S. Tiago, de Leomil, receberam, no passado domingo, o sacramento da Confirmação. Vivido com especial entusiasmo por toda a comunidade, este momento marcou uma nova etapa em ambas as paróquias, que assistiram à confirmação destes jovens e os ouviram comprometer-se a serem «soldados de Cristo».

D. António Couto, Bispo de Lamego, deslocou-se àquelas paróquias para os confirmar na fé e ajudar a receber a força libertadora do Espírito Santo, ungindo-os com o óleo sagrado que lhes confere os dons do Espírito em plenitude. «Que saibam sempre reconhecer a presença e a vida do Espírito Santo em vós, os seus dons que são depositados no vosso coração e confiados à vossa vontade», recomendou.

A celebração foi coroada com a coincidência de, no 25º Domingo do Tempo Comum, a Liturgia da Palavra remeter para a temática da formação dos discípulos de Jesus. À semelhança dos seus discípulos, também estes vinte jovens foram chamados a «seguir de perto Jesus e aprender com Ele». Mais, «é preciso comprometermo-nos e dizer bem alto que estamos com Ele», porque «não podemos andar sempre a dizer as coisas só por dizer; dizer que somos cristãos sem o sermos, sem nos comprometermos». «Temos de nos expor a esta torrente de palavras que vem de Jesus», recomendou D. António.

No Evangelho escutado na celebração, Jesus revê-se numa criança pequena «e é assim que temos de ser, confiantes como uma criança, disponíveis e atentos, mais dispostos a aprender do que a ensinar». «Temos de trazer sempre essa criança connosco e aprender a partilhá-la com os outros», afirmou, rematando: «nós que estamos habituados a matar, a roubar e a dizer banalidades, temos de aprender a viver neste mundo novo de que hoje falamos, governado por uma criança. Deixem entrar Jesus na vossa vida e a desfazer as teias de aranha que há no vosso coração».

Maria João, in Voz de Lamego, ano 88/42, n.º 4479, 2 de outubro de 2018

Perigo de passar de residentes a turistas.

Sinto-me feliz por poder encontrar-me convosco nesta terra que se carateriza por realizar um caminho de respeito, colaboração e amizade entre as diferentes Igrejas cristãs, que conseguiram gerar unidade mantendo a riqueza e a singularidade próprias de cada uma. Atrevo-me a dizer que é um «ecumenismo vivo», sendo uma das caraterísticas peculiares da Letónia. É, sem dúvida alguma, um motivo de esperança e ação de graças.
Obrigado ao Arcebispo Jānis Vanags por nos ter aberto a porta desta casa para realizar o nosso encontro de oração: casa-catedral que, há mais de 800 anos, hospeda a vida cristã desta cidade; testemunha fiel de muitos irmãos nossos que dela se abeiraram para adorar, rezar, sustentar a esperança em tempos de tribulação e encontrar coragem para enfrentar períodos cheios de injustiça e sofrimento. Hoje hospeda-nos para que o Espírito Santo continue a tecer artesanalmente laços de comunhão entre nós e, assim, faça também de nós artesãos de unidade no meio do nosso povo, para que as nossas diferenças não se tornem divisões.

Nesta catedral, encontra-se um dos órgãos mais antigos da Europa e que, no momento da sua inauguração, era o maior do mundo. Podemos imaginar como acompanhou a vida, a criatividade, a imaginação e a piedade de todos aqueles que se deixavam envolver pela sua melodia. Foi instrumento de Deus e dos homens, para elevar o olhar e o coração. Hoje é um emblema desta cidade e desta catedral. Para o «residente» neste lugar, representa mais do que um órgão monumental, faz parte da sua vida, da sua tradição, da sua identidade; ao passo que, para o turista, é naturalmente um objeto artístico a ser conhecido e fotografado. E este é um perigo que se corre sempre: passar de residentes a turistas, fazendo daquilo que nos identifica um objeto do passado, uma atração turística e de museu que recorda os feitos de outrora, de alto valor histórico, mas que deixou de fazer vibrar o coração de quantos o escutam.

Com a fé, pode acontecer exatamente a mesma coisa. Podemos deixar de nos sentir cristãos residentes, para nos tornarmos turistas. Mais, é possível afirmar que toda a nossa tradição cristã pode sofrer a mesma sorte: acabar reduzida a um objeto do passado que, fechado dentro das paredes das nossas igrejas, deixa de produzir uma melodia capaz de mover e inspirar a vida e o coração daqueles que a ouvem. Porém, como afirma o evangelho que escutamos, a nossa fé não é para ficar oculta, mas para se dar a conhecer fazendo-a ressoar nos diferentes setores da sociedade, a fim de que todos possam contemplar a sua beleza e ser iluminados com a sua luz (cf. Lc 11, 33).

Se a música do Evangelho deixar de ser executada na nossa vida e se transformar numa bela partitura do passado, já não conseguirá romper as monotonias asfixiadoras que impedem de animar a esperança, tornando estéreis todos os nossos esforços.

Se a música do Evangelho parar de vibrar nas nossas entranhas, perderemos a alegria que brota da compaixão, a ternura que nasce da confiança, a capacidade da reconciliação que encontra a sua fonte no facto de nos sabermos sempre perdoados-enviados.

Se a música do Evangelho cessar de repercutir nas nossas casas, nas nossas praças, nos postos de trabalho, na política e na economia, teremos extinguido a melodia que nos desafiava a lutar pela dignidade de todo o homem e mulher, independentemente da sua proveniência, encerrando-nos no «meu» e esquecendo-nos do «nosso»: a casa comum que a todos nos diz respeito.

Se a música do Evangelho deixar de soar, teremos perdido os sons que hão de levar a nossa vida ao céu, entrincheirando-nos num dos piores males do nosso tempo: a solidão e o isolamento. A doença que surge em quem não possui qualquer laço, e que se pode encontrar também nos idosos abandonados ao seu destino, bem como nos jovens sem pontos de referência nem oportunidades de futuro (cf. Discurso ao Parlamento Europeu, 25 de novembro de 2014).

As palavras – Pai, «que todos sejam um só, (…) para que o mundo creia» (Jo 17, 21) – continuam a ressoar intensamente no meio de nós, graças a Deus. É Jesus que, antes do seu sacrifício, reza ao Pai. É Jesus Cristo que, encarando a sua cruz e a cruz de muitos dos nossos irmãos, não cessa de implorar ao Pai. É o murmúrio constante desta oração, que traça a senda e nos indica o caminho a seguir. Imersos na sua oração, como crentes n’Ele e na sua Igreja, desejando a comunhão de graça que o Pai possui desde toda a eternidade (cf. São João Paulo II, Carta enc. Ut unum sint, 9), encontramos a única estrada possível para todo o ecumenismo na cruz do sofrimento de tantos jovens, idosos e crianças, frequentemente expostos à exploração, ao absurdo, à falta de oportunidades e à solidão. Enquanto fixa o olhar no Pai e em nós, seus irmãos, Jesus não cessa de implorar: que todos sejam um só.

Hoje, a missão continua a pedir-nos e a reclamar de nós a unidade; é a missão que nos exige que paremos de olhar as feridas do passado e acabemos com todas as atitudes autorreferenciais para nos centrarmos na oração do Mestre. É a missão que reclama que a música do Evangelho não cesse de soar nas nossas praças.

Alguns podem chegar a dizer: são tempos difíceis e complexos, estes que nos cabe viver. Outros podem chegar a pensar que, nas nossas sociedades, os cristãos têm cada vez menor margem de ação e influência devido a inúmeros fatores, como, por exemplo, o secularismo ou as lógicas individualistas. Isto não pode levar a uma atitude de fechamento, de defesa, nem de resignação. Não podemos deixar de reconhecer que certamente os tempos não são fáceis, sobretudo para muitos dos nossos irmãos que hoje vivem na sua carne o exílio e até o martírio por causa da fé. Mas o seu testemunho leva-nos a descobrir que o Senhor nos continua a chamar convidando-nos a viver o Evangelho com alegria, gratidão e radicalidade. Se Cristo nos considerou dignos de viver nestes tempos, nesta hora – a única que temos –, não nos podemos deixar vencer pelo medo nem deixar que ela passe sem a assumir com a alegria da fidelidade. O Senhor dar-nos-á a força para fazer de cada tempo, de cada momento, de cada situação uma oportunidade de comunhão e reconciliação com o Pai e com os irmãos, especialmente com aqueles que hoje são considerados inferiores ou matéria de descarte.
A unidade, a que o Senhor nos chama, é uma unidade sempre em chave missionária, que nos pede para sair e alcançar o coração do nosso povo e das culturas, a sociedade pós-moderna em que vivemos «onde são concebidas as novas histórias e paradigmas, alcançar com a Palavra de Jesus os núcleos mais profundos da alma das cidades» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 74). Conseguiremos realizar esta missão ecuménica, se nos deixarmos impregnar pelo Espírito de Cristo.

Amados irmãos, que a música do Evangelho continue a repercutir entre nós! O Senhor chama-nos a todos a sermos seus discípulos-missionários no meio deste mundo onde nos toca viver.

A mudança das estações, em Alvarenga, trouxe-nos a mudança de párocos: no último Domingo do verão, a 16 de setembro, despedimo-nos com amizade do Senhor Padre Jorge Henrique Gomes Saraiva; e no primeiro do outono, a 23 de setembro, recebemos com invulgar expetativa o Senhor Padre Vasco de Oliveira Pedrinho. Vimos nisto o dedo providencial de Deus, o seu dedo indicador, a revelar que, do alto, ordena os astros e entretece, com sabedoria eterna, a vida das pessoas, presidindo à História.

Aquele Domingo de verão foi de despedida, com homenagem de agradecimento ao pároco que, durante três anos e com grande sacrifício pessoal, acumulou esta paroquialidade com as que já vinha acumulando de Cabril, Parada de Ester e Ester. Foram palavras de reconhecimento pela disponibilidade sempre pronta, pela proximidade de trato afável que cultiva naturalmente e pela solicitude manifestada na atenção aos outros, aos mais próximos e aos mais afastados, aos mais necessitados e desconhecidos. Este jeito de estar e conviver resume a marca registada da sua vida. Quando Alvarenga assim se expressava, na despedida, ainda não sabia aquilo que o Senhor Pró Vigário Geral testemunharia publicamente oito dias depois, isto é, na tomada de posse do sucessor:  o Sr. Pe. Jorge Henrique fora a pároco mais sobrecarregado de toda a diocese de Lamego ao acumular estas quatro paróquias do Vale do Paiva. Registamos este merecido elogio para o amigo que não esquecemos, como não esquecemos a pontualidade das Eucaristias Dominicais, com uma referência ao cuidado das homilias, cheias de catequese de sabor bíblico. Com uma prenda inspirada na arte cristã e um convívio partilhado, à volta de mesas mais caprichadas, selámos as cores deste misto de gratidão e saudade de passado indelével.

E, no dia 23 de setembro, foi então a escolhida data para a entrada do novo pároco. Chegou de tarde, um pouco antes das 16 horas, acompanhado pelo Senhor Pró Vigário Geral e pelos pais e por mais de uma dezena de sacerdotes amigos a trabalhar nesta zona pastoral de Cinfães. Destacava-se pela sua estatura física. No adro, Alvarenga aguardava o novo pároco que é natural da freguesia de Magueija e presentemente está a trabalhar em Lamego como assistente diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima. Ordenado em 2002, conhece várias atividades pastorais, fora e dentro da diocese. Por tudo isto, a sua chegada despertou natural curiosidade e grande expetativa.

E, assim, em clima festivo, foi saudado por um paroquiano responsável com calorosas palavras de boas vindas, aludindo à faixa suspensa na avenida da Igreja, secundadas por uma salva de palmas e a oferta de um ramo de flores. Aguardava-o uma passadeira de verdes de jardim, que atravessava o adro e o conduziu à Igreja, onde entrou pela porta principal, com cânticos apropriados, e abençoado pelo primeiro sol de Outono que, deste modo, se quis associar à nossa festa.

Na Eucaristia, em concelebração presidida pelo Senhor Pró Vigário Geral, Padre João Carlos Morgado, desenrolaram-se, perante o povo atento e expetante, as formalidades habituais da leitura do documento de nomeação, da entrega das chaves da residência, da Igreja e do Sacrário – o centro mais sagrado de tudo o que estava a presenciar-se e de tudo o que se espera venha a acontecer – e da prolação das palavras de apresentação proferidas pelo presidente da Eucaristia e representante do Senhor Bispo de Lamego.
Também hoje Cristo e os apóstolos continuam presentes na Igreja, na sua estrutura e nos seus fiéis, na doutrina, na catequese e nos sacramentos e na organização das atividades pastorais. Esta mudança de estações do ano é sinónima da mudança dos tempos e simboliza a Providência Divina, capaz de transformar qualquer outono numa ridente e esperançosa primavera pastoral. Diríamos que, se Deus escreve direito por linha tortas, quantas maravilhas vai agora escrever por linhas direitas. Em tom de leve humor, foi dito que o Senhor Padre Vasco é um Padre grande e também um dos grandes padres da diocese.

Em resposta às palavras do apresentante, o nosso novo pároco revelou a determinação com que quer iniciar as atividades pastorais tomando como seu o lema da Ação Católica: VER, JULGAR e AGIR.
Bonito lema, sempre antigo e sempre novo. Com ele o Sr. Padre Vasco veio ao encontro de todas as expetativas de Santa Cruz de Alvarenga. Precisamos bem dos três verbos agrupados nas três conjugações: o terceiro verbo na terceira conjugação representa a meta urgente de todos os paroquianos de Santa Cruz de Alvarenga.

Já o sol descansava para além do horizonte, quando terminou a nossa jornada com um convívio partilhado no salão paroquial, que foi pequeno para a centena de alvarenguenses que tomaram parte em todo o cerimonial e aproveitaram para cumprimentar e trocar palavras de consideração e apreço com o novo pároco, seus pais e sacerdotes acompanhantes.

Rui Mendes, in Voz de Lamego, ano 88/41, n.º 4478, 25 de setembro de 2018

Decorreu no passado fim de semana de 15 e 16 de setembro a Romaria da Virgem e Mártir Santa Eufémia na Zona Pastoral de Penedono.
Esta Festa foi preparada com a vivência de uma novena. Desde o dia 6 até ao dia 14, no Santuário, houve pelas 18h tempo de oração. Durante este tempo de oração foi exposto o Santíssimo Sacramento, rezada a hora de vésperas, houve tempo para a meditação e oração individual, bênção seguida de Eucaristia com sermão. Todo este tempo de novena esteve ao cuidado do Pároco, Revmo. Padre José Miguel Almeida.

Os peregrinos durante estes dias de novena, foram convidados a fazer um caminho até Jesus Cristo, passando pelo exemplo e pela intercessão da Mártir Santa Eufémia. Ficou bem impressa a ideia que Santa Eufémia nada quer para si. Tudo encaminha para Jesus e tudo leva até Deus. Por outro lado, o testemunho de vida e a coragem do martírio de Santa Eufémia são também um verdadeiro exemplo para cada um de nós, para que no tempo de hoje, envolvidos em tantas formas de materialismo e secularização, saibamos com firmeza dar também testemunho da nossa vida cristã.

Terminada a novena, os dias 15 e 16 foram vividos com grande intensidade por parte de todos. Pela menhã de sábado foi celebrada a Eucaristia de acolhimento aos peregrinos que vindos de muitos lados, muitos inclusive a pé, chegaram a este santuário. Em Dia de Nossa Senhora das Dores, foi dito a cada um que Maria, tal como Santa Eufémia, estão atentas a todas as pessoas. O coração maternal de Maria e ação poderosa de Santa Eufémia junto de Deus, é uma bênção e um bálsamo para todas as dores, físicas e espirituais.

Durante a tarde de sábado foram muitos os peregrinos que se deslocaram a este santuário para rezar, cumprir as suas promessas, ou simplesmente para visitar ou acompanhar os seus familiares. Vindos de todo o lado continuam a dar uso à designação da Romaria das Beiras e Douro.

Foi celebrada missa da Vigília da Festa pelas 20h30 e de seguida houve um concerto entre as Bandas Filarmónicas de Magueija e de Penedono. O dia 15 terminou com uma extraordinária sessão de fogo de artifício.

O dia 16, domingo, começou com a Eucaristia Dominical pelas 10h no palco da esplanada. Largas centenas de pessoas reuniram-se em torno do altar para louvar Santa Eufémia e aclamar os louvores de Deus. Pelas 11h proporcionamos um tempo de oração individual e o atendimento em confissão às pessoas que se pretendiam confessar. Ao Padre Ângelo, ao Padre Vítor e ao Padre Paco, o nosso muito obrigado.

E porque o dia 16 não se prolonga, a tarde chegou com a Eucaristia solene e festiva e a procissão em honra de Sta. Eufémia. Milhares de pessoas viveram e celebraram a sua fé e a sua devoção a Santa Eufémia. Espalhadas pelo recinto foi um verdadeiro tempo de encontro com Deus que ali nos reuniu a todos. Foram vários os sacerdotes presentes, a quem muito agradecemos não só pela presença, mas também pela ajuda.

No fim da celebração da Eucaristia a procissão rompeu por entre aquela multidão que rezava e caminhava ao som da música da Banda Filarmónica de Penedono. Pouco tempo depois, chegados à Capela o nosso Pároco e Reitor do Santuário, abençoou-nos a todos com bênção final e fez os agradecimentos de circunstância que sempre são precisos.

Deixamos neste pequeno apontamento, uma palavra de agradecimento e louvor a todos quantos viveram, celebraram, ajudaram e colaboraram para que a Festa e Romaria de Santa Eufémia de Penedono mais uma vez se realizasse.


Santuário de Santa Eufémia,

in Voz de Lamego, ano 88/41, n.º 4478, 25 de setembro de 2018

Arciprestado da Mêda, Penedono, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.

Nasceu lindo o dia 17 de setembro passado.
Os leitores da Voz de Lamego conhecem bem a beleza dos vinhedos que bordejam as encostas do Douro, lá para os lados do Pinhão. O que talvez não saibam é que foi esse o cenário do encontro sacerdotal do Arciprestado de Mêda, Penedono, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa. E talvez não imaginem quão divertido e alegre pode ser um convívio de sacerdotes. O programa foi simples, bucólico até. Na Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo fomos recebidos com a simpática hospitalidade das gentes da nossa terra. Visitámos a adega, percorremos os carreiros e experimentámos a azáfama de uma jornada de vindima. Ao fim da manhã, conhecemos as instalações hoteleiras daquela bela propriedade. E, claro, provámos os seus excelentes vinhos, brancos e tintos. Almoçámos, por fim, sob as parreiras de um terraço sobranceiro ao rio. Uma beleza.

Mais impressionante que as paisagens doureenses foi, porém, o ambiente do convívio sacerdotal. Tudo organizado pelos ilustres Arcipreste e Vice Arcipreste e com a presença maciça do clero arciprestal. Honraram-nos com a sua presença os Srs. Vigário Geral e Provigário Geral. Durante a visita à quinta, ouvia-se por vezes um grito bem-disposto, que interpretava os anseios de todos: “e beber?” Não pense o leitor que se tratava de uma tirada boémia. Era apenas a alegre provocação de um convívio de amigos. Mas afinal de que falam os sacerdotes quando se juntam para conviver? De histórias antigas, umas sérias, outras pitorescas. Foi um ramalhete sem fim de peripécias apostólicas dos que antes de nós pastorearam as paróquias que pela graça de Deus nos estão confiadas. É tão bom saber que muitos antes de nós serviram com zelo e alegria o Povo de Deus! No final ficou a gratidão por pertencer ao clero de Lamego e a beleza de um convívio de irmãos. Ficou, enfim, a alegria de ser padre e filho de Deus. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.


Pe. Bernardo Maria, in Voz de Lamego, ano 88/41, n.º 4478, 25 de setembro de 2018

23 de setembro, foi um dia especial para 10 jovens da paróquia de São Tiago Maior ( Leomil). Receberam a confirmação do Espírito Santo. Uma jornada longa onde foram crianças e aprenderam a ser adolescentes, sempre a ser-lhes incutida o amor por Deus.

Entretanto ao longo desta “ aventura pela fé”, estes mesmos jovens participaram em várias atividades desde a festa de Natal, que a nossa catequese promove todos os anos, à dramatização do 13 de maio, assim como a participação da encenação da Paixão de Cristo, que tanto nos orgulha, a nós Leomilenses.

Para estes 10 jovens, o retiro que fizeram no seminário Maior de Lamego, a 22 de setembro foi muito importante, gostaram e vieram com uma visão diferente do que é a fé e ser católico.

A cerimónia foi presidida pelo D. António Couto, tendo a seu lado os Senhores Padres; Bráulio Carvalho e Jorge Giroto e o senhor Cónego Sousa Pinto.

A missa do Crisma foi animada pelo grupo Coral Paroquial de Leomil.
De referir ainda que o grupo coral foi acompanhado por três músicos. No órgão, violino e violoncelo.

Deste modo , terminou a festa do Crisma na Paróquia de São Tiago Maior.

A catequista
Patrícia Antunes

Decorria o ano de 1498. Aí por altura da primavera, enquanto o nosso grande navegador Vasco da Gama, chegava a terras  longínquas da India, à descoberta de novos mundos, alargando o Império e levando a fé, aqui, nas encostas da serra, uma menina, de nome Joana, pastora e muda de nascença, colocava umas florzinhas aos pés da imagem de Nossa Senhora que acabara de encontrar entre os inóspitos penedos, e que fez deste lugar ermo, uma centro de peregrinação e de fé ao longo dos séculos. Fontes coevas atestam que a Senhora da Lapa constituía, à época, o local de peregrinação mais concorrido de Portugal, chegando a rivalizar com Santiago de Compostela, na vizinha Espanha. Os Jesuítas, encarregados deste espaço pastoral e com uma visão profética, deram-lhe o impulso que se impunha, construindo o Santuário, o Colégio e outras casas de apoio. O culto espalhou-se rapidamente, sobretudo pelo norte de Portugal e chegou além-fronteiras, sobretudo ao Brasil

Com a expulsão dos Jesuítas, em 1759, o Colégio fechou e o governo apoderou-se do património. D. Maria I, em 1793, restitui tudo ao então bispo de Lamego, D. João António Binet Píncio, e o Colégio reabriu em 1892, altura em que aqui também estudou o nosso escritor Aquilino Ribeiro. Mas, com a chegada da República, veio a fechar definitivamente em 1910.  Durante estes tempos conturbados, acentuou-se a degradação, até que, em 1994, o novo Reitor, P. José Alves de Amorim, iniciou os trabalhos de restauro e implementou uma nova dinâmica na vida deste Santuário.

Para assinalar, os 520 anos do culto à Senhora da Lapa, (1498-2018), a reitoria do santuário promoveu, neste 3º domingo de setembro, uma celebração com o seguinte programa: 11h00 -receção aos convidados institucionais e intervenientes no programa; 11h30 - Início da procissão solene do Santuário para o recinto da Missa Campal, com a participação das representações dos vários locais que preservam o culto de Nossa Senhora da Lapa. De realçar que do Brasil, veio o Pe. John Chungath, sacerdote Indiano que trabalha há vários anos em São Paulo, na paróquia de Nossa Senhora da Lapa; pelas 12h00, Eucaristia solene presidida por D. Jacinto, bispo emérito de Lamego. Estiveram também presentes o Vigário geral da diocese, o Pe. Henrique Rios, em representação da Companhia de Jesus, bem como vários sacerdotes. Cada sacerdote usou uma estola confecionada de propósito para assinalar a efeméride. Em representação da Assembleia da República, marcou presença o deputado Hélder Amaral. Honraram-nos ainda com a sua presença: Dom Duarte Pio, vários membros da Autarquia local e diversas Irmandades e Confrarias. No momento da homilia, D. Jacinto comentou os textos sagrados, historiou o culto à Senhora da lapa, recordou o papel de Maria no plano salvador e convidou-nos a deixarmo-nos conduzir pelo seu carinho de Mãe. A Eucaristia foi animada pelo Grupo Coral do Santuário de Nossa Senhora da Lapinha, de Guimarães.

Pelas 15h00, houve um encontro, no Colégio, com os representantes dos locais e instituições que têm a Senhora da Lapa como padroeira. Neste encontro ouviram-se testemunhos, fizeram-se propostas de intercâmbio e parcerias, projetando já a celebração dos 525 anos. Pelas 17h00, para fechar com chave de ouro, foi servido um espumante de honra.
A estação ANGELUS TV transmitiu em direto as cerimónias. Os peregrinos a PÉ puderam receber um Certificado de participação.

Quinhentos e vinte anos se passaram. Mudam-se os tempos e as vontades e o ambiente e a cultura. Portugal, terra de Santa Maria perdeu grande parte do seu Império e vai perdendo pouco a pouco a fé que o caracterizava. Também o Santuário da Lapa vai sofrendo com estas mudanças culturais. Já não são tantos os peregrinos que procuram os carinhos e os afagos da Mãe do Céu, são mais os turistas que aqui vêm curiosos de conhecer uma aldeia típica, um monumento antigo, um sardão e uma “quelhinha” onde dizem que só passa quem não tiver pecados. Por fim, fazem uma foto, constatam que toda a gente passa, menos quem for excessivamente obeso, compram o saboroso pão e o queijo tradicionais, e regressam contentes por terem visitado um lugar místico.

Nestes tempos tão difíceis para a humanidade, precisamos de redescobrir com Maria o valor da fé, do acolhimento e da partilha. Como a pequena Joana, precisamos de lhe levar as flores mais belas e perfumadas da caridade e de a trazer connosco bem dentro do nosso coração.


Pe. Aniceto Morgado, in Voz de Lamego, ano 88/40, n.º 4477, 18 de setembro de 2018

Na proximidade do início de novo ano pastoral, reunião do Colégio de Arciprestes, no dia 14 de setembro, no Seminário Maior. Estas reuniões, bi-mensais, procuram ser mais um instrumento de reflexão da vida da Igreja em Lamego, concretizável nos serviços e departamentos, nos movimentos e grupos eclesiais, nas congregações religiosas, nas paróquias e nos arciprestados e/ou zonas pastorais.

Cada arcipreste e vice arcipreste tem uma ligação mais estreita com as comunidades paroquiais que lhe estão confiadas, mas a preocupação é refletir a vida da diocese, as propostas pastorais, acolhendo-as a partir das paróquias, dos conselhos pastorais, procurando ir ao encontro dos desafios do plano pastoral em cada ano proposto e do mandato de Jesus Cristo, anunciando o Evangelho com a voz e com a vida, na oração e nos momentos de celebração, de convívio e de festa, nos momentos de sofrimento, da doença e da morte, em iniciativas que façam sentir-nos além das nossas capelinhas e abram as nossas comunidades a outras comunidades, no arciprestado e na Diocese.

Neste encontro, foram apresentadas algumas propostas que o novo plano pastoral aglutinará, partindo da Carta Pastoral do nosso Bispo, D. António Couto, e pensando o plano numa estrutura trienal, dedicada à Igreja, vocacionada e enviada, em missão permanente, para viver o Evangelho, transbordando-o pelo anúncio, envolvendo todos.
Como já anunciado na Voz de Lamego, a apresentação do Plano Pastoral Diocesano realizar-se-á, se Deus quiser, no próximo dia 6 de outubro, no Seminário Maior de Lamego, com o início previsto para as 9h30, concluindo com o almoço, pelas 13h00.

Neste encontro será explicado o logotipo, da responsabilidade do Pe. Hermínio, seguindo-se a apresentação das propostas específicas pelas Comissões / Departamentos: Pastoral Juvenil, Pastoral Familiar, Cefécult, Pastoral Vocacional, Bens Culturais, terminando com a oração de envio. Está a ser preparado, pelo Pe. Marcos Alvim, um hino que acompanhará os 3 anos e a ser interpretado pelo Grupo Coral da Sé.

A intervenção do Senhor Bispo no Colégio de Arciprestes, em linha com o que tem dito em outros conselhos e em outros encontros, a todos incentivou, dizendo-nos que quem parte do pressuposto que as iniciativas serão um fiasco, já está a fazer com que o seja. Há que ter um otimismo (moderado), mas confiante. Não trabalhamos sozinhos. Mais meios, mais pessoas, mais empenho e mais intensidade, muito mais que antes. Aos sacerdotes, a oração e o anúncio e chamar mais pessoas, formando-as. O Plano só serve para canalizar, para ajudar a rezar mais e melhor, para mobilizar o anúncio do Evangelho.

Foram tratados outros temas, acolhidas sugestões, refletidos receios, feitas avaliações de outras iniciativas. A Voz de Lamego foi também objeto de discussão, como um meio, um instrumento para ligar comunidades, para informar e formar pessoas, incentivando sacerdotes e leigos, paróquias e instituições da Igreja a cooperarem com notícias, mas também tornando-se assinantes. O Senhor Bispo confessou que gostava de ver, quando chegava a uma paróquia ou entrava num centro social e/ou paroquial de ver a Voz de Lamego e os Boletins paroquiais e não somente revistas e jornais nacionais… A este propósito, brevemente a possibilidade de assinatura digital, tentando chegar a novos públicos.

in Voz de Lamego, ano 88/40, n.º 4477, 18 de setembro de 2018

Santa Eufémia, virgem e mártir, é venerada em, pelo menos, três locais da Diocese de Lamego, no Santuário de Parada do Bispo, no Santuário de Penedono e na Paróquia de Pinheiros, na Zona Pastoral de Tabuaço.

Segundo reza a história, nasceu cerca do ano 288, em Calcedónia, numa família nobre e respeitável, que vivia segundo os ideais cristãos. Com o imperador Diocleciano, as perseguições do império aos cristãos acentuam-se. Eufémia testemunha a crueldade nas acusações, nas torturas e na morte de muitos cristãos. Ao ver a força dos mártires, arde nela o desejo de também dar testemunho por Jesus Cristo. O juiz perseguidor dá-lhe a oportunidade, como jovem, bela e nobre, de renunciar à sua fé. Eufémia mantém-se firme, sofrendo, por isso, diversos tormentos. Não vacila. Foi morta a 16 de setembro de 304.

Diz o grande Santo Ambrósio: “A santa e gloriosa Eufémia conservou a virgindade e mereceu ser cingida com a coroa do martírio. Pelas suas preces o inimigo foi vencido, o adversário Prisco eliminado, a virgem tirada do fogo da fornalha, sã e salva, as pedras duras transformadas em pó, as feras amansaram-se e submeteram-se, todos os suplícios foram superados pela oração; por fim, trespassada pela espada, deixou a prisão da carne e, jubilosa, juntou-se ao coro celeste…”

Há muito que a sua festa se converteu numa importante romaria para as paróquias do concelho de Tabuaço, mas igualmente para outras paróquias vizinhas, dos concelhos de Armamar e de Moimenta da Beira. O dia principal é o dia 16 de setembro. Ainda hoje há romeiros que vêm manhã cedo a pé, confessam-se, participam na Eucaristia, comungam, cumprem a suas promessas, fazem os seus pedidos e, alguns, ficam para almoçar, trazendo o farnel ou recorrendo a quem o prepara refeições para este dia.

Ao longo de todo ano deslocam-se a Pinheiros pessoas de diversas proveniências, cumprindo promessas, fazendo votos, agradecendo as graças concedidas por sua intercessão, oferendo a Sagrada Eucaristia em honra de Santa Eufémia.

O momento principal é a celebração da Santa Missa, com pregação e seguida da Procissão. No dia 16, tivemos como pregador o Pe. João Carlos (Cónego), Pró Vigário Geral, que também presidiu à celebração. Na homilia foi sublinhando precisamente a tradição da Romaria a Pinheiros, encontrando-se peregrinos a pé, alugando táxis ou em carro próprio, que vêm rezar juntos, agradecer, oferecendo as suas vidas a Deus, pela intercessão de Santa Eufémia. Seguindo o Evangelho de domingo, o Pe. João desafiou a pegarmos na nossa Cruz, não tanto na de Cristo, mas na nossa cruz, por inteiro, pois se não pegarmos direito na nossa cruz vamos dar com ela nos outros, atrapalhando a caminhada. Por outro lado, pedindo a Deus, pela intercessão de Santa Eufémia, que possamos livrarmos de toda a espécie de leões, leão do medo, da arrogância, leão da inveja, do egoísmo, para caminharmos mais leves e mais alegres.

O segundo dia de festa (mais popular) é em honra de Santa Bárbara, junto à Capela que lhe é dedicada. O número de pessoas é inferior, é um dia sobretudo para os naturais de Pinheiros, familiares e amigos. Neste dia, a pregação esteve a cargo do Pe. Joaquim Dionísio (cónego), Reitor do Seminário Maior, que foi deixando algumas perguntas, focando-se por exemplo no amor do pai de Santa Bárbara, um amor que aprisiona, que destrói, que mata. Em contraste com o Amor, com letra grande, que protege, liberta, dá a vida, como as mães em relação aos filhos, como Jesus em relação à humanidade. O pai de Santa Bárbara, centra-se em si, nas suas opiniões, é uma amor que se transforma em egoísmo… Jesus centra-se nos outros, dando a Sua vida… Então qual o amor que nós vivemos, o amor com letra grande? Entre outras coisas, incentivou-nos a pedir duas graças por intercessão de Santa Bárbara, a graça de fazer boas escolhas, sabendo que por vezes uma má escolha pode destruir uma vida, uma família, uma comunidade, e a graça da persistência, da resiliência, de resistir às adversidades, às tentações. As escolhas podem ser boas, mas ceder a uma tentação pode destruir um matrimónio, uma família…

A festa é precedida de uma novena preparatória, de 7 a 15 de setembro, havendo lugar a uma Procissão das Velas, a 14 de setembro, em honra de Nossa Senhora do Rosário, Padroeira primitiva da Paróquia. Isto quanto à parte mais religiosa, havendo, como em outras festas populares, outras ofertas ditas mais profanas, com música, animação, baile, fogo-de-artifício.

in Voz de Lamego, ano 88/40, n.º 4477, 18 de setembro de 2018

No passado dia 16 de setembro, na Igreja de São João Baptista de Cinfães, pelas 15h30, teve início a Eucaristia presidida pelo Senhor D. António José da Rocha Couto, Bispo de Lamego, e concelebrada pelos sacerdotes das diversas paróquias.

Nesta celebração o senhor Bispo administrou o sacramento do Crisma a 116 jovens desta Zona Pastoral, que concluíram o 10.º ano do itinerário catequético proposto pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã.

Os diferentes momentos da liturgia ficaram ao cuidado dos crismandos dos diferentes grupos permitindo-lhes assim uma participação mais ativa e criativa. O canto litúrgico ficou ao cuidado do grupo coral da paróquia de Cinfães.

Na homilia, o senhor bispo, tendo como referência a Palavra de Deus, interpelou os crismandos e toda a assembleia a viver de forma convicta e comprometida no seguimento de Cristo. Usou uma linguagem próxima e envolvente de forma a cativar a atenção e incentivar ao compromisso na vida eclesial, dando continuidade à formação até agora recebida. Convidou os jovens a serem dinâmicos no testemunho ao serviço das suas comunidades. Aos sacerdotes, catequistas e famílias, agradeceu todo o seu trabalho e convidou-os a continuarem a acompanhar estes jovens.

No final da celebração, uma jovem, em nome de todos, agradeceu a presença e a palavra amiga do senhor bispo, bem como a todas as pessoas que os acompanharam na sua caminhada de iniciação cristã.

Para além de todos os sinais de festa e convite ao acolhimento dos dons do Espírito Santo, a Igreja encontrava-se completamente cheia e todos viveram com verdadeira alegria toda a celebração.


Pe. Sérgio Lemos (Vice- Arcipreste), in Voz de Lamego, ano 88/40, n.º 4477, 18 de setembro de 2018

Decorreu em Fátima, no Centro Paulo VI, de 03 a 06 de setembro, o IX Simpósio do Clero, sob o tema “O Padre: Ministro e Testemunha da alegria do Evangelho”, com a participação de 450 sacerdotes de todas as dioceses portuguesas e organizado pela Comissão Episcopal Vocações e Ministérios.

As recentes notícias sobre atos pedófilos praticados por clérigos e os ataques ao Papa Francisco marcaram o início dos trabalhos deste encontro, com os bispos portugueses a manifestarem o seu apoio ao Santo Padre, assegurando-lhe proximidade e estima nestes tempos em que tantos o acusam de pouco fazer para purgar a Igreja.

Encontro de irmãos
Por iniciativa dos Formadores dos Seminários, que se reuniam anualmente em Mira, surgiu a proposta de um encontro nacional de padres, o que veio a concretizar-se há 25 anos atrás. Disto mesmo deu conta D. Jorge Ortiga, logo após a abertura do encontro. Duas décadas e meia depois, continua viva a vontade de encontrar, partilhar, refletir e dialogar sobre a vida e a missão dos padres numa sociedade complexa, controversa, materialista, com pouca exigência ética, mas onde são chamados a servir.
Ainda no início dos trabalhos, D. Manuel Clemente evocou a figura de D. António Francisco dos Santos, de quem se confessou admirador e amigo e a quem apresentou como grande dinamizador destes simpósios, sublinhando ainda a sua capacidade de se fazer próximo de todos.

Discípulos do Pastor
A primeira grande conferência deste dia foi protagonizada pelo Cardeal Beniamino Stella, italiano, Prefeito da Congregação para o Clero, sobre o tema “O Sacerdote: o ministério sacerdotal no magistério do Papa Francisco”.
A partir do ensinamento papal, apresentou o padre como alguém que se define e entende como discípulo, um homem que caminha e que, no caminho, procura configurar-se à imagem do bom pastor (Cristo).  Uma missão marcada pelo discernimento que é constantemente chamado a protagonizar, libertando-se de um certo autorreferencialismo ou de um agir pastoral marcado pela exterioridade e assumindo a vida concreta de um povo com quem caminha.
Discípulo, pastor e homem do discernimento, o padre é chamado a ser um mediador, capaz de fazer-se próximo, de acompanhar e exercitando a arte da misericórdia.

Ser aprendiz
No dia seguinte, o tema de fundo foi a formação, explanado nas duas conferencias da manhã, a cargo de D. Jorge Carlos Patrón Wong, mexicano e Secretário da Congregação para o Clero. Na primeira falou sobre “A Formação permanente: ministério alegre e fecundo ao longo da vida” e na segunda sobre “A formação dos futuros padres e os desafios do nosso tempo”. Nas intervenções não cessou de citar a recém-aprovada “Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis”, publicada entre nós sob o título “O dom da vocação presbiteral”.
Partindo de alguns documentos eclesiais, falou da formação permanente como uma necessidade humana e espiritual, apelando à unidade e continuidade da formação do clero. A formação é para toda a vida; se no Seminário se caracteriza por alguma intensidade, é ao longo dos anos que a continuidade é exigida.
Todos os dias se aprende a ser padre e não há bons bispos se não existirem bons padres, tal como não haverá bons padres sem bons cristãos.
Todos os dias são oportunidade para que o padre cresça como filho, seja melhor irmão no presbitério onde vive e seja melhor pai na comunidade onde serve. E é na medida em que cresce como discípulo, que não se envergonha de ser aprendiz, que se esforça por ser testemunha, que faz o bem e sem outro interesse que não seja o de servir, que o padre se torna um discípulo missionário.
A tarde foi vivida com a companhia e o ensinamento do padre espanhol Pablo d’Ors, abordando o silêncio na vida espiritual do padre. Um silêncio que não é ausência de ruido, mas ausência de ego.

Servos da Palavra
No dia 05, logo pela manhã, os participantes puderam escutar o nosso bispo, D. António Couto, sobre “O padre: ministro e testemunha da Palavra”. Entre o muito e profundo que disse, convidou os padres a serem servos da Palavra para testemunharem em si o Autor da Palavra, única forma de serem credíveis e “incendiários” nos tempos que correm.
Antes do almoço, um painel com três oradores para abordarem, sob três perspetivas e em jeito de testemunho, o modo profético de viver do padre: na pobreza (Pe. Manuel Mendes, da Obra da Rua), na obediência (Pe. Carlos Carneiro, Jesuíta) e na fraternidade (Pe. António Bacelar, diocese do Porto).
À tarde, alguns padres foram convidados a falarem do seu testemunho presbiteral em diferentes ambientes: nas prisões, nos hospitais, nas universidades, nas forças armadas, nas missões. E logo após um intervalo, três novos intervenientes abordaram o tema do ser pároco em diferentes ambientes: na cidade, no meio suburbano e no mundo rural.
E foi neste último que “brilhou” o nosso Pe. Diamantino Alvaíde, que a todos marcou pela alegria contagiante com que explanou o assunto. Apresentando alguns dados para ilustrar a desertificação do interior, prosseguiu elencando algumas “sombras” que marcam a pastoral neste meio, para logo descrever as “luzes” que o animam. E terminou com alguns desafios pastorais que se colocam.
A manhã do último dia trouxe D. Juan Maria Uriarte, espanhol e bispo emérito de San Sebastian, com o tema “O celibato presbiteral: sua nobreza, dificuldades e etapas” e cujo pensamento podemos ler num livro seu recentemente publicado (O Celibato – apontamentos antropológicos, espirituais e pedagógicos”.

Notas finais
A par das conferências e comunicações diversas, a Eucaristia, a oração de Laudes, de Vésperas, de Completas, a recitação do Rosário, a adoração eucarística e os momentos individuais de silêncio e de oração no Santuário marcaram os dias dos participantes.
No final do segundo dia, a maior parte dos padres reuniu-se, por dioceses, com os seus bispos e aproveitou para dialogar sobre os trabalhos em curso; Lamego não teve essa oportunidade.
Por outro lado, parece-me que os conferencistas vindos de fora, sendo bons oradores e protagonistas que vale sempre a pena escutar, não acrescentaram muito ao que vamos lendo e ouvindo do Papa Francisco ou em documentos já publicados. Neste caso, a diversificação de oradores poderia enriquecer o debate e permitir uma palavra mais atenta ao nosso meio eclesial e social.
Por último, e sublinhando a presença de muitos bispos, a verdade é que poucas vezes estes foram contemplados no que se disse, quase que esquecendo-se a sua fundamental presença e participação na formação dos padres e na vivência do ministério sacerdotal.

A nossa diocese esteve presente com 16 dos seus sacerdotes e com o Sr. Bispo.

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/39, n.º 4476, 11 de setembro de 2018



As Festas em honra de Nossa Senhora dos Remédios já remontam a 1711. Mesmo antes de existir santuário (inaugurado em 1761), já se realizava a festa em honra da Padroeira de Lamego. Tudo terá começado com a novena, que ainda hoje se mantém, de 30 de agosto a 7 de setembro. Os peregrinos com muita devoção rumam madrugada adentro de todos os pontos da cidade e arredores à casa da Mãe! Para os Lamecenses a Senhora dos Remédios é muito mais do que apenas uma Santa no seu altar, é a Mãe de todas as horas, aquela a quem recorrem em todos os momentos e aquela que lhes pega ao colo e consola o pranto.

É simplesmente maravilhoso ver a devoção que todos aqueles que, antes das seis horas da manhã, se dirigem à casa da Mãe! Muitos são os rostos, diversas são as idades, mas todos com o mesmo propósito, agradecer à Mãe de Jesus e nossa Mãe, por mais um ano de graças. Ela a todos protege e a todos abençoa, só quem vive aqueles dias de oração sente o carinho e o acolhimento da Mãe, o nosso coração parece que incendeia com tanto Amor, que Ela nos dedica! No oitavo dia a Mãe deixa o seu Santuário e vem até à cidade visitar os seus filhos que fervorosamente a acompanham pelas ruas até à Igreja das Chagas, onde permanece até dia 8 de setembro, que é o dia principal da festa. Da parte da manhã, a celebração da santa Missa, no Santuário dos Remédios, presidida pelo Sr. Bispo de Lamego, D. António Couto. Da parte de tardes, a Majestosa Procissão de Triunfo que percorre as principais ruas da cidade, até ao Quartel, onde recebe as honras militares e posteriormente a Procissão com a imagem de Nossa Senhora dos Remédios ruma ao Santuário, onde permanece com os olhos e o coração postos nos seus filhos!

A par da festa religiosa, desenrola-se em Lamego também um programa de animação na Avenida Alfredo de Sousa, realizando-se de 23 de agosto a 9 de setembro, no qual atuam diversos artistas para animar o dia-a-dia dos Lamecenses. Estas diversões diariamente enchem a cidade de luz e cor e muitos são aqueles que de fora vêm para animar as suas ruas que se encontram completamente engalanadas. A par dos concertos realiza-se no dia 6 de setembro a Grandiosa Marcha Luminosa, que consiste num desfile de carros alegóricos pelas principais ruas da cidade iluminando a noite com o brilho e a animação própria deste dia. No dia seguinte, 7 de setembro realiza-se a Batalhas da Flores que tal como no dia anterior faz desfilar pelas ruas da cidade os carros alegóricos, mas com uma pequena diferença, como é realizada de dia as luzes são substituídas por papelinhos de todas as cores, que dá a sensação de estarem a voar flores pelo ar. Neste mesmo dia, realiza-se a Grande Noite da Romaria, onde há arruadas por rusgas populares, cantigas ao desafio, bombos e concertinas. Esta noite é vulgarmente conhecida pelos lamecenses como “Noitada”, em que percorrem as ruas até ao sol nascer convivendo com os amigos de sempre e fazendo cumprir a tradição.

A festa termina no dia 9 de setembro com a sessão de Fogo Preso. Após a sessão do fogo piromusical, estouram fogo-de-artifício nos quatro cantos da cidade encerrando assim as Festas em honra de Nossa Senhora dos Remédios.
E mais um ano se passou e mais uma vez os lamecenses honraram da melhor maneira a sua Padroeira! Mas a melhor forma de honrar a Mãe é todos os dias vivermos segundo o seu exemplo de simplicidade e Amor, a cada dia façamos como Maria!

Susana Santos, in Voz de Lamego, ano 88/39, n.º 4476, 11 de setembro de 2018

Fátima é sempre lugar de bênção e graça, onde sinto uma paz que não consigo explicar, porque é presença na minha vida desde sempre.

Ir a Fátima ao encontro nacional de Convivas, comemorar os 50 anos do movimento, é motivo de agradecimento maior á Virgem Mãe.

No meu Convívio Fraterno, há 12 anos, encontrei-me com ELE de uma maneira que só quem O conhece, compreende.

É verdade que o mais difícil é sem duvida o 4º dia… Tantas vezes, nos sobressaltos das nossas vidas, sentimo-nos fraquejar…sentimos o chão fugir-nos dos pés… E aí, a Mãe do Céu é farol e luzeiro que nos faz encontrar “a luz ao fundo do túnel”.
Estes dois dias em Fátima serviram para reacender a chama, não estava apagada, (porque felizmente e com a graça de Deus e de todos quantos tem colocado no meu caminho, os dias vão ganhando uma nova luz), mas confesso, estava pequenina…

Precisava deste “vendaval” para ganhar a força necessária para iluminar caminhos, o meu e os dos que comigo se cruzam!

12 anos são 12 anos, e são muitas as caras novas que vão surgindo, mas o melhor de tudo é que a alegria que brota de cada coração através de cada sorriso, é a mesma e tem o mesmo “responsável”, ELE!!!!

Cada momento destes dois dias foi e é sempre especial. Acredito que no coração de cada um haja um ou outro que tenha marcado de maneira diferente. No meu coração de conviva, o Ato Penitencial assim como a procissão das velas é momento de excelência, de encontro comigo, e através de Maria, com Ele. Aqui sou pequenina e consigo crescer!

E depois temos o sarau! O sarau é sempre aquele momento divertido e sério (ate pareço o Anthony!) mas é mesmo verdade! Deste sarau não posso deixar de destacar a nossa participação, com acrobacias e tudo! Ficará com certeza na memória de todos! E como ouvimos também no sarau, através dos nossos amigos convivas de Bragança “Juntos derrubamos murros, de indiferença e solidão, de mãos dadas passo a passo, coração a coração, juntos construímos pontes, de amor e de esperança, levaremos pelo mundo Jesus Cristo nossa herança”

Que cada um de nós saiba seguir, um bocadinho que seja, “este pedido” e sei que seremos, todos, muito mais felizes!

Sandra Bravo | CF 1000, in Voz de Lamego, ano 88/39, n.º 4476, 11 de setembro de 2018

Foi uma tarde memorável aquela que se viveu no passado domingo, dia dois de setembro, no espaço emblemático do Senhor da Boa Sorte, paróquia do Touro, Vila Nova de Paiva, para celebrar as Bodas de ouro sacerdotais do Sr. P. José Justino Lopes, natural daquela freguesia do Alto Paiva.

Pelas 16h, deu-se início à procissão que saiu do interior da capela para o local onde se celebrou a missa campal. Nela se incorporaram representantes das comunidades confiadas ao sacerdote jubilado: Alhais, Fráguas e Vila Nova de Paiva, com as respetivas cruzes paroquiais, várias associações e irmandades, um bom grupo de acólitos e mais de duas dezenas de sacerdotes. Presidiu à Eucaristia, D. António Couto, bispo da Diocese, ladeado por D. Jacinto e os respetivos Vigários. No início da celebração, um membro da Comissão organizadora fez uma breve saudação de acolhimento à numerosa assembleia onde se encontravam vários representantes autárquicos e agradeceu a presença de todos. A celebração decorreu com muita dignidade e unção espiritual solenizada por um alargado grupo coral de vozes maviosas que entoaram cânticos muito belos e adequados ao momento festivo.

No momento da homilia, o Sr. Bispo comentou os textos bíblicos com a habitual sabedoria e beleza que lhe reconhecemos, pediu que cuidássemos do nosso coração, que o purificássemos dos vícios para nos habituarmos a ter as palavras e os gestos de Jesus; agradeceu a Deus, fonte de todos os bens, a doação ao ministério do P. Justino, e pediu também orações por ele e por todos os sacerdotes e seminaristas. No momento do ofertório foram levados ao altar alguns símbolos eucarísticos: luz, pão, vinho, flores e também algumas lembranças das paróquias confiadas ao seu trabalho pastoral.

No momento de ação de graças, foi lida pelo Vigário geral uma bênção concedida pelo Papa Francisco ao sacerdote jubilado, e os sacerdotes do arciprestado ofereceram-lhe também uma recordação em sinal de amizade e reconhecimento. Após o cântico do Magnificat, o P. Justino tomou a palavra para agradecer, visivelmente emocionado, em primeiro lugar a Deus, depois à família, o dom da vida e da vocação. Não se esqueceu de recordar os bispos, os sacerdotes que o acompanharam ao longo da sua vida bem como as paróquias por onde tem exercido o seu ministério. Afirmou que se voltasse a ser criança, escolheria de novo a vida sacerdotal, pois se sente muito feliz, apesar de já ter experimentado alguns momentos de sofrimento e solidão. Ainda antes da bênção final, D. António agradeceu mais uma vez a dedicação e a entrega deste sacerdote a Deus e à igreja e pediu às comunidades que ajudem e apoiem os seus párocos. Terminada a celebração, teve lugar um abundante e apetitoso jantar. Além das mesas fartas que cada paróquia preparou ao ar livre debaixo das árvores, havia ainda o serviço reforçado de um restaurante tradicional. E a alegria e o convívio continuou. Deo gratias!

Pe. Aniceto Morgado, in Voz de Lamego, ano 88/38, n.º 4475, 4 de setembro de 2018

-1- Hoje, 29 de agosto de 2018, D. António Francisco dos Santos, voltou a Tendais, não para viver e conviver em saudade com sua mãe, como sempre fazia nesta data, mas para aqui ficar em memória viva de pedra e bronze, e sem falar, a todos lembrar o valor da bondade, da simplicidade, da cultura e do humanismo.
Homenagear D. António Francisco na sua terra Natal era um imperativo quase de consciência dos seus amigos mais próximos e conterrâneos de freguesia e concelho -Tendais e Cinfães.

A ideia nasceu e Pe. Adriano Pereira, pároco de Tendais, agarrou-a com alma de pastor, afeto de irmão e persistência de realizador.

No diálogo ou silêncio deu vida à ideia e conduziu-a pelos caminhos do bom senso nas decisões, do saber nas escolhas e da persistência na realização.

Não é a história dos caminhos possíveis, mas o caminho definido e atingido que hoje aqui reportamos.
A pedra e o bronze estão aqui e aqui vão permanecer por séculos e séculos, tal como a sombra benfazeja da sua vida durante a qual genuinamente semeou harmonia, união, amizade, bondade e as virtudes cristãs que tanto valorizaram e dignificaram os atos diários da sua vida.

-2- Uma estátua em bronze, um pedestal em granito, a colaboração e ação das coletividades locais, a contribuição da Junta e Câmara, o apoio da Diocese e contributo pastoral das outras 4 dioceses onde foi chamado, percorreu e deixou marcas, é o objetivo.

E é a cidade do Porto, invicta e nobre, no passado como hoje, que pela Irmandade dos Clérigos, Santa Casa da Misericórdia e Associação comercial, se constituíram em mecenas da estátua, ficando o pedestal a expensas da Junta de Tendais e Câmara de Cinfães.

A vitória dos atos sobre as dificuldades.

Assim era também D. António.

-3- Às 17h30 o cortejo litúrgico presidido por Sr. D. António Couto dirige-se ao altar, erigido no espaço exterior da igreja, qual arca da aliança que se deslocava com o povo, para celebrar o ato solene da Santa missa que o grupo coral de Santa Cristina de Tendais com tanto rigor e qualidade abrilhantou.

À volta do altar, com D. António Couto que presidiu, concelebraram D. Jacinto, bispo emérito de Lamego, D. Jorge Ortiga e D. Nuno Almeida de Braga, D. António Moiteiro da diocese de Aveiro, D. Manuel Linda, D. António Taipa, D. Pio Alves e D. António Augusto da diocese do Porto, D. Francisco Senra Coelho de Évora, D. António Luciano de Viseu, muito clero de Lamego e Porto, também de Aveiro, Braga e outras dioceses e institutos religiosos.

Ao lado e em frente, parecia também participar D. António Francisco, presente no bronze e preso à pedra.

No espaço adjacente e frente ao altar, estavam os leigos, filhos da terra e outros amigos vindos de perto e longe, sem distâncias medidas, de Évora a Paris com maior visibilidade de Aveiro e Porto, compenetrados na dignidade dos atos, com restos de lágrimas fugidias e muitas engolidas, vivendo ainda num sonho acordado em que se não queria acreditar.

-4- Não há discursos em bicos de pés erguidos nem há verbo desnecessário e inútil; tão-somente ouvimos a apresentação, cumprimentos e agradecimentos feitos pelo Sr. Pe. Adriano antes da celebração, e já no fim das mesmas as palavras sentidas e breves do Sr. Presidente da Câmara, Armando Mourisco no momento da inauguração e bênção da estátua, tudo encerrando com a voz de Filipe Pereira, menino de 9 anos, e familiar do homenageado, que leu um texto de D. António Francisco, inscrito no panfleto memória a todos oferecido e que é das coisas mais belas e sentidas que alguém alguma vez escreveu e que a todos espiritualmente nos emociona, só de lê-lo sentidamente.

-5- Momento alto foi também a homilia de Sr. D. António Couto, bispo de Lamego que iniciou com a profundidade bíblica e teológica das leituras, para nos deliciar na segunda parte com um texto diretamente dirigido a D. António Francisco, quase questionando o Divino Criador sobre o quê e porquê deste jovem aqui nascido indefeso, daqui partido em missão e aqui voltado em Bronze perene para perpetuar a memória da sua mensagem, pastoral e missão.

-6- A Estátua

Este é o momento maior do ato visível.

Elevado um pouco acima da terra, voltado para quem vem, é ele mesmo com o seu braço direito chamando e acolhendo quem chega e com o seu sorriso agora metálico quase a dizer:- subi estes 4 degraus e falai comigo já que eu agora não posso descer como sempre fazia e alegremente descia 4 e mais degraus ao encontro dos humildes, dos sem pão, dos sem voz e também dos amigos prediletos ou «Zaqueus» à busca dum caminho.

A Estátua com dois metros e vinte de altura e corpulência proporcional, foi colocada ao lado da Igreja matriz, não longe dos seus altares, em base granítica disposta em 4 patamares e ladeada por 4 quadros independentes com mensagem individual de cada uma das 4 dioceses unidas (Lamego, Braga, Aveiro e Porto), responsáveis pela mensagem pastoral que se desejou perpetuar e onde se evoca a vida espiritual que D. António nos legou, a nós e ao mundo, em sementes de amor, de bondade de missão e santidade.

A estátua é uma obra de arte da autoria do Escultor Hélder Carvalho, portuense com atelier em Gaia; o bronze é ele identificado consigo, num trabalho bem conseguido com a cruz peitoral que usou em Tendais, meses antes nas comemorações dos 250 anos da paróquia de Santa Cristina e a base é da autoria do Arquiteto Carlos Martins que nos convida a caminhar até ele, em 4 patamares suaves, espaçosos e acolhedores, permitindo a quem chega o diálogo do silêncio com ele, com a paisagem e com as mensagens.
Após a bênção da estátua e já depois de tudo visto e dito, individualmente e num gesto grande, nobre e edificante, cada um dos 11 bispos presentes e todo o numeroso clero participante depositaram uma flor no pedestal de D. António em preito de homenagem e estima e invocando a sua proteção para as suas dioceses e paróquias.

«Caminhar com D. António» na busca da riqueza espiritual que ele nos legou é agora o nosso fado, a nossa esperança e a nossa alegria.

O dia chegou ao fim, mas não terminou nem terminará jamais esta memória, este adeus e esta interrogação: - porque nos deixaste D. António e porque partiste sem nos avisar naquela manhã de 11 de setembro?

Adão Sequeira, in Voz de Lamego, ano 88/38, n.º 4475, 4 de setembro de 2018

Caros irmãos e irmãs!
Neste Dia de Oração desejo, em primeiro lugar, agradecer ao Senhor pelo dom da casa comum e por todos os homens de boa vontade que estão comprometidos em protegê-la. Agradeço também pelos numerosos projetos que visam promover o estudo e a proteção dos ecossistemas, pelos esforços destinados a desenvolver uma agricultura mais sustentável e uma alimentação mais responsável, pelas diversas iniciativas educacionais, espirituais e litúrgicas que envolvem muitos cristãos em todo o mundo no cuidado da criação.

Devemos reconhecê-lo: não soubemos proteger a criação com responsabilidade. A situação ambiental, quer a nível global, quer em muitos lugares específicos, não pode ser considerada satisfatória. Com razão, surgiu a necessidade de uma relação renovada e saudável entre a humanidade e a criação, a convicção de que apenas uma visão do homem autêntica e integral nos permitirá cuidar melhor do nosso planeta para o benefício das gerações presentes e futuras, pois «não há ecologia sem uma adequada antropologia» (Carta Enc. Laudato si’, 118).

Neste Dia Mundial de Oração pelo cuidado da criação, que a Igreja Católica há alguns anos celebra em união com os irmãos e irmãs ortodoxos, e com o apoio de outras Igrejas e Comunidades cristãs, gostaria de chamar a atenção para a questão da água, elemento tão simples e precioso, cujo acesso infelizmente é difícil para muitos, se não impossível. No entanto, «o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável» (ibid., 30).

A água nos convida a refletir sobre as nossas origens. A maior parte do corpo é composta de água; e muitas civilizações, na história, surgiram nas proximidades de grandes cursos de água que marcaram sua identidade. É sugestiva a imagem utilizada no início do Génesis, em que se diz que nas origens o espírito do Criador «pairava sobre as águas» (1,2).

Pensando em seu papel fundamental na criação e no desenvolvimento humano, sinto a necessidade de dar graças a Deus pela «irmã água», simples e útil sem nada de parecido para a vida no planeta. Precisamente por esse motivo, cuidar de fontes e bacias hídricas é um imperativo urgente. Hoje, mais do que nunca, é necessário um olhar que  ultrapasse o imediato (cf. Carta Enc. Laudato si’, 36), além de «critério utilitarista de eficiência e produtividade para lucro individual» (ibid., 159). Precisa-se urgentemente de projetos conjuntos e de ações concretas, tendo em conta que é inaceitável qualquer privatização do bem natural da água que seja contrária ao direito humano de poder ter acesso a ela.

Para nós cristãos, a água é um elemento essencial de purificação e de vida. O pensamento vai imediatamente para o Batismo, sacramento do nosso renascimento. A água santificada pelo Espírito é a matéria pela qual Deus nos vivificou e nos renovou; é a fonte abençoada de uma vida que não morre mais. O Batismo representa também, para os cristãos de diferentes confissões, o ponto de partida real e indispensável para viver uma fraternidade cada vez mais autêntica no caminho da plena unidade. Jesus, durante a sua missão, prometeu uma água capaz de saciar para sempre a sede do homem (cf. Jo 4,14), e profetizou: «Se alguém tem sede, venha a mim e beba» (Jo 7,37). Ir a Jesus, beber d’Ele significa encontrá-Lo pessoalmente como Senhor, haurindo da sua Palavra o sentido da vida. Que possam ressoar em nós com força as palavras que Ele pronunciou na cruz: «Tenho sede» (Jo 19, 28). O Senhor continua a pedir para ser saciado na sua sede, pois tem sede de amor. Ele nos pede para dar-Lhe de beber nos muitos sedentos de hoje, para então nos dizer: «Eu estava com sede e me destes de beber» (Mt 25,35). Dar de beber, na aldeia global, não envolve apenas gestos pessoais de caridade, mas escolhas concretas e compromisso constante de garantir a todos o bem primário da água.

Gostaria também de tocar na questão dos mares e dos oceanos. Devemos agradecer ao Criador pelo dom imponente e maravilhoso das grandes águas e de quanto elas contêm (cf. Gen 1,20-21; Sl 146,6), e louvá-Lo por ter coberto a terra com os oceanos (cf. Sl 104,6). Orientar os nossos pensamentos para as imensas extensões marinhas, em constante movimento, representa também, em certo sentido, uma oportunidade para pensar em Deus, que acompanha constantemente a sua criação, fazendo com que siga adiante, mantendo-a na existência (cf. S. João Paulo II, Catequese, 7 de Maio de 1986).

Proteger esse bem inestimável todos os dias representa hoje uma responsabilidade imperiosa, um desafio real: é necessária uma cooperação eficaz entre os homens de boa vontade para colaborar na obra contínua do Criador. Infelizmente, muitos esforços desaparecem devido à falta de regulamentação e de controlos efetivos, especialmente no que diz respeito à proteção das áreas marinhas para além das fronteiras nacionais (cf. Carta Enc. Laudato si’, 174). Não podemos permitir que os mares e oceanos se preencham com extensões inertes de plástico flutuante. Também para essa emergência somos chamados a nos comprometer, com uma mentalidade ativa, rezando como se tudo dependesse da Providência divina e agindo como se tudo dependesse de nós.

Rezemos para que as águas não sejam um sinal de separação entre os povos, mas de encontro para a comunidade humana. Rezemos para que sejam protegidas aquelas pessoas que arriscam suas vidas em meio às ondas em busca de um futuro melhor. Peçamos ao Senhor e àqueles que realizam o alto serviço da política que as questões mais delicadas da nossa época, tais como as relacionadas com a migração, com a mudança climática, com o direito para todos de usufruírem dos bens primários, sejam encaradas com responsabilidade, com previsão olhando para o amanhã, com generosidade e com espírito de cooperação, especialmente entre os países que têm maior disponibilidade. Rezemos por aqueles que se dedicam ao apostolado do mar, por aqueles que ajudam a refletir sobre os problemas com que se debatem os ecossistemas marítimos, por aqueles que contribuem para o desenvolvimento e a aplicação de regulamentos internacionais sobre os mares que possam tutelar as pessoas, os Países, os bens, os recursos naturais – penso, por exemplo, na fauna e na flora marinha, bem como nos recifes de coral (cf. ibid., 41) ou nos fundos marinhos – e garantindo um desenvolvimento integral na perspetiva do bem comum de toda a família humana e não de interesses particulares. Lembremos também de quantas pessoas trabalham para a proteção das áreas marítimas, para a tutela dos oceanos e sua biodiversidade, para que possam realizar essa tarefa com responsabilidade e honestidade.
Por fim, preocupemo-nos com as jovens gerações e rezemos por elas, para que cresçam no conhecimento e no respeito pela casa comum e no desejo de cuidar do bem essencial da água para o benefício de todos. O meu desejo é que as comunidades cristãs contribuam cada vez mais concretamente para que todos possam usufruir desse recurso indispensável, no cuidado respeitoso dos dons recebidos do Criador, em particular dos cursos de água, mares e oceanos.

Vaticano, 1 de Setembro de 2018
Francisco

1. A nossa rocha firme, o nosso auxílio sempre pronto, o nosso rochedo seguro, o nosso Montemuro, és Tu, Senhor! «Porque Eu estou contigo», dizes Tu, Senhor, a Jeremias (Jr 1,19), e arranca-lo do lodo, da mão das turbas, do turbilhão das águas turvas, das areias áridas do Nilo. Nem Deus saiu do céu, nem Jeremias subiu deste chão áspero e agreste, como é, muitas vezes, o nosso empedernido coração. Não! Com carinho, dobrou Deus o céu como um colarinho, e com ele teceu uma mortalha que, como uma toalha, envolveu o corpo de Jeremias. De Jeremias e de João, a quem o tirano e aldrabão Herodes Antipas mandou cortar a cabeça, mas já antes João Batista lhe tinha lancetado o coração! Preso ou não, na fortaleza de Maqueronte, ou simplesmente neste chão embotado e enlodado, Jeremias e João saberão sempre que Deus está com eles, do lado deles, e que Sedecias e Herodes não passam de canas agitadas pelo vento, que apenas sabem fazer jogos palacianos, com cabeças à venda e passos de dança à vista, saias rodadas como espadas, e serviço à lista!

2. «Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós» (Jo 15,16). Sim, escolhidos desde antes do seio materno (Jr 1,5), desde antes da criação do mundo (Ef 1,4), desde antes de antes. E acrescentemos, sempre guiados pela Escritura Santa, aberta e lida, desde sempre escolhidos, amados, predestinados, agraciados, redimidos, mortos, sepultados, ressuscitados, vivificados, cristificados, glorificados (cf. Rm 6,1-11; Cl 2,12-13), para sermos «filhos no Filho», filiação divina (hyiothesía) por graça recebida (cf. Rm 8,15-16; Gl 4,5; Ef 1,5; Gaudium et spes, n.º 22), feitos semelhantes a Deus e vendo-o como Ele é (cf. 1 Jo 3,1-2). Eis o que constitui o verdadeiro cume da vida dos filhos de Deus, em sentido muito explícito, denso e misterioso. De maior e de mais belo, nada! A nossa maneira de viver e de fazer não é o corolário da visão de Deus; é a própria visão de Deus. Ai de nós se os nossos olhos já não veem Deus! Ai de nós se não mostramos Deus, se não damos Deus a ver, se não pomos Deus à vista. Não à lista.

3. Tudo isto para dizer o que penso ser possível dizer e dever dizer do «servo bom e fiel» (cf. Mt 24,45), próximo, humanado, dedicado, humilde e humilhado, portanto, exaltado (cf. Is 52,13), até ao ponto de se sentir com todos irmanado, que foi e é o bom filho desta terra de Santa Cristina de Tendais e da Diocese de Lamego, D. António Francisco dos Santos. Aqui nasceu em 29 de agosto de 1948, filho único de Ernesto Francisco, e de Donzelina dos Santos. Por que nasceu a este casal este menino, com esta alma, este coração, esta paixão? Sim, já estou a contar com a herança genética dos seus pais e de outras gerações ascendentes que o precederam. Mas mantenho a questão: por que nasceu este menino, e não outro, com outras caraterísticas, outra maneira de ser, de pensar, de dizer, de sentir, de viver? Sim, porquê este D. António Francisco, e não outro, porventura com o mesmo nome, mas diferente no modo de ser e de viver? Vergam aqui todas as perguntas, e caem por terra todas as respostas, e é no umbral do mistério que ficamos, quer queiramos quer não, amados irmãos e irmãs. Ficamos, pois, à porta da casa de Deus, e ficamos bem. Deu Deus este D. António Francisco aos seus pais, à sua comunidade paroquial, às suas Dioceses, à  Igreja, a todos. Era dotado de uma inteligência ingénua, quero dizer, intuitiva e penetrante, rápida, desarmante, como uma criança. Não era difícil pôr D. António Francisco a apanhar gambozinos! Como uma criança deslumbrada, e sempre levada pela mão de Deus, e tendo disso plena consciência, António Francisco traduziu entre nós o amor verdadeiro de que fala S. Paulo: «tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (1 Cor 13,7). E é sabido: o amor verdadeiro está lá sempre primeiro!

4. Em boa verdade, sou dos que penso que poucas coisas nos é dado verdadadeiramente escolher. Sou cada vez mais levado a ver que o veio mais fundo e fecundo que vai urdindo a nossa identidade e unicidade – que é aquilo que só eu posso fazer, e ninguém pode fazer em vez de mim! –, não depende das nossas heranças genéticas ou outras nem de nenhuma das nossas escolhas, pois vem de antes de nós, de antes de a nossa memória registar qualquer sinal, de antes de podermos avançar algum ato meritório, de antes do ventre materno, de antes de antes. Vem do «amor fontal» de Deus, nosso Pai (Ad gentes, n.º 2). Nós não escolhemos Deus nem o Amor nem o Bem. Deus entra-nos pela casa adentro, sem bater à porta e sem pedir licença, e elege-nos, sem previamente nos ouvir, marca-nos com uma eleição que não prescreve nunca, confia-nos uma missão que não podemos rescindir, entrega-nos um Amor a que não nos podemos subtrair.

5. Penso que foi assim que viveu e morreu o meu irmão, D. António Francisco. Dia-a-dia vivendo, saboreando e respondendo a Deus e ao próximo mais próximo com um amor imenso e intenso, uma liberdade dada, recebida e agradecida, uma responsabilidade bela e integral, que é o dom de responder também por aquilo que não foi ele que fez. Amor, liberdade, responsabilidade que não pôde parar e de que não pôde fugir. Caiu-lhe nas mãos e no coração a condição de uma impossibilidade a que não se pôde subtrair. Impossibilidade mais impossível do que sair da própria pele, dever imprescritível e irrecusável que amorosa, livre, responsável e traumaticamente para sempre o marcou. Sim, há em D. António Francisco uma proximidade nova, que não se mede a metro, entenda-se, pela distância, muita ou pouca, entre as pessoas. É assim que nos atinge a responsabilidade pelo outro (verdadeiro sentido da proximidade), responsabilidade na aceção nova que me obriga a responder ao outro e pelo outro, portanto, por aquilo que não fui eu que fiz, e não apenas na aceção clássica, filosófica, jurídica, social e cultural do «eu», como senhor mais ou menos civilizado, que responde apenas pelo que faz. Esta transformação e conversão da proximidade em responsabilidade pelo outro deixa-nos no terreno da socialidade, que é ver o rosto do outro, e não o transformar num conteúdo que eu posso absover, integrar, dominar, controlar. Sim, o rosto do outro, de qualquer outro, mas sobretudo do pobre e do desvalido, está a uma altura tal a que eu não posso chegar nem apanhar! Só me posso ajoelhar e responder: «Eis-me aqui», disponível para te servir e para te amar. Esse rosto enrugado, esse olhar nu que se fixa em mim, é a verdadeira  cátedra de onde Deus me ordena amar e servir!

6. O que fica dito, de teor muito bíblico e levinasiano, é para deixar o meu irmão, D. António Francisco, completamente na mão de Deus, ao dispor de Deus, ao sabor de Deus. E a viagem em que há 70 anos embarcou, mas que já vinha muito de trás e que continua, ao mesmo tempo transitiva e intransitiva, mais intransitiva do que transitiva, é sempre escrita fina de Deus, com ponta de diamante, na tabuinha do nosso coração. Quero dizer, para sempre escrita e oferecida ao esforço da leitura, como aquela viagem para Emaús e de Emaús, com os nossos olhos esbugalhados de espanto perante aquele ignorado companheiro que aparece sempre no nosso meio, quer quando faz perguntas fáceis para as nossas respostas sempre erradas e mirradas por míngua de leitura e compreensão, quer quando nos prega um bom par de fintas pedagógicas, quer quando bendiz e parte o pão, quer quando parece que desaparece, e nos deixa finalmente a contemplá-lo bem presente nessa ausência. Está cá sempre no meio de nós. Mas às vezes só nos apercebemos de que estava e está connosco, quando parece que desaparece, e deixa de estar connosco! Aqui tenho de parar um bocadinho para rezar, e para Te dizer: obrigado, Senhor, pelas tuas inúmeras fintas pedagógicas.

7. Vê-lo não é, nunca foi, mérito nosso. É Ele que se faz ver a nós, por graça. É por isso que muitas vezes só reparamos n’Ele quando Ele desaparece da nossa vista, mas já de há muito, desde sempre, está instalado no hardware do nosso coração. O Centurião de Cafarnaum viu bem e rezou bem: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa, mas diz uma Palavra e o meu servo será salvo!». Na verdade, em nenhum outro Nome há salvação. Bem o sabia também D. António Francisco, por quem e com quem rezamos hoje, nesta encosta do Montemuro, à volta deste Altar e daquele tal Senhor, que está sempre no meio de nós. Hoje, meu irmão António Francisco, pedimos-te perdão por esta ousadia! Não leves a mal: as Igrejas que tu, generosa e dedicadamente serviste (Lamego, Braga, Aveiro, Porto), quiseram deixar ficar aqui este testemunho de gratidão, para falar de ti a quem quer que por aqui passe. Hoje, meu irmão António Francisco, pensamos, também porque tu nos ensinaste, que o amor vale a pena, que a generosidade vale a pena, que a paixão vale a pena, que a ternura vale a pena. Hoje, meu irmão António Francisco, falamos ao Senhor de ti. Fala tu ao Senhor de nós. Amém.

S.ta Cristina de Tendais, 29 de agosto de 2018
+ António Couto, Bispo de Lamego

“Quero que esta visita pastoral sirva também para vos dizer, caríssimos irmãos e irmãs, batizadas em Cristo, que vós sois protagonistas da Evangelização, e que a vossa missão de Evangelizadores é necessária e fundamental, pois, além de constituir a vossa ‘identidade mais profunda´, ela é igualmente necessária para a renovação do tecido reticular da nossa Diocese de Lamego, toda unida a reunida à volta de Jesus Cristo, nosso Bom e Belo Pastor. Sim, escreve bem o Papa Francisco, ‘eu sou uma missão neste terra´. Eu sou, tu és, ele é, nós somos.” São palavras do nosso pastor Sr. D. António José da Rocha Couto na sua mensagem de preparação para este grande acontecimento para a nossa comunidade paroquial.

Começando pela celebração da Eucaristia, no dia 31 de julho, na Igreja Matriz de Vila Nova de Foz Côa, com a celebração dos 25 anos de ordenação sacerdotal do nosso pároco, dava-se o sentido de abertura desta semana de Visita Pastoral.
Na quinta-feira, 2 de agosto, D. António foi recebido por várias entidades. Logo manhã, foi recebido no Município de Vila Nova de Foz Côa, passando de seguida pela Junta de Freguesia, Centro de Saúde (com visita ao futuro edifício do novo Centro de Saúde), Bombeiros Voluntários, Posto da GNR, sede do Agrupamento de Escolas, delegação da Cruz Vermelha. A meio deste percurso, o almoço no Patronato de São José (Centro Social Paroquial), onde partilhou momentos muitos felizes com as crianças e colaboradoras que ali se encontravam e que frequentam o Jardim de Infância da instituição.

Em todas as entidades visitadas, além de receber os cumprimentos de quem cordialmente o recebia, era também momento oportuno de se inteirar da realidade de toda esta comunidade paroquial e cidade de Vila Nova de Foz Côa.
Já para o meio da tarde foi momento de rezar no Cemitério do Pocinho/Cortes da Veiga com um forte sinal de fé e de esperança. Seguimos para a Capela de Nossa Senhora da Veiga – momento de visita e oração, e como não podia deixar de ser, de contemplação da bela paisagem que é possível vislumbrar do adro do Santuário de Nossa Senhora da Veiga. O momento de oração continuou, agora na Capela de Nossa Senhora do Amparo do Pocinho. Foram alguns os fiéis que, apesar do imenso calor, não deixaram de estar junto do Sr. D. António, rezar e partilhar a vida que se vive por estas terras do Alto Douro Vinhateiro. O adro da Capela de Nossa Senhora da Veiga estava engalanado assim como de Nossa Senhora do Amparo do Pocinho, sinal do bem receber e de proporcionar bem-estar ao Sr. Bispo pela beleza do que decoravam.

O dia ia terminar com o momento de oração no cemitério de Santo António e no cemitério novo de Vila Nova de Foz Côa. A comunhão com os que já partiram em sinal de esperança na ressurreição e o conforto com os que se encontram de luto para que fossem suavizados com a presença de Cristo Salvador.
A manhã de sexta-feira, dia 3 de agosto, foi completamente preenchida com a visita a todas as Capelas de Vila Nova de Foz Côa. A visita foi no comboio turístico, gentilmente cedido pelo Município de Vila Nova de Foz Côa, que assim permitiu a que muitos populares pudessem fazer o mesmo percurso, acompanhando o Sr. D. António.

Após uma visita ao Centro de Alto Rendimento do Pocinho, onde o Município ofereceu o almoço, ocorreu a visita à sede do Agrupamento 329 de Vila Nova de Foz Côa do CNE. Os escuteiros, que em vários momentos têm acompanhado a visita pastoral do Sr. D. António, quiserem também receber na sua “casa” uma visita tão ilustre. Fizeram-no com muito brio, como é próprio de um escuta.
Seguiu-se a visita à Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Foz Côa. Iniciou-se no CAO, onde foi recebido pelo Sr. Provedor e por membros da Mesa Administrativa. Contacto muito direto e pessoal com os clientes e colaboradores do CAO, com muito afeto e carinho, e que igualmente veio a acontecer com o CATL, depois de ter passado pela Unidade de Saúde. O Sr. Provedor justificou a não passagem pela Creche pelo facto de se encontrar encerrada por motivos de férias.
No Lar de Idosos de Nossa Senhora da Veiga o encontro ainda se tornou mais pessoal porque, além do cumprimento a cada um dos utentes e colaboradores com quem se cruzava, com o mesmo carinho e afeto que já o tinha feito nas anteriores valências, houve a possibilidade de administrar a Santa Unção aos utentes mais debilitados/acamados. Sempre houve um enorme sentido de proximidade, sinal da ternura de Deus.
Após este momento foi altura de visitar, acariciar com a palavra e a administração da Santa Unção os que em suas casas se encontravam, impossibilitados de se ausentarem, por motivos de doença grave e que tinham manifestado vontade de receber a visita do Sr. Bispo D. António.

A coroar este dia de visita pastoral, teve lugar na Igreja Matriz a celebração da Eucaristia com a administração do Sacramento da Santa Unção aos que ali se encontravam e que manifestaram vontade para receber este mesmo Sacramento. Momento de um reconforto, de uma paz e de uma coragem para suportar os sofrimentos com a presença da ternura do próprio Deus.
O dia concluiu-se com a assembleia paroquial e o encontro com os 39 jovens e adultos que no domingo iriam receber o Sacramento do Crisma.
Para terminar a visita pastoral, vivemos o Domingo, o Dia do Senhor, com toda a intensidade.

Ocorrendo o início das Festas em Honra de Nossa Senhora da Veiga, o Sr. Bispo, D. António Couto, presidiu à procissão de Nossa Senhora a partir da Capela de Nosso Senhor dos Aflitos até à Igreja Matriz. De recordar que a imagem de Nossa Senhora da Veiga já vinha em procissão desde a sua Capela após a celebração da Eucaristia às 8 horas.
A celebração da Eucaristia foi o momento alto da Visita Pastoral, e ao mesmo tempo o seu encerramento, com a congregação da comunidade paroquial junto ao pastor da Diocese de Lamego, para a escuta atenta da sua palavra e com a sua presença ser animada na fé, na esperança e na caridade. Durante a Eucaristia, a administração do Santo Sacramento do Crisma a quem convenientemente se tinha preparado.

“Imitemos a dedicação misericordiosa e os cuidados maternais do Bom Samaritano, que se debruça sem preconceitos sobre aqueles que encontra caídos no caminho, e retenhamos a indicação serena e segura de Jesus: ‘Vai, e faz tu também do mesmo modo!’. Vai, imita e reza.” (D. António Couto)
Muito obrigado Sr. D. António José da Rocha Couto.

Alexandra Pinto, in Voz de Lamego, ano 88/37, n.º 4474, 28 de agosto de 2018

Cinquenta anos de vida consagrada ao apostolado!

No passado dia quinze de Agosto, dia de Nossa Senhora d’Assunção, as gentes da Mêda reuniram-se em alegria, numa comunhão fraterna e amiga com a Irmã Teresa da Conceição Moreira Lopes, para comemorar os seus cinquenta anos de vida dedicada ao serviço do Senhor e do próximo, muitos dos quais ao serviço do Patronato de Nossa Senhora da Assunção e da comunidade paroquial da Meda.

Foi para agradecer -lhe esta presença geradora de vida e de esperança nas nossas vidas, que nos encontrámos, na Igreja Paroquial da cidade para um momento, breve mas intenso, de ação de graças e celebrar uma Eucaristia, por este dom que a Irmã Teresa recebeu. Estiveram presentes para lá do pároco desta comunidade, Sr. Pe. Basílio, o Pe. João Mendonça, responsável da pastoral dos emigrantes portugueses na Arquidiocese de Toronto-Canadá (que vem todos os anos visitar esta paróquia), a Madre geral, as irmãs do Conselho Geral e muitas outras irmãs da Congregação das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, congregação à qual pertence a Irª. Teresa.

Aqui renovou, comovidamente, os seus votos sagrados, na presença de todos nós.
No momento da Ação de Graças, o Sr. Padre Basílio, em nome da comunidade, agradeceu o dom da vida e da consagração religiosa da Irª Teresa, nomeadamente no Patronato e na paróquia da Meda e ofertou-lhe uma imagem de Cristo Ressuscitado.
A Irmã Teresa, emocionada, agradeceu a Deus e a todos os presentes, este momento.

No final da celebração, recebeu os cumprimentos da comunidade reunida.
Seguiu-se um almoço convívio, num dos restaurantes da cidade, onde as pessoas puderam confraternizar, em ambiente familiar de amizade, estima e de júbilo.
Foi distribuída um a pagela comemorativa com o seu lema de vida: “Bendiz, ó minha alma, o Senhor/e não esqueças todos os seus benefícios”. (Salmo 102, Daniel 02)

Fica a nossa gratidão pela dádiva desta a vida de entrega ao Salvador e a todos os irmãos!
Desejamos que o Pai a abençoe, lhe dê uma vida longa, saúde…e que não nos esqueça nas suas orações…
Assim foi vivida e sentida, mais uma página de vida, sublime e bela, na nossa paróquia!...

Dra. Conceição Lourenço, in Voz de Lamego, ano 88/37, n.º 4474, 28 de agosto de 2018

Engalanada, uma  paróquia vestida a rigor e com gente que manifestava alegria, assim foi recebido o Senhor Bispo D. António, nosso pastor, no dia 21 de julho.
Pelas 17 horas foi recebido junto aos cemitérios onde iniciou a visita pastoral. Em cada um dos cemitérios rezou por todos os que adormeceram na paz de Cristo e que ali se encontravam sepultados e por todos os que se encontravam de luto para que fossem fortalecidos na esperança.
De seguida, o Sr. Bispo percorreu, juntamente com os habitantes ali presentes, uma rua de acesso à Igreja Matriz onde pôde dialogar com todos e contemplar a bela paisagem que do alto de Santo Amaro é possível vislumbrar.

As ruas engalanadas conduziam à Igreja Matriz toda ela igualmente decorada a primor para assim receber o nosso Bispo.
A Eucaristia, presidida pelo Sr. D. António, teve como ponto alto a administração do Sacramento da Santa Unção. E tal como foi referido pelo Sr. Bispo, era a ternura, o carinho de Deus que vinha junto dos mais debilitados quer física quer espiritualmente. Foram muitos os que assim quiseram receber o Sacramento da Santa Unção.

Terminada a Eucaristia ocorreu a assembleia paroquial. Todos ali permaneceram para assim poderem dialogar com o Sr. Bispo e partilhar as suas preocupações. O Sr. D. António convocou todos para a participação numa igreja que se quer ativa e evangelizadora.
Esta comunidade ficou profundamente marcada com a presença do Sr. D. António que assim sentiu bem a comunhão com a igreja de Lamego.


Alexandra Pinto, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

 

Quinta- feira, o povo de Numão achou por bem receber D. António Couto na entrada da aldeia de Numão junto ao Nicho de Nossa Senhora da Assunção, padroeira desta Paróquia e Freguesia, com cânticos de boas vidas e manifestações de carinho assim foi recebido, o Pastor, o enviado de Deus.
Como bom Pastor, logo ali manifestou o seu apreço por tão calorosa e humilde recepção, as palavras cheias de sabedoria e amor, para com todos de forma especial para os mais idosos.

De seguida uma visita guiada pelo Senhor presidente da Junta de Freguesia, ao Centro de Interpretação do Castelo de Numão, Aldeia cheia de história, e com muita história.

No centro de Dia e apoio Domiciliário, o Senhor Bispo teve contacto com os idosos desta freguesia que o frequentam, administrou a todos eles o Sacramento da Unção dos Enfermos. O almoço foi oferecido pela direção do centro, pois a hora já se aproximava.

Estamos no meio de vinhas, no Douro profundo, não poderíamos passar este dia sem que o Senhor D. António visitasse uma das mais místicas quintas desta região. Quinta do Vesúvio, a onde D. Antónia Ferreirinha viveu e “ e comandou” todas as suas quintas na zona do Douro.

Depois foi vez de visitar a aldeia do Arnozelo, Comunidade paroquial que pertence há paróquia de Numão com pouca gente, mas todos ali aproveitando a sombra das árvores para receber aquele que vem em nome do Senhor. D. António rezou no cemitério local por todos os que ali descansam em paz. De Seguida, até a capela de Nossa Senhora da Ribeira, aos pés da Mãe do Céu D. António agradeceu aquela pequena comunidade o empenho de união com a Mãe do Céu até ao seu filho Jesus.
Uma visita rápida ao Castelo de Numão, D. António visitou a Capela da Mártir Santa Eufémia, administrou a todos os presentes a Unção dos Enfermos, rezou no cemitério por todos quantos lá se encontram sepultados. Por fim um lanche oferecido, onde todos foram convidados.

No Domingo Sua Exª Reverendíssima D. António José da Rocha Couto, presidiu à eucaristia e administrou a sacramento da confirmação.
À tarde, no salão Paroquial trocou ideias e deu pistas para todos os presentes. Falou mais uma vez do empenho que os leigos deveriam ter na Igreja.

Obrigado D. António, volte sempre.

Pe. António Júlio, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

Apesar do calor, o Sr. Bispo D. António foi recebido no dia 19 de julho (quinta-feira) pela comunidade paroquial no alto de Santa Bárbara onde se encontra uma Capela com a mesma invocação e onde se pode contemplar uma das mais belas paisagens do Douro vinhateiro e uma perspetiva quase “aérea” de toda a Comunidade de Mós – seu casario, suas ruas…

O Sr. Bispo saudou a todos e a todos convidou a com ele partilharem os momentos da Visita Pastoral em comunhão com toda a Igreja.
De seguida dirigiu-se aos cemitérios, rezando por todos os defuntos ali sepultos e por todos os irmãos de luto, implorando a misericórdia de Deus, em atitude de fé e de esperança.

A pé, juntamente com habitantes da comunidade, D. António Couto percorreu as artérias da comunidade até à Capela de Santo António onde rezou com todos e por todos os devotos de Santo António. Continuando a percorrer as ruas, chegou à Igreja Matriz para aí presidir à celebração da Eucaristia com a administração da Santa Unção, onde muitos foram tocados pela graça de Deus.
Seguiu-se a assembleia paroquial participada por todos e onde o Sr. Bispo, tendo em conta a Carta Pastoral da Diocese para este ano, reforçou a ideia da caridade entre todos a fim de construir uma comunidade mais unida.

O encontro com os crismandos, com os 9 que iriam receber o Sacramento do Crisma no domingo seguinte, foi de extrema importância. O Senhor Bispo aproveitou para sublinhar a missão que todos têm na Igreja e lembrando que com o Crisma são outros Cristos para levarem a caridade e a bondade de Deus a todos.

No domingo, dia 22 de julho, o Sr. Bispo D. António presidiu à celebração da Eucaristia Dominical com a administração do Sacramento do Crisma e, assim, com a comunidade unida ao pastor desta porção do Povo de Deus que é a Diocese de Lamego, era encerrada a Visita Pastoral.

Alexandra Pinto, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

Como o previsto, D, António, nosso Bispo chegou ao largo de Santa Maria Madalena a onde recebeu cumprimentos das identidades locais, bem como da população presente.
Numa Quinta- feira que se adivinhava quente, D. António, começou por visitar a capela de Santa Maria Madalena, a onde saudou também todos os que dele se abeiravam, para o saudar.

Seguiu-se a visita ao lar, foi muito bom ver a felicidade estampada no rosto dos idosos, o contacto directo com o seu Pastor. Seguiu-se administração, o Sacramento da Unção dos Enfermos. Depois seguiu-se o almoço, mesa repartida com os utentes e funcionários do Lar, sempre pontas a bem receber, por fim o agradecimento pela visita e por aquele momento de convívio por Parte do Senhor Presidente da Instituição.

D. António agradeceu aquela oportunidade com palavras de conforto e carinho para todos quantos tratam dos que mais precisam.

Da parte de tarde e debaixo de um calor intenso, teve lugar a visita ao cemitério local, rezou por todos os que ali se encontram sepultados.

De seguida a visita a vária capelas desta paróquia, e aos doentes que se encontram em suas casas. Uma por uma, rua, por rua, sol bastante quente, D. António não deixou de ir, conversar, dar carinho, apoiar, levar uma palavra de esperança a todos os enfermos.

Por fim e para terminar este primeiro dia de visita uma reunião, com todos aqueles que se encontram, mais empenhados, leitores, acólitos. Grupo coral, zeladores, visitadores dos doentes, e quantos quiseram ouvir as palavras de encorajamento do nosso Pastor.

Seguiu-se um lanche ajantarado, gentilmente oferecido pela Junta de Freguesia, aberto a toda a População.

No domingo dia de S. João Baptista, D. António presidiu a Eucaristia, administrou o Sacramento da Confirmação e de seguida presidiu a procissão em honra do Padroeiro S. João Baptista.

Depois de almoço D. António da Rocha Couto, nosso Pastor, partiu, mas ficaram as palavras os gestos, os ensinamentos.
Obrigado D. António.

Pe. António Júlio, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

O Padre José Manuel de Deus Ramos comemorou no passado dia 31 de julho o vigésimo quinto aniversário da sua ordenação sacerdotal. É o atual pároco de S. João de Tarouca.

Natural da freguesia de Ferreirim, concelho de Sernancelhe foi ordenado padre no ano de 1993 na data acima referida, na Sé Catedral desta diocese, juntamente com outros cinco colegas, pelo saudoso Bispo, Dom António de Castro Xavier Monteiro.
A missa nova foi celebrada no dia seguinte, em Ferreirim, Sernancelhe e em Mondim da Beira, Tarouca, lugar onde o então jovem seminarista residia, pois, outros laços de efetividade o ligavam a essa paróquia.
Após umas breves passagens pastorais por outras paróquias, foi nomeado pároco de S. João de Tarouca a 4 de setembro de 1996, embora umas semanas antes já prestasse serviço de evangelização, aqui, e cá permanece até aos dias de hoje.

No passado dia 5 de agosto, na Eucaristia Dominical na secular Igreja Conventual de S. João de Tarouca, com a prestimosa presença do senhor Vice-presidente da Edilidade Tarouquense, Dr. José Damião, do Presidente da Junta de Freguesia, Tiago Eusébio e perante uma numerosa assembleia vinda das povoações do Couto, Pinheiro, Vilarinho e Vila Chã do Monte, onde se podia visualizar a presença dos membros das comissões das capelas dos referidos povos anexos desta freguesia, prestaram homenagem ao Padre José Manuel.
Começou a celebração eucarística com o cortejo de entrada composto de cinco elementos, um de cada povo e foi, solenemente, alegrada pelo grupo coral local.
O padre José Manuel há muito que habituou estas gentes da paróquia de S. Brás e de quem as visita, à sua eloquência e ao seu rigor religioso e mais uma vez se verificou. Na homilia o celebrante explanou a palavra do evangelho e fez um breve balanço da paroquialidade neste lugar e da sua experiência sacerdotal.

No final da celebração, Virgílio Dias dos Santos, em nome da Comissão Paroquial proferiu umas breves palavras, onde destacou o imenso trabalho desenvolvido pelo referido pároco, nomeadamente na criação de infraestruturas religiosas, restauros diversos, merecendo destaque o apoio aos mais desfavorecidos. Falou também da evangelização efetuada e das festas religiosas, nomeadamente da “Romaria de S. Brás” onde todos os anos se vai vendo, em crescendo, esta manifestação de fé. Também Tiago Eusébio Presidente da Junta de freguesia, se dirigiu aos presentes, em que, de entre outras coisas, se referiu ao sacerdote com palavras de reconhecimento e apreço por aquilo que ele tem feito na paróquia, ressalvando a sua entrega às causas cristãs.
Foi ainda ofertado ao sacerdote um lindo ramo de flores com vinte e cinco rosas e uma salva de prata onde a palavra louvor aparece em lugar de destaque.
No largo do Terreiro, junto à porta de entrada do jardim da Igreja foi servida uma fatia de bolo de aniversário, com o qual se brindou com um “Porto D´honra” ao padre José Manuel Ramos.
Para que tudo decorresse com êxito e normalidade houve empenhamento dos membros das comissões das capelas e da igreja, além de outras pessoas e da Junta de Freguesia de S. João de Tarouca, onde o seu presidente Tiago Eusébio e restante equipa acarinhou o evento e ainda foi empenhado, generoso e prestável na homenagem efetuada, pelo que merece ser enaltecido.

Sabemos que o senhor padre tem andado adoentado há umas semanas para cá, por isso lhe desejamos rápido restabelecimento e que Nossa Senhora da Saúde o ajude.
Para finalizar, e como ele costuma dizer: Fique bem! Fique com a graça de Deus. 

Carlos Albuquerque, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

Todo o tempo é necessariamente de júbilo, de alegria e de ação de graças, por ser dado gratuita, generosa e abundantemente por Deus. Maior é o regozijo e mais profundo o contentamento quando nesse tempo nos é dado viver na terra acontecimentos tão bons e tão belos que nos antecipam o sabor do céu.

Hoje - 10 de agosto - , como há 25 anos, o Sarzedo viveu um dia memorável para todos os de lá, e para muitos que até lá se deslocaram prazerosamente, para comemorar as Bodas de Prata Sacerdotais do Pe Diamantino José Pereira Duarte. Embora o dia exato da ordenação sacerdotal tenha sido 31 de julho, a escolha do 10 de agosto prende-se com o 25º aniversário da sua Primeira Missa na sua terra natal, no dia do seu padroeiro, São Lourenço.

Em agosto 1993, neste mesmo dia, era o recém-ordenado Pe Diamantino, calorosamente recebido e portentosamente aclamado por todo o povo, à entrada da povoação que o viu nascer e o ajudou a crescer. Passados vinte e cinco anos volta a ser acolhido no mesmo local, agora pelo seu Bispo, pelo seu pároco e pelo Pró vigário geral da diocese. Estiveram ainda nesta primeira receção o Senhor Presidente da Câmara, o Senhor Presidente da Assembleia Municipal e o Senhor Presidente da Junta. Estas seis entidades, seguidos por uma banda musical, conduziram o jubilado ao largo central do povoado, onde o aguardavam todos os seus conterrâneos, algumas centenas dos seus paroquianos e inúmeros amigos das mais diferentes proveniências. Aí foi ovacionado com palmas, saudado com um texto de acolhimento e agradecimento, e brindado com a oferta de um novo paramento, que usou na celebração eucarística.
A Eucaristia, com início previsto para as 11h, foi presidida pelo Bispo Diocesano e concelebrada por 25 sacerdotes, que marcaram a sua presença. Seguiu-se a habitual procissão de festa, em honra de São Lourenço.

O almoço foi degustado por cerca de 800 pessoas que se quiseram associar ao Pe Diamantino para assinalar tão importante data. Servido num espaço exterior, preparado com tendas, mesas e cadeiras que permitiram a todos um lugar sentado e uma refeição quente. O menu era variado, e os convidados puderam escolher o que mais lhes agradou. Para tal contribuiu a generosidade de algumas instituições de solidariedade social e suas direções, que se prontificaram a confecionar o almoço, e a quem muito se agradece. O mesmo reconhecimento a diversas intituições e associações que disponibilizaram as suas estruturas móveis para o arranjo do espaço.
A festa prolongou-se por todo o dia, terminando com uma oração vespertina, na igreja paroquial, seguida de um jantar mais humilde – porco no espeto – para os resistentes.

A Deus, o devido e merecido louvor por tão grande graça.
Ao Pe. Diamantino, o desejo das maiores bênçãos de Deus na sua vida e ministério sacerdotal.

Pe. Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

No dia 31 de julho, a Igreja Matriz da Paróquia de Castro Daire foi pequena para acolher a multidão que ali se deslocou para, pelas 18h30, em Eucaristia, celebrar os 25 anos de ordenação sacerdotal do seu pároco, Pe. Carlos Caria.
Com ele estava a família de sangue, os seus pais e o seu irmão, os seus irmãos sacerdotes do arciprestado de Castro Daire – Vila Nova de Paiva, sacerdotes naturais da paróquia, antigos párocos e também de outras dioceses e congregações religiosas que se quiseram associar ao júbilo do colega.

Honraram-nos com a sua presença as diversas instituições da Vila: Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Bombeiros Voluntários de Castro Daire e Farejinhas, Santa Casa da Misericórdia e Banda de Música; os grupos paroquiais: Escuteiros, Irmandade dos Santos Passos, Acólitos, Conselho Económico e Grupo Coral que em conjunto com a Banda encheu de melodia e beleza a celebração.
Mas sobretudo marcava presença o Povo de Deus, numeroso, recolhido e reconhecido à volta do seu Pastor. Porta-voz desse povo, uma paroquiana assim saudou o Pe. Caria: “De muitos lugares chegamos a esta casa, uma onda que cresceu quase em surdina, e aqui estamos neste lugar maravilhoso, onde a grandeza de Deus nos envolve e nos faz saborear no louvor, na gratidão e na prece, a alegria da vida. E hoje o nosso sentimento comum é o de agradecer ao Senhor pelo dom da vida do Padre Caria, e pela sua ordenação sacerdotal há 25 anos atrás. Louvar a Deus pelo seu serviço, que é semente de amor, sabedoria, conhecimento, bondade e humildade.”
E concluiu: “Padre Caria, na vida há acontecimentos e datas que não podemos esquecer (dizer isto a alguém que é tão feliz a realizar festas para os outros, parece um contrassenso) e no que diz respeito à sua vocação, muito mais se torna importante fazer memória, principalmente como atitude de Ação de Graças, pelo dom recebido e pela sua incondicional entrega ao plano de Deus nas nossas comunidades.
Bem-haja pelo trabalho material e espiritual realizado nas paróquias de Castro Daire e Farejinhas, nas diferentes comunidades, com os vários movimentos paroquiais, presentes nesta celebração.”

Na homilia o Pe. Caria fez a evocação de momentos importantes da sua vida ao longo deste quarto de século em que serve a Igreja, nesta paróquia, onde sempre esteve como Presbítero. Agradeceu a presença de todos desejando que esta festa, em dia de Santo Inácio de Loiola, fosse “toda para maior Glória de Deus.”
No final da Eucaristia, no Adro da Igreja, houve espaço de convívio com a Banda de Música e um Grupo de Cantares Populares e um lanche oferecido por diversos estabelecimentos comerciais de Castro Daire, espaço de convívio entre paroquianos e oportunidade para todos saudarem e agradecerem ao Pe. Caria o seu ministério.

Uma palavra de agradecimento impõe-se à Comissão Organizadora que teve de trabalhar de forma discreta, para a realização desta homenagem, dada a “alergia” que o Pe. Caria tem a homenagens.
Obrigado a todos os que marcaram presença. Parabéns ao Pe. Carlos Caria e que o Senhor o guarde muitos anos ao serviço da Sua Igreja.

Isabel Matança, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

“Não foste vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi.”

No passado dia 31 de julho, na paróquia de Nossa Senhora do Pranto de Vila Nova de Foz Côa, o sacerdote António Ferraz assinalou o vigésimo quinto aniversário da sua ordenação presbiteral com a celebração da Eucaristia de ação de graças, presidida pelo Bispo de Lamego, D. António Couto, iniciando também a sua visita pastoral à comunidade de Vila Nova de Foz Côa.

Após um período de preparação, sempre necessária no contexto destas celebrações, a igreja paroquial e o caminho que a espaçava do salão da Junta de Freguesia, assim como o coração dos fiéis desta comunidade, encontravam-se dignamente embelezados para o momento de festa.
A comunidade nutriu os seus corações na mesa da Palavra de Deus escutando as leituras do livro de Isaías, da carta de São Paulo aos Romanos e o Evangelho segundo S. João, acompanhada por cerca de duas dezenas de sacerdotes entre os quais o padre Diamantino Pereira Duarte, também ele aniversariante, pois foi um dos sacerdotes que celebrou o sacramento da Ordem no mesmo dia que o padre António Ferraz.

D. António Couto partilhou, em seguida, uma bela reflexão, onde dirigiu uma palavra de acolhimento e saudação a todos os que se encontravam na bela igreja dedicada a Nossa Senhora do Pranto, unidos e reunidos à volta do Senhor Jesus que a todos chama, a todos envia porque a todos ama. Destacou de modo particular a leitura de Isaías, o qual soube responder: “eis-me aqui, envia-me a mim”, e celebrar de modo ferial o amor gratuito que Deus lhe dirigiu. Esta descoberta opera-se após a morte do Rei Oseias, para quem trabalhava, descobrindo então um outro Senhor Rei que não morre jamais, a quem somos chamados a servir como Isaías e como o servem os sacerdotes jubilados. Tal como o profeta, o cristão não pode ser de palha, pois a Palavra de Deus que lhe queimou os lábios, queimá-lo-ia todo se não fosse forte para manter no seu coração a chama dessa Palavra.
D. António terminou referindo que também Maria tinha nas entranhas a chama da Palavra de Deus a arder e por isso não parou pois tinha de levar as notícias e as carícias de Deus, sendo modelo para todos os cristãos.
No momento da apresentação dos dons foram trazidos ao altar vários símbolos relacionados com os vários campos da ação da pastoral do padre António Ferraz, assim como das suas experiências de caminhada na comunidade.
No momento da ação de graças as crianças do Patronato de São José entoaram um cântico e os acólitos ofereceram uma estola em sinal do reconhecimento pelo seu pároco. O sacerdote jubilado, emocionado, agradeceu a todos pela sentida homenagem assim como a todos aqueles que de modo particular fizeram parte da sua história de vida humana e sacerdotal.

O dia terminou com um jantar convívio onde, à volta da mesa, se celebrou o dom da vida e da vocação sacerdotal com o gesto de fraterna alegria.
Que o lema colhido no Evangelho de São João “Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi”, continue a brilhar no coração do Padre António Ferraz e o ajude a viver com fidelidade e autenticidade o chamamento e envio que o Senhor Deus faz a todos e de modo muito particular aos sacerdotes.
Muitos parabéns e que Deus o ajude.

Pe. Miguel Peixoto,
in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

Ao longo deste ano, a Paróquia de S. Tiago de Sande, do Arciprestado de Lamego, celebra 300 anos da sua Igreja Matriz.Têm sido várias as iniciativas que vêm assinalando esta data.
No passado dia 21 de julho, realizou-se uma caminhada intitulada “300 anos da Igreja Matriz”, integrada no programa da Festa de S. Tiago, Padroeiro desta comunidade paroquial.

Sendo esta uma das atividades festivas que marcará este ano jubilar, a caminhada contou com a presença de cerca de 150 caminhantes que, enraizados pela sua fé, percorreram vários percursos da aldeia, fazendo uma paragem muito importante na Igreja Matriz e, também a passagem pelos vários Cruzeiros existentes ao longo da aldeia.

Esta caminhada, para além de ter sido comemorativa deste aniversário da Igreja Matriz, também esteve inserida nas festividades da Paróquia em honra do Padroeiro São Tiago, contando com um programa de celebrações religiosas e atividades profanas para  quatro dias.

Maria, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

Durante os dias 3 a 13 de Agosto realizou-se a Peregrinação a Taizé organizada pelo DDPJ, Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens de Lamego.
Taizé é uma pequena comunidade de irmãos que acolhe pessoas vindas de todas as partes do mundo, de todas as confissões cristãs e até com outras crenças religiosas. Nesta pequena colina situada na região de Borgonha os dias são marcados pelo espírito de simplicidade, partilha e comunhão com Deus.

Em cada dia somos todos convidados a participar com os irmãos em três orações: a de manhã e a do meio dia, que antecedem as refeições e a oração da noite, realizada ao final do jantar. Em cada uma delas o momento principal é o momento do Silêncio. É algo estranho de se dizer a esta sociedade que vive constantemente com ruídos de fundo, onde parar é quase uma missão impossível, onde há sempre um telemóvel a tocar, uma notícia para ouvir, onde o tempo para parar e escutar o Silêncio ocupa pouco espaço nas nossas vidas, ou quase nenhum.  Estes momentos nas orações proporcionam exatamente aquilo que muitas das vezes nos falta nas nossas vidas, o tempo para falar com Deus e escutar aquilo que Ele tem para nos dizer. Quantas vezes pedimos ao Senhor respostas às nossas inquietações? Quantas vezes Lhe damos a oportunidades d’Ele nos responder?  O segredo está em deixarmos que Ele nos fale ao coração. E Taizé recorda-nos da importância deste segredo.

Os dias são também preenchidos por reflexões bíblicas realizadas em grupos. Grupos formados por várias pessoas, de diferentes países e continentes. E este é mais um aspeto muito especial, a multiculturalidade em Taizé vive-se de um modo muito autêntico, apesar de todos sermos diferentes, aquele lugar torna essas diferenças em peças de um puzzle.

Todas as tarefas necessárias são realizadas por voluntários, aquelas que necessitam de mais cuidado e responsabilidade são atribuídas aqueles que já estão lá à alguns meses e as mais simples a pessoas como nós, que chegam para ficarem apenas uma semana.

No final da semana já estamos de tal modo tão embrenhados nesta rotina que a hora da partida nos envolve com um sentimento agridoce, por um lado a vontade de querer voltar a casa e por outro o sabermos que esse  regresso deixará para trás uma paz que o nosso dia a dia não nos proporciona, deixando assim a vontade de voltar.


Eliana Loureiro - Grupo de Jovens Gostas d’Orvalho,
in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

Em conformidade com as orientações do Sr. Bispo de Lamego, D. António Couto, entre as quais nos recomendava:
 … “é preciso pensar numa homenagem digna e o mais ampla possível, em que se revejam a sua Diocese de origem (Lamego) e a sua paróquia de origem (Santa Cristina de Tendais), mas também as Dioceses de Braga, Aveiro, e Porto onde trabalhou com brio e doação total. Também a colaboração das instituições Civis, como a Junta de Freguesia de Tendais e a Câmara Municipal de Cinfães, e outras instituições e associações serão bem-vindas” … e que seja uma … “obra de significado amplo que diga hoje, amanhã e depois de amanhã, às gerações presentes e futuras, a grandeza de alma do Sr. D. António Francisco”.
 No próximo dia 29 de Agosto, dia do aniversário natalício, vai ser inaugurado pelo Sr. Presidente da Câmara de Cinfães, Sr. Armando Mourisco, com bênção do Sr. Bispo de Lamego, D. António Couto, na paróquia de Tendais, um Monumento evocativo e de gratidão pela vida e missão de D. António Francisco dos Santos.
Na concretização deste Monumento, com acompanhamento do Departamento para os Bens Culturais, Patrimoniais e Arte Sacra da Diocese de Lamego, estiveram: a Comunidade Paroquial, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, e um grupo de amigos que dinamiza também o movimento denominado “Caminhando com D. António Francisco dos Santos”.
 Este Monumento é constituído por:
- uma estátua em bronze, com dois metros de altura, da autoria do escritor Hélder de Carvalho. São mecenas desta estátua: a Irmandade dos Clérigos do Porto, a Associação Comercial do Porto (Palácio da Bolsa) e a Santa Casa da Misericórdia do Porto.
- uma base para a estátua, da autoria do arquiteto Carlos Martins, constituída por quatro patamares e quatro painéis evocativos da ação desenvolvida por D. António Francisco dos Santos nas dioceses de Lamego, Braga, Aveiro e Porto. São mecenas desta base para a estátua a Câmara Municipal de Cinfães e a Junta de Freguesia de Tendais.
Este evento terá lugar numa Eucaristia, às 17h30, presidida pelo Sr. Bispo de Lamego. Confirmaram já a sua presença nesta celebração: D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, e o Bispo Auxiliar D. Nuno Almeida; D. Manuel Linda, Bispo do Porto e os Bispos Auxiliares D. Pio Alves e D. António Augusto; o Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro; e o Bispo Emérito de Lamego, D. Jacinto Botelho.

Pe. Adriano Alberto Pereira, in Voz de Lamego, ano 88/36, n.º 4473, 21 de agosto de 2018

«Um membro sofre? Todos os outros membros sofrem com ele» (1 Co 12, 26).

Estas palavras de São Paulo ressoam com força no meu coração ao constatar mais uma vez o sofrimento vivido por muitos menores por causa de abusos sexuais, de poder e de consciência cometidos por um número notável de clérigos e pessoas consagradas. Um crime que gera profundas feridas de dor e impotência, em primeiro lugar nas vítimas, mas também em suas famílias e na inteira comunidade, tanto entre os crentes como entre os não-crentes. Olhando para o passado, nunca será suficiente o que se faça para pedir perdão e procurar reparar o dano causado. Olhando para o futuro, nunca será pouco tudo o que for feito para gerar uma cultura capaz de evitar que essas situações não só não aconteçam, mas que não encontrem espaços para serem ocultadas e perpetuadas. A dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir a proteção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade.

1.    Um membro sofre?
 
Nestes últimos dias, um relatório foi divulgado detalhando aquilo que vivenciaram pelo menos 1.000 sobreviventes, vítimas de abuso sexual, de poder e de consciência, nas mãos de sacerdotes por aproximadamente setenta anos. Embora seja possível dizer que a maioria dos casos corresponde ao passado, contudo, ao longo do tempo, conhecemos a dor de muitas das vítimas e constamos que as feridas nunca desaparecem e nos obrigam a condenar veementemente essas atrocidades, bem como unir esforços para erradicar essa cultura da morte; as feridas “nunca prescrevem”. A dor dessas vítimas é um gemido que clama ao céu, que alcança a alma e que, por muito tempo, foi ignorado, emudecido ou silenciado. Mas seu grito foi mais forte do que todas as medidas que tentaram silenciá-lo ou, inclusive, que procuraram resolvê-lo com decisões que aumentaram a gravidade caindo na cumplicidade. Clamor que o Senhor ouviu, demonstrando, mais uma vez, de que lado Ele quer estar. O cântico de Maria não se equivoca e continua a se sussurrar ao longo da história, porque o Senhor se lembra da promessa que fez a nossos pais: «dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias» (Lc 1, 51-53), e sentimos vergonha quando percebemos que o nosso estilo de vida contradisse e contradiz aquilo que proclamamos com a nossa voz.
Com vergonha e arrependimento, como comunidade eclesial, assumimos que não soubemos estar onde deveríamos estar, que não agimos a tempo para reconhecer a dimensão e a gravidade do dano que estava sendo causado em tantas vidas. Nós negligenciamos e abandonamos os pequenos. Faço minhas as palavras do então Cardeal Ratzinger quando, na Via Sacra escrita para a Sexta-feira Santa de 2005, uniu-se ao grito de dor de tantas vítimas, afirmando com força: «Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta autossuficiência!... A traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração. Nada mais podemos fazer que dirigir-Lhe, do mais fundo da alma, este grito: Kyrie, eleison – Senhor, salvai-nos (cf. Mt 8, 25)» (Nona Estação).

2. Todos os outros membros sofrem com ele.

A dimensão e a gravidade dos acontecimentos obrigam a assumir esse facto de maneira global e comunitária. Embora seja importante e necessário em qualquer caminho de conversão tomar conhecimento do que aconteceu, isso, em si, não basta. Hoje, como Povo de Deus, somos desafiados a assumir a dor de nossos irmãos feridos na sua carne e no seu espírito. Se no passado a omissão pôde tornar-se uma forma de resposta, hoje queremos que seja a solidariedade, entendida no seu sentido mais profundo e desafiador, a tornar-se o nosso modo de fazer a história do presente e do futuro, num âmbito onde os conflitos, tensões e, especialmente, as vítimas de todo o tipo de abuso possam encontrar uma mão estendida que as proteja e resgate da sua dor (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 228). Essa solidariedade exige que, por nossa vez, denunciemos tudo o que possa comprometer a integridade de qualquer pessoa. Uma solidariedade que exige a luta contra todas as formas de corrupção, especialmente a espiritual «porque trata-se duma cegueira cómoda e autossuficiente, em que tudo acaba por parecer lícito: o engano, a calúnia, o egoísmo e muitas formas subtis de autorreferencialidade, já que “também Satanás se disfarça em anjo de luz” (2 Cor 11, 14)» (Exort. ap. Gaudete et exultate, 165). O chamado de Paulo para sofrer com quem sofre é o melhor antídoto contra qualquer tentativa de continuar reproduzindo entre nós as palavras de Caim: «Sou, porventura, o guardião do meu irmão?» (Gn 4, 9).

Reconheço o esforço e o trabalho que são feitos em diferentes partes do mundo para garantir e gerar as mediações necessárias que proporcionem segurança e protejam à integridade de crianças e de adultos em situação de vulnerabilidade, bem como a implementação da “tolerância zero” e de modos de prestar contas por parte de todos aqueles que realizem ou acobertem esses crimes. Tardamos em aplicar essas medidas e sanções tão necessárias, mas confio que elas ajudarão a garantir uma maior cultura do cuidado no presente e no futuro.
Juntamente com esses esforços, é necessário que cada batizado se sinta envolvido na transformação eclesial e social de que tanto necessitamos. Tal transformação exige conversão pessoal e comunitária, e nos leva dirigir os olhos na mesma direção do olhar do Senhor. São João Paulo II assim o dizia: «se verdadeiramente partimos da contemplação de Cristo, devemos saber vê-Lo sobretudo no rosto daqueles com quem Ele mesmo Se quis identificar» (Carta ap. Novo millennio ineunte, 49). Aprender a olhar para onde o Senhor olha, estar onde o Senhor quer que estejamos, converter o coração na Sua presença. Para isso nos ajudarão a oração e a penitência. Convido todo o Povo Santo fiel de Deus ao exercício penitencial da oração e do jejum, seguindo o mandato do Senhor1, que desperte a nossa consciência, a nossa solidariedade e o compromisso com uma cultura do cuidado e o “nunca mais” a qualquer tipo e forma de abuso.
É impossível imaginar uma conversão do agir eclesial sem a participação activa de todos os membros do Povo de Deus. Além disso, toda vez que tentamos suplantar, silenciar, ignorar, reduzir em pequenas elites o povo de Deus, construímos comunidades, planos, ênfases teológicas, espiritualidades e estruturas sem raízes, sem memória, sem rostos, sem corpos, enfim, sem vidas2. Isto se manifesta claramente num modo anômalo de entender a autoridade na Igreja - tão comum em muitas comunidades onde ocorreram as condutas de abuso sexual, de poder e de consciência - como é o clericalismo, aquela «atitude que não só anula a personalidade dos cristãos, mas tende também a diminuir e a subestimar a graça batismal que o Espírito Santo pôs no coração do nosso povo»3. O clericalismo, favorecido tanto pelos próprios sacerdotes como pelos leigos, gera uma ruptura no corpo eclesial que beneficia e ajuda a perpetuar muitos dos males que denunciamos hoje. Dizer não ao abuso, é dizer energicamente não a qualquer forma de clericalismo.

É sempre bom lembrar que o Senhor, «na história da salvação, salvou um povo. Não há identidade plena, sem pertença a um povo. Por isso, ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado, mas Deus atrai-nos tendo em conta a complexa rede de relações interpessoais que se estabelecem na comunidade humana: Deus quis entrar numa dinâmica popular, na dinâmica dum povo» (Exort. ap. Gaudete et exultate, 6). Portanto, a única maneira de respondermos a esse mal que prejudicou tantas vidas é vivê-lo como uma tarefa que nos envolve e corresponde a todos como Povo de Deus. Essa consciência de nos sentirmos parte de um povo e de uma história comum nos permitirá reconhecer nossos pecados e erros do passado com uma abertura penitencial capaz de se deixar renovar a partir de dentro. Tudo o que for feito para erradicar a cultura do abuso em nossas comunidades, sem a participação activa de todos os membros da Igreja, não será capaz de gerar as dinâmicas necessárias para uma transformação saudável e realista. A dimensão penitencial do jejum e da oração ajudar-nos-á, como Povo de Deus, a nos colocar diante do Senhor e de nossos irmãos feridos, como pecadores que imploram o perdão e a graça da vergonha e da conversão e, assim, podermos elaborar acções que criem dinâmicas em sintonia com o Evangelho. Porque «sempre que procuramos voltar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, despontam novas estradas, métodos criativos, outras formas de expressão, sinais mais eloquentes, palavras cheias de renovado significado para o mundo actual» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 11).
É imperativo que nós, como Igreja, possamos reconhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades cometidas por pessoas consagradas, clérigos, e inclusive por todos aqueles que tinham a missão de assistir e cuidar dos mais vulneráveis. Peçamos perdão pelos pecados, nossos e dos outros. A consciência do pecado nos ajuda a reconhecer os erros, delitos e feridas geradas no passado e permite nos abrir e nos comprometer mais com o presente num caminho de conversão renovada.
Da mesma forma, a penitência e a oração nos ajudarão a sensibilizar os nossos olhos e os nossos corações para o sofrimento alheio e a superar o afã de domínio e controle que muitas vezes se torna a raiz desses males. Que o jejum e a oração despertem os nossos ouvidos para a dor silenciada em crianças, jovens e pessoas com necessidades especiais. Jejum que nos dá fome e sede de justiça e nos encoraja a caminhar na verdade, dando apoio a todas as medidas judiciais que sejam necessárias. Um jejum que nos sacuda e nos leve ao compromisso com a verdade e na caridade com todos os homens de boa vontade e com a sociedade em geral, para lutar contra qualquer tipo de abuso de poder, sexual e de consciência.
Desta forma, poderemos tornar transparente a vocação para a qual fomos chamados a ser «um sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano» (Conc. Ecum. Vat. II, Lumen gentium, 1).

«Um membro sofre? Todos os outros membros sofrem com ele», disse-nos São Paulo. Através da atitude de oração e penitência, poderemos entrar em sintonia pessoal e comunitária com essa exortação, para que cresça em nós o dom da compaixão, justiça, prevenção e reparação. Maria soube estar ao pé da cruz de seu Filho. Não o fez de uma maneira qualquer, mas permaneceu firme de pé e ao seu lado. Com essa postura, Ela manifesta o seu modo de estar na vida. Quando experimentamos a desolação que nos produz essas chagas eclesiais, com Maria nos fará bem «insistir mais na oração» (cf. S. Inácio de Loiola, Exercícios Espirituais, 319), procurando crescer mais no amor e na fidelidade à Igreja. Ela, a primeira discípula, nos ensina a todos os discípulos como somos convidados a enfrentar o sofrimento do inocente, sem evasões ou pusilanimidade. Olhar para Maria é aprender a descobrir onde e como o discípulo de Cristo deve estar.

Que o Espírito Santo nos dê a graça da conversão e da unção interior para poder expressar, diante desses crimes de abuso, a nossa compunção e a nossa decisão de lutar com coragem.


Cidade do Vaticano, 20 de Agosto de 2018.
Papa FRANCISCO

Terminou no passado dia 21 de Julho, no Seminário Maior de Lamego, mais uma Oficina de Oração e Vida. O encerramento, chamado “Deserto”, corresponde a um tempo pessoal de silêncio e oração, como cume da vivência da Oficina.
As Oficinas de Oração e Vida (TOV, na sigla internacional) são um serviçoapostólico essencialmente laical.Fundadas por Frei Ignacio Larrañaga em 1984,foram aprovadas e recomendadas pela Santa Sé em 1997. Baseiam-se na Palavra de Deus (Bíblia) e consistem em 15 sessões semanais, onde através de várias modalidades de oração (ou diferentes modos de orar, que constituem a sua novidade fundamental na Igreja) e das mensagens de Frei Ignacio, o oficinista vive um processo de santificação cristificante resumido na pergunta: “O que faria Jesus no meu lugar?”

O serviço dos TOV está a implementar-se na Diocese de Lamego desde o início de 2017, tendo já sido realizadas anteriormente em Tendais (Cinfães), S. Martinho das Chãs (Armamar), S. Cosmado (Armamar) e na Obra Kolping (Lamego). Em Tendais também se realizou uma Oficina para Jovens, constando de 10 sessões, em 2017. Este grupo que agora concluiu a Oficina reuniu-se entre Abril e Julho de 2018, aos Domingos à noite, no Centro Social S. João Paulo II, em Lamego.
Para o próximo ano pastoral está prevista a realização de uma Escola de Preparação para Guias (leigos responsáveis pela condução das sessões) com vista à formação de um Núcleo Local na Diocese.


in Voz de Lamego, ano 88/35, 4472, 31 de julho de 2018

A paróquia de S. Tiago de Magueija, no arciprestado de Lamego, viveu com alegria as festividades em honra do seu padroeiro. Como o dia de S. Tiago, 25 de julho, foi a meio da semana, os responsáveis pela organização da festa decidiram deslocar as festividades para o fim de semana seguinte, entre os dias 27 e 29 de julho.

Como noutros anos, do programa das festa constaram momentos de convívio e lazer, mas o centro foi ocupado pela vivência religiosa, com destaque para a Eucaristia festiva do dia 29 e a solene procissão. Neste particular, o cortejo formou-se com a colaboração dos diferentes povos da paróquia. Cada lugar preparou e trouxe o andor com a imagem venerada nas respectivas capelas: Santa Bárbara, Santo António, S. João, Nossa Senhora da Esperança, Nosso Senhor dos Aflitos e São Tiago.
A Eucaristia foi presidida pelo Padre José Augusto Sousa e concelebrada pelo seu irmão, Padre Alberto Sousa, ambos jesuítas, bem como pelo pároco, Padre Hermínio Lopes. Na homilia, o presidente da celebração aludiu aos textos litúrgicos, sublinhando ainda a unidade paroquial e enaltecendo o trabalho e dedicação de todos. Palavras que o pároco voltaria a utilizar no final da celebração para agradecer à comissão de festas, aos responsáveis pelo arranjo dos diferentes andores e altares, sem esquecer a Banda Filarmónica de Magueija que abrilhantou a celebração.

Na tarde do dia 29, a Banda deu o habitual concerto e a população aproveitou para ouvir música e conviver à volta das mesas existentes.

De recordar ainda que, na tarde do domingo anterior, dia 22, já a população de Magueija tivera a oportunidade de passar umas horas diferentes. No recinto das festas, o Grupo de Danças e Cantares de Magueija e a Associação para o Desenvolvimento Social e Cultural de Magueija dançaram e cantaram peças tradicionais da aldeia, tal como noticiado no jornal anterior.

Como em tantas localidades, a festa é sempre tempo de encontro e são convívio que reúne as gentes locais e quantos aproveitam estes períodos do ano para regressar à terra natal no merecido gozo de férias.

HL, in Voz de Lamego, ano 88/35, 4472, 31 de julho de 2018

No próximo outono, o nosso jornal Voz de Lamego entrará no 89.º ano de publicação e ultrapassará as 4500 edições. Uma longevidade assinalável e um percurso repleto de experiência, conseguidos com a dedicação, o amor e a atenção de quantos o serviram, nele escreveram e dele fizeram uma companhia.

Nos últimos cinco anos (junho 2013 - julho 2018) tive a alegria de participar nesta história, com a missão de dirigir cada edição. Um trabalho assumido por obediência e com evidentes limitações, mas desempenhado com espírito de serviço, procurando estar à altura de quem nos antecedeu e indo ao encontro das expectativas de quem semanalmente nos recebe.

Apesar das dificuldades, o jornal sempre saiu com a periodicidade habitual (início da semana), manteve o número de edições anuais (49), nunca com menos de 16 páginas (por vezes com 20), quatro das quais a cores. Ao longo deste tempo saíram 254 edições (4218 – 4472).

A vida dos jornais não é fácil nos dias que correm: redução de leitores e assinantes, escassez de publicidade, desinteresse por textos que exijam algum tempo para serem lidos, pouca vontade em escrever, concorrência do virtual, etc. E mais difícil se torna para um jornal que quer ser voz na e da diocese, procurando formar e informar, fiel à sua matriz.

A par dos desafios que se apresentam, também a vontade de inovar e continuar a somar anos de publicação estarão presentes. E mesmo se os novos meios de comunicação se revelam mais atraentes, rápidos e abrangentes, também é verdade que é o jornal que vai fornecendo os conteúdos para tais meios.

Na hora de passar o testemunho e de felicitar o próximo Director, aqui fica uma palavra de gratidão, sem individualizar, a quantos estiveram presentes e contribuíram decisivamente para este percurso. Bem hajam!

Pe. Joaquim Dionísio, Diretor da Voz de Lamego

“Ao vê-lo, ficaram admirados” (Lc 2, 48)

A alegria faz-nos bem. Importa, no entanto, saber distinguir entre a que realmente nos preenche daquela que é, muitas vezes, proposta por uma sociedade consumista e individualista. Mais do que daquilo que se possui, a alegria depende do caminho que se segue.

O relato evangélico da perda e do encontro de Jesus fala-nos da alegria dos pais quando encontraram o filho, mostrando-nos que a alegria é um dom que está para além das expectativas e desejos. Há tanta gente que atinge as metas que se propõe e adquire o que desejou e, nem por isso, experimenta esta alegria. Porque, “ a alegria, a verdadeira alegria, é sempre inesperada, surpreende e amplia o coração para horizontes infinitos”. Numa palavra, alegra-se verdadeiramente, não quem alcança a alegria projectada, mas quem alcança a alegria nunca pensada”.

A primeira palavra do Anjo, na visita a Maria, pode ser traduzida como “Alegra-te!”. Deus não é um inimigo da alegria do homem, apesar de muitos olharem Deus como alguém que não deixa ser alegre. Isto acontece, também, porque se confunde, muitas vezes, “alegria” com “gozo”. Há tantos que gozam muito e permanecem tristes, vazios, sem sentido.

A missão da Igreja é anunciar a alegria do Evangelho e revelar tal alegria ao homem e à família. Neste particular, são muitos os casais que se afastam e confessam não ter conseguido alegria no seu matrimónio. Talvez porque tenha faltado uma fidelidade mais profunda e radical que dê gosto e sabor à vida conjugal. Como cuidar e nutrir a alegria do amor no longo e muitas vezes monótono fluxo da vida conjugal? Talvez seja uma questão de “espiritualidade da beleza”, permitindo ao cônjuge captar e apreciar o “valor sublime” que tem o outro.

A alegria é essencial para a identidade da própria família. Precisamos de uma espiritualidade que permita descobrir a alegria que vem da partilha de um bem, assumindo que “as alegrias mais intensas da vida surgem quando se pode provocar a felicidade dos outros, numa antecipação do Céu” (AL 129). Tal como escreve o Papa Francisco, “Poucas alegrias humanas são tão profundas e festivas como quando duas pessoas que se amam conquistaram, conjuntamente, algo que lhes custou um grande esforço compartilhado” (AL 130).

Para refletir…

- Todos se casam porque experimentam uma grande alegria para com o amado do coração e porque desejam realizar com ele o sonho de sua vida que é a felicidade. Porque é que isto, sempre dado como certo, nem sempre se realiza?
- Hoje, mais do que nunca, urge uma acção pastoral da Igreja impregnada de alegria. O que significa isso e como pode ser alcançado nas nossas comunidades cristãs?
- Que propostas para que a Igreja possa ajudar as famílias a viver e a experimentar a verdadeira alegria do amor?

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/35, 4472, 31 de julho de 2018

D. António José Rafael, Bispo Emérito da Diocese de Bragança-Miranda, faleceu este domingo, em Bragança, aos 92 anos de idade.
Natural de Paradinha (11.11.1925), concelho de Moimenta da Beira (Diocese de Lamego), ingressou no Seminário de Resende em 1937, tendo sido ordenado presbítero em 22.08.1948.
Foi prefeito e professor de Latim e de Religião no Seminário de Lamego, administrador do jornal "A Voz de Lamego" e Oblato de S. Bento.
Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade de Salamanca, em 1954, foi nomeado vice-reitor do Seminário de Resende e cónego da Sé de Lamego.
Na nossa Diocese exerceu diversas funções pastorais, nomeadamente de Diretor espiritual do Movimento dos Cursos de Cristandade (1964) e colaborador do Congresso Eucarístico; delegado diocesano da Comissão Episcopal de Vigilância da Fé e presidente da Comissão Diocesana do Ano Santo e da Comissão dos Centenários.
Em 1976 foi nomeado pelo Papa Paulo VI, bispo auxiliar de Bragança e Bispo Titular de Budua, tendo a sua Sagração episcopal ocorrido na Sé de Lamego, em 13.02.1977. Acompanhado por D. Manuel de Jesus Pereira, entrou solenemente na Diocese de Bragança a 19.03.1977.
Na sequência do falecimento de D. Manuel de Jesus Pereira é eleito Vigário Capitular, ficando provisoriamente à frente dos destinos da Diocese. Em 01.03.1979, o Papa João Paulo II nomeia-o Bispo Residencial de Bragança-Miranda. Toma posse em 24.03.1979, na igreja de S. Francisco, em Bragança.
Ao longo do seu ministério, cujo lema preferido se centrou n'«A graça e a verdade por Jesus (cf. Jo 1,17)», o Prelado foi responsável pela projeção da nova Catedral de Bragança, que começou a ser construída em 1981, e foi dedicada a 07.10.2001, no seu último ano à frente da Diocese.
Resignou em 13.06.2001 tendo-lhe sucedido nessa ocasião, D. António Montes Moreira, e em 2011, D. José Cordeiro.
A Missa Exequial foi celebrada ontem, dia 30 de julho, às 16h00, na Sé de Bragança, tendo depois sido  sepultado no átrio dos Bispos daquela Catedral.

À hora a que escrevemos este texto ainda não nos é possivel acrescentar dados sobre a celebração exequial. Certamente que, a seu tempo, algo mais será comunicado. E, mais do que isso, não deixarão de aparecer textos evocativops da sua vida e missão por parte de tantos que o conheceram tão bem e com ele camin haram em Igreja.

Agradecemos ao Senhor da Messe a vida, a vocação e apaixonada missão que D. António José Rafael protagonizou, rezando pelo seu eterno descanso.

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/35, 4472, 31 de julho de 2018

No passado fim de semana, 21 e 22 de julho, vários jovens da nossa Diocese foram até Vila da Ponte para viver o 8º Verão é Missão + Acampamento Juvenil, sob o tema: “Dá-me de beber” Jo 4,7.
Depois de um acolhimento animado e de uma breve oração da manhã, foi nos proposto realizar uma caminhada até ao Santuário de Nossa Senhora das Necessidades, durante a qual houve cinco paragens, e em cada uma delas foi realizado um workshop.

Sempre acompanhados pelas cores missionárias, tivemos a oportunidade de ir refletindo sobre a passagem bíblica que relata o encontro de Jesus com uma mulher samaritana. Passo a passo, fomos descobrindo a palavra-chave de cada etapa: 1ª Poço; 2ª Samaritana; 3ª Água; 4ª Messias; 5ª Balde.

Através de várias dinâmicas e apresentações, percebemos que Jesus nos revela algo muito belo: “um Deus que se senta, que se baixa até ao nível daqueles que precisam de ajuda, até ao nosso nível”; “um Deus sem preconceitos”; “um Deus que não desiste de nós”; “um Deus nos conhece muitíssimo bem”; “um Deus que quebra a nossa rotina”.

Chegados ao cimo do monte, com os olhos deslumbrados pela fantástica vista que dali tínhamos sobre o Rio Távora, descansámos um pouco e partilhámos o que tínhamos levado para o almoço. Depois, divididos em três grupos, tivemos vários momentos de brincadeira enquanto disputávamos os jogos do “Quintatlo Missionário”.

Entretanto, reunidos à volta do altar campal daquele recinto, celebramos a Eucaristia e fortalecemos os laços que nos ligavam.
Seguidamente fomos preparar as tendas de campismo e ainda tivemos tempo para dar uns mergulhos no rio. Chegada a hora de jantar, pudemos provar a comida feita pelas mães dos Jovens Sem Fronteiras daquela paróquia.
À noite, já no acampamento, voltámos a dividir-nos em vários grupos e fomos desafiados a preparar uma pequena peça de teatro para apresentarmos na “Festa Juvenil” que se realizaria de seguida. Foi, de facto, um momento bastante divertido em que ficamos a conhecer melhor os outros jovens. Para finalizar a jornada vivemos um intenso momento de oração.

No Domingo, depois da alvorada e do pequeno-almoço, deslocámo-nos até à Igreja Paroquial de Vila da Ponte onde animámos musicalmente a Missa daquela comunidade.
Ao almoço fizemos um churrasco e, por fim, regressámos às nossas casas trazendo na mochila um pequeno poço, no coração a vitalidade da fé e no sorriso o resumo de tudo aquilo que vivemos.


Carolina Espírito Santo, Grupo Almacave Jovem
in Voz de Lamego, ano 88/34, n.º 4471, 24 de julho de 2018

No passado dia 22, realizou-se em Tendais, Cinfães, a Festa em honra da padroeira Santa Cristina. A destacar na celebração deste ano, o lançamento do Livro “A Igreja de Tendais”, Culto, Comunidade e Memória escrito pelo Dr. Nuno Resende, editado pela paróquia, com design e produção de Alfredo Figueiredo e Carlos Silva. Esta obra estava para ser lançada no dia de Natal do ano passado, numa eucaristia presidida pelo Sr. D. António Francisco, evocando a primeira Eucaristia celebrada neste templo há 250 anos. A morte repentina do Sr. D. António alterou o que estava planeado. Na obra agora lançada é feita memória agradecida do Sr. D. António, com uma foto tirada na Igreja Matriz onde foi batizado, aquando da festa realizada o ano passado, e com parte da mensagem que nos deixou na homilia que então fez. Desta e ainda que de forma breve, julgo pertinente destacar “São múltiplas as razões que aqui nos reúnem hoje à volta deste altar, para celebrarmos a Eucaristia, com sempre o fazemos em cada Domingo. Celebramos o Domingo o dia do Senhor, o dia da comunidade cristã, e o dia da família por excelência. Celebramos hoje o dia da nossa padroeira, Santa Cristina, associamos a esta festa a evocação dos 250 anos da nossa Igreja, tal como hoje a conhecemos. Que melhor prenda nos poderíamos oferecer uns aos outros, senão a dedicação e inauguração da Capela da Luz, nos 20 anos do Centro Social e Paroquial“. Uma mensagem que continua atual porque nos conduz à razão central para participar na Eucaristia em todos e cada domingo, celebrar a ressurreição de Jesus.  E no Senhor Ressuscitado, encontrarmos o sentido maior, da festa em honra da nossa Padroeira Santa Cristina, do seu testemunho de vida na fé, da sua intercessão junto de Deus em favor da nossa comunidade, da importância de vivermos a partir dessa vida em comunidade, e em família.

Pela manhã a Banda Musical de Salzedas fazia a sua entrada na paróquia, percorrendo as ruas, e visitando os idosos residentes no Lar de Santa Cristina, criando um momento de forte emoção entre todos.
Seguiu-se a Eucaristia, presidida por Monsenhor Joaquim Rebelo, Vigário Geral da nossa diocese, em representação do Sr. Bispo de Lamego, D. António Couto. Na homilia, para além de uma abordagem à vida de Santa Cristina e à mensagem de que os textos do dia eram portadores, lembrou o amor frequentemente testemunhado do Sr. D. António Francisco à sua terra natal e às suas gentes, tornando-se um verdadeiro embaixador da sua paróquia e do seu concelho.  Os cânticos litúrgicos, bem executados e ricos de mensagem, estiveram a cargo do Grupo Coral de Santa Cristina. Tomaram também parte direta na celebração o Grupo de Escuteiros, Acólitos e Ministros extraordinários da Comunhão.  Seguiu-se na residência a venda do livro, com a presença do seu autor autografando os mesmos.

Animaram o programa cultural e recreativo da tarde a Banda de Música e os grupos de folclore da Paróquia, o “Grupo Folclórico de Tendais” e o “Grupo Folclórico de Santa Quitéria, Meridãos”, numa festa feita na comunidade e pela comunidade. Seguiu-se a procissão na qual, e para além do andor da padroeira Santa Cristina, estavam também: de Aveloso, o de Santa Ana e Nossa Senhora; de Macieira, o de Nª Sª de Fátima: de Fermentãos, o de Jesus flagelado; da Boavista, o de Sº António; da Granja, o de Nª Sª do Rosário; de Soutelo, o do Santíssimo Salvador; de Casais, o de S. Pedro; de Sá, o de S. Vicente; de Meridãos, o de Sª Quitéria; de Mourelos, o de Nª Sª da Livração; de Marcelim, o de S. Lourenço; de Valverde, o de S. João Baptista; e de Vila de Muros, o do Anjo da Agonia. Com o envolvimento de todos os povos a procissão solene proporcionou, para além da vivência da fé, um forte momento de unidade e comunhão.

O convívio nas noites da véspera e antevéspera foi animado por orquestras tradicionais da terra “Os cinfanenses” e a “Orquestra de Quinhão” tendo ainda tido lugar um concerto de música orante, centrado na vida da virgem e mártir Santa Cristina, pelo “Grupo MC 16, 15” designação inspirada na passagem do Evangelho de Marcos “Ide por todo o mundo e anunciai a Boa Nova a toda a criatura”.

Em relação ao livro agora posto à venda está em duas versões, exatamente iguais na conceção gráfica A diferença entre uma e outra está apenas no seguinte: uns livros estão editados com uma capa dura, uma capa melhor; e outros com uma capa mole. Os livros de capa dura têm  o preço de 20€, os outros de 15€.

Considero ser uma obra com muita qualidade, quer no que respeita ao seu conteúdo quer no que respeita à sua produção e design. Por isso aqui fica uma palavra de agradecimento, ao Dr. Nuno Resende, por este excelente trabalho que ofereceu à sua paróquia; e ao Alfredo Figueiredo e Carlos Silva por toda a dedicação colocando nas nossas mãos um trabalho gráfico de muita qualidade. De momento o livro está à venda na paróquia, através do Centro Social, estando a ser considerados outros pontos de divulgação.

A próxima iniciativa, em preparação, está marcada para o dia 29 de Agosto do corrente ano. A inauguração e bênção de um monumento ao testemunho de vida e missão do Sr. D. António Francisco dos Santos, constituído: por uma base de quatro patamares e com quatro painéis, oferecida pelo Município de Cinfães e Junta de Freguesia de Tendais, evocando a sua diocese de origem Lamego, e as dioceses de Braga, Aveiro e Porto onde esteve; e por uma estátua em bronze com dois metros de altura que está a ser executada pelo escultor retratista Hélder de Carvalho e oferecida pela Irmandade dos Clérigos do Porto, Santa Casa da Misericórdia do Porto e Associação Comercial do Porto (Palácio da Bolsa).
Estão de parabéns os membros da Comissão de Festas pelo trabalho que mais uma vez realizaram de forma mobilizadora, dedicada e empenhada possibilitando que mais uma vez a festa em honra da padroeira Santa Cristina de Tendais decorresse com muito brilho e dignidade.


AAP, in Voz de Lamego, ano 88/34, n.º 4471, 24 de julho de 2018

Ao celebrarmos a memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, pais da Virgem Santa Maria, a Mãe de Jesus e Mãe nossa, saudamos todos os avós, congratulando-nos com o dom e a fecundidade das suas vidas.

Os avós são uma graça que, porventura, nem sempre sabemos valorizar. Livres da pressa e do rendimento do trabalho, ensinam-nos a apreciar as coisas com gratidão e sabedoria. Marcados pela vida, guardam na memória ensinamentos do passado que previnem erros do futuro. São, no seu testemunho de oração constante e de resistência pacífica, uma verdadeira escola de evangelho. Podem ser o fiel da balança, no equilíbrio de gerações.

Os avós são, na família, uma espécie de altar da sabedoria. Portanto, esquecer os avós é fazer tábua rasa da memória da nossa própria história familiar, das virtudes e defeitos que nos correm no sangue.

“Na realidade, os anciãos têm o carisma de ultrapassar as barreiras entre gerações. Quantas crianças têm encontrado compreensão e amor nos olhos, nas palavras e nos carinhos dos anciãos! E quantas pessoas de idade não pressentem gostosamente as palavras bíblicas: a coroa dos anciãos são os filhos dos seus filhos”! (Fam. Cons. 27)

Se afasta os mais velhos, a família cristã perde aquele elemento de ligação ou corrente de transmissão de valores e experiências de que vive a nossa fé! Não fossem os avôs e avós, e muitas das nossas crianças e adolescentes estariam entregues a si próprios no que respeita à catequese, à oração e à vida cristã.
 
“As histórias dos idosos fazem muito bem às crianças e aos jovens, porque os ligam à história vivida tanto pela família como pela vizinhança e o país. Uma família que não respeita nem cuida dos seus avós, que são a sua memória viva, é uma família desintegrada; mas uma família que recorda é uma família com futuro.” (AL 193)

Que se valorize a dádiva daqueles que transportam em si a experiência e a sabedoria do encontro e diálogo de gerações e se receba com alegria e gratidão a sua partilha de vida.

Que os avós se sintam valorizados e a sociedade lhes reserve um lugar na vida comum. Neste sentido, recordamos a palavra da Sagrada Escritura: “Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, dado que eles os aprenderam com seus pais” (Ecl 8, 11).

Queremos render merecida homenagem aos nossos maiores, àqueles de quem recebemos os primeiros rudimentos da fé, os abraços mais generosos e o testemunho da mais bela sabedoria. Unimo-nos, por isso, aos netos e com eles felicitamos os avós neste dia que lhes queremos dedicar com alegria e gratidão.

Com todos os avós celebramos a esperança que a alegria dos netos suscita em seus corações neste e em todos os dias!

No passado dia 21 de julho, os elementos dos Convívios Fraternos da nossa Diocese tiveram a coragem de se levantarem muito cedo para uma peregrinação a Resende, até Santa Maria de Cárquere. Foi um percurso de 12 km, aproximadamente. Esta peregrinação foi orientada pela parábola do Bom Samaritano, que nos convidou a refletir, inicialmente, sobre as quatro personagens nela intervenientes. Foi, sem dúvida uma reflexão extensa, mas com tantos e tão belos ensinamentos. Por exemplo, muitas das vezes, apenas conhecemos os mandamentos da Lei de Deus e não sabemos como os aplicar no nosso quotidiano, e a realidade é que esta peregrinação nos ajudou muito a perceber um dos mais belos mandamentos "amar o próximo"… e, como fazer isso no dia a dia? Esta é uma das grandes questões a que muitas vezes nos propomos, e a resposta muitas vezes não é fácil, mas hoje podemos dizer que é…  É a bondade, é o amor, é o saber olhar para nós mesmos e para os outos, é o parar para escutar a dor do outro, é servir o outro com amor e sobretudo cuidar o outro com alegria, amor e esperança… E, foi assim que agiu o levita, mesmo fazendo parte de um povo odiado, ele conseguiu agradar a Deus ajudando o pobre rapaz que estava ferido. Com certeza, que ele estava ocupado com algum afazer, mas, mesmo assim, deixou suas coisas para segundo plano para ajudar aquele homem. Com essa parábola, Jesus diz-nos que é essa atitude que Ele espera de cada um de nós! Ele não quer que sejamos insensíveis às necessidades dos outros, como aqueles dois religiosos que se julgavam verdadeiros "santos".

Para além desta reflexão, seguiram-se momentos de silêncio, de partilha e união, sorrisos, abraços e gargalhadas e, por fim a meditação do terço que tanto nos enche o peito de esperança perante os dias menos bons que nos possam aparecer. No entanto, não podemos esquecer a paragem para a hora do almoço, esta já em Santa Maria de Cárquere, que foi do melhor… o convívio com aquelas pessoas que Deus nos colocou no nosso caminho… pessoas especiais, cheias de amor e abraços para partilhar.


Para finalizar aquele dia maravilhoso, tivemos a Eucaristia, aquele momento para agradecer ao Senhor o dom da Vida e o dom de sabermos amar o próximo. Foi um dia para lembrar todos os convívios, especialmente os da nossa Diocese e a renovação dos nossos compromissos com o nosso melhor Amigo…Deus.

Acabada a Eucaristia, foi a hora da despedida calorosa marcada como sempre pelos afetos e pela certeza que nunca caminhamos sozinhos na vida.

Ana Beatriz Sequeira, in Voz de Lamego, ano 88/34, n.º 4471, 24 de julho de 2018

Com 150 apontamentos biográficos: LIVRO «COISAS DE SANTOS»

Quem foi o primeiro santo a ser canonizado? E quem foi o santo a ser canonizado mais rapidamente? Não foi Santo António. Por falar de Santo António, sabia que, afinal, ele não morreu em Pádua? Sabia que São Francisco não se chamava Francisco? Sabia que houve santos que deram bofetadas e que houve santos que levaram bofetadas? Sabia que há quatro santas a quem é atribuído o «milagre das rosas»? Sabia que há um santo que foi ladrão e outro santo que esteve a um passo de ser assassino? Sabia que a internet tem um padroeiro? E que os cervejeiros também têm um protector? Sabia que a palavra «saudade» foi escrita pela primeira vez na biografia de um santo?

Já ouviu falar de Santa Pelágia, Santa Cristeta, Santa Eanfleda, Santa Sametana, Santa Godoleva, Santa Vilgeforte, Santo Arnulfo, Santo Eustáquio, São Sabiniano, São Sinforiano ou São Vilibrardo? E de Santa Praxedes, Santa Teopista, São Cucufate, Santo Euquério, Santo Exupério, Santa Nicareta ou Santa Gorgónia? Isto para não falar de Santa Radegundes, Santa Eulâmpia (e Santo Eulâmpio, seu irmão), Santa Renfrida, Santa Maxelenda, Santa Restituta, Santa Gúdula, Santa Nunila ou de Santa Alódia.


Tudo isto pode ser encontrado no livro «Coisas de Santos. O que mais os aproxima de nós».

in Voz de Lamego, ano 88/34, n.º 4471, 24 de julho de 2018

“Sua Mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2, 51)
O inesperado colhe-nos de surpresa e nem sempre as reacções são pacíficas. E isso acontece com todos, já que ninguém vive toda a vida de acordo com planos previamente definidos. A vida tem surpresas, gera alguma incerteza e deixa viva a expectativa. Neste contexto, “esperar” é também uma realidade que nos acompanha, motivando-nos a avançar e a acreditar que será possível.

Assim nos aparece Maria que, diante de acontecimentos inesperados ou até indesejáveis, mostra a arte de conservar tudo o que acontece no coração. Significa isso que o que é vivido não deve ser descartado, mas conservado para que o tempo esclareça todo o seu significado. A vida pode surpreender, mas o tempo ajudará a compreender.

E tudo isto diz respeito, também, à família, a quem a Palavra de Deus pode iluminar e mostrar o caminho, ajudando a fixar a atenção na meta que se quer atingir. E se é verdade que podem ser encontradas limitações e contextos desfavoráveis no ponto de partida da vida de cada um, o importante é fixar-se no ponto de chegada. Isto é, “só a Palavra divina é capaz de oferecer uma luz autorizada sobre o objectivo da vida humana. É precisamente a partir deste único ponto final que todos os acontecimentos da vida adquirem verdadeiro gosto e sabor”.

Neste sentido, o casamento não é a felicidade final da própria existência, mas um caminho que conduz a essa plenitude. E se a vida eterna é a meta, a vida terrena não pode ser negligenciada. Seria insensato desprezar a vida terrena, também será absurdo querer fazer do agora o “tudo” que se pode atingir.

No final de “A Alegria do Amor”, o Papa convida à esperança numa alegria que nunca nos será tirada: “avancemos, famílias; continuemos a caminhar! Aquilo que se nos promete é sempre mais. Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida (AL 325). Esta é a verdadeira esperança cristã, que a Igreja é chamada a transformar em cultura no mundo de hoje.

Para refletir…
- Nas nossas famílias, o significado do cumprimento dos desejos de alguém é muitas vezes atribuído à palavra “esperança”. Estará errado pensar assim à luz da fé cristã?
- Hoje, na evangelização da Igreja, raramente se fala da questão da eternidade, da vida após a morte, tornando-se quase um verdadeiro tabu. Porque é que isto acontece? O que faltou? O que deveria ser feito?
- O grande problema não é apenas falar de esperança, mas viver a esperança. De que modo uma comunidade cristã, nas suas várias actividades pastorais, pode viver a esperança?

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/34, n.º 4471, 24 de julho de 2018

A Vigararia Geral da Diocese de Lamego informa que, tendo sido necessário proceder a algumas alterações nos ofícios eclesiásticos, o Sr. D. António José da Rocha Couto, Bispo da Diocese, decidiu:

Dispensar o Rev. Cón. Joaquim Proença Dionísio, a seu pedido, do cargo de Director do jornal Voz de Lamego.

Dispensar o Rev. Pe. Vasco de Oliveira Pedrinho, a seu pedido, de membro da Equipa Formadora do Seminário Maior de Lamego.

Dispensar o Rev. Pe. Bráulio Manuel Félix Carvalho da paroquialidade de Santo Amaro de Alvite, São Tiago de Leomil, Nossa Senhora da Conceição de Sever, Santo Amaro de Granjinha e Divino Espírito Santo de Paradela, mantendo o cargo de Assistente Espiritual do Serviço Diocesano do Movimento dos Convívios Fraternos.

Dispensar o Rev. Pe. Jorge Henrique Gomes Saraiva da paroquialidade de Santa Cruz de Alvarenga, mantendo os restantes encargos pastorais.
 
Reorganizar a Equipa Formadora do Seminário Diocesano de Lamego, substituindo o Rev. Pe. Vasco de Oliveira Pedrinho pelo Rev. Pe. Bráulio Manuel Félix Carvalho, mantendo os outros membros da Equipa.

Nomear o Rev. Pe. Vasco de Oliveira Pedrinho como Pároco de Santa Cruz de Alvarenga, acumulando com o cargo de Assistente Espiritual do Serviço Diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima.

Nomear o Rev. Pe. António Jorge Gomes Giroto e o Rev. Pe. Vítor Manuel Teixeira Carreira como Párocos in solidum das Paróquias de Santo Amaro de Alvite, São Tiago de Leomil, Nossa Senhora da Conceição de Sever, Santo Amaro de Granjinha, Divino Espírito Santo de Paradela e da Capelania de Guedieiros da Paróquia de Nossa Senhora do Pranto de Sendim, do Arciprestado de Moimenta da Beira/Sernancelhe/Tabuaço.

Nomear o Rev. Pe. Manuel Pereira Gonçalves como Diretor do Jornal Voz de Lamego, mantendo os restantes encargos pastorais.

Nomear o Rev. Pe. Ricardo Jorge Ribeiro Barroco e o Rev. Pe. Adriano Filipe Assis para prosseguirem os estudos em Direito Canónico, mantendo todos os encargos pastorais já assumidos.

O Sr. D. António Couto e a Diocese manifestam a sua maior gratidão a todos os sacerdotes que, com toda a dedicação, exerceram os ofícios eclesiais nos quais cessam as suas funções e agradece a generosa disponibilidade de todos aqueles que assumem as novas responsabilidades que lhes são confiadas.


Lamego, 23 de Julho de 2018
                                                                              Mons. Joaquim Dias Rebelo, Vigário Geral

“E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52)

Estas palavras encerram o episódio evangélico que preside às catequeses propostas. Foi um acontecimento aflitivo para os pais, que pensavam ter perdido o filho; ocasionou um diálogo um pouco tenso entre pais e filho, parecendo este querer afirmar a sua autonomia; foi, em suma, um episódio igual a tantos outros que acontecem em todas as famílias.

Após este episódio, Jesus continua a ser submisso aos seus pais, beneficiando da reciprocidade e do encontro que a família lhe proporciona. O ambiente propício para o amadurecimento que se deseja. A esse propósito, o evangelista fala da “sabedoria” que cresce. Não se trata de adquirir competências ou conhecimentos, mas de “saborear o significado da própria vida”. Mais do que esperar o passar dos anos para usufruir desta sabedoria, a afirmação evangélica convida a saborear cada dia, desde sempre. Por que se é verdade que “a graça de Deus precede sempre qualquer obra humana”, também é verdade que “a sua eficácia só é possível se o homem se tornar dócil à sua acção”. E isso é fruto desta sabedoria.
Mas este relato fala também do crescimento de Jesus como algo que é público, uma realidade que “acontece diante dos homens”, não apenas no ambiente familiar, contrastando com o modo de pensar individualista e restritivo de alguns. A evolução e maturidade dos mais novos diz respeito a todos e é para bem de todos.

A família é o ventre natural de cada nova vida, acolhida como dom, presente de Deus. Muito longe, portanto, da mentalidade que não distingue o gerar de uma nova vida através do acto conjugal ou gerá-la artificialmente. Perdeu-se a percepção de que um filho é um grande dom que vem do alto. Perdeu-se o sentido de Deus e o homem sente-se senhor da vida.

Ninguém melhor que a família poderá ampliar os horizontes da cultura da vida no mundo, ajudando a ultrapassar uma cultura narcisista em que não se vê além de si próprio. A família tem, em si, um dinamismo de comunhão que leva a acolher todos, a ajudar quem mais precisa, a acompanhar no tempo. “A família é o lugar por antonomásia da cultura da vida, porque é o lugar por excelência da presença de Deus”.

Para refletir…
- Em que sentido a família se pode converter em promotora da cultura da vida, quando se reconhece a si mesma como lugar por excelência da presença de Deus?
- O vínculo natural e inseparável entre o amor e a vida está hoje a tornar-se cada vez mais fraco, e chega mesmo a ser questionado. Que erros? Que dificuldades? Que propostas?


Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/33, n.º 4470, 17 de julho de 2018

“Quanto esperei este momento, quanto esperei que viesses a mim.”
Hoje realizo o meu Pentecostes. O dia tão esperado para o qual me tentei preparar da melhor forma possível, não desde o primeiro ano catequético, mas sim desde o dia do meu batismo, onde o Espírito Santo desceu sobre mim pela primeira vez, e em que demonstrei, desde logo, o que pretendia ser e fazer enquanto filha de Deus. “Eu batizei-vos com água, mas ele batizar-vos-á com o Espírito Santo”. Hoje é um dia muito especial. Talvez dos mais ansiosamente esperados.
Confesso que durante esta minha caminhada nem sempre foi fácil carregar com firmeza esta responsabilidade. Houve momentos em que queria largar os remos do meu barco e simplesmente desistir. Mas o que aconteceria depois?
Uma das minhas maiores questões sempre foi: porquê eu, meu Deus? Eu que tantas vezes perco a força, tantas vezes me deixo levar pela discórdia e pela maldade, que tantas vezes caio já sem esperanças de me levantar… porque é que eu tenho uma missão tão importante?


A resposta? Todas as vezes que caíres Eu te levantarei. Agarra tudo o que te foi confiado com fé, e se voltares outra vez ao chão, ajoelha-te e olha para o céu enquanto oras a Deus. Somos insubstituíveis. E cada um de nós tem uma missão, apenas temos que saber ouvir a voz de Deus no silêncio e procura-la no meio do barulho ensurdecedor do mundo. Temos que a agarrar não com fezada, mas com fé. É gratificante ouvir um: “Sem ti aqui nós não conseguíamos” ou “tu és uma das minhas maiores bases de fé”.

“Segui-me, e eu farei de vós pescadores de Homens”. Eu oiço muito essa voz, que guia os meus passos peregrinos pelos caminhos da esperança. Desde sempre que me foi confiada esta missão de partilhar com os meus irmãos o que de melhor me é dado por Deus, e exulto de alegria quando vejo concedida essa oportunidade. O que é impossível para os Homens é possível para Deus, e o céu conquista-se nesta terra.
Hoje recebi o Espírito Santo e os seus sete dons. Acredito vivamente que cada um deles expande o meu amor e a minha misericórdia, e que cada um deles irá ser daqui em diante um pilar indestrutível na minha vida. Tenho a plena consciência de que a minha caminhada não acabou aqui, ela está apenas a iniciar. Não vejo isto como a minha última celebração catequética, mas sim como a primeira celebração da minha mais responsável vida cristã. A partir de hoje eu tenho novos rumos a descobrir, novos caminhos por percorrer. “Tudo posso naquele que me fortalece.”


No dia de Pentecostes, os apóstolos receberam o propósito de anunciar a palavra de Deus. Hoje também eu recebi o Espírito Santo. A partir de hoje, eu também tenho esse propósito.
“Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados, a quem os retiverdes, serão retidos”.

Ana Jeni – Mêda, 15/07/2018,
in Voz de Lamego, ano 88/33, n.º 4470, 17 de julho de 2018

No passado sábado, faleceu o Padre Manuel Augusto da Costa Pinto que, nos últimos tempos, enfrentara uma grave doença. O Pe. Costa Pinto, como era conhecido entre nós, nascera a 7 de maio de 1928, em Cetos, na zona pastoral de Castro Daire e celebrara recentemente o seu 90.º aniversário natalício.

Ordenado sacerdote em 22 de dezembro de 1964, foi membro da Congregação do Santíssimo Redentor, conhecidos como Redentoristas. Por razões que não importará agora elencar, integrou-se no presbitério de Lamego nos anos 80 do século passado, tendo assumido a missão paroquial de Almofala, na zona pastoral de Castro Daire, em 27 de julho de 1987, e, um ano depois, em 12 de Setembro, a de Salzedas, na zona pastoral de Tarouca, onde era professor na Escola C+S. Mais tarde, depois de ter deixado Salzedas, assumiu a paroquialidade de Cujó, em 14 de outubro de 1995, também na zona de Castro Daire.

Nos primeiros anos deste novo século e milénio, deixou a missão paroquial e viveu alguns anos em Viseu, onde colaborou com os sacerdotes locais. Mais recentemente veio morar na sua terra natal e passou a colaborar com o seu pároco, mas também com outros párocos vizinhos, mostrando sempre grande disponibilidade.

Assumindo posições nem sempre enquadradas no pensamento e disciplina eclesiais, cultivava uma liberdade de espírito e vontade de mudança, reconhecendo exageros nas suas posições em determinadas alturas. Mas sempre com a preocupação de salvaguardar a dignidade humana.

Na zona pastoral de Tarouca, onde o encontrei e com ele colaborei enquanto seminarista e como padre, sempre testemunhei, da sua parte, um salutar acolhimento a todos e uma disponibilidade singular para colaborar na missão comum.
O nosso jornal, em nome de quantos o conheceram e com ele privaram, louva o Senhor pela vida, vocação e missão do Pe. Costa Pinto, rogando ao Deus da Vida pelo seu eterno descanso.

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/33, n.º 4470, 17 de julho de 2018

Tal como anunciado, o novo sacerdote presidiu à celebração da Eucaristia na sua terra natal, habitualmente apelidada de “Missa Nova”. E foi em clima festivo que a paróquia de Queimadela acolheu e concelebrou com o mais recente membro do nosso presbitério.

Oito dias depois da ordenação, a paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Queimadela, na zona pastoral de Armamar, engalanou-se para acompanhar ao altar o Padre Vitor Carreira. A Eucaristia teve lugar na igreja matriz, mas os espaços envolventes foram devidamente decorados para o efeito, com destaque para os tapetes de flores no adro e o espaço onde decorreu o convívio pós-eucarístico, na zona de lazer, junto à antiga escola primária.

A acompanhar o neo-sacerdote esteve uma assembleia numerosa, onde não faltaram familiares e amigos, mais de duas dezenas de padres, responsáveis autárquicos e membros de diversas associações locais. Os cânticos litúrgicos foram singularmente entoados, como é seu timbre, pelo Grupo Coral Pietate, daquela paróquia.

Na homilia, o Pe. Vitor comentou os textos bíblicos do XIV Domingo do Tempo Comum, deixando uma palavra mais pessoal, de agradecimento, para o final da celebração. Mas antes desse momento, uma sua prima tomou a palavra para apresentar à assembleia o percurso de vida do Pe. Vitor, nomeadamente a sua inclinação para “imitar” os padres enquanto era criança e da sua vontade em seguir o caminho presbiteral.

O pároco, Cón. José Manuel Melo, teve algumas intervenções ao longo da celebração, nomeadamente para acolher e felicitar o novo sacerdote, garantir-lhe portas abertas e disponíveis. O tradicional gesto de beijar as mãos do novo sacerdote também se concretizou pós a bênção final.

Depois, o cortejo dirigiu-se para o referido espaço de lazer, onde uma mesa farta esperava todos para o habitual convívio destas ocasiões. De referir ainda que, neste trajecto, o novo padre foi acompanhado pela Fanfarra de Queimadela, da qual o Pe. Vitor fez parte e com quem desfilou e actuou ao longo de muitos anos.

O nosso jornal, mais uma vez, faz-se porta-voz de todos os diocesanos e felicita o Pe. Vitor Carreira, ao mesmo tempo que o convida a servir-se das suas páginas para ir dando notícias da sua missão pastoral. Parabéns, também, aos seus familiares e a toda a comunidade de Queimadela que o acompanhou e que tão bem preparou e viveu este dia de festa.

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/32, n.º 4469, 10 de julho de 2018

Todos os anos, por esta altura - primeira semana de Julho -, decorre em Portugal o denominado Clericus Cup. Trata-se de um torneio de futsal, disputado entre clérigos, durante três dias. As equipas organizam-se por dioceses e o ambiente é muito mais de convívio, de partilha, de festa, do que propriamente de competição por um troféu.

Este ano, a anfitriã foi a arquidiocese de Braga. Em 2018 esta cidade é a Capital Europeia do Desporto, e como tal, o “torneio dos padres” incorporou-se nesse âmbito de comemorações. Marcaram presença oito equipas: Braga, Guarda, Lamego, Porto,  Vicentinos, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu. A nossa diocese fez-se representar por sete sacerdotes, e um “quase” padre.

Durante os dias 2, 3 e 4 de Julho houve oportunidade para jogar, rezar, comer e conviver. Houve ainda tempo para fazer o Roteiro dos Quatros Santos Arcebispos e para visitar a Academia e Estádio do Sporting Clube de Braga.
Desta vez, coube a Vila Real levar a taça de campeão nacional, depois de uma disputada final com a diocese que nos acolheu. Fica o compromisso de ser o Porto a organizar o evento para o próximo ano.

in Voz de Lamego, ano 88/32, n.º 4469, 10 de julho de 2018

“Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas” (Lc 2, 47)

O episódio apresenta Jesus a interagir, com perguntas e respostas, com os outros, neste caso os mestres do templo. As suas palavras deixam todos maravilhados e surpreendidos. Através do diálogo que estabelece, Jesus não exclui ninguém, escuta e ensina, procurando não excluir ninguém e querendo tocar todos com a sua palavra. Porque todos precisam conhecer a verdade e ser salvos (1 Tm 2, 4).

Como nos tem repetido tantas vezes o Papa Francisco, não há fragilidade, fraqueza ou miséria humana que anule ou retenha a misericórdia divina, que é dom oferecido gratuitamente a todos. Daí que seja errado pensar que a misericórdia é resultado de uma recompensa divina ou de uma qualquer conquista ou compra humana. E se ninguém é excluído da misericórdia de Deus, também é verdade que é esta que gera a conversão e não o contrário.

E porque é para todos, o dom da misericórdia abrange também todos quantos possam estar a passar dificuldades no seu matrimónio ou tenham já escolhido interromper a unidade conjugal. Sem deixar de afirmar a indissolubilidade conjugal e ensinando que “toda a rutura do vínculo matrimonial é contra a vontade de Deus” (AL 291), o Papa Francisco não deixa de apelar à comunidade cristã para acolher, acompanhar e ajudar ao discernimento de todos quantos passam por essa situação dolorosa.

Neste particular, aponta à Igreja a missão de repensar e assumir com determinação a pastoral pré-matrimonial e familiar, de forma a contribuir para o amadurecimento do amor e para a superação de momentos mais duros na vida matrimonial e familiar. O objectivo será ajudar a uma pedagogia do amor que vá ao encontro da sensibilidade dos mais jovens e que ofereça perspectivas de ajuda e apoio aos casais, sem esquecer o sacramento da Reconciliação (AL 211).
Perante a proposta papal, “é imperioso e fundamental perguntar-nos quanto tempo, quanto espaço e quantos recursos as nossa comunidades cristãs dedicam à pastoral pré-matrimonial e à matrimonial”. Porque não basta apontar a responsabilidade aos cônjuges; é preciso oferecer-lhes o que é devido. Daí a necessidade de acompanhamento pastoral que continue depois da celebração (AL 223).

“A indissolubilidade matrimonial não é um dom apenas para os esposos, mas é para toda a comunidade e especialmente para aqueles que vivem a ferida do seu matrimónio em crise”.
Para refletir…
- O que deve ser oferecido a um jovem casal que bate à porta da Igreja para pedir o sacramento do matrimónio?
- Como é que as famílias podem tornar-se o sujeito responsável pela pastoral pré-matrimonial e matrimonial nas nossas comunidades eclesiais?

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/32, n.º 4469, 10 de julho de 2018

Foi com palavras sinceras e sábias que o Senhor Dom António da Rocha Couto foi recebido pela população da Comunidade Paroquial de S. João Batista de Custoias

“É com profundo júbilo e gratidão que a paróquia de Custoias dá as boas vindas a Vossa Excelência, neste dia em que os nossos corações exultam de alegria e orgulho. Quero agradecer em nome de todos a bênção e graça que constitui para toda a nossa comunidade paroquial a visita de Vossa Excelência Reverendíssima, que nos vem unir ainda mais na fé e na palavra de Deus. Esperamos que a presença do Senhor Dom António Couto nesta humilde freguesia venha reforçar o dom de Deus em cada um de nós e nos ajude a encarar o futuro com mais entusiasmo, fé e confiança na unidade e comunhão com o Senhor Jesus. Um bem-haja profundo e sentido, pois os nossos corações estão em festa, engrandecidos pelo louvor ao Senhor Jesus. A lembrança deste dia permanecerá connosco e acompanhar-nos-á eternamente, concedendo-nos a sabedoria e a coragem para seguirmos com fidelidade os desígnios de Deus. Que a Nossa Senhora do Viso o abençoe, fortalecendo os laços que o unem a esta humilde comunidade para que possa regressar mais uma vez e dar-nos a graça da presença de Vossa Excelência Reverendíssima entre nós.”

Quinta - feira, mesmo sendo dia de trabalho não deixou de estar presente um bom número de pessoas que quiseram estar bem de perto do seu Pastor.

Depois de uma visita guiada ao Centro de dia (Apoio Domiciliário) e de uma longa conversa com os idosos, seguiu-se o almoço, servido no Centro de Dia Oferecido pela Irmandade de Nossa Senhora do Viso.

O Senhor D. António Rezou por todos quantos já partiu para o Pai no cemitério. Visitou a Igreja Matriz, e capelas locais na igreja paroquial administrou o Sacramento da Unção dos Enfermos. Depois de uma conversa com todos os presentes, fui servido um lanche, amavelmente oferecido pela, Junta de Freguesia.

No Domingo Presidiu, A Eucaristia Dominical, no Santuário de Nossa Senhora do Viso. No fim da Eucaristia Teve Lugar a procissão em Honra de Nossa Senhora do Viso.

Pe. António Júlio, in Voz de Lamego, ano 88/32, n.º 4469, 10 de julho de 2018

No passado dia 29 de Junho, nas instalações do Museu Diocesano de Lamego, ocorreu um evento cultural que, mais uma vez, marcou pela qualidade dos trabalhos apresentados.
Falamos do evento cruzado de escrita e pintura que fez com que os presentes percorressem, no tempo e no espaço, duas realidades diferentes de arte mas que se complementaram, tendo o seu início na apresentação do livro Intemporalidade! e terminando na exposição de pintura Fragmentos #2.

Na primeira parte, no auditório daquele espaço museológico, decorreu a sessão solene de apresentação do livro de poesia do autor João Atalaia, um pseudónimo de Leónida Oliveira, docente no Agrupamento de Escolas Dr José Leite de Vasconcelos de Tarouca. Apesar de inicialmente não desejar a sua identificação, acabou por justificar a escolha daquele pseudónimo pela homenagem ao seu avô João que vivia na Quinta da Atalaia, em Ferreirim.
A apresentação esteve a cargo do Pe Vitor Carvalho Ferreira que nos remeteu para a linha orientadora da obra: “a reflexão sobre o sofrimento que puxa por nós e nos faz pensar na mudança de vida, que nos leva à inquietude da esperança”. Assim, remete-nos para “a esperança que nos leva da falsidade à verdade dos afetos, do carinho enfim, de tudo o que permite incentivar para um mundo melhor”.

Referindo-se ao Padre António Vieira, foi lançado um repto aos presentes para que “saúdem e falem com os poemas” pois e, citando o registo da contracapa “o poema é um amigo novo e um caminho para sentir a vida, no seu todo, presente, passado e futuro, real e fictício, impresso na alma que chora no coração que canta e vive! A reminiscência do pensamento e da singularidade! A poesia não tem tempo! É um principio sem fim na vida e pensamento da Humanidade!...”
Enfim, a Intemporalidade das palavras feitas memórias de vida do/a autor/a que revive o seu percurso de vida em lembranças que vão desde o seu “Percurso sinuoso… de uma história sem tempo um percurso do vento… uma memória” até ao seu poema Amizade…  Amigos de sempre! que nos diz que: O mundo não apaga, não esconde o luar/ a realidade, de ajudar cada irmão…”

E, a partir deste livro que refere a poesia como “o eco da melodia do universo que invade o coração e o mundo dos sentidos e das sensações. Liberta a Alma e permite a descoberta do desconhecido, um todo coeso em comunhão com a vida”, partiu-se para a segunda parte deste evento, a abertura da Exposição de Pintura Fragmentos #2, de Victor Costa, que estará aberta até ao dia 15 de setembro.
À entrada da sala uma profusão de luz e cor, vinda das diversas pinturas expostas, levou-nos a um espaço de memória coletiva pois, diversas obras expostas, quer sobre a cidade de Lamego, quer sobre diversas outras situações de vida, fizeram ver a beleza do traço do pintor e da sua sensibilidade

Foi o mesmo pintor Victor Costa que apresentou a sua obra como “uma abordagem artística que diferencia e mistura uma abordagem pictórica local diferenciada e identificável, com uma abordagem estritamente abstrata, onde introduz elementos figurativos, fragmenta a compreensão em vez de a potenciar o que exige do observador uma abertura de espirito mais apurada, mais atenta, mais perspicaz, supostamente mais emotiva”.

Foi mesmo um misto de emoções que se foram vivendo à medida que cada quadro era observado, pois a sua obra “foi descrita na revista americana de arte American Art Collector como “abstração emocional”, o que leva a uma observação e compreensão eivadas de uma dialética profunda, emocionalmente forte, que liga e partilha o pintor e a pintura, ao observador, pela emoção!”, tendo a sua pintura Paixão sido galardoada em Nova Iorque.
É o próprio pintor que refere que “Não há para mim, arte sem emoção” e nos diz que “A minha pintura é para ser sentida! ”e que “A complexidade ou simplicidade cromática, a profundidade ou proximidade que a cor confere, a intensidade da luz e da força da sombra, são a linguagem utilizada para exprimir sentimentos, sensações, estados de alma, emoções.”

Quando o autor fala da sua obra, fá-lo com o amor e carinho de criador, que expressa o que lhe vai na alma e que usa as ferramentas que são o seu dom, para partilhar com quem lê ou quem observa. Cabe a cada um de nós usufruir desse encantamento partilhado de emoções que nos fazem ver a beleza da vida na escrita ou na pintura.
Afinal um livro a ser lido e uma exposição a ser visitada para quem quiser fazer jus às suas emoções.

Isolina Guerra, in Voz de Lamego, ano 88/31, n.º 4468, 3 de julho de 2018







As chegadas são sempre mais fáceis do que as partidas. Por isso o nosso Deus se fez e faz uma Pessoa que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro. É com este pensamento que completo 10 anos de vida em comunidade de seminário.
Pedimos muito a Deus. Estamos constantemente a pedir-lhe. Para mim, agora, é tempo absolutamente propício para dar graças. Se, ao longo destes 10 anos, fui pedindo muito, a verdade é que devo dar graças antes de mais por Ele não me ter concedido tudo o que lhe pedi. A minha vontade é naturalmente imperfeita e por isso rezo, como todos os cristãos, “seja feita a Vossa Vontade” e não a minha. Mas o que é facto é que foram incontáveis as Graças que recebi ao longo de todo este tempo, da parte d’Ele.

Falando concretamente do último semestre deste ano, tal como no primeiro, houve gente que me dedicou boa parte do seu tempo, para que eu possa vir a ser um melhor servidor desta Alegria do Evangelho. Agradeço, de forma especial, aos professores: ao senhor cónego Manuel Leal, que me deu algumas luzes daquilo que é a Espiritualidade Sacerdotal; ao senhor padre Diamantino Alvaíde, que me falou deste nosso interior peculiar e de como cá fazer despertar a Evangelização; ao senhor cónego Joaquim de Assunção, que me apresentou o que de melhor há nos Cânones; ao senhor padre Ângelo, pelo fabuloso itinerário do nosso Seminário Temático. Faltam ainda dois senhores cónegos (Manuel Melo e Joaquim Dionísio) a quem, por serem repetentes na missão, transmito, também, um obrigado redobrado. Houve ainda mais gente que, de uma ou outra forma, deixou um pouco do seu “perfume” neste frágil “vaso” que sou. Agradeço a todos, mas, para não correr o risco da omissão (ainda que involuntária) não os elencarei.

Sou um seminarista na fase final desta etapa, mas temos, graças a Deus, alguns outros que vão querendo trilhar caminhos parecidos com o meu, procurando fazer a Vontade do Pai. A esses, quero deixar uma palavra de muitíssima amizade e companheirismo. Agradeço por tudo o que, com eles, vivi e partilhei (e são tantas as coisas) e, no que eu puder, que saibam que podem contar comigo.
Vemo-nos por aí, “sob o manto” da Mãe, na fidelidade de Filhos de Deus.

Diogo Martinho, Seminarista do VI Ano,
in Voz de Lamego, ano 88/31, n.º 4468, 3 de julho de 2018

“Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?” (Lc 2, 49)

Estas são as únicas palavras de Jesus que os Evangelhos nos relatam quando tinha doze anos, atrás das quais se oculta o mistério da sua Filiação e o mistério da filiação de todos os homens. Porque aquele que nasce é um projecto eterno de Deus e do seu amor eterno.

Assim, a pergunta fundamental será “qual é o sonho de Deus para cada homem?” E a resposta dirá que é um sonho de amor. O amor é a vocação do homem. Não um amor idílico ou abstracto, mas implicado em cumprir a vontade de Deus.
E é no amor nupcial entre um homem e uma mulher que se revela a excelência do amor de Deus: “Deus não assume o amor nupcial para se revelar, mas o amor nupcial foi sempre a revelação por excelência do rosto de Deus”. Por isso, escreve o Papa Francisco, “querer formar uma família é ter a coragem de fazer parte do sonho de Deus, a coragem de sonhar com Ele, a coragem de construir com Ele, a coragem de unir-se a Ele nesta história” (AL 321). E ainda “Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente do que aconteceu na Cruz, são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, do qual o sacramento os faz participar” (AL 72).

Os esposos, em virtude do sacramento do Matrimónio, amam-se a partir de Deus. O sacramento é uma porta de entrada para a “vereda que conduz à alegria plena” e o eterno que se busca dá gosto e verdadeiro sabor ao terreno.
A Igreja, através das comunidades cristãs que a formam, deve empregar as suas energias na família, realidade decisiva “para o futuro do mundo e da Igreja” (AL 31). E “ao salvar a família não só a Igreja chega a ser ela própria, como Deus mostra o seu Rosto ao mundo na carne humana das relações familiares, cumprindo assim o seu grande sonho para a humanidade”.

Para refletir…
- O Matrimónio não é a felicidade, mas tão só o aperitivo da felicidade. Que consequências práticas tem esta afirmação na vida conjugar e familiar?
- Se verdadeiramente “o bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja” (AL 31), como deveria operar a pastoral da Igreja?
- Amar-se a partir de Deus. Amar-se divinamente. Amar-se como Cristo amou a Igreja, entregando a sua vida na Cruz. Como se pode realizar isto?

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/31, n.º 4468, 3 de julho de 2018

Desde domingo que o presbitério da nossa diocese conta com um novo membro, o Padre Vítor Manuel Teixeira Carreira, tal como anunciado na anterior edição deste jornal. A igreja-catedral de Lamego encheu-se para participara na celebração, presidida por D. António Couto.

Desde há uns anos a esta parte que o primeiro domingo de julho está reservado para as ordenações sacerdotais, sempre que haja diáconos a ordenar. Tal como o último domingo do ano litúrgico, dia de Cristo Rei, está reservado para as ordenações diaconais. E assim aconteceu mais uma vez. O Vítor havia sido ordenado diácono em 26 de novembro de 2017 e foi agora ordenado presbítero, no dia 01 de julho de 2018.

O novo padre é filho de Dionísia Cardoso Teixeira Carreira e de Manuel Matias Carreira (já falecido) e é natural da paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Queimadela, Armamar. Realizou o seu estágio diaconal sob a orientação dos padres Carlos Carvalho e Francisco Marques, nas paróquias de São Miguel das Antas, Nossa Senhora do Pranto de Aveloso, Santa da Cruz de Beselga, Senhora da Assunção do Ourozinho, São João Batista da Prova, Santa Maria Madalena do Seixo e São João Batista de Sernancelhe.

A primeira celebração eucarística a que presidirá na sua terra natal, também chamada “Missa Nova”, será no próximo domingo, dia 08, em Queimadela, às 17h.
Foram muitos os que quiseram estar com o Vítor neste singular dia, a começar pela sua mãe e irmão e demais familiares, passando pelas gentes de Queimadela e por tantos amigos das diferentes comunidades paroquiais por onde tem passado a vida do novo sacerdote. O presbitério lamecense, com cerca de cinco dezenas de membros, também marcou presença, ladeando D. António Couto, que presidiu, acompanhado ainda por D. Jacinto Botelho. Destaque também para alguns padres e seminaristas vindos das dioceses vizinhas, juntas com Lamego no projeto do Seminário interdiocesano, a funcionar em Braga.

Na homilia, D. António não deixou de comentar os textos litúrgicos do dia, procurando integrar na reflexão orientações para a vida e missão do presbítero.
Antes da bênção final, o responsável pelo Departamento da Pastoral Vocacional, Padre Ângelo Santos, voltou a dirigir-se à assembleia, desta vez para se dirigir ao novo sacerdote. Aqui ficam as suas palavras: “Padre Vítor, bem-vindo à Ordem dos Presbíteros e a partir de hoje nosso irmão no ministério. Ao longo do exercício e da vivência do teu ministério lembra-te das palavras sábias do nosso padroeiro diocesano secundário, St. Agostinho. Cito: ‘Se quiseres chegar ao que ainda não és, não te contentes nunca com aquilo que já és. Porque aonde ficaste satisfeito, ai paraste. Se disseres basta, morreste. Cresce sempre, progride sempre, avança sempre’”.

E quando o cortejo processional se organizava para a saída, toda a assembleia expressou a sua alegria, felicitando o neo-sacerdote com uma demorada salva de palmas. A mesma saudação tiveram os sacerdotes, já na sacristia. Depois, e já no claustro, o Padre Vítor recebeu, individualmente, os cumprimentos de todos.

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/31, n.º 4468, 3 de julho de 2018

1. Refere uma indicação do Pontifical Romano acerca da Ordenação dos Presbíteros que o Bispo faz a homilia, dirigindo-se ao povo e aos Eleitos, falando-lhes do ministério dos presbíteros, a partir do texto das leituras lidas na liturgia da palavra (n.os 123 e 155). É o que vou tentar fazer, amados irmãos e irmãs, caríssimo Eleito Vítor Manuel, caríssimos sacerdotes e diácono, caríssimos acólitos, leitores, cantores.

2. O bocadinho do Evangelho de S. Marcos, que tivemos hoje a graça de escutar nos nossos ouvidos e no nosso coração, não pode deixar de mexer connosco até ao osso. Bem vistes que o Evangelho nos oferece duas cenas sublimes, dois milagres de Jesus relatados de forma entrelaçada, um dentro do outro: o relato da cura de uma mulher que há doze anos sofria de uma hemorragia (Marcos 5,25-34), dentro do relato da chamada «ressuscitação» da filhinha de Jairo (Marcos 5,22-24.35-43).

3. Habitualmente, ouvindo estes episódios de milagres realizados por Jesus, realçamos a substância, fazendo ver a dinâmica, o dinamismo extraordinário que há em Jesus, e que opera maravilhas. De resto, o próprio Jesus faz saber, na cena da mulher que sofria de uma hemorragia incurável, e que às escondidas toca no seu manto, que sentiu uma força (o texto grego diz dýnamis), portanto, um dinamismo, que saiu dele (Marcos 5,30). Mas hoje, como quer o Pontifical Romano, importa conduzir a levada da liturgia da palavra para dentro do ministério dos presbíteros. É o que vou tentar fazer, esforçando-me por conduzir o dinamismo da palavra de Deus para dentro da minha vida, da vida do Vítor, da vida dos sacerdotes, da nossa vida, amados irmãos e irmãs, povo de Deus todo sacerdotal e santo.

4. Neste contexto, faço notar em primeiro lugar que Jesus está rodeado e literalmente comprimido e apertado pelos seus discípulos e por uma grande multidão. Do meio desta roda cerrada de pessoas, vê-se melhor quem vem de fora. Vem Jairo, um homem importante e conhecido. Consegue rasgar a multidão, vem prostrar-se aos pés de Jesus, e diz e diz e volta a dizer que a sua filhinha (tygátrion: diminutivo de tygátêr) está a morrer, e pede e pede e volta a pedir a Jesus que lhe vá impor as mãos para a curar. À vista de todos fica o muito carinho e a grande aflição que movem este pai por causa da sua filhinha gravemente doente. Mas fica também a humildade de pedinte que arrasta este homem ilustre até Jesus, em quem deposita toda a sua fé e confiança! Jesus não diz nada. Mas faz muito. Foi com ele (met’ autoû) (Marcos 5,24). Companheiro silencioso e atento no meio de nós. Primeira lição importante para os meus irmãos no sacerdócio ministerial, para este Eleito, e para o povo de Deus, todo sacerdotal e santo: silencioso e atento, Jesus acolhe as nossas súplicas, põe a sua mão no nosso ombro, está no meio de nós sempre, vai connosco sempre, está lá sempre, está cá sempre!

5. Põe-se esta multidão cerrada em movimento, acompanhando Jesus e Jairo. Vem uma mulher anónima, que discretamente se vai metendo por entre aquela multidão cerrada. Sofria de uma hemorragia incurável. Era uma mulher impura. Não queria nem podia dar nas vistas, não podia tocar em ninguém. Sendo impura por causa da hemorragia, tudo o que tocasse ficava impuro. Tinha ouvido falar de Jesus, e sabia que lhe podia confiar o seu problema. Pensava mesmo que nem era preciso dizer-lhe; sabia que se lhe conseguisse tocar, ainda que só na orla do manto, ficaria curada. E nada melhor do que uma multidão cerrada, para poder tocar no manto de Jesus, aproximando-se por trás, enrolada na sua dor, sem ser notada. Assim pensava, e assim o fez. Segundo ponto alto e implicativo para nós, amados irmãos no sacerdócio, amado Eleito, povo sacerdotal e santo, amado por Deus: ouve-se pela primeira vez a voz de Jesus, que pergunta: «Quem me tocou no manto?» (Marcos 5,30). Resposta óbvia e rápida dos discípulos de Jesus: «Repara na multidão que te rodeia e aperta, e ainda perguntas: “Quem me tocou no manto?”» (Marcos 5,31). Salta à vista a banalidade desta intervenção desajeitada dos discípulos de Jesus neste momento alto em que Ele fala pela primeira vez no relato! Por isso também, Jesus não deu qualquer atenção ao dizer banal daqueles discípulos, que só veem por fora, e continuou a olhar à volta, porque quer salientar, isso sim, a grande fé daquela pobre mulher. É verdade, caríssimos irmãos no sacerdócio, caríssimo Eleito, amados irmãos e irmãs, povo sacerdotal e santo: quantas vezes nós também só vemos por fora e dizemos, não o Evangelho, mas banalidades!

6. Quanto àquela pobre mulher anónima, mas descoberta e amada por Jesus, descoberta porque amada, ela veio prostrar-se diante d’Ele, disse-lhe a verdade, e ouviu de Jesus uma palavra única, única vez dita no feminino em todos os Evangelhos: «Minha filha!», e acrescentou: «a tua fé te salvou, vai em paz!» (Marcos 5,34). Aí está, amigos, outra vez a provocação: a nós são-nos pedidas, não umas palavras quaisquer, vulgares e superficiais, banais, mas palavras únicas, inauditas, divinas! Carregadas de ternura, de salvação, de esperança, de perdão, de caminhos novos!

7. Vem logo alguém da casa de Jairo para dizer outra banalidade: «A tua filha morreu; não importunes mais o Mestre» (Marcos 5,35). Reparai bem, irmãos e irmãs, se isto é coisa que se diga a um pai, que acaba de perder a sua filhinha! Outra vez, é Jesus que diz a Jairo a palavra inaudita a rebentar de ternura e de esperança: «Não tenhas medo! Crê somente!» (Marcos 5,36). Chegados à casa de Jairo, o que se ouve e vê são choros e lamentações. É muitas vezes só o que sabemos fazer face à morte! Mas Jesus reprova este comportamento meramente exterior, e diz-nos que há mais para fazer e para dizer. Entra na casa, pega na mão da menina, fala para ela, e levanta-a da morte! E diz-nos a nós para não dizermos agora nada (Marcos 5,43). Como quem diz, como quem nos diz, que a seu tempo virá o tempo e o modo de falar da vida eterna e plena da sua e nossa Ressurreição! Será então o tempo e o modo novo do Espírito a falar em nós (Marcos 13,11), e a abrir em nós novos e insuspeitados caminhos. E nós todos, que aqui estamos hoje reunidos, somos todos desse tempo e desse modo! O tempo e o modo da missão da Evangelização. Aí está, meus irmãos no sacerdócio, caríssimo Eleito, amados irmãos e irmãs, povo sacerdotal e santo, o inaudito e o divino que devemos dizer e fazer acontecer. E neste tempo e modo da missão, com Jesus e o Espírito Santo, devemos estar bem atentos e saber bem que cada passo conta, cada gesto conta, cada palavra conta, cada copo de água por amor dado conta!
Assim Deus nos ajude! Amém!


Lamego, 1 de Julho de 2018
+ António, vosso bispo e irmão

Ao tentar redigir umas linhas, para comemorar os cinquenta anos da minha ordenação sacerdotal, ocorrem-me apenas duas palavras: humildade e gratidão.

À medida que o tempo passa, torna-se cada vez mais viva em mim a consciência de que tudo é dom gratuito de Deus: não só a vida, mas também a vocação.

Foi num fim de tarde, do ano de 1955, que o Senhor desceu à pequena aldeia do Tubaral (Caranguejeira – Leiria) e bateu à porta da nossa casa. Ao ver ali o meu pai rodeado dos meus sete irmãos, fixou-o com um leve sorriso e perguntou-lhe: “Estão aqui todos os teus filhos?”. Meu pai respondeu: “Falta um, que trabalha em Leiria, numa oficina de automóveis!”. “Esperemos, então, que ele venha!” (cfr. 1Sm 16, 10-11). – Quando eu cheguei, já noite, com os meus catorze anos, cansado depois de uma caminhada de onze quilómetros, o Senhor olhou-me com um terno sorriso, colocou carinhosamente a Sua mão sobre a minha cabeça, e disse: “Tu, vem e segue-me!”.

No dia seguinte, abandonei a oficina de automóveis, pois senti que Deus tinha outros planos a meu respeito.

Entrei no “Colégio Seráfico das Missões Franciscanas”, em Montariol – Braga, no dia 1 de outubro de 1956, para dar início ao 1º ano do Curso de Humanidades. (Comigo entraram mais 55 alunos!). Terminado o 5º ano, segui para Varatojo – Torres Vedras, onde fiz o noviciado, de agosto de 1961 a agosto de 1962. Feita a profissão temporária, os superiores enviaram-me para a Alemanha, onde fiz o curso de filosofia e teologia. A minha ordenação sacerdotal aconteceu no dia 21 de julho de 1968, no convento de Frauenberg – Fulda (Alemanha). Em outubro de 1969, regressei à Província Portuguesa da Ordem Franciscana, à qual me orgulho de pertencer.

A minha vida pastoral, ao longo destes cinquenta anos já vividos, desenvolveu-se em diversas áreas: colaboração pastoral nas igrejas dos conventos, por onde tenho passado, e ajuda aos párocos da zona; assistência espiritual às religiosas; assistência à Ordem Franciscana Secular (25 anos); na pastoral da saúde, como capelão hospitalar (15 anos); como Procurador da União Missionária Franciscana; e no ensino (5 anos).

Este percurso de cinquenta anos não foi isento de dificuldades, como é natural; mas muito mais foram as alegrias, que a vida consagrada e sacerdotal me proporcionou. Muito grato me sinto a todos aqueles que me ajudaram no tempo da minha formação e ao longo da minha vida sacerdotal. Agradeço aos meus pais e irmãos por todo o apoio, que sempre me deram; aos meus superiores, formadores e colegas; a alguns amigos e benfeitores, a quem muito devo. Mas a minha mais profunda gratidão é devida ao Senhor, que me chamou, pela presença amorosa, proteção e carinho, com que sempre me acompanhou. A Ele, e só a Ele, toda a honra, glória e louvor!

Consciente da minha pequenez, indignidade e falta de correspondência, só me resta rezar com Maria: “A minha alma glorifica o Senhor, porque olhou para este Seu humilde servo e fez em mim maravilhas!” (cfr. Lc 1, 46-49).

P. Fr. Amador Pereira Carreira, ofm,

in Voz de Lamego, ano 88/31, n.º 4468, 3 de julho de 2018

“Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa” (Lc 2, 41)

A peregrinação vivida pela  Família de Nazaré, cumprindo os preceitos do tempo, revela a profundidade religiosa que anima os seus membros. Juntos empreendem um longo caminho, vencendo dificuldades e imprevistos, para celebrar a Páscoa e dar graças pela libertação do seu povo, fazendo memória do amor salvador de Deus.

A Palavra de Deus interpela o coração de Maria e de José e, porque fazem a experiencia singular dessa Palavra nas suas vidas concretas, peregrinam até Jerusalém, pela Páscoa. E, com tal exemplo, a Família de Nazaré ensina-nos a todos que “a Palavra de Deus não é uma transmissão de verdades religiosas ou uma catequese ou um ensinamento de normas morais para serem postas em prática; a Palavra é uma relação viva e profunda com Deus, que se torna história na vida de cada família”.
A transmissão da fé é mais que o ensino de normas; é uma experiência viva e concreta de Deus. Se isso não acontecer, a fé corre o risco de ser reduzida a um mero ritualismo que se cumpre dentro do lugar de culto, mas que não se experimenta no dia-a-dia.

Nos nossos dias, semanalmente ou em dias festivos, continuamos a ver famílias inteiras a viver a sua fé em comunidade. Mas importa também que os casais compreendam que o mistério pascal pode e deve ser vivido no lar e na família que formam, todos os dias, em todos os acontecimentos pessoais e familiares.

E é nesta vida diária, nem sempre isenta de sofrimento e de situações de desencontro, que a Palavra de Deus pode ser fonte de vida e espiritualidade para a família. Como lembra o Papa Francisco, “A Palavra de Deus é não só uma boa nova para a vida privada das pessoas, mas é também um critério de juízo e uma luz para o discernimento dos vários desafios que têm de enfrentar os cônjuges e as famílias” (AL 227).
A Palavra de Deus dá a cada família a sabedoria da vida e a luz necessárias para poder interpretar cada acontecimento familiar.


Para reflectir…
- Porque e que a Palavra de Deus é vista, muitas vezes nas famílias, como algo distante, puramente religiosos e incompreensível? Quais são as causas e quais as propostas possíveis?
- Assistimos, cada vez mais, a uma menor frequência de católicos nas nossas liturgias e detemo-nos, frequentemente, sobre este sinal externo, sintoma de uma problemática mais profunda. De que modo poderia ou deveria a Igreja enfrentar esta situação?

JD, in Voz de Lamego, ano 88/30, n.º 4467, 26 de junho de 2018

“Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos, à tua procura” (Lc 2, 48).

Entre os poucos acontecimentos narrados nos Evangelhos que envolvem a Sagrada Família de Nazaré está o episódio da “perda e do encontro de Jesus no templo”. Trata-se de um facto inesperado, que causa aflição e angústia a Maria e a José. Mas o mesmo serve para tomarmos consciência de que a Palavra de Deus não nos apresenta “uma imagem idealista e abstracta da família”, mas uma família concreta, com problemas, dificuldades e desafios.
A família não está isenta de crises e o grande desafio será o de “reagir perante qualquer crise”. Neste caso, como em tantos outros, os pais são confrontados com o “desafio educacional”, muito diferente de uma qualquer “obsessão”, que não é educativa (cf. AL 261).

O referido desafio educacional exige aos pais a disponibilidade para estar, escutar, acompanhar… Muito mais do que apenas providenciar e multiplicar actividades para os filhos. Importa antes “promover liberdades responsáveis” e estar disponível para a “surpresa” que um filho sempre é, porque é mistério.

E diante do mistério do filho, “a atitude verdadeira nunca pode ser de julgamento, desilusão, acusação, condenação”, embora seja sempre oportuno perguntar e questionar, privilegiando o relacionamento.
Apesar dos meios e possibilidades, a verdade é que há um certo “analfabetismo afectivo”, assente na “cultura do provisório”, onde “tudo é descartável” e se desencorajam os mais novos a constituir família.
A Família de Nazaré pode ser um farol não ideal, mas real, que mostra a “alegria do amor”.


Para refletir:
- “De que modo uma crise familiar pode tornar-se fonte inesgotável de graça?”
- “Ser pais e mães é a missão mais difícil e complexa. De que modo a Igreja é chamada a contribuir nesta missão singular e única?”

JD, in Voz de Lamego, ano 88/29, n.º 4466, 19 de junho de 2018

Pastoral Juvenil Vocacional

Nas vésperas da realização da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional”, nos dias 18-20 de junho realizou-se as Jornadas Pastorais do Episcopado sobre o tema: “Pastoral Juvenil Vocacional”, em Fátima. Os representantes da nossa Diocese de Lamego foram Pe. Luís Rafael Azevedo (Diretor da Departamento da Pastoral Juvenil) e o Pe. Ângelo Santos (Diretor do Departamento da Pastoral Vocacional). A abertura das Jornadas foi da responsabilidade do Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente. Na sua intervenção saudou os participantes desta jornada, fazendo duas referências particulares: felicitou D. António Marto pela sua criação como cardeal e D. António Luciano pela sua ordenação episcopal. Os conferencistas destas Jornadas foram os Padres Fábio Attard e Mário Óscar Llanos, ambos da Congregação dos Salesianos de S. João Bosco.

O Pe. Fábio Attard centrou a sua exposição nos resultados dos inquéritos feitos aos jovens como preparação para o Sínodo. Do estudo desses resultados fica claro que os jovens solicitam aos agentes pastorais as seguintes disposições: proximidade/acolhimento, escuta/protagonismo e acompanhamento/discernimento. Os jovens pedem fundamentalmente relações humanas, marcadas por um forte sentido de presença. Nesta linha uma das disposições fundamentais solicitadas pelos jovens e que foi um leitmotiv destas jornadas foi a palavra autenticidade. O Pe. Fábio sintetizou que “os jovens querem que aqueles que são chamados a viver a missão de pastores e educadores sejam pessoas acolhedoras, capazes de escutar, sem medo de compartilhar responsabilidades com os jovens. Esperam pessoas que sejam profetas – autênticos e coerentes. Os jovens não querem que a sua participação seja só presencial, mas também decisional”. O Pe. Fábio sublinhou três atitudes básicas para a Pastoral Juvenil: humildade (escuta da história), empatia (entrar na história e não só comentá-la) e martyria (testemunho).

O Pe. Mário Llanos começou a sua intervenção citando o beato Paulo VI “Toda a vida é uma vocação”. A vocação é uma realidade constitutiva do ser humano. Pe. Mário Llanos nas suas exposições incidiu na necessidade de clarificar o conceito de vocação. Ele propôs aos presentes uma definição operativa de vocação: “A Vocação é uma realidade teândrica (divina-humana), constitutiva do ser humano, descoberta no diálogo com o Criador através do discernimento e acompanhamento, e expressa num projeto de vida que converte-se para nósem: fonte de identidade, parâmetro da sua alteridade, garantida da sua continuidade e energia de desenvolvimento, até transformar-nos em imagem de Cristo, membros ativos da Igreja e em sinal do Reino de Deus.” Parao Pe. Mário Llanos a vocação é a versão crente do Projeto de Vida.

Ao longo das Jornadas realizou-se dois Painéis. Num primeiro Painel estiveram presentes os jovens portugueses que participarem na Reunião Pré-Sinodal (Joana Serôdio, Rui Teixeira, Tomás Virtuoso), que fizeram eco das suas vivências nessa reunião em Roma. Foram unanimes na constatação de empenho que os jovens tiveram nessa reunião. Nesta Reunião Pré-Sinodal ecoou a necessidade na Igreja de uma “Revolução da Autenticidade”. Num segundo Painel intervieram os diretores nacionais da Pastoral Juvenil (Pe. Francisco Diniz), Pastoral Vocacional (Pe. José Alfredo Costa) e da Pastoral do Ensino Superior (Pe. Eduardo Duque) que fizeram um ponto da situação destes vários setores da pastoral.

Durante as Jornadas comemorou-se os 50 anos de Sacerdócio do Núncio Apostólico D. Rino Passigato. Na Eucaristia que presidiu na homilia fez uma resenha de todo o seu percurso ao serviço da Igreja de forma particular no serviço do Corpo Diplomático, sublinhando vários episódios que marcaram estes 50 anos do seu ministério sacerdotal. Sendo no almoço festivo dos seus 50 anos de sacerdócio congratulado com uma imagem de St. António de Lisboa. Neste almoço também felicitou-se D. Manuel de Madureira Dias pelos seus 30 de ordenação episcopal, sendo este bispo natural da nossa Diocese de Lamego, mais concretamente de Tarouquela (Cinfães).

Por fim, no encerramento das Jornadas D. Manuel Clemente propôs um itinerário para a Pastoral Juvenil Vocacional assente em três momentos: “do que se gosta, a gostar de Cristo para passar a gostar do que Cristo gosta”. Frisando que estes três momentos fazem parte da história de cada vocação, exortando que o terceiro momento é o mais crucial e decisivo na vida. Ao longo das Jornadas viveu-se um clima de inquietação sobre estes dois temas de grande relevância para a vida da Igreja nos dias de hoje ficando como nota final que “os jovens não são um problema, mas um desafio”.

Pe. Ângelo Santos, in Voz de Lamego, ano 88/30, n.º 4467, 26 de junho de 2018


No próximo domingo, na Sé de Lamego, será ordenado Presbítero o nosso Diácono. Vitor Carreira. Aqui deixamos algumas palavras do futuro sacerdote da nossa diocese, a quem felicitamos desde já.

Para os nossos leitores, quem é o Diácono Vítor?
O Vítor nasceu no seio de uma família humilde e religiosa. Este último fator foi o que me levou, desde muito cedo, à igreja. Recordo-me, com saudade, as vezes que ia à Eucaristia com a minha avó materna. Aliás, foi com ela que eu aprendi as primeiras orações.

Mais tarde, com dez anos de idade, fui interpelado pelo meu pároco, na altura o Pe. José Filipe Ribeiro, para ir para o Seminário. Depois de várias hesitações, fruto de alguns medos e dúvidas, aceitei o desafio. Frequentei o Seminário Menor de Resende e foi aqui que comecei a discernir a ideia de vir um dia a ser sacerdote. Quando falo no Seminário de Nossa Senhora de Lourdes (Resende) recordo-me sempre, para além de muitas coisas, da expressão gravada para parede da capela: “Vem e Segue-Me”. É uma expressão desafiante, se quisermos até provocadora. Foi pelo facto de meditar e rezar esta expressão bíblica que me fui interpelando, sobretudo no último ano do secundário, e que me levou a decidir, com ajuda de Deus, ir para o Seminário Maior de Lamego.

Já em Lamego, dia após dia, fomos desafiados a sair da nossa zona de conforto. Nos primeiros dois anos, com as aulas em Viseu, e nos anos seguintes, em Braga, tivemos oportunidade de conviver com pessoas de outras dioceses, o que se revelou bastante enriquecedor para uma formação mais amadurecida.

Estive nos seminários cerca de treze anos. Muito daquilo que sou hoje devo a estas casas, bem como a todos aqueles que partilharam comigo estes anos. Sempre fui acolhido de braços abertos, sempre me senti apoiado quando precisava.

Como tem sido o teu estágio pastoral?
Os estágios pastorais são fundamentais para o candidato ao sacerdócio. Servem como complemento à formação teórica recebida na faculdade. Servem, acima de tudo, para observar e aprender como as pessoas agem perante diversas circunstâncias. Não importa tanto se fazemos muitas coisas ou não. Importa sim que aquilo que fazemos seja numa perspetiva de olhar para o nosso futuro, como pastores de diversas comunidades.
O meu estágio pastoral tem sido bastante enriquecedor. Em primeiro lugar pelo acolhimento que tive, não só pelos párocos (Pe. Carlos Carvalho e Pe. Francisco Marques), mas também pelas comunidades a eles confiadas. Em segundo lugar porque sou convidado a viver diariamente no seio destas comunidades, o que não acontecia nos anteriores estágios pastorais. Desta forma possibilita-nos uma maior proximidade com as pessoas, nos momentos de festa e alegria, mas também na dor e no sofrimento.
A disponibilidade e entrega devem ser as palavras-chave para aqueles que estão em estágio pastoral: disponibilidade para todo o serviço que for solicitado, seja a nível da catequese, na liturgia ou até visita aos doentes.


A partir da experiência entretanto conseguida, como vês a formação recebida no Seminário e na Faculdade de Teologia?
Tanto a experiência nos estágios pastorais que realizei até hoje, bem como a formação no seminário e na faculdade são importantes para aquele que se sente chamado ao sacerdócio.
Se por um lado na faculdade dedicamo-nos, por exemplo, ao estudoda Sagrada Escritura, do Mistério da Santíssima Trindade, no seminário e nos estágios pastorais temos a oportunidade de viver de forma mais profunda isto mesmo, através da Eucaristia e na convivência com os irmãos.

A formação na faculdade é imprescindível. Sem ela não conseguiríamos reter os conhecimentos necessários para dar resposta àquilo a que somos interpelados no nosso dia-a-dia nas paróquias. Mas por vezes podemos cair na tentação de dar mais valor à questãoacadémica, porque somos alunos e, por isso, avaliados diariamente. O nosso principal objetivo não deve ser o querer colecionar canudos ou diplomas, mas sim em “cultivar, recolher e saber discernir os frutos” que nos são proporcionados,para os aplicarmos no futuro, como sacerdotes.

A formação no seminário é de igual forma fundamental. Recordo a formação que tive no Seminário Interdiocesano em Braga na área da música, na catequese, na liturgia, no património e, mais tarde, nas questões jurídicas, fiscais e administrativas. Já em Lamego, no último ano, a formação recebida foi de cariz mais pastoral, desde a Evangelização, o Direito Sacramental, os Documentos do Magistério, a Doutrina Social da Igreja, a Missiologia…
Todo o tempo de formação é relevante, tanto no seminário, como na faculdade. Há uma relação de complementaridade entre estes dois polos. É preciso, como é óbvio, saber conciliar bem estes fatores.

Uma palavra para os nossos seminaristas e aos que estão a pensar entrar no Seminário?
As minhas palavras para os nossos seminaristas só podiam ser de gratidão e de incentivo: gratidão pelos anos que passamos juntos e que tanto aprendemos uns com os outros, tanto nos bons momentos, como nos menos bons; Incentivo, porque a caminhada do seminário é longa e, por isso, torna-se um pouco difícil. Não é fácil viver diariamente, ao longo de vários anos, com as mesmas pessoas. Por vezes podemos ter a tentação de deixar reinar o egoísmo, a inveja, o orgulho…
No seminário, e em qualquer outro lado, devemos ter sempre presentes todas as dimensões da pessoa: humana, espiritual, intelectual e afetiva. A valorização de uma destas dimensões e, por conseguinte, a desvalorização de outras é um erro na nossa formação rumo ao presbiterado.

Contudo, a oração deve ser sempre o centro da vida de um seminarista. É através dela que conseguimos “gerir” todas estas dimensões: foi e é na oração que encontro a força e a coragem para continuarno caminho que o Senhor traçou para mim; foi na oração que cheguei à conclusão que não estaria a agir bem, em certas circunstâncias; foi na oração que, muitas vezes, encontrei motivação para o estudo.
Devemos também olhar sempre para a Mãe do Senhor como um modelo para nós, que apesar das dúvidas e receios disse: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). É importante olharmos para o sim de Maria como uma entrega total da sua vida, sem entraves, sem mas…Também a nossa vida deve ser pautada pela entrega, disponibilidade e serviço.
Para todos os que possivelmente vierem a entrar no Seminário, a palavra-chave é arriscar. Ter dúvidas e receios sempre foi natural no ser humano, porém com fé e confiança n’Aquele que nos envia tudo é mais fácil. “Não tenhais medo”.

in Voz de Lamego, ano 88/30, n.º 4467, 26 de junho de 2018

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
(18 de novembro 2018)
 
Este pobre grita e o Senhor o escuta


 1. «Este pobre grita e o Senhor o escuta» (Sl 34,7). As palavras do salmista tornam-se também as nossas no momento em que somos chamados a encontrar-nos com as diversas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs nossos que estamos habituados a designar com o termo genérico de “pobres”. Quem escreve aquelas palavras não é estranho a esta condição; bem pelo contrário. Faz experiência direta da pobreza e, apesar disso, transforma-a num cântico de louvor e de agradecimento ao Senhor. Também a nós hoje, imersos em tantas formas de pobreza, este salmo permite que compreendamos quem são os verdadeiros pobres para os quais somos chamados a dirigir o olhar, para escutar o seu grito e conhecer as suas necessidades.
É-nos dito, antes de mais, que o Senhor escuta os pobres que clamam por Ele e que é bom para com os que n’Ele procuram refúgio, com o coração despedaçado pela tristeza, pela solidão e pela exclusão. Escuta os que são espezinhados na sua dignidade e, apesar disso, têm a força de levantar o olhar para as alturas, para receber luz e conforto. Escuta os que são perseguidos em nome de uma falsa justiça, oprimidos por políticas indignas deste nome e atemorizados pela violência; mesmo assim sabem que têm em Deus o seu Salvador. O que emerge desta oração é, antes de mais, o sentimento de abandono e de confiança num Pai que escuta e acolhe. Em sintonia com estas palavras podemos compreender mais a fundo o que Jesus proclamou com a bem-aventurança: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus» (Mt 5,3).
Em virtude desta experiência única e, sob muitos aspetos, imerecida e impossível de se exprimir plenamente, sente-se, no entanto, o desejo de a comunicar a outros, antes de mais aos que, como o salmista, são pobres, rejeitados e marginalizados. Com efeito, ninguém pode sentir-se excluído pelo amor do Pai, especialmente num mundo que frequentemente eleva a riqueza ao primeiro objetivo e que faz com que as pessoas se fechem em si mesmas.

2. O salmo caracteriza com três verbos a atitude do pobre e a sua relação com Deus. Antes de mais, “gritar”. A condição de pobreza não se esgota numa palavra, mas torna-se um grito que atravessa os céus e chega até Deus. Que exprime o grito dos pobres, que não seja o seu sofrimento e a sua solidão, a sua desilusão e esperança? Podemos perguntar-nos: como é que este grito, que sobe até à presença de Deus, não consegue chegar aos nossos ouvidos e nos deixa indiferentes e impassíveis? Num Dia como este, somos chamados a fazer um sério exame de consciência, de modo a compreender se somos verdadeiramente capazes de escutar os pobres.
É do silêncio da escuta que precisamos para reconhecer a voz deles. Se falarmos demasiado, não conseguiremos escutá-los. Muitas vezes, tenho receio que tantas iniciativas, apesar de meritórias e necessárias, estejam mais orientadas para nos satisfazer a nós mesmos do que para acolher realmente o grito do pobre. Nesse caso, no momento em que os pobres fazem ouvir o seu grito, a reação não é coerente, não é capaz de entrar em sintonia com a condição deles. Está-se tão presos na armadilha de uma cultura que obriga a olhar-se ao espelho e a acudir de sobremaneira a si mesmos, que se considera que um gesto de altruísmo pode ser suficiente para deixar satisfeitos, sem se deixar comprometer diretamente.

3. Um segundo verbo é “responder”. O Senhor, diz o salmista, não só escuta o grito do pobre, como também responde. A sua resposta, como está atestado em toda a história da salvação, é uma participação cheia de amor na condição do pobre. Foi assim, quando Abraão apresentava a Deus o seu desejo de ter uma descendência, apesar de ele e a mulher Sara, já idosos, não terem filhos (cf. Gn 15,1-6). Aconteceu quando Moisés, através do fogo de uma sarça que ardia sem se consumir, recebeu a revelação do nome divino e a missão de tirar o povo do Egito (cf. Ex 3,1-15). E esta resposta confirmou-se ao longo de todo o caminho do povo no deserto: quando sentia os flagelos da fome e da sede (cf. Ex 16,1-16; 17,1-7) e quando caía na pior miséria, que é a da infidelidade à aliança e da idolatria (cf. Ex 32,1-14).
A resposta de Deus ao pobre é sempre uma intervenção de salvação para cuidar das feridas da alma e do corpo, para repor a justiça e para ajudar a recuperar uma vida com dignidade. A resposta de Deus é também um apelo para que quem acredita n’Ele possa proceder de igual modo, dentro das limitações do que é humano. O Dia Mundial dos Pobres pretende ser uma pequena resposta que, de toda a Igreja, dispersa por todo mundo, é dirigida aos pobres de todos os tipos e de todas as terras para que não pensem que o seu grito tenha caído no vazio. Provavelmente, é como uma gota de água no deserto da pobreza; e, contudo, pode ser um sinal de partilha para com os que estão em necessidade, para sentirem a presença ativa de um irmão e de uma irmã. Não é de um ato de delegação que os pobres precisam, mas do envolvimento pessoal de quem escuta o seu grito. A solicitude dos crentes não pode limitar-se a uma forma de assistência – mesmo se esta é necessária e providencial num primeiro momento –, mas requer aquela «atenção de amor» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 199) que honra o outro enquanto pessoa e procura o seu bem.

4. Um terceiro verbo é “libertar”. O pobre da Bíblia vive com a certeza que Deus intervém a seu favor para lhe restituir a dignidade. A pobreza não é procurada, mas é criada pelo egoísmo, pela soberba, pela avidez e pela injustiça. Males tão antigos como o homem, mas mesmo assim continuam a ser pecados que implicam tantos inocentes, conduzindo a consequências sociais dramáticas. A ação com a qual o Senhor liberta é um ato de salvação para com os que Lhe apresentaram a sua tristeza e angústia. As amarras da pobreza são quebradas pelo poder da intervenção de Deus. Muitos salmos narram e celebram esta história da salvação que encontra correspondência na vida pessoal do pobre: «Ele não desprezou nem repeliu a angústia do pobre, nem escondeu dele a sua face, mas atendeu-o quando Lhe pediu socorro» (Sl 22,25). Poder contemplar a face de Deus é sinal da sua amizade, da sua proximidade, da sua salvação. «Pusestes os olhos na minha miséria e conhecestes as angústias da minha vida; […] colocastes os meus pés num lugar espaçoso» (Sl 31,8-9). Dar ao pobre um “lugar espaçoso” equivale a libertá-lo do “laço do caçador” (cf. Sl 91,3), a retirá-lo da armadilha montada no seu caminho, para que possa caminhar desimpedido e encarar a vida com olhar sereno. A salvação de Deus toma a forma de uma mão estendida ao pobre, que oferece acolhimento, protege e permite sentir a amizade de que precisa. É a partir desta proximidade concreta e palpável que tem início um genuíno percurso de libertação: «Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe que sejamos dóceis e atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 187).

5. Para mim é um motivo de comoção saber que tantos pobres se identificaram com Bartimeu, de quem fala o evangelista Marcos (cf. 10,46-52). O cego Bartimeu «estava sentado a pedir esmola à beira do caminho» (v. 46) e, tendo ouvido dizer que Jesus estava a passar, «começou a gritar» e a invocar o «Filho de David» para que tivesse piedade dele (cf. v. 47). «Muitos repreendiam-no para que se calasse, mas ele gritava cada vez mais» (v. 48). O Filho de Deus escutou o seu grito: «“Que queres que Eu te faça?”. E o cego respondeu-Lhe: “Rabuni, que eu veja de novo”» (v. 51). Esta página do Evangelho torna visível o que o salmo anunciava como promessa. Bartimeu é um pobre que se encontra privado de capacidades fundamentais, como ver e trabalhar. Quantos percursos, também hoje, conduzem a formas de precariedade! A falta de meios elementares de subsistência, a marginalidade quando se deixa de estar no pleno das próprias forças de trabalho, as diversas formas de escravidão social, apesar dos progressos levados a cabo pela humanidade… Quantos pobres, como Bartimeu, estão hoje à beira da estrada e procuram um sentido para a sua condição! Quantos são os que se interrogam sobre o porquê de ter chegado ao fundo deste abismo e sobre o modo de sair dele! Esperam que alguém se aproxime deles e diga: «Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te» (v. 49).
Infelizmente, verifica-se com frequência que, pelo contrário, as vozes que se ouvem são as da repreensão e do convite a calar-se e aguentar. São vozes desafinadas, muitas vezes determinadas por uma aversão aos pobres, considerados não apenas como pessoas indigentes, mas também como gente que traz insegurança, instabilidade, desorientação das atividades diárias e, por isso, gente que deve ser rejeitada e mantida ao longe. Há uma tendência a criar distância entre nós e eles, e não nos damos conta que, deste modo, nos tornamos distantes do Senhor Jesus que não os rejeita, mas os chama a Si e os consola. Como soam apropriadas neste caso as palavras do profeta sobre o estilo de vida do crente: «quebrar as cadeias injustas, desatar os laços da servidão, pôr em liberdade os oprimidos, destruir todos os jugos […], repartir o pão com o faminto, dar pousada aos pobres sem abrigo, levar roupa aos que não têm que vestir» (Is 58,6-7). Este modo de agir permite que o pecado seja perdoado (cf. 1Pe 4,8), que a justiça faça o seu caminho e que, quando formos nós a gritar ao Senhor, Ele responda e diga: “Estou aqui!” (cf. Is 58,9).

6. Os pobres são os primeiros a estar habilitados para reconhecer a presença de Deus e para dar testemunho da sua proximidade na vida deles. Deus permanece fiel à sua promessa e, mesmo na escuridão da noite, não deixa que falte o calor do seu amor e da sua consolação. Contudo, para superar a opressiva condição de pobreza, é necessário que eles se se apercebam da presença de irmãos e irmãs que se preocupam com eles e que, ao abrir a porta do coração e da vida, fazem com que eles se sintam amigos e familiares. Apenas deste modo podemos descobrir «a força salvífica das suas vidas» e «colocá-los no centro do caminho da Igreja» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 198).
Neste Dia Mundial somos convidados a tornar concretas as palavras do salmo: «Os pobres hão de comer e serão saciados» (Sl22,27). Sabemos que, no templo de Jerusalém, depois do rito do sacrifício, tinha lugar o banquete. Em muitas dioceses, esta foi uma das experiências que, no ano passado, enriqueceu a celebração do primeiro Dia Mundial dos Pobres. Muitos encontraram o calor de uma casa, a alegria de uma refeição festiva e a solidariedade dos que quiseram partilhar a mesa de maneira simples e fraterna. Gostaria que, também este ano, bem como no futuro, este Dia fosse celebrado com a marca da alegria pela redescoberta capacidade de estar juntos. Rezar juntos em comunidade e partilhar a refeição no dia de domingo. Uma experiência que nos leva de volta à primeira comunidade cristã, que o evangelista Lucas descreve com toda a sua originalidade e simplicidade: «Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. […] Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um» (At 2,42.44-45).

7. São inúmeras as iniciativas que, todos os dias, a comunidade cristã leva a cabo para dar um sinal de proximidade e de conforto às muitas formas de pobreza que estão diante dos nossos olhos. Muitas vezes, a colaboração com outras realidades, que têm como motor não a fé, mas a solidariedade humana, consegue prestar uma ajuda que, sozinhos, não poderemos realizar. Reconhecer que, no imenso mundo da pobreza, mesmo a nossa intervenção é limitada, frágil e insuficiente leva a estender as mãos aos outros, para que a colaboração recíproca possa atingir o objetivo de maneira mais eficaz. Somos movidos pela fé e pelo imperativo da caridade, mas sabemos reconhecer outras formas de ajuda e solidariedade que se propõem em parte os mesmos objetivos; desde que não descuidemos o que nos é próprio, isto é, levar todos até Deus e à santidade. O diálogo entre as diversas experiências e a humildade de prestar a nossa colaboração, sem qualquer espécie de protagonismos, é uma resposta adequada e plenamente evangélica que podemos realizar.
Diante dos pobres não se trata de jogar para ter a primazia da intervenção, mas podemos reconhecer humildemente que é o Espírito quem suscita gestos que são sinal da resposta e da proximidade de Deus. Quando descobrimos o modo de nos aproximarmos dos pobres, sabemos que a primazia Lhe pertence a Ele que abriu os nossos olhos e o nosso coração à conversão. Não é de protagonismo que os pobres precisam, mas de amor que sabe esconder-se e esquecer o bem realizado. Os verdadeiros protagonistas são o Senhor e os pobres. Quem se coloca ao serviço é instrumento nas mãos de Deus para fazer reconhecer a sua presença e a sua salvação. É São Paulo quem o recorda, quando escreve aos cristãos de Corinto, que competiam entre si nos carismas procurando os mais prestigiosos: «O olho não pode dizer à mão: “Não preciso de ti”; nem a cabeça dizer aos pés: “Não preciso de vós”» (1Cor 12,21). O Apóstolo faz uma consideração importante, observando que os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários (cf. v. 22); e que os que «nos parecem menos honrosos cuidamo-los com maior consideração, e os menos decorosos são tratados com maior decência, ao passo que os que são mais decorosos não precisam de tais cuidados» (vv. 23-24). Ao ministrar um ensinamento fundamental sobre os carismas, Paulo educa também a comunidade para a atitude evangélica para com os seus membros mais fracos e necessitados. Longe dos discípulos de Cristo sentimentos de desprezo e de pietismo para com eles; pelo contrário, são chamados a honrá-los, a dar-lhes precedência, convictos de que eles são uma presença real de Jesus no meio de nós. «Tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes» (Mt 25,40).

8. Aqui compreende-se como o nosso modo de viver é diferente do do mundo, que louva, segue e imita os que têm poder e riqueza, ao passo que marginaliza os pobres e os considera um refugo e uma vergonha. As palavras do Apóstolo são um convite para conferir plenitude evangélica à solidariedade para com os membros mais fracos e menos dotados do Corpo de Cristo: «Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele» (1Cor 12,26). Na mesma linha, na Carta aos Romanos exorta-nos: «Alegrai-vos com os que estão alegres, chorai com os que choram. Tende os mesmos sentimentos uns para com os outros. Não aspireis às grandezas, mas conformai-vos com o que é humilde» (12,15-16). Esta é a vocação do discípulo de Cristo; o ideal para o qual se deve tender com perseverança é assimilar cada vez mais em nós os «sentimentos de Cristo Jesus» (Flp 2,5).

9. Uma palavra de esperança torna-se o epílogo natural para o qual a fé orienta. Muitas vezes, são mesmo os pobres a colocar em crise a nossa indiferença, filha de uma visão da vida, demasiado imanente e ligada ao presente. O grito do pobre é também um grito de esperança com a qual ele dá mostras da certeza de ser libertado. A esperança, que se alicerça no amor de Deus que não abandona quem n’Ele confia (cf. Rm 8,31-39). Escrevia Santa Teresa de Ávila no seu Caminho de Perfeição: «A pobreza é um bem que encerra em si todos os bens do mundo; assegura-nos um grande domínio; quero dizer que nos torna senhores de todos os bens terrenos, uma vez que nos leva a desprezá-los» (2,5). É na medida em que somos capazes de discernir o verdadeiro bem que nos tornamos ricos diante de Deus e sábios diante de nós mesmos e dos outros. É mesmo assim: na medida em que se consegue dar um sentido justo e verdadeiro à riqueza, cresce-se em humanidade e torna-se capazes de partilha.

10. Convido os irmãos bispos, os sacerdotes e, de modo particular, os diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço aos pobres (cf. At 6,1-7), juntamente com as pessoas consagradas e tantos leigos e leigas que nas paróquias, nas associações e nos movimentos tornam palpável a resposta da Igreja ao grito dos pobres, a viver este Dia Mundial como um momento privilegiado de nova evangelização. Os pobres evangelizam-nos, ajudando-nos a descobrir cada dia a beleza do Evangelho. Não deixemos cair no vazio esta oportunidade de graça. Neste dia, sintamo-nos todos devedores para com eles, para que, estendendo reciprocamente as mãos um ao outro, se realize o encontro salvífico que sustenta a fé, torna eficaz a caridade e habilita a esperança para prosseguir com firmeza pelo caminho em direção ao Senhor que vem.

Vaticano, 13 de junho de 2018
Memória litúrgica de Santo António de Pádua e de Lisboa

Papa Francisco

Foi numa manhã de quinta-feira, 7 de junho, tímida de primavera, que o Senhor Bispo  iniciou a visita pastoral à paróquia de Chãs. O povo desta comunidade acolheu-o com toda a alacridade e empatia, com flores e demais ornamentos, na capela de Nossa Senhora da Assunção.

Partiu dali para o cemitério, onde os irmãos repousam no Senhor. Rumando ao centro social e paroquial, aí foi celebrada a Eucaristia, com o sacramento da Santa Unção, uma carícia de Deus para os mais fragilizados e debilitados. Também aqui foi recebido com imensa alegria e comoção, num ofertório solene, levado ao altar por cada idoso. As ofertas do fruto e do trabalho eram acompanhadas do pedido  de uma bênção de pai e pastor, para nunca nos desviarmos da verdadeira  fé e da única Igreja.

Numa altura em que o homem é um conjunto de ideias antagónicas, que  pede a legalização da prática antecipada da morte, é necessário  transmitir à população o caminho a seguir, pois não cabe ao homem esta  decisão, sendo que toda vida humana é sagrada e inviolável.

Já de tarde, o ilustre Antístite visitou doentes acamados,  instituições da freguesia, culminando este plenificado dia com um  encontro com os movimentos paroquiais, numa palavra de estima e  gratidão em que todos são importantes e protagonistas.
Pela manhã de Domingo, 10 de junho, foi o ponto ápice desta visita com a Eucaristia  e administração do Crisma a 14 jovens da Paróquia.

O ilustre Antístite foi recebido em festa ao som da banda de música,  tocada por membros da terra. Sim, porque esta freguesia teve em tempos  duas bandas, nomeadamente a banda filarmónica de Chãs e a banda de São  Caetano (padroeiro desta paróquia). Estas bandas posteriormente  chegaram a um términus, mas, em ocasiões de proeminência, como a  visita do senhor Bispo, os membros de cada banda unem-se, diga-se com  alegria e companheirismo, a fim de proporcionarem momentos aprazíveis  e de bem receber a quem habita e visita esta aldeia. Iniciou a Eucaristia, com uma saudação  aos fiéis, aos párocos e ao  filho ilustre desta terra, Padre Manuel Leal, presente nesta festa. Na  sua homilia o senhor Bispo fez referência ao Evangelho do X Domingo do  tempo comum, A verdadeira família de Jesus não são os que estão fora e  de pé, mas os que estão dentro e sentados à Sua volta. Nada subsiste quando há divisões, só subsiste aqueles que permanecem em união.

Por último, lançou o desafio aos jovens a serem desenvergonhados, não  tendo vergonha de seguir Cristo e a serem comprometidos com Cristo na  nossa vida e levarem este rosto desfigurado a outros irmãos.

Bem – haja, Senhor Bispo, por trilhar as pedras da calçada desta  paróquia e nos proporcionar a experiência de saborear a beleza da  comunhão que é a Igreja reunida à volta do seu pastor.
Pe José Fonseca, in Voz de Lamego, ano 88/29, n.º 4466, 19 de junho de 2018

A Casa da Mãe é, sem dúvida, o lugar indicado para falar da vida dos  Seus filhos.

Foi o que aconteceu na noite de 13 de Junho. Após mais uma procissão  pela Mata, o Santuário pôde escutar uma magnífica intervenção do Padre  Doutor Anselmo Borges, da Sociedade Missionária da Boa Nova e oriundo  de São Pedro de Paus (Resende).
Partindo da pergunta «Será legítimo programar a morte?», defendeu que  a morte pode (e deve) ser preparada, mas não provocada.
Numa sociedade pós-cristã, a morte desponta como o maior tabu, mas ao  mesmo tempo como uma grande constante. Ou seja, não se fala da morte,  mas pratica-se a morte, provoca-se a morte.
A principal notícia de que cada um de nós é portador é que Deus é  amor. Daí que tenha sido pelo Cristianismo que os direitos humanos  vieram ao mundo.
Assim sendo, a eutanásia (por muito acolhimento que encontre no senso  comum) constitui um retrocesso civilizacional, O Padre Anselmo Borges, evocando a tragédia de Antígona, estabeleceu  uma distinção entre o plano legal e o plano moral.A eutanásia, ainda  que venha a ser legal, nunca será moral.

Alertou ainda para o risco da eufemização da linguagem. Em vez de  eutanásia, há quem fale de «morte assistida».
Quem não quer uma morte assistida? Precisamos de assistência na vida e  na morte. Precisamos de ser medicamente assistidos, familiarmente  assistidos, afectivamente assistidos, espiritualmente assistidos.
Assistir na morte não pode ser provocar a morte, mas acompanhar até à morte.

O Padre Anselmo Borges foi mesmo ao ponto de advertir que a introdução  da eutanásia iria simplificar as contas do Estado, passando este a ter  mais um dever: o inqualificável «dever de matar».
Portugal, que foi pioneiro na abolição da pena de morte, tem deveres  acrescidos na oposição que deve ser feita à cultura da morte.


D. António Couto, Bispo de Lamego, que presidiu a mais esta procissão,  encerrou o encontro agradecendo o clarividente testemunho do Padre  Anselmo Borges.

SAS (Serviço de Apoio ao Santuário), in Voz de Lamego, ano 88/29, n.º 4466, 19 de junho de 2018

Consagrados em oração, formação e confraternização

No sábado passado, dia 16 de Junho, 28 consagrados reuniram-se para uma manhã de formação e confraternização, dinamizada pela equipa da Conferência dos Institutos de Vida Consagrada, no Mosteiro de Nª Sª da Eucaristia, das Monjas Dominicanas Contemplativas, Lamego. Os consagrados eram membros de comunidades dos seguintes Institutos: Beneditinos, Franciscanos, Monjas Dominicanas, Dominicanas de Stª Catarina de Sena, Filhas de São Camilo, Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, Servas de Nª Sª De Fátima, Filiação Cordimariana, Servas de Maria e do Coração de Jesus e da Pequena Família Franciscana (diocese de Viseu).
O encontro iniciou com a Oração da Hora Intermédia, onde os membros desta diversidade de Institutos começaram por unir vozes e corações no louvor do Senhor.

Seguiu-se a formação orientada pela Irmã Joaquina dos Santos Vazão, Serva de Nossa Senhora de Fátima, que nos falou de várias características psicológicas da maturidade humana. Porém, disse-nos que o verdadeiro modelo de maturidade humana é Jesus de Nazaré. Ele atingiu a maturidade de Homem Perfeito. Inaugurou o Novo Projeto de Vida do qual nos fez participantes (Ef. 4, 13).

Sendo a Maturidade um processo que supõe mudança, crescimento, só se desenvolve a partir do conhecimento e aceitação de si mesmo, o que supõe uma tomada de consciência de si, dos outros e do meio envolvente.
Só com uma consciência lúcida de nós mesmos e com a ação do Espírito Santo chegaremos à verdadeira mudança, conversão, libertação e maturidade. Os recursos que nos podem ajudar muito a dar-nos conta desta realidade são a oração, a reflexão, e a partilha.

A santidade é a meta da maturidade e o Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica “Alegrai-vos e Exultai”, propõe como caminho concreto de santidade, a vivência das Bem-aventuranças nas quais está delineado o rosto de Jesus que somos chamados a deixar transparecer na nossa vida.

Houve oportunidade para os presentes fazerem algumas perguntas e dialogarem com a formadora. Mas foi muito salutar o convívio que se gerou entre todos os presentes no início, intervalos e no fim deste encontro.
As Irmãs Dominicanas Contemplativas foram muito acolhedoras, oferecendo a cada consagrado/a, água, bolinhos e até pacotes de hóstias confeccionadas por elas. Pudemos também observar lindos terços, cíngulos e quadros realizados em ponto de cruz.

A manhã concluiu com a eucaristia, celebrada na capela do Mosteiro e presidida pelo Padre Amador Pereira Carreira, Franciscano, que, na homilia, nos disse que, tal como aconteceu com a Eliseu, Deus lançou sobre nós a Sua capa, e nós ficámos consagrados ao Seu serviço para sempre.

CIRP/CNISP diocesana, in Voz de Lamego, ano 88/29, n.º 4466, 19 de junho de 2018

A Vigararia Geral da Diocese de Lamego informa que o Senhor Bispo mandou publicar um Decreto contendo o seguinte:

«Havendo quatro vagas no Cabido da Sé de Lamego, pelo falecimento do Cónego Eduardo António Russo e pela jubilação dos Cónegos António de Sousa Pinto, Delfim de Almeida e Armando dos Santos Ribeiro; e havendo necessidade de preencher os lugares vagos;

HAVEMOS PO BEM:

NOMEAR, depois de ouvido o Cabido da Catedral, Cónegos Capitulares da Sé de Lamego, os Senhores Pe. João Carlos Costa Morgado, Pe. Joaquim Proença Dionísio, Mons. José Fernandes Bouça Pires e Pe. José Francisco Carvalho da Silva, com todos os direitos e deveres que a lei da Igreja, a legislação diocesana e os estatutos do Cabido da Sé Catedral lhes conferem, incluindo as funções de Colégio de Consultores, por expressa confirmação da Sagrada Congregação para os Bispos.

DADO em Lamego, aos 15 dias do mês de Junho de 2018.
(D. António José da Rocha Couto, Bispo de Lamego)»

A Vigararia Geral da Diocese de Lamego informa que o Sr. D. António José da Rocha Couto, Bispo da Diocese, nomeou o Rev. Pe. António Oliveira Madureira Loureiro como Administrador Paroquial da Paróquia de S. João Batista de Miomães, na Zona Pastoral de Resende, em substituição do Rev. Pe. Germano Carlos Nunes Cardoso, que deixou vago o lugar, por motivo de doença.

O Sr. Bispo e a Diocese de Lamego agradecem a sua inestimável disponibilidade ao assumir generosamente as novas responsabilidades que lhe são confiadas.

Lamego, 15de junho de 2018
Joaquim Dias Rebelo
Vigário Geral da Diocese

Vem e Partilha o teu Pão!
Semana de Ação Conjunta: 17 a 24 de Junho

No âmbito da Campanha da Cáritas Internationalis “Partilhar a Viagem” lançada pelo Papa Francisco,  e no seguimento da noticia já divulgada no jornal da VL da semana passada, a Cáritas Diocesana de Lamego anuiu ao convite endereçado pelo Santo Padre ao propiciar um momento de oração sobre a importância da Partilha, da Misericórdia e da Solidariedade.

Assim, no pretérito dia 17 de junho, na Eucaristia das 10 horas, na Sé Catedral de Lamego, Missa dedicada ao encerramento das atividades do ano pastoral na Paróquia, o Rev.  Cónego José Ferreira, na sua homilia abordou a temática da campanha, explicando o objetivo da mesma e reforçando a postura que todos devemos ter perante as pessoas que se cruzam connosco, independentemente da sua cultura, do seu status ou nacionalidade. Salientou a importância da oração do Pai Nosso, da Partilha do Pão, leu uma receita especial sobre o mesmo e salientou a mensagem aí contida, por forma a nos tornarmos melhores no nosso dia e dia e cada vez mais solidários.

No final, após o momento de Ação de Graças foi lida por todos a oração do Cardeal Luis Tagle, presidente da Cáritas Internationalis, que é uma prece por todos aqueles que são forçados a sair de suas casas e seus países.
Já nos Claustros, após a Eucaristia, decorreu um pequeno convívio e procedeu-se à distribuição a todos os presentes um saco alusivo à campanha, o qual continha três cartões (Oração do Pai Nosso, Mensagem do Papa Francisco, Oração do Cardeal Cardeal Luís Taglea, Receita do Pão da Partilha) e um Pão, enquanto alimento chave do símbolo da Partilha.


Finalmente apraz-nos salientar a presença da Dra. Filipa Abecassis, Responsável da Campanha, ao nível da Cáritas Portuguesa e pela coordenação da mesma com as diferentes Cáritas Diocesanas.
 
Cáritas Diocesana de Lamego, in Voz de Lamego, ano 88/29, n.º 4466, 19 de junho de 2018

       
      

Na passada semana (de 4 de junho a 8 de junho), a comunidade do Seminário de Lamego, mais propriamente o 12º ano, viveu uma semana mais virada para a questão vocacional. Estando as aulas quase a terminar, esta semana serviu para um maior aproveitamento ao nível espiritual e vocacional.

Na segunda-feira, juntamente com os seminaristas do 9º ano, foi realizada uma recoleção espiritual, orientada pelo nosso diretor espiritual, o Pe. Aniceto. A recoleção começou com uma leitura do livro de Jeremias. Seguiu-se um momento de reflexão e uma meditação do Evangelho de Mateus, do “homem rico”. Nenhuma riqueza chega para “confrontar” o amor de Deus para connosco. Uma terceira passagem foi referente à 1ª Epístola do Apóstolo São Pedro. O Pe. Aniceto propôs-nos meditar nesta passagem para nos relembrar dos pecados capitais, pecados esses que nos podem afastar do caminho de Deus. A recoleção acabou com a celebração da eucaristia. Durante a homilia, o Pe. Aniceto, focou três aspetos que devemos realizar quando nos aproximamos do Senhor: Liberdade, pois somos livres, apesar do nosso livre-arbítrio, de escolher o caminho que queremos seguir; Responsabilidade, visto que é uma missão muito complexa o que nos leva a uma maior entrega em relação a nós perante o outro; Por fim, devemos aproximarmo-nos com Alegria. A alegria é um ponto fulcral nesta missão de servir a Cristo, pois, estamos a anunciar Aquele que ressuscitou!

Desde já, agradecemos ao Pe. Aniceto por esta recoleção tão rica em passagens que nos fazem lembrar que somos chamados a abraçar este projeto de Deus.
Na quarta-feira, eu e o Tiago, juntamente com o Pe. Ângelo, dirigimo-nos até Braga a fim de conhecermos melhor o Seminário Interdiocesano e os seminaristas lá residentes, bem como a Faculdade e outros pontos de grande importância. Quando chegámos fomos acolhidos pelo Pe. António (pároco da Diocese de Bragança) que nos mostrou o nosso quarto e a casa. Às 19h celebrámos a eucaristia presidida pelo Reitor do Seminário Interdiocesano. Durante a homilia, o mesmo falou da importância dos padres/seminaristas no dia-a-dia de uma comunidade sendo nós uma espécie de antecessores do Reino de Deus visto que somos chamados ao celibatário. Depois da eucaristia, dirigimo-nos para o refeitório pra jantar e depois de um pequeno tempo de convívio, a equipa da cultura apresentou-nos um filme sobre a vida de São João Bosco, fundador dos salesianos.

Já na quinta-feira, juntamente com o Pe. António e o Pe. Ângelo e também com os seminaristas de Bragança, dirigimo-nos até à Faculdade de Teologia para conhecermos melhor o espaço bem como o procedimento acerca da nossa matrícula. Ao fim desta visita, fomos até ao Bom Jesus do Monte. Apesar da chuva, o ajuntamento de peregrinos era enorme e como peregrinos que éramos, decidimos visitar todo o espaço. Começando pelo Santuário, passando pelo escadório e até acabar no funicular. Finda a visita, regressámos ao Seminário e depois do almoço fomos jogar futebol com o Seminário Conciliar de Braga. Regressámos ao Seminário e às 18:30 existiu uma breve meditação com Exposição do Santíssimo, presidida pelo Sr. Cónego Seixas, diretor espiritual do Seminário.

Queremos, desde já, agradecer tanto ao Sr. Pe. Ângelo como aos formadores do Seminário Interdiocesano que nos proporcionaram esta visita cheia de coisas boas. Também agradecer aos seminaristas por nos acolherem tão bem. Que o Senhor permaneça sempre ao nosso lado ajudando-nos a escolher o melhor caminho para as nossas vidas!

João Patrício, in Voz de Lamego, ano 88/28, n.º 4465, 12 de junho de 2018

Desde alguns anos que o Movimento da Mensagem de Fátima, presente na Diocese de Lamego, convida os seus Mensageiros e outros interessados, a fazer um “dia de deserto”. Este ano foi escolhida a Ermida de Nossa Senhora do Fojo ou do (Refúgio), situada na paróquia de Gosende, no concelho de Castro Daire. É um lugar belo pela sua simplicidade e pela ausência de ruídos. Dia 9 de Junho, passado sábado, pelas 9h, começaram a chegar os Mensageiros, juntamente com outras pessoas, em família, para viverem um dia diferente.

A liturgia celebrava a Memória do Imaculado Coração da Virgem Santa Maria. O orientador Luís Almeida, natural de Viseu, um jovem professor que decidiu abraçar o caminho da vida sacerdotal, falou com todo o amor, ardor e simplicidade, dessa Mãe de ternura, que “guardava tudo em seu coração” (Lc 2, 19). Maria deixou que a palavra de Deus transformasse o seu coração. Não compreende mas medita, aceita e confia, como por exemplo, quando perde Jesus no Templo e ouve a resposta de Seu Filho ”porque me procuráveis? não sabíeis que devia estar na casa de Meu Pai?” (Lc 2 41-52). Ou nas bodas de Caná onde seu Filho lhe diz, “mulher ainda não chegou a minha hora” (Jo 2, 4), e Ela recomenda aos serventes, “fazei tudo o que Ele vos disser!” (Jo 2, 5). Nossa Senhora é Mãe sofredora mas forte, está “de pé junto á cruz” (Jo 19, 25), mantém a mesma atitude de confiança e entrega-se a Deus, deixando-se conduzir por Ele e aceita na pessoa de S. João ser Mãe dos discípulos e de toda a humanidade. Depois deste alerta feito por alguém que vive a Mensagem, ficamos mais conscientes de que não podemos perder Jesus, temos de ir à Sua procura, temos que deixar que Deus transforme o nosso coração. Na segunda intervenção foi-nos lembrado os pedidos que Nossa Senhora fez em Fátima, aos pastorinhos: Oração, Conversão e Reparação, tendo em conta o seu Imaculado Coração.

Houve tempo para adorar o Senhor e para a Reconciliação. Agradecemos a alguns dos sacerdotes desta zona pastoral a disponibilidade para este sacramento. Seguiu-se um lanche partilhado em são convívio. O encontro terminou com o momento mais  alto deste dia, a Eucaristia  vivida e partilhada por todos os presentes unidos a Jesus morto e ressuscitado.
Que Nossa Senhora aceite as preocupações de uns e as angústias de outros e nos ajude a nunca perder Jesus da nossa vida.

O Secretariado Diocesano, in Voz de Lamego, ano 88/28, n.º 4465, 12 de junho de 2018

“Todo o corpo permanece parado ou em movimento retilíneo uniforme a menos que uma força seja aplicada nele.”

É esta a primeira Lei de Newton, também conhecida como Lei da Inércia.
Que é que isto tem a ver com a Novena e Peregrinação anuais à Senhora da Lapa, que aconteceram desde o dia 1 a 10 do presente mês?
Bom, um dos epicentros das vidas dos peregrinos de Nossa Senhora da Lapa (sei-o por experiência) é a Novena e/ou a Peregrinação que acontecem entre os dias 1 a 9 e 10, respetivamente.
Pode parecer um paradoxo, mas a realidade é que os romeiros fazem-se refugiados naquela gruta, naquela lapa que oferece abrigo e, ao ali entrarem e pararem, os peregrinos encontram a tal força que os faz mover. Na maior agitação do dia-a-dia, (grande movimento externo) pode permanecer-se completamente imóvel interiormente. O povo, sábio, com consciência disso, ali ruma uma vez ou mais por ano, com canseiras para deixar debaixo da lapa. Assim se alivia, debaixo daquela lapa e ganha força para os caminhos apertados da vida. Esse povo, sábio, aprendeu que só avança quando descansa. Talvez nenhum dos mais de 70 peregrinos que estiveram assiduamente nos 9 dias da Novena, ou das centenas que estiveram na Peregrinação dia 10 saiba o que é a Lei da Inércia, mas, de facto, ali é-lhes aplicada uma força que os impulsiona para o resto do ano.
A Novena foi decorrendo na normalidade de todos os anos, em esquema de retiro aberto. A primeira parte (dia 1 a 5) foi orientada pelo padre Henrique da diocese da Guarda (Covilhã) e a segunda parte (dia 6 a 9) pelo nosso bispo emérito, D. Jacinto.
Quanto à peregrinação do dia 10 há a acrescentar que, devido à chuva, poucas das habituais procissões se levantaram e também a Eucaristia não se pôde celebrar no recinto habitual, mas antes dentro do santuário, sob a presidência de D. Jacinto. As regulares entidades de serviço e honra ali marcaram presença, com a novidade do Grupo Coral da Santa Casa da Misericórdia de Lamego que, pelo canto, solenizou a celebração.
Que Nossa Senhora a todos aponte, nos estreitos caminhos da vida, a direção do Seu Filho.

Diogo Martinho¸ in Voz de Lamego, ano 88/28, n.º 4465, 12 de junho de 2018

A cidade de Dublin, na Irlanda, vai acolher o IX Encontro Mundial das Famílias, entre os dias 21 e 26 de Agosto próximo, sob o tema “O Evangelho da Família: alegria para o mundo”.
A partir da Exortação pós-sinodal Amoris Laetitia (A Alegria do Amor), do Papa Francisco, foram elaboradas sete catequeses (itinerário catequético), pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que a Comissão Episcopal do Laicado e Famílias, através do Departamento Nacional de Pastoral Familiar, agora publicou (2 euros).

A inspirar e nortear todas as catequeses está o relato bíblico da perda e do encontro de Jesus no templo (Lucas 2, 41-52). O esquema de cada catequese segue um esquema uniforme: citação de uma parte daquele texto evangélico, um poema/oração, uma meditação/reflexão e, por fim, alguns tópicos para um diálogo/partilha a fazer em família e na comunidade, bem como alguns propósitos para motivar à acção.

A abrir o livrinho encontramos uma carta do Papa Francisco ao Cardeal responsável pela organização do evento, na qual deixa duas questões iniciais, “O Evangelho continua a ser a alegria para o mundo? A família continua a ser uma boa notícia para o mundo de hoje?”, às quais responde “sim”, convicto de que tal resposta se encontra fundada no desígnio de Deus.  E mais uma vez expressa o seu desejo de ver as famílias a interrogarem-se sobre a forma como vivem, “se vivem a partir do amor, para o amor e no amor”, mais concretamente através do “doar-se, perdoar-se, não perder a paciência, antecipar o outro, respeitar-se”. E recorda as tais três simples palavras que gostaria de ver vividas: “com licença”, “obrigado” e “desculpa”. E conclui dizendo que “as famílias cristãs são lugares de misericórdia e testemunhas de misericórdia”.

Eis a lista das catequeses:

1.ª As Famílias de hoje
“Filho, porque nos fizestes isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos, à tua procura” (Lc 2, 48);
2.ª As Famílias à luz da Palavra de Deus
“Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa (Lc 2, 41);
3.ª O Grande sonho de Deus
“Não sabíeis que eu devia estar em casa de meu Pai? (Lc 2, 49);
4.ª O Grande sonho para todos
“Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas” (Lc 2, 47);
5ª A cultura da vida
“E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52);
6.ª A cultura da esperança
“Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2, 51);
7.ª A cultura da alegria
“Ao vê-lo ficaram admirados” (Lc 2, 48).

Atendendo à centralidade da instituição familiar, à publicação feita e à oportunidade de alguns apontamentos, aqui procuraremos apresentar um breve resumo das referidas catequeses, conscientes de que muito melhor será adquirir o livro (2 euros).

JD, in Voz de Lamego, ano 88/28, n.º 4465, 12 de junho de 2018

 

No passado dia 6, do corrente mês, o Sr. D. António Couto deu início à Visita Pastoral à paróquia de S. Pelágio de Alhões, da Zona Pastoral de Cinfães.
Às 15h00 visitou a pequena capela dedicada a Nosso Senhor do Amparo, Nossa Senhora das Necessidades e S. Macário, localizada nas portas do Montemuro, ao lado da estrada nacional que liga Cinfães a Castro Daire. Este pequeno templo celebrou o ano passado os 300 anos da sua construção, num local que então era ponto importante na travessia feita pelos almocreves que transitavam pela serra do Montemuro. Concluída esta visita partiu para um outro pequeno templo da paróquia, a capela dedicada a Sª Bárbara, situada já no interior da povoação. À chegada e com as pessoas presentes o Sr. Bispo estabeleceu um diálogo próximo e no interior do templo presidiu a uma Celebração da Palavra, evocou os antepassados que construíram o templo bem como todos quantos nele se reuniram no decorrer dos tempos para celebrarem a fé e destacou o seu profundo significado enquanto sinal visível da presença amorosa de Deus no meio do seu povo.


Deu início seguidamente à visita aos doentes, dando a Sagrada Comunhão e ministrando o sacramento da Santa Unção. Estes muito sensibilizados exprimiam a sua gratidão pela visita que lhes era feita de uma forma simples, próxima e amiga e pela qual vivenciavam o amor de Deus pelo seu povo, revelado através de Jesus, que está sempre próximo de todos e de um modo muito particular dos que possam estar mais fragilizados em razão da doença e ou da idade.


Pelas 18h30, na Igreja Matriz, presidiu à celebração da Eucaristia em que administrou o sacramento da Santa Unção a quantos o desejaram receber e deixou uma palavra sobre o sentido Visita Pastoral que estava a fazer à paróquia, através da qual as comunidades que constituem o Povo de Deus continuam a ser visitadas pelo Senhor. No final da Eucaristia, na residência paroquial, reuniu-se com a catequista e os quatro jovens que iam receber o sacramento do Crisma. Através de um diálogo envolvente que cativou os presentes aprofundou o significado do sacramento que iam receber, a importância do mesmo para as suas vidas e a necessidade de o fazer frutificar através do empenho na vida da comunidade e na causa da evangelização. Por parte do pequeno grupo de jovens Crismandos deram a conhecer um pequeno projeto que iriam procurar implementar de carácter social tendo como alvo os mais carenciados. Seguiu-se depois um lanche de confraternização em que tomaram parte também elementos do grupo coral litúrgico.


Às 16h30, do dia 9, o Sr. Bispo visitou a Sede da Junta de Freguesia, onde foi recebido pelo Sr. Presidente da Junta e respetivo executivo e onde se abordaram alguns dos temas que mais são sentidos nas comunidades do interior com destaque para a falta meios que garantam uma sustentabilidade com dignidade aos habitantes daqui naturais, levando a que os mesmos procurem em outros locais do país e do estrangeiro melhores condições para a organização das suas vidas.
Apesar da chuva, que entretanto se fez sentir, as pessoas reuniram-se para receber o seu bispo no início da rua que dá acesso à Igreja Matriz, que se encontrava ornamentada na totalidade da sua extensão, com uma bela passadeira de flores, integrando sugestivos quadros. Esta passadeira que envolvia ainda a Igreja, terminaria na entrada do cemitério. No cuidado posto no asseio e embelezamento deste percurso por parte dos catequistas, Crismandos, pais e outras pessoas da povoação a expressão de sentimentos de alegria e gratidão para com quem em nome do Senhor a todos visitava.


Às 18h, após uma palavra de acolhimento dirigida ao Sr Bispo por um crismando em nome da comunidade teve início a Eucaristia. Na preparação e animação da mesma, com base num guião preparado para este efeito, tiveram um papel direto a catequista e os jovens Crismandos, proclamando os textos bíblicos e a oração universal e preparando o ofertório. A preocupação com o envolvimento de todos em tão importante acontecimento verificou-se também com o grupo coral litúrgico que integrou alguns jovens universitários de Viseu e um jovem médico da paróquia que trabalha no hospital da Guarda tornado assim possível que os cânticos litúrgicos da celebração se revestissem de uma maior beleza e consequentemente melhor ajudassem a uma boa participação de todos quantos integravam a assembleia litúrgica. Na palavra dirigida à comunidade o Sr. Bispo lembrou que era a certeza da presença amorosa do Senhor no meio de nós a razão da Festa que celebrávamos, a ação do seu Espírito a força que nos abria ao amor de Deus e nos movia ao encontro fraterno com entre todos. Sublinhou ainda a necessidade de todos se empenharem na vida da comunidade, que deve por sua vez estimular o envolvimento de todos. A terminar e após uma palavra de agradecimento do Pároco e do Sr. Bispo, foi organizada uma procissão ao cemitério onde se concluiu a Visita Pastoral com uma oração de súplica por todos quantos já partiram para a casa do Pai, dos quais a comunidade quer continuar a fazer memória num um coração agradecido e confiante na misericórdia divina.
AAP, in Voz de Lamego, ano 88/28, n.º 4465, 12 de junho de 2018

Como movimento escutista, a Associação das Guias e Escuteiros da Europa – Portugal, fundamenta os seus métodos nos valores tradicionais definidos por Baden-Powell e alargados pelo Padre Sevin (fundador do escutismo católico), valorizando, à partida, como fundamentais três grandes aspetos desta pedagogia: prática dos valores cristãos segundo os preceitos da Igreja Católica, separação efetiva, em atividades, do sector guidista (feminino) do sector escutista (masculino) - sendo por isso seguidores da chamada educação paralela e por fim prática efetiva da vivência internacional, sobretudo na vertente europeia da relação de proximidade com outras associações nacionais que integram a Federação do Escutismo Europeu (Organismo reconhecido pelo Concelho da Europa). A Associação das Guias e Escuteiros da Europa visa, assim, reunir numa mesma comunhão de fé e de oração todas as pessoas que em Portugal e na Europa pretendem viver em consonância com as três grandes linhas de ação que se referem.
 
Consciente da grande responsabilidade que assume publicamente, a Associação compromete-se a realizar um trabalho especialmente orientado para a formação da juventude de Portugal e da Europa segundo os valores do cristianismo, da civilização europeia e os interesses das famílias. Sabedora que a partilha de conhecimentos e troca de experiências são cada vez mais importantes num mundo onde a informação é vital para o desenvolvimento, compromete-se esta Associação a fazer chegar junto das famílias especialmente, e dos vários organismos em geral, todas as informações cuja utilidade seja manifesta.

A Associação está dividida por escalões etários. Deste modo, dos 8 aos 12 existem os Lobitos e as Lobitas, dos 12 aos 17, os Escuteiros e as Guias, e dos 17 em diante, os Caminheiros e Guias Mais-Velhas.

A sede nacional situa-se em Moimenta da Beira, local onde foi fundada em 1978.

No próximo ano 2019, a Associação completa 40 anos de existência em Portugal. E vão ser levadas a cabo várias atividades para celebrar esta data importante, nomeadamente Campos Nacionais, entre outras iniciativas.

Se tens vontade de te juntar a nós, contata-nos através do facebook e visita a nossa página www.escuteirosdaeuropa.org. Podes encontrar-nos na Diocese de Lamego (paróquias de Arcozelo (Moimenta da Beira); Tabuaço e Lapa (Sernancelhe) e na Diocese de Lisboa (paróquia de Massamá, paróquia de Caneças e Lisboa). Esperamos por ti!

 

Dulce Santos, JD, in Voz de Lamego, ano 88/27, n.º 4464, 5 de junho de 2018

 

Realizou-se este sábado, dia 2 de Junho, no Seminário Maior de Lamego o XIV Encontro de MEC.

Habitualmente realizado no Seminário de Resende, onde o seu Reitor, P. Tozé Ferreira sempre nos acolheu de forma magnífica, foi estipulado pelos responsáveis que doravante se realizasse num local mais central para facilitar a deslocação dos interessados, e tendo o Seminário de Lamego sido objeto de algumas obras de adaptação (nomeadamente no auditório) que o tornavam ideal para este efeito, foi o local escolhido para receber os cerca de 130 participantes que logo de manhã "invadiram" as instalações.

Após algumas palavras de acolhimento e de incentivo a um bom trabalho e encontro de felicidade na missão, proferidas pelo Reitor do SML, P. Joaquim Dionísio, também o P. Bouça Pires, o P. José Ferreira e o P. Tozé deram as boas vindas, saudaram e incentivaram os presentes.

E deu-se início aos trabalhos com a intervenção do P. Zé Ferreira, que começou por salientar o seu gosto em, finalmente, conseguir estar presente num encontro desta natureza, pois o facto de ser habitualmente longe da paróquia, que é muito atarefada neste mês de Junho, o tinha até aqui impedido de o fazer (aplaudimos desde já o ter conseguido dar uma excelente palestra e dividir-se ainda por mais três locais durante o dia!).

Após orarmos para preparar o nosso espírito e o nosso coração, foi com toda a atenção que ouvimos o P. Zé falar sobre a Eucaristia, sacramento do Amor, sinal visível de Deus que vem até nós, independentemente de quem a celebra, pois é o próprio Deus que ali está connosco.

Realçando que Cristo é O ÚNICO SACRAMENTO, pois é O ÚNICO MEDIADOR entre nós e o Pai, salientou também o papel insubstituível da Igreja como sacramento universal de salvação, pois através dela nos chegam as graças de Cristo, e o lugar da Eucaristia como celebração única, onde deve ter lugar a celebração de todos os outros sacramentos.

Algumas dúvidas se levantaram na assembleia acerca de denominações e usos, prontamente esclarecidas e debatidas, e terminamos com a explicação bem clara de que a Eucaristia é AMOR!

Amor no sacrifício - o cordeiro imolado.

Amor na presença - no sacrário, no pão/vinho, na Igreja reunida.

Amor na comunhão - com Jesus, com os irmãos.

Seguiu-se o Dr. Bouça Pires, que nos encantou com a sua capacidade de comunicação e de nos fazer sentir que amar é muito fácil, e a entrega um gesto natural e intuitivo, que imbuídos do Amor de Cristo tudo nos é possível! Colocando várias questões simples mas muito pertinentes, foi simultaneamente orientando a procura das respostas com sugestões de autores e livros que nos poderiam ajudar nesta constante busca espiritual.

Salientou a gratuitidade do amor, pois " se necessito de razões para amar, então não amo de verdade!", e exortou-nos a amar como Deus nos ama, a cada um na sua diferença e a todos do mesmo modo, apenas PORQUE SIM!

Não deixou de nos fazer reconhecer o valor das graças e do PRESENTE de Deus: porque está sempre presente para nós; porque nos presenteia constantemente com a graça da Vida e os Seus Dons em tudo o que nos rodeia; porque Deus É A VIDA!  

Terminou convidando nos a sermos todos um bocadinho "zen"! A deixarmos que o amor de Deus nos embale até ao abandono total no seu colo e á contemplação absoluta do Pai.

Como MEC, sinais e transmissores do amor, incentivou nos, como Jeremias, a que nos levantássemos e caminhássemos - "tens um longo caminho para andar"!

De coração cheio subimos á capela para participar na Eucaristia presidida pelo P. Bouça Pires e concelebrada pelo P. Filipe e pelo P. Leontino, e animada pelo coro de Queimada/ Armamar.

Após o almoço/convívio, houve oportunidade de trocar experiências, pôr dúvidas, partilhar ideias e impressões, o que foi muito gratificante para todos e aumentou a nossa união como irmãos em Cristo.

Terminamos o dia rezando para que todos os MEC saibam cumprir a sua missão, não só "dar a comunhão", mas "entrar em comunhão" com todos os irmãos necessitados do apoio da Palavra e do Amor de Jesus.

IM, in Voz de Lamego, ano 88/27, n.º 4464, 5 de junho de 2018

Comunidade Paroquial de Santa Maria Maior de Almacave
 FESTA DA CONFIRMAÇÃO

No dia 3 de Junho de 2018, decorreu no Centro Paroquial de Almacave a Festa da Confirmação de 46 jovens crismandos e adultos, que assim receberam o dom do Espirito Santo nas suas vidas.

O seu percurso catequético de 10 anos, para a grande maioria dos jovens, foi este ano acompanhado mais de perto pelos jovens do Grupo Almacave Jovem que, em diversos encontros e no Retiro de preparação, levaram a que a sua percepção pela vida pastoral tenha sido mais alargada e, acima de tudo mais comprometida. Foram eles que quiseram fazer a animação litúrgica da celebração esperando agora que eles continuem a sua caminhada naquele Grupo.

Foram ainda participantes 7 adultos que, por decisão própria, optaram pela caminhada nesta sua fase de vida, sendo assim o seu discernimento diferente mas também ele aberto aos dons do Espirito Santo.

A Festa teve o seu pré-início na Vigília de Oração realizada no dia 2 de Junho, na Igreja Paroquial de Almacave que, repleta de participantes, se tornou o espaço de oração de todos pela vinda do Espirito Santo sobre os Crismandos.

Pela proximidade com a residência episcopal, os Crismandos e seus padrinhos fizeram, mais uma vez, o acompanhamento do Senhor D. António do Couto, do Paço Episcopal até ao local da celebração, numa procissão inicial, acompanhados ainda pelos 3 sacerdotes da equipa sacerdotal de Almacave.

Como habitualmente o local por excelência das celebrações, em que se torna o Auditório do Centro Paroquial de Almacave, ficou repleto de familiares e amigos que, se uniram a todos estes Crismandos neste seu compromisso de Fé.

Foi na base deste compromisso que o Bispo de Lamego, D. António Couto, se dirigiu aos presentes, para lhes fazer o apelo a serem “contemporâneos de Jesus Cristo” deixando que Ele entre e “caminhe passo a passo, gesto a gesto”. Mais referiu que deverá ser “através da vossa vida e dos vossos gestos e postura, da maneira de ser e de viver que passará tanto Deus”, uma “realidade invisível de Deus que quer que a transmitais sem medo … nos gestos de carinho, de um simples passar a mão no rosto de um doente ou idoso, um gesto divino”. São estas “coisas invisíveis as mais belas, que só podem ser vistas com os olhos do coração, para fazer acontecer o Invisível … o Espirito Santo alento de Deus, que sendo invisível vai dar cabo de vós, se vos abrirdes a Ele”. O prelado terminou a sua Homilia desejando que “o Espirito de Deis tome conta de vós, para que nasçam palavras e gestos novos na vossa vida”.

Aos Catequistas presentes apelou a que “levem o eco de Jesus Cristo” a todos, para que Ele ecoe nesta Comunidade de Almacave e em tantas outras, junto dos catequizandos das nossas paróquias.

Após o ritual da Crismação os novos Crismados passam assim a ser semente para exercerem as atividades que se comprometeram, de evangelização, de liturgia e de caridade.  

Espera-se agora que eles possam vir a ser as testemunhas no mundo de hoje, da Mensagem de Jesus Cristo e que, os dons do Espirito Santo os fortaleçam e iluminem para que engrossem as hostes do Senhor na sua Missão de Vida.

Parabéns a todos os crismados.

Isolina Guerra, in Voz de Lamego, ano 88/27, n.º 4464, 5 de junho de 2018.

 

Realizou-se no dia 2 de junho de 2018, a celebração do dia da Unidade Hospitalar de Lamego do Centro Hospitalar de  Trás-os-Montes e Alto Douro. Estiveram presentes várias entidades religiosas, civis, militares, utentes e colaboradores de todos os grupos profissionais.

A celebração eucarística foi presidida por Sua Excelência Reverendíssima D. António Couto, Bispo de Lamego. Na sua homilia, o doente foi lembrado como o elemento mais importante e frágil, merecendo todo o nosso respeito e atenção. Seguiu-se a visita aos doentes internados e comunhão, os quais ficaram muito gratos e sensibilizados por este gesto.

Esta comemoração da Unidade Hospitalar de Lamego, terminou com uma sessão solene no auditório, presidida pelo Srº Presidente do Conselho de Administração do CHTMAD, Presidente da Assembleia Municipal da Câmara de Lamego, Adjunta da Direção Clinica do CHTMAD e Adjunta da Direção de Enfermagem do CHTMAD. É de salientar a preocupação que todos tiveram na importância e necessidade da requalificação dos serviços da Unidade Hospitalar de Lamego, assim como a valorização das boas práticas existentes.  

É de enaltecer o trabalho realizado pelos Assistentes Operacionais na decoração e arranjo de todos os serviços e a prestação do Coro durante a cerimónia e a comunhão aos doentes.

 
Obrigado a todos os que de forma voluntária se associaram a esta causa.

 

Ana Maria, in Voz de Lamego, ano 88/27, n.º 4464, 5 de junho de 2018

 

A exemplo de tantas Igrejas locais e mantendo a tradição, também Lamego viveu com alegria a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo, o “Corpo de Deus”, de olhos postos no Senhor, participando na Eucaristia e na procissão que percorreu algumas das ruas da cidade, agora com menos colchas penduradas nas janelas e varandas e ainda com alguns fiéis a lançarem pétalas sobre o Senhor que passa.  

Os que participam nesta procissão há alguns anos dão-se conta da diminuição de participantes, testemunhando o vazio dos passeios onde há não muitos anos muitos esperavam para “ver passar a procissão”. E este ano, em virtude da hora tardia em que o percurso se cumpriu e do frio que o fim da tarde trouxe, mais visível era o vazio.

Não restarão dúvidas sobre a importância e a beleza que a cerimónia da dedicação do novo altar da nossa Catedral trouxe à já singularíssima celebração do Corpo de Deus, mas o facto adiou a saída da procissão e motivou algum cansaço entre os que vieram de mais longe e a partida a quem tinha outros horários a cumprir.

Neste dia, as paróquias do arciprestado de Lamego são convidadas a participar nas celebrações que o Cabido da Catedral promove e a que o Bispo preside, integrando a procissão, juntamente com Irmandades, Associações, Escuteiros, Forças de Segurança, Militares, Autarcas e Representantes de diversas Instituições locais. O convite às paróquias vem de outros tempos, quando era manifesta a vontade de mostrar a dimensão de um povo crente. A verdade é que muitas das paróquias do aro e seus párocos já não aparecem e, pouco a pouco, a procissão deverá ser cada vez mais uma celebração das paróquias da cidade.

Há alguns anos, juntavam-se ao cortejo processional as crianças do arciprestado que, nessa manhã, haviam comungado pela primeira vez, o que deixou de acontecer, seja porque o número de crianças diminuiu, seja porque as comunidades organizam de forma diferente o seu calendário das celebrações catequéticas.

 
Dedicação do novo altar
O nosso jornal já havia publicado um texto, da autoria do pároco da Sé, Cón. José Manuel Ferreira, a explicar as razões da remodelação do altar da Sé e a apresentar a simbologia da obra encomendada.

Apesar de se poder agendar a sua dedicação para uma outra data (a festa da Dedicação da Catedral poderia ser uma hipótese), os responsáveis escolheram a solenidade do Corpo de Deus para a cerimónia.  

Após a entrada e saudação inicial, D. António Couto benzeu a água e aspergiu a assembleia. Já depois da homilia, que publicamos neste jornal, cantaram-se as ladainhas, seguidas da oração da dedicação e da unção do altar. Depois do rito da unção, um pequeno braseiro para queimar incenso foi colocado sobre o altar e, após a incensação, a iluminação do altar e o revestimento com uma toalha branca.

O novo altar é mais um pormenor, a juntar a tantos outros, que podemos contemplar na nossa igreja-catedral e que os nossos leitores não deixarão de olhar com atenção.

 

JD, in Voz de Lamego, ano 88/27, n.º 4464, 5 de junho de 2018

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

1. A Igreja celebra Hoje, jubilosamente, a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. E, pela página intensa e bela do Evangelho deste Dia grande (Marcos 14,12-16.22-26), começam os seus discípulos, e começamos nós também, por nos dirigirmos a Jesus para que Ele nos diga «onde» e «como» preparar a sua Ceia. Sim, amados irmãos e irmãs, só Ele sabe «onde», só Ele sabe «como». E ainda assim, entendamos bem, nós apenas podemos fazer os preparativos. A Festa é com Ele. O Pão e o Vinho, o seu Corpo e Sangue, só os podemos receber d’Ele. E é quanto admiravelmente continuamos a fazer ainda Hoje. Ele é o Bem, Ele é a Bondade, Ele é a Beleza. E a celebração da Ceia Eucarística é e será sempre o Bem elevado à máxima potência, que atravessa e empapa a nossa vida toda, e nos tem de pôr necessariamente a dizer Bem, pensar Bem, querer Bem, fazer Bem. É encher de Bem, de Bondade e de Beleza a nossa vida. É assim que estamos unidos a Deus e aos irmãos. O Bem une e reúne. O mal divide separa.
 

2. «Se escutardes bem a minha voz e guardardes a minha aliança […], sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa» (Êxodo 19,5-6), propõe o próprio Deus, por intermédio de Moisés, ao povo de Israel, chegado HOJE, e HOJE acampado no sopé do Sinai (Êxodo 19,1-2). Como nos propõe HOJE a nós, acampados em Lamego. A proposta-promessa de Deus, de transformar Israel num povo todo sacerdotal e santo, é condicional: se escutardes a minha voz, se guardardes a minha aliança… Considerada atentamente a proposta-promessa de Deus, o povo de Israel responde que «sim», resposta unânime e sem hesitação, afirmando sob palavra de honra: «Tudo o que o Senhor falou, nós o faremos» (Êxodo 19,8). Este «faremos» do povo aparece consolidado mais à frente, na lição do Livro do Êxodo que hoje tivemos a graça de ler e de escutar, em que o povo afirma por duas vezes: «Faremos todas as Palavras que o Senhor falou» (Êxodo 24,3 e 7).

 
3. O povo compromete-se a fazer as Palavras do Senhor, e Deus cumpre logo aí a sua proposta-promessa de fazer de Israel um povo todo sacerdotal e santo. O texto bíblico do Livro do Êxodo que nos foi dada a graça de ler e de escutar, mostra, de forma admirável, a realização da promessa de Deus, pondo diante dos nossos olhos, primeiro os jovens (Êxodo 24,3), e depois os anciãos (Êxodo 24,9-11), a oficiar e presidir ao culto. Os jovens e os anciãos de Israel, os jovens e os velhos de Israel: aí está uma forma muito bíblica de dizer a totalidade de Israel, um Israel todo sacerdotal. Pouco depois, sempre com um modo de dizer muito bíblico, sela-se a aliança entre Deus e o seu povo. O sangue dos novilhos imolados é recolhido em bacias. Metade desse sangue é derramado sobre o altar, que simboliza Deus (Êxodo 24,6); a outra metade é destinada a aspergir o povo de Israel (Êxodo 24,8). É visível que Deus e o povo de Israel participam, então, do mesmo sangue. Participar do mesmo sangue é igual a fazer parte da mesma família. É uma maneira fortíssima de mostrar e vincar a fidelidade e a familiaridade que se estabelece entre Deus e o seu povo, entre Deus e nós, Hoje aqui reunidos, caríssimos irmãos e irmãs, jovens e velhinhos.

 
4. Temos Hoje a graça, sentimos Hoje a graça, em forma de calafrio, de dedicar a Deus este novo Altar desta Igreja Catedral da nossa Diocese de Lamego. O altar é de xisto róseo, como muito do chão que Deus nos deu. As figurações deixam ver uma videira, tronco, ramos, folhas, cachos de uvas, bagos, com certeza o elemento que melhor caracteriza o nosso Douro vinhateiro. Mas a videira leva-nos também diretamente a Jesus Cristo, Senhor Nosso, que disse: «Eu sou a videira» (João 15,1 e 5), e a si nos associou, acrescentando: «Vós sois os ramos» (João 15,5). E com mais força ainda, disse daquele cálice com vinho: «Este é o meu sangue, o sangue da Aliança, por vós todos derramado» (Marcos 14,24). E acrescentou: «Fazei isto em memória de mim» (Lucas 22,19). Vida partida, repartida e dada por amor. Eis o inteiro programa de Jesus, a nós igualmente por inteiro confiado. Eis tudo o que devemos fazer, imitando-o eucaristicamente. Só o bem, pensado, querido, dito, feito, une e reúne eucaristicamente. O mal divide e separa sempre. Divide a comunidade e separa-nos de Deus. Celebrar a Eucaristia, unidos e reunidos à volta deste Altar, que é imagem de Cristo Ressuscitado, é sempre um fazer novo e belo, que tem de imprimir mais amor e beleza aos nossos afazeres quotidianos.

 
5. Este Altar é a imagem de Cristo Ressuscitado no meio dos seus irmãos. Por isso, na Dedicação deste Altar, que não é mais uma pedra, mas uma Pessoa, vamos cantar as Ladainhas, invocando a presença de todos os Santos, que de Cristo Ressuscitado recebem a sua vida. Vamos depois Ungir este Altar, este Cristo, com o óleo perfumado do Crisma, pois é Ele a fonte do óleo perfumado do Crisma com que são ungidos os batizados, os crismados, os sacerdotes, os bispos, todo o povo de Deus, todo sacerdotal e santo. Queimaremos depois sobre este Altar incenso, que como uma nuvem subirá como suave perfume até Deus, representando a entrega eucarística total do Filho, e n’Ele e com Ele, a nossa oração e ação de graças a transbordar de Amor. Seguir-se-á o revestimento com a toalha branca, veste branca, cor divina, as luzes e as flores, que traduzem a nossa vida toda iluminada e vestida de Festa, desde o nosso Batismo. Tudo culmina com a celebração da Eucaristia, impressão e expressão maior desta Dedicação e deste Dia Grande em que a Igreja inteira se reúne para celebrar a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

 
6. Por fim, e no fim, levaremos como de costume, em procissão de fé, este caudal de Amor, que a todos nos envolve, pelas ruas da nossa cidade de Lamego. É assim que o pálio (pallium) de Deus atravessará a nossa cidade. O pálio de Deus é o manto (pallium) de Deus, os braços carinhosos com que nos abraça e nos envolve, e nos pede para fazermos outro tanto, agasalhando de ternura todos os nossos irmãos e irmãs que mais necessidade têm de um apertado abraço humano e divino.

 
7. Não nos esqueçamos que é de «pálio», deste «pálio», deste manto de afeto e ternura, que derivam os muito falados cuidados «paliativos», que não são apenas os cuidados médicos apropriados a minorar as dores dos nossos doentes terminais ou em estado crítico; são também, e talvez sobretudo, a expressão de um amor maior, de um imenso abraço que acalente e dê sentido à vida de quem nasce, de quem vive, de quem sofre e de quem morre. Dissemos há dois dias atrás «não» à eutanásia, por um punhado de votos de diferença, in extremis conquistados. Deixai, amados irmãos e irmãs, que vos abra o coração. Este «não» alegra-me e deve alegrar todos aqueles que lutam e velam pela vida humana com pleno sentido desde o nascimento até à morte. Mas sinto bem que este «não» me compromete e nos tem de comprometer muito mais, pois todos sabemos que há irmãos e irmãs nossos que continuam a viver e morrer numa cama ou num canto qualquer, em completo abandono. Temos de aprender a viver sempre in extremis, no limite que é ao mesmo tempo limiar, no que a amor, carinho e sentido diz respeito, e procurar estar sempre lá, cada vez mais lá, onde sabemos que a vida dói mais.

 


Lamego, 31 de maio de 2018
Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo e Dedicação do Novo Altar da Igreja Catedral

+ António Couto

Nos dias 24 e 25 de maio, a Escola de Formação Social Rural de Lamego (ESFOSOL) e a Escola Profissional de Lamego (ESCOPAL) promoveram as suas Jornadas Culturais. O programa de 2018 foi dedicado ao tema “Empreendedorismo e Comunidade”. Uma conjugação feliz dos Projetos Educativos das duas escolas.

Na escola, no trabalho e em qualquer outro aspeto da vida é difícil conseguir-se ir mais além sem a ajuda, o apoio ou, simplesmente, o incentivo do outro. Num mundo, em que cada vez mais é importante saber viver em comunidade, o papel da escola é esse mesmo, preparar para o futuro. Este, passará, indubitavelmente, por termos pessoas empreendedoras e inovadoras.

Foi neste sentido que a ESFOSOL e a ESCOPAL trabalharam as suas Jornadas Culturais. Dos dois dias de atividades, o destaque vai para os wokshops, ateliers e demonstrações, que decorreram na Av. Dr. Alfredo de Sousa, na quinta-feira de manhã, dedicados à informática, eletrónica e a práticas de animação. Os alunos puderam contactar com formas diferenciadas de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Na parte da tarde, tivemos de nos refugiar da chuva, e o flash mob, o concurso de Freestyle e os jogos lúdico-recreativos tiveram de decorrer dentro de portas. O extraordinário do dia, aconteceu à noite. Teve início com a XV Mostra de Produtos Regionais, só possível com o contributo dos amigos produtores e distribuidores de queijos, enchidos, vinhos, frutas e produtos de pastelaria. Culminou com um café concerto, que deu voz ao talento que corre nas escolas. Ouviu-se tocar, cantar e encantar, num cenário magnífico, dado pelo Museu Diocesano.

Para o segundo dia ficou a parte mais formal. No Teatro Ribeiro Conceição, reunimos um conjunto de oradores para, num primeiro painel, no falarem dos incentivos existentes ao Empreendedorismo. Tivemos a honra de contar com o contributo do Dr. António Penela, do IEFP; do Dr. António Severino, do CLDS 3G e do Dr. Miguel Mota, da ESTGL. Num segundo painel, falou-se de exemplos de projetos empreendedores, que nasceram a nível local, mas com potencial nacional. O Dr. Romeu Sequeira falou das Aldeias Humanitar; a Dra. Jacinta Conceição da Associação Vale do Varosa Desenvolvimento Local e, por fim, tivemos a presença de Pedro Lopes, fundador e CEO da InfiniteBook, uma ideia que nasceu em Vil de Moinhos, Viseu, e neste momento está em expansão pelo mundo. Foi extremamente gratificante e uma honra reunir tantas individualidades num mesmo espaço e mostrar à Comunidade Educativa que os sonhos são passíveis de se realizar, independentemente do local de origem. O importante é encontrarem o incentivo certo para que as fraquezas se transformem em forças e as ameaças em oportunidades.

No final, o agradecimento vai para os nossos formandos, os nossos formadores e os nossos colaboradores, que foram incansáveis na dedicação e disponibilidade, para que tudo corresse de acordo com o idealizado.

Como nos anos anteriores, a promessa é a mesma, a ESFOSOL e a ESCOPAL mantêm a sua firme intenção de continuar a ser referência na formação de jovens, não só como profissionais de topo, mas também como cidadãos ativos, conscientes e dedicados à vida e à comunidade.  


As Direções da ESFOSOL e da ESCOPAL,

in Voz de Lamego, ano 88/27, n.º 4464, 5 de junho de 2018
 

 

“Bem-vindos a este monte”. Com esta saudação o nosso bispo D. António Couto saudou todos os fiéis do Arciprestado de Lamego e demais peregrinos que no passado dia 27 de maio participaram na tradicional peregrinação do Arciprestado de Lamego ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. As 24 paróquias do Arciprestado de Lamego acompanhadas pelos seus párocos congregaram-se no adro da Catedral para em procissão rumarem ao Santuário ao embalo da recitação do terço (a cargo do Seminário de Lamego) e do canto de cânticos marianos (a cargo do Coro do Santuário). Ao chegar ao recinto campal do Santuário celebrou-se a Eucaristia deste Domingo da Santíssima Trindade. No inicio da celebração o Arcipreste Cónego José Ferreira saudou os presentes. Durante a homilia o nosso bispo sublinhou a necessidade de “acolher o mistério” da Trindade, que não é um mistério inacessível, mas que nos envolve num ciclo imperecível de amor reciproco entre o Pai e o Filho. O nosso bispo frisou que a palavra mistério vem do grego que significa “tapar a boca”. Temos a necessidade de “tapar a boca” diante dos nossos irmãos, como postura de contemplação do dom que eles são para nós. Na parte final da celebração os jovens do nosso arciprestado que estiveram envolvidos na realização da Jornada Diocesana da Juventude, confiaram à Nossa Senhora dos Remédios as suas alegrias, esperanças, inquietações e aspirações solicitando a intercessão de Maria diante a Santíssima Trindade. E como forma de louvor para com a Mãe de Deus cantaram o hino da Jornada e exibiram uma lona com o lema da mesma “Não temas, Maria, porque encontraste graça junto de Deus” (Lc 1, 30). Depois da celebração eucarística ocorreu o regresso da imagem de Nossa Senhora dos Remédios ao Santuário momento sempre emotivo para todos os presentes que em atitude filial acenam à Virgem com lenços brancos mostrando que se despedem da Mãe, mas confiando que Ela vela sempre por nós. Ao chegar ao Santuário o clero cantou a oração Salve Regina, como encerramento desta peregrinação. Desta forma os fiéis do nosso Arciprestado renovaram a sua gratidão para com Maria, Nossa Senhora dos Remédios, desejando estar como Ela junto da Trindade.


Pe. Ângelo Santos, in Voz de Lamego, ano 88/26, n.º 44592, 29 de maio de 2018

Admissões às ordens Sacras e Pré-Seminário

O Seminário Maior de Lamego, na passada sexta-feira, presenciou com enorme júbilo o ingresso às Ordens Sacras do seminarista João Pereira (IV ano de Teologia) e pelo Marco Cardoso (que faz caminho rumo ao diaconado permanente). Os seus percursos de vida são, de forma inequívoca, distintos, mas esta aproximação ao “altar” une-os ao mesmo Cristo, único Caminho que conduz ao Pai pelo Espírito numa relação de Amor.  

A celebração eucarística, presidida por D. António Couto (bispo de Lamego) e concelebrada por D. Jacinto Botelho (bispo emérito), pelas equipas formadoras do Seminário de Lamego e do Seminário Interdiocesano de São José, as respetivas comunidades e alguns familiares e amigos, foi o momento onde, de forma solene, a diocese (pela voz de D. António), os admitiu às Ordens Sacras.  

Encontro Vocacional

Além desta celebração marcar o aproximar dos dois do “Altar de Deus”, foi marco de início do último pré-seminário do ano 2017/18.  

Na homilia, D. António Couto destacou a banalização e descaracterização que a sociedade nos impõe quanto ao “amor”, fazendo uma breve analogia deste com “uma lata de conserva”, que usa e deita fora, incentivando a “que a nossa relação com Deus não seja efêmera, uma relação de bolso… descartável”. Desta forma, o nosso Bispo realçou que o Amor não é ambíguo, ou seja, não se confunde com as efémeras paixões, com que todos nós somos tentados no dia-a-dia. O Amor é análogo a um edifício, que tem como alicerce Deus e a sua fidelidade à Criação, em toda a criatura reside Deus mesmo que esta não o reconheça.  

A festa teve continuação com o jantar no qual se destacou o 25º aniversário presbiteral do Reitor do Seminário Maior de Lamego, Padre Joaquim Dionísio, a quem os seminaristas do Seminário de Lamego contemplaram com um presente simbólico e com merecida ovação.  

Por fim, e para concluir a noite, houve um momento lúdico entre a comunidade e os pré-seminaristas. Depois do acolhimento festivo por parte da comunidade, o pré-seminário desenrolou-se durante o sábado e domingo. No sábado, o dia começou com a oração litúrgica de laudes e missa. Neste dia, destacaram-se as ações de formação e encontros, assim como o passeio ao Santuário Nossa Senhora da Lapa, seguido de um agradável lanche e oração do terço na Paróquia de Vila da Ponte. Na chegada, o grupo de pré-seminaristas já se movia pelo Seminário de forma bem familiar e próxima aos seminaristas do SML, a qual nos permitiu assistirmos mais uma vez à ação de Deus, tornando-nos testemunhas do seu chamamento.

No domingo dia 27, os prés-seminaristas foram celebrar Eucaristia com o Pe. Vasco Pedrinho ao Convento de clausura da Irmãs Dominicanas, em Lamego. O pré-seminário terminou com o almoço.

Peregrinação Arciprestal

Na tarde de domingo, toda a comunidade do seminário participou, juntamente com todo o Arciprestado de Lamego, na peregrinação anual ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, que foi presidida por Sua Excelência Reverendíssima D. António José da Rocha Couto, Bispo de Lamego. A peregrinação começou na Sé Catedral, com uma procissão para o Santuário. Chegada a este, celebrou-se Eucaristia, na qual o nosso Bispo exortou-nos a “acolher o Mistério da Santíssima Trindade nos nossos corações” e lançou-nos o desafio de “amarmos todas as coisas, desde uma simples brisa até ao nosso próximo, pois tudo e todos somos criação de Deus”. Após a Eucaristia, procedeu-se ao descerramento de dois retratos na sala dos benfeitores daquele Santuário, os quais pertencem ao Padre Adriano Monteiro e ao Comissário daquela Irmandade, Doutor Manuel Teixeira. Após este ato seguiu-se um lanche de confraternização.

 

André  Nascimento e Ricardo Tavares, seminarista

in Voz de Lamego, ano 88/26, n.º 44592, 29 de maio de 2018

 

Penedono acolheu 1100 alunos, 95 professores e 11 Agrupamentos de Escolas de Educação Moral e Religiosa Católica no dia 11 de maio.  Como tem acontecido nos últimos anos, o Departamento Diocesano do Ensino Religioso de Lamego levou “a alegria de estar” a Penedono e a todos os que participaram neste encontro de alunos.  

O encontro de EMRC tem levado a alegria e a vivacidade dos nossos alunos a diversos concelhos da nossa diocese. Já passamos por Sernancelhe, São João da Pesqueira, Lamego, Tarouca e Penedono.

Num encontro fraterno que pauta pela partilha, juntaram-se em Penedono os Agrupamentos de Tarouca, Vila Nova de Paiva, Castro Daire, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono, Foz Côa, Mêda e Foz Côa. Associaram-se a este evento duas escolas: Aguiar da Beira da diocese de Viseu e Sabugal da diocese da Guarda.

O dia foi preenchido com diversão (insufláveis), dança (zumba), convívio e partilha. Ainda se realizou uma arruada pela vila histórica do Magriço. De tarde tivemos o privilégio de ter a presença de Márcio Pereira, um cantor da terra. Foram vários os Agrupamentos que trouxeram uma tela alusiva ao tema “a alegria de estar” para a oferecer às diversas instituições que nos apoiaram neste evento: bombeiros voluntários, Guarda Nacional Republicana e município de Penedono.

Os alunos de EMRC mostraram toda a alegria que os carateriza e partilharam momentos para mais tarde recordar.

Obrigado às pessoas de Penedono pela amabilidade e ao município pela parceria fantástica e acolhimento esplêndido.

 

Mário Rodrigues

SDER Lamego, in Voz de Lamego, ano 88/26, n.º 44592, 29 de maio de 2018


A visita pastoral, dos senhores Bispos, tem como função conhecer mais de perto as paróquias de cada Diocese… tal sucedeu na paróquia de São Lourenço de Sebadelhe, concelho de Vila Nova de Foz Côa, nos dias dez e treze de maio de dois mil e dezoito.

O Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Dom António Couto, Bispo da Diocese de Lamego, no âmbito da sua visita pastoral `referida paróquia´, visitou no passado dia dez de maio, o Lar de Idosos da nossa paróquia. Desta visita ficou a premissa de se manter o trabalho de proximidade entre a instituição e toda a comunidade. Foi um momento de grande júbilo de partilha e confraternização. Depois de um almoço com todos os idosos e doentes e de algum tempo de convívio todos tiveram a graça de poder receber o Sacramento da santa Unção.As respetivas capelas do Mártir S. Sebastião e de Nossa Senhora da Piedade também foram visitadas com a presença significativa do povo da nossa comunidade.

Nesta visita, o senhor Bispo acompanhado pelo pároco da paróquia, senhor padre Ponciano Batista, teve também a oportunidade de visitar o cemitério “Velho “finalizando este dia com a celebração da Eucaristia, na igreja matriz, durante a qual administrou o Sacramento da Santa Unção, a quem o desejou. Foi um momento muito emocionante. Um encontro com os treze jovens que iriam receber o Santo Crisma e de seguida com toda a comunidade, o senhor Bispo, fortaleceu os nossos corações com as suas sábias, humildes e belas palavras, a caminharmos com alegria e empenho na vida paroquial. Onde todos tem lugar e se devem responsabilizar.

Dia treze, domingo, assistimos à chegada do senhor Bispo à paróquia às dez horas que decorreu com umas breves palavras de boas vindas e de agradecimento à sua disponibilidade no seguimento da visita pastoral.

Todos os crentes acompanharam o senhor Bispo à Igreja Matriz, num percurso, repleto de flores em belos tapetes. Visitamos o cemitério “Novo”, onde rezamos por todos os que ali dormem.De regresso à igreja, iniciou-se a celebração da Eucaristia, onde foi administrado o Sacramento da Confirmação.

Depois de terminada a rica e bela celebração, dirigimo-nos à sede da Junta de Freguesia, onde decorreu um almoço convívio, para todos os paroquianos conjuntamente com o senhor Bispo. Almoço esse que permitiu uma maior aproximação de todos os paroquianos para com o nosso Bispo, Pastor e Irmão.

Às quinze horas e trinta minutos o senhor Bispo presidiu à procissão em louvor de Nossa Senhora de Fátima, percorrendo as ruas da paróquia, rezando o terço e entoando cânticos adequados ao momento que decorria.
Considera-se que esta Visita Pastoral é mais um incentivo para que a comunidade paroquial de S. Lourenço de Sebadelhe, se mantenha em união e em comunhão, principalmente com olhos postos nos que mais necessitam.

Temos ainda a agradecer ao nosso pároco senhor padre Ponciano Batista por toda a sua disponibilidade demonstrada, que com muita atenção, dedicação, humildade, simplicidade, caridade e alegria, nos tem acompanhado sempre em toda a nossa caminhada e aumento da nossa fé.

Anabela Reis, in Voz de Lamego, ano 88/26, n.º 44592, 29 de maio de 2018

O dia 20 de Maio, Domingo de Pentecostes, foi dia de festa na Paróquia da Sé. 42 jovens provenientes das paróquias da Sé, Cepões, Ferreiros e Várzea da Serra receberam o sacramento da Confirmação, assumindo o seu compromisso como cristãos e recebendo o Espírito Santo que os guiará na sua caminhada como discípulos de Jesus.

Para estes jovens, a cerimónia de ontem representou o culminar de uma caminhada de preparação que os levou a conhecer os preceitos e doutrina da Igreja, mas, acima de tudo, a realidade de um Deus que os ama e acompanha a cada passo, chamando-os a ser sinal de esperança no mundo. É nesse sentido que, terminando o percurso de preparação, começa agora uma caminhada ainda maior de testemunhar o Evangelho com a sua vida, na família, escola, comunidade, onde quer que passem, sempre amparados pelo Espírito que lhes fala ao coração na “linguagem materna” que não precisa de tradução, mas que cada um entende perfeitamente, como referiu D. António Couto na cerimónia.

Os caminhos são muitos e nem sempre óbvios. Por isso, não poderia deixar de lembrar que nenhum destes jovens é chamado a caminhar sozinho. Estão todos convidados a juntar-se ao Grupo de Jovens da Sé, que sempre procurou acompanhá-los na sua preparação e que agora os recebe de braços abertos para caminhar em conjunto, quer para os ajudar nas encruzilhadas da vida, quer para acolher as graças que o Espírito Santo derramar sobre eles e que nos ajudarão a todos a percorrer os caminhos a que o Senhor nos chama.

Tiago Torres, in Voz de Lamego, ano 88/26, n.º 44592, 29 de maio de 2018

No passado dia 19 de maio, o Seminário de Lamego participou na XXXIII Jornada Diocesana Da Juventude em Pretarouca. Ao longo da manhã foram realizados vários workshops, que foram realizados pelos jovens do arciprestado de Lamego e outras entidades. Enquanto andávamos havia vários momentos para jogar e para rezar.

De seguida foi a Eucaristia, presidida pelo nosso bispo D. António Couto.

Depois da Eucaristia o Pe. Hermínio, pároco de Pretarouca, ofereceu o almoço a todos os Padres e aos jovens de Pretarouca.

À tarde houve um momento de animação com o concerto da Banda Missio e também teve presente o Exército que colocaram uma escalada.

Depois rezamos a Oração de Envio, onde cantámos o hino da Jornada da Juventude 2018, e onde o senhor bispo disse onde ia ser a Jornada para o próximo ano de 2019, que será em Sernancelhe.

Diogo Ferreira, 9º Ano
Seminarista, in Voz de Lamego, ano 88/25, n.º 44591, 22 de maio de 2018

Jornada Diocesana da Juventude – passo a passo

Vigília:
- A Jornada teve o seu início no dia 18 de Maio com a Vigília na Sé de Lamego.

Acolhimento:
No dia 19, a partir das 9h00, começaram a chegar os participantes. Vindos dos 4 cantos da nossa Diocese foram recebidos por alguns jovens que estavam responsáveis por fazer a recolha de alimentos para a Caritas diocesana. Em seguida os grupos foram encaminhados para um acolhimento musical onde puderam aprender cantar o refrão do hino da JDJ e realizar algumas dinâmicas.

Caminhada:
- A caminha teve 3 paragens

Paragem 1 – “Não temas…”
- Tendo como ponto de partida a “experiência” de Nossa Senhora, abordou-se a questão do “medo”.  De maneira a tornar esta temática mais dinâmica os jovens foram confrontados com a experiência do medo quando se depararam com várias caixas onde tinham de colocar a mão sem saber o que estava lá dentro. Foi um momento divertido e ao mesmo tempo intenso que preparou os jovens para, em seguida, já dentro da Igreja de Pretarouca, diante do Santíssimo, refletirem sobre os seus próprios medos e angústias.

Paragem 2 - “Maria”
- Os Jovens refletiram sobre a importância do nome, percebendo que para Deus cada um de nós é especial e único: temos nome, temos uma identidade, não somos apenas um número. Ele tem um projeto para cada um de nós. Nesta linha, cada jovem pode criar um “Bilhete de Identidade DDPJ Lamego”.

Paragem 3 - “Porque encontraste graça junto de Deus”
-  Chegados à terceira paragem, os jovens foram convidados a pensar na graça de Deus numa perspetiva mais juvenil. Na verdade, achar graça a alguém é encontrar qualidades nessa pessoa, achar essa pessoa especial (ex. “acho-te graça”). Maria era especial para Deus e nós também somos, também temos qualidades. Cada jovem foi desafiado a escrever uma qualidade sua numa pétala de cartolina que posteriormente foi colocada num saquinho do grupo.

Ao longo da ponte:
-  Depois de terem refletido em grupo sobre as 3 partes do tema desta jornada houve oportunidade para uma caminhada mais pessoal e introspetiva ao longo da ponte… Cada jovem fez esse percurso sozinho, auxiliado por um Exame de Consciência e com cartazes ao longo da ponte. No fim desse trajeto estavam vários sacerdotes a escutar os jovens que se queriam confessar.

Workshops:
    - Enquanto não chegava a hora da Eucaristia os grupos puderam passar por vários workshops: Caridade; Convívios Fraternos; JSF; Equipa DDPJ; Exército Português.

Eucaristia:
- Presidida pelo Sr. Bispo e animada pelos jovens do Arciprestado de Lamego.
- Houve uma ligação direta entre a caminhada e as dinâmicas criadas pelos jovens para a Eucaristia:  
Ato Penitencial – utilizando os papeis com os “medos” escritos pelos jovens na primeira paragem da caminhada, pedimos perdão a Deus pelas vezes em que, por medo, não arriscamos aceitar o seu projeto para o nosso dia a dia;
Ofertório: oferta de um placar no qual estavam colados todos os “B.I” dos jovens e onde se lia a palavra “JOVEM”.    
Ação de Graças:  cada grupo colocou o saquinho com as pétalas que continham as qualidades dos seus jovens numa flor que estava junto ao ícone de Nossa Senhora.

Almoço – Convívio;

Tarde dinâmica – Concerto da Banda Missio e Torre de Escalada (Exército);

Oração de Envio:
- Dinâmica relacionada com o tema do ano pastoral da diocese: representantes dos vários arciprestados formaram a palavra CARIDADE.
Vai… e entrega o Coração!
Vai… e vive com Alegria!
Vai… e anuncia o Ressuscitado!
Vai… e partilha com os Irmãos!
Vai… e visita os Doentes!
Vai… e não tenhas medo do Amanhã!
Vai… e faz a Diferença!
Vai… e, como Maria, sê mensageiro da Esperança!
Vai… e faz tu também do mesmo modo!
- Entrega da Cruz aos Jovens da Zona Pastoral de Sernancelhe

in Voz de Lamego, ano 88/25, n.º 44591, 22 de maio de 2018


Animados pelo Espírito

Os sacerdotes da nossa diocese tiveram a oportunidade de viver mais uma recolecção, na passada sexta-feira, a exemplo daquela que tivera lugar antes da Quaresma, também no Seminário de Lamego: tempo de oração, adoração, meditação, silêncio, reconciliação e partilha da refeição fraterna. Para nos ajudar na meditação esteve connosco D. Jacinto Botelho, a quem agradecemos a disponibilidade para passar a manhã connosco, bem como as palavras sábias que nos deixou.

A proximidade da solenidade de Pentecostes levou D. Jacinto a falar-nos do Espírito Santo, não apenas da Sua acção e presença na Igreja, mas também na vida e ministério do sacerdote. O Espírito Santo é o agente de toda a “caridade pastoral” e a íntima relação com Ele garante ao presbítero eficácia na acção, bem como “reanimar o dom de Deus”.

No muito que nos disse e no convite deixado para revisitarmos a Exortação de S. João Paulo II, “Pastores dabo vobis”, o nosso bispo emérito convidou todos a discernirem sinais do Espírito Santo na vida das comunidades onde cada um vive, bem como a confrontarem-se com o apelo urgente de se deixarem conduzir pelo Espírito Santo.
Apesar da reduzida participação, a Comissão Diocesana Vocações e Ministérios prevê nova recolecção para a segunda quinzena de novembro, antes do Advento.


Pe, Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/25, n.º 44591, 22 de maio de 2018

Pe. Justino Lopes: 50 anos de sacerdote

A MINHA VIDA ASSEMELHA-SE A UM ELETROCARDIOGRAMA.

O SURGIR DA VOCAÇÃO…
Aprendi a ajudar à Missa, em latim, antes de saber ler. Como havia muitos sacerdotes na minha aldeia, o meu Abade ensinava os mais velhitos ajudar à Missa e eu, mesmo sem fazer parte do grupo, fui ouvindo e aprendi como eles. E, praticamente, era eu quem, quase sempre, ajudava à Missa. Talvez que esta convivência com tantos sacerdotes ajudasse a despertar a vocação sacerdotal. Depois vieram o s mediadores – pais, sacerdotes, Comunidade Paroquial, etc.

NO SEMINÁRIO…
Para lá das aulas e do estudo, a Conferência Vicentina, todos os domingos, nos enviava à cadeia solenizar a Missa com os presos e, uma vez por semana, visitávamos as famílias pobres levando o fruto das nossas renúncias. O Círculo Missionário despertou-me o sentido da missão pondo-me em contacto com as Semanas Missionárias promovidas pelos missionários de Cucujães e realizando as férias missionárias nalgumas paróquias em que participava.

Nas férias, o meu Abade, o cónego Alfredo Martins, fazia da sua casa, um seminário. Recebia vários jornais, revistas, livros e exigia-nos a leitura e um comentário. Dávamos catequese e solenizávamos a Santa Missa. E guardava, para nós, todas as Missas solenes e Ofícios de defuntos. Era, na altura, o nosso estágio.

No final da Teologia, o D. Alberto recomendou-me que não fosse padre só de compêndios mas estudasse, pelo menos, duas horas por dia. E, o dr. Rafael relembrou que me naturalizasse, isto é, assumisse as alegrias e tristezas, dores e esperanças do Povo que fosse pastorear. Tudo isso tenho tentado cumprir.

A RECEÇÃO AMIGA DOS COLEGAS.
Ordenado sacerdote a 17 de Agosto de 1968, na minha Aldeia, pelo senhor D. Américo Henrique, foi-me dito que iria para uma paróquia do Alto Douro. A demora e mudança na colocação provocou-me um certo receio que aumentou quando o senhor D. João me enviou para Nespereira. Já tinha convidado uns quantos e todos se negaram devido à falta de estrada para os diversos lugares e à feitura do passal, único sustento do pároco.

O medo desvaneceu quando, ao tomar posse, um grupo de homens da A. Católica se aproximou e disse: -“não tenha medo, conte connosco”; e o P. Neto, abade de Alvarenga, lançou o desafio: - “P. Justino, tu és jovem, trazes o entusiasmo, a alegria própria da juventude; nós temos a experiência dos anos e do trabalho. Se tu quiseres juntar a tua juventude à nossa experiência, faremos um bom trabalho pastoral”.

E assim aconteceu. Embora vivendo cada um em sua paróquia, fizemos um trabalho de conjunto. Ele ficava responsável pela pastoral familiar, eu com a gente nova, o Silveira com a catequese e o P. Abel de Sousa com a pastoral caritativa. Uma tarde, o P. Abel bateu-me à porta: -“Estás a começar, é natural que precises de dinheiro, aqui tens X e pagas quando puderes”. Foi, para mim, uma grande lição. Era tal a nossa amizade sacerdotal que causava admiração às nossas gentes – até na Cúria - e, na feira de Nespereira, os donos dos cafés disputavam a nossa presença. O P. Neto sugeriu que, publicamente, debatêssemos um tema religioso. Cada um ia dando a sua achega mas sem esgotar o assunto e o povo ia-se juntando à nossa volta a ouvir a tomar partido e, às vezes, a intervir.

Eu levei a pastoral juvenil bastante a sério. Todos os anos faziam três dias de retiro. Com autorização do senhor D. Américo Henriques, realizamos o primeiro Convívio Fraterno misto (Dezembro de 1971) provocando grande escândalo nos meios clericais lamecenses. Introduzi os Cursos de Cristandade que ajudaram os leigos a arejar a sua fé e lança-los no apostolado.

NESPEREIRA ERA UMA PARÓQUIA EVANGELIZADA.
O meu antecessor, o P. José Pinto de Almeida, era muito austero consigo - rezava matinas às duas da manhã e, às seis, laudes e meditação, seguida da Eucaristia - e exigente, também, com os seus colaboradores. Com o Apostolado da Oração e o movimento da Ação Católica e a direção espiritual estruturara e consciencializara bem a Paróquia. Fiquei receoso quando um grupo, mais de senhoras e raparigas do que homens, me pedem para ser o seu guia espiritual. Fui, várias vezes, ao Paço Episcopal do Porto, aconselhar-me com o meu antigo diretor espiritual, o senhor Alberto C. do Amaral; outras vezes, com o dr. Rafael. A direção espiritual alicerça e acompanha a vivência cristã. Talvez essa seja a razão da abundância de vocações religiosas femininas. No meu tempo, foram três e, pouco depois, mais duas e já havia três.

Foi fácil, com esta gente, criar o Conselho Pastoral com as respetivas equipas do CPB e do CPM que, no meu entender, realizaram um bom trabalho.

O GOSTO PELA COMUNICAÇÃO SOCIAL.
Desde que fui diretor do jornal do seminário, “A ESTRELA POLAR”, que me ficou o bichinho pela comunicação. Assim, em Dezembro de 1971, fundei “O NESPEREIRENSE” animado pelo D. Américo Henriques para, segundo a sua editorial, “unir, formar e informar”. Provocou os encontros anuais com os nespereirenses do Porto e arredores, com os de Aveiro, os de Lisboa, os de França e em Newark, Estados Unidos.

EM VILA NOVA DE PAIVA.
Em 1986, o senhor D. António Xavier Monteiro, transferiu-me para Vila N. de Paiva e Fráguas. Custou-me dizer sim e chorei com saudades das gentes e dos colegas.

A gente da serra é generosa, atenta mas retraída e pouco expansiva. A estadia, aqui, do PREC revolucionário dividira famílias, semeara o ódio e instalara a dúvida religiosa. Eu caíra, aqui, vindo dos confins da diocese, e senti a falta daquele apoio e animação amiga dos colegas dos fundos da diocese, embora trouxesse já a experiência de dezoito anos de pastor.

Tracei o plano pastoral: liturgia bem preparada e bem celebrada; evangelização nos diversos setores e idades; e ação caritativa no serviço aos doentes e idosos. E procuro cumpri-lo, no dia- a- dia, com a ajuda dos colaboradores.

ENREDADO NA RÁDIO E NO JORNAL.
- Um mês depois de ter entrado em VN de Paiva, um grupo de jovens criou uma pequena emissora pirata que, por transmitir dumas águas-furtadas, a chamaram “Rádio Escuro à luz da amizade”. Legalizada, fui dos primeiros a entrar com programas e a fazer parte dos órgãos sociais. Houve quem não gostasse. Valeu-me o sábio conselho do P. Bento da Guia: - “Continua, padre! A Arca de Noé, apesar de levar toda a espécie de bicharada, não deixa de ser a imagem da Igreja. É melhor estar dentro do que estar fora. Não desanimes”. E, ainda, por lá ando.

- Como a maioria dos habitantes são emigrantes, criei um jornal, “A LUZ NA MONTANHA”, homenageando, com o nome, um antecessor. Dúzia e meia de anos depois, apagou-se quando ficamos sem o porte- pago. Fiquei triste, senti-me a falar com o microfone desligado. Passei a ter uma página mensal no mensário “Notícias do Paiva” e a escrever noutros jornais. Hoje não sei trabalhar sem o jornal e sem a rádio.

AO OLHAR PARA O CAMINHO JÁ TRILHADO NESTES 50 ANOS…
É semelhante a um eletrocardiograma com picos altos e picos baixos. Com alegrias e tristezas, com esperanças e desalentos próprios de quem peregrina nos caminhos da vida e de Deus. Julgo que tenho ajudado os paroquianos a serem mais cristãos e eles, a mim, ser mais padre/pastor, numa ajuda/entrega mútua.

Agradeço a Deus a vocação, aos mediadores, a começar pelos meus pais e irmãos, e a todos os paroquianos que ajudo e me ajudam nestes caminhos de Deus.

P. Justino Lopes, in Voz de Lamego, ano 88/25, n.º 44591, 22 de maio de 2018.

A Vigararia Geral da Diocese de Lamego informa que, com a jubilação do Senhor Cónego Delfim de Almeida, ficou vago o ofício de Deão do Cabido da Sé Catedral. Por isso, o Senhor Bispo mandou publicar um Decreto do seguinte teor:

«Competindo ao Bispo da Diocese “conferir todos e cada um dos ofícios capitulares e confirmar ou nomear os eleitos ou indigitados para as diversas funções” (Estatutos do Cabido, artº 5º, § 1º), e seguindo o costume que “dentro do Cabido, normalmente, está indicado para preencher qualquer ofício vago aquele membro que até ao momento tiver ocupado o ofício imediatamente anterior” (Estatutos do Cabido, art.º 5º, § 3º):

HAVEMOS POR BEM

Nomear:

  • Deão, Cónego João António Pinheiro Teixeira, que, em conformidade com o artº 6º, § 2º dos Estatutos, exercerá também a função de Presidente do Cabido;
  • Chantre, Cónego Joaquim de Assunção Ferreira, que exercerá as funções de Vice-Presidente;
  • Arcediago, Cónego José Manuel Pereira de Melo;
  • Arcipreste, Cónego José Pinto Rodrigues Guedes.

 

Confirmar como:

  • Tesoureiro, Cónego Manuel Jorge Leal Domingues;
  • Secretário, Cónego Joaquim Dias Rebelo.

 

DADO em Lamego, aos 16 dias do mês de Maio de 2018.

D. António José da Rocha Couto, Bispo de Lamego»

 

 

Apoio aos peregrinos a pé


Desde há vários anos que nos dias 3, 4, 5, e 6, de maio o MMF é chamado acolher os peregrinos que passam a pé, por Lamego, Castro Daire e Vila Nova de Foz Côa a caminho do Santuário de Fátima.

Ao acolhermos os peregrinos nestes postos, fazemo-lo com a alegria e a disponibilidade de ajudar todos aqueles que, por variadas razões, decidem caminhar ao encontro da Mãe. É Ela, a Mãe de Jesus e nossa Mãe, que lhes alivia as angústias da vida, as dores do caminhar e suaviza o seu cansaço. Qualquer gesto nosso é acompanhado de um sorriso e agradecimento, mas sabemos que somos apenas simples operários nas mãos de Deus. Sempre com um espirito de voluntariado e de ajuda ao outro, são várias as pessoas e Instituições que colaboram connosco neste acolhimento. A todos o nosso muito obrigado.

Os peregrinos de hoje chegam aos locais de apoio mais organizados e melhor preparados. São acompanhados normalmente por Guias, que se preocupam com as suas necessidades físicas e em alguns casos também espirituais. No entanto há muito para fazer no campo espiritual. Os Guias e os Peregrinos devem procurar estar em consonância com os seus párocos. Relembrando o Santo Padre João Paulo II, toda a peregrinação deve ser bem preparada no antes, no inicio, durante e na chegada. O Santuário de Fátima desenvolve todos anos em Janeiro um trabalho para Guias de Peregrinos a pé, pertencentes ou não ao Movimento, o desafio é capacitar estas pessoas para melhor prestarem um serviço ao outro. Todos guias e peregrinos devem entender melhor numa dimensão espiritual o sentido profético da Mensagem deixada aos pastorinhos na Cova da Iria.

Que Nossa Senhora nos ajude a ajudar, para que sejamos verdadeiros mensageiros.

Para o ano cá os esperamos.  

O secretariado Diocesano, in Voz de Lamego, ano 88/25, n.º 44591, 22 de maio de 2018

Quem entra na Sé de Lamego depara-se, agora, com o espaço do presbitério requalificado. No mesmo lugar, sob o transepto, mas diferente. Em vez da alcatifa vemos um soalho em madeira. As escadas da frente estão mais curtas para permitir um espaço próprio para a Liturgia da Palavra e um simétrico para uma estante.

Contudo, o que surpreende mais pela novidade e pela imponência é o altar. A conhecida mesa de madeira deu lugar a um novo altar e de pedra de xisto. Seguindo pela nave central, de olhar fixo no altar, vemos evidenciar-se a forma de uma videira representada, em relevo, na pedra. Lá estão a cepa, as folhas, as uvas, penetradas pela luz que irradia do interior.

Primeira questão: porquê um novo altar?

A carpete que cobria todo o presbitério já estava muito usada. Tinha de ser substituída. Pensámos, então, que era mais digno um soalho em madeira de castanho. Por outro lado, era necessário distinguir o espaço da Liturgia da Palavra. Daí se encurtarem as escadas de acesso ao presbitério, para dar lugar a um avançado onde está o ambão. Finalmente, o altar que tínhamos foi, sempre, considerado provisório. Não fazia justiça à grandeza da nossa Catedral. Achámos que era a hora de termos um altar digno e nobre na Sé da Lamego.

Segunda questão: porquê este altar? O que motivou esta conceção de altar? Porquê a videira? Porquê o xisto?

É óbvia a relação da videira com a Eucaristia celebrada no altar. Nele oferecemos o pão e o vinho, este “fruto da videira e do trabalho do homem” (ritual da Eucaristia), para se transformarem, respetivamente, no Corpo e Sangue de Cristo.

Mais ainda. Cristo afirmou “Eu sou a videira e vós os ramos” (Jo 15, 5a). Ora, segundo a tradição da Igreja, Cristo é o verdadeiro altar. Ele é o sacerdote, a vítima que se oferece em sacrifício e o altar. Deste modo, a videira representa o próprio Cristo e nós a Ele unidos.

Estas são razões de ordem teológica e litúrgica que tivemos em conta. Mas houve outras e de outro teor.

Logo que nos propusemos avançar com este projeto a questão que se pôs de imediato foi esta: estando a Catedral de Lamego implantada na região do Douro, única no mundo, e sendo o cultivo da vinha transversal a toda a diocese, como traduzir esta especificidade na conceção do seu altar? Como torná-lo, também, único, genuíno? A partir daí, a escolha de fazer representar uma videira no altar foi quase intuitiva. E na opção pelo xisto não houve muita hesitação, pois é a pedra característica do Douro. Mais difícil foi materializar a ideia. Nisso a arquiteta encarregue do projeto teve um momento de rara inspiração. Após aprovação feita por uma comissão presidida pelo nosso Bispo veio a fase de execução, a qual se revelou bastante complexa e morosa.

Colocado o altar quisemos fazer sobressair no soalho um corredor de cor térrea que vai da nave até à presidência, passando pelo altar. Deste modo, vemos uma videira implantada na terra, serpenteando no meio do xisto, banhada pelo sol, de cujos frutos se produz o vinho delicioso, obra de Deus e do homem, e que se oferece no altar para salvação do mundo.

O altar será sagrado pelo nosso Bispo no Pontifical da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, a celebrar às 16h do dia 31 de maio. O dia em manifestamos solenemente a nossa fé e o nosso amor a Cristo presente na Eucaristia é bem apropriado para sagrar o altar em que esta presença se torna real.

 

P. José Ferreira

No passado fim-de-semana de 12 e 13 de maio de 2018, os seminaristas do Seminário de Lamego foram em ação vocacional à paróquia de Vila Nova De Foz Côa, que tem como seu pastor o padre Ferraz e de onde é natural o seminarista João Patrício do 12º ano.   

Esta ação vocacional começou com uma breve catequese, na qual todos os seminaristas deram o seu testemunho falando de onde eram e como surgiu a sua ida para o seminário. De seguida iniciou-se a Eucaristia com a festa da palavra das crianças da paróquia. Foi ainda possível nesta celebração poder ouvir os belíssimos testemunhos de dois seminaristas: o Diogo Ferreira do 9º ano e o Celestino, também do 9º ano. Ao anoitecer, e como não podia deixar de ser sendo vésperas de dia 13 deste mês de maio dedicado a Maria, os seminaristas participaram na procissão das velas que se desenrolou ao longo da cidade de Foz Côa. Terminada esta, tivemos um breve convívio com os pais do padre Ferraz, com os quais ele vive.

No dia seguinte, dia da Ascensão do Senhor, os seminaristas participaram nas missas das paróquias que estão confiadas ao padre Ferraz, passando por Santo Amaro, por São Pedro-Mós, pela paróquia de onde o nosso seminarista é natural (Vila Nova De Foz Côa) tendo como padroeira Nossa senhora do Pranto e ainda pela anexa desta última paróquia, o Pocinho, também sob o padroado de Nossa Senhora, mas com o título “do Amparo”. Nestas paróquias pudemos ainda assistir aos testemunhos dos seminaristas Diogo e Celestino e também da irmã Conceição, que pertence às Reparadoras do Coração de Jesus.

Terminadas estas quatro Eucaristias fomos almoçar com os pais do seminarista João, e também com o padre Ferraz e os seus pais e assim lhes agradecemos a sua disponibilidade em nos terem acolhido de uma forma tão generosa e humilde na sua belíssima terra.  

Agradecemos ainda a partilha de bens que a paróquia de Foz Côa, fraternalmente, fez connosco.

 

Tiago Fonseca 12º ano, in Voz de Lamego, ano 88/24, n.º 44590, 15 de maio de 2018

A catequese, em todas as suas facetas, é, sem dúvida, uma das atividades a que a Igreja deve dar mais atenção, já que a propagação da fé e o anúncio do Reino implicam conhecimento da realidade da nossa crença e de tudo o que nos foi legado por Jesus Cristo.

A pastoral diocesana, mais concretamente, o Secretariado da Catequese, não têm descurado este aspeto, procurando incentivar a aplicação ao nosso tempo da melhor forma de podermos saber transmitir ao outro aquilo em que acreditamos.

A catequese é para todos, embora sejamos levados, numa primeira impressão, a pensar nas crianças e jovens, por serem o alvo principal, no nosso meio, da iniciação do conhecimento das realidades cristãs.

No caso em apreço, apenas daremos informação relativamente á catequese das crianças pois foi isso que aconteceu com a formação de catequistas na  

Paróquia de Alvarenga, na manhã do passado sábado, dia doze de Maio.  

Ali se deslocou uma delegação do Secretariado Diocesano da Catequese para dar formação aos cerca de duas dezenas de catequistas das paróquias de Alvarenga e Cabril que ansiosamente esperavam por esta sessão há muito desejada.

É de louvar a postura do secretariado diocesano por tomarem a iniciativa de se descolarem às paróquias que solicitarem a sua presença e é digno de registo a forma e o conteúdo como os ensinamentos foram transmitidos, - com clareza, pormenorizados, concretos, compreensíveis e acessíveis a todas as pessoas-.

Um reconhecido agradecimento ao Secretariado Diocesano da Catequese, na pessoa do seu responsável, Senhor Padre Tozé Ferreira, bem como aos elementos do Secretariado que o acompanharam, Senhoras, Dra. Isilda pela exposição de um trabalho recheado de ensinamentos para aplicação prática, Dra. Fátima pela sua participação alegre e activa e ao Dr. João Borges por nos dar a conhecer fórmulas musicais gesticuladas para que as crianças melhor compreendam as verdades da fé.

 
José Luís Morais, in Voz de Lamego, ano 88/24, n.º 44590, 15 de maio de 2018

No passado dia 1 de maio nós seminaristas e o Pe. Ângelo e o Reitor Pe. Joaquim Dionísio (parte da equipa formadora) deslocamo-nos até Numão uma terra situada no concelho de Vila Nova de Foz Côa. Em Numão pudemos visitar uma parte histórica denominada de "Castelo e Vila Muralhada de Numão", onde vimos ruínas do mesmo.

Uma grande particularidade desta "vila" é que tinha uma ampla e dominante visão da qual se podia usufruir para vigiar e prevenir ataques inimigos, tem ainda praticamente intacta uma cisterna onde no tempo de guerra se guardavam os mantimentos, tinha uma igreja e uma capela atualmente em ruínas, a igreja de Santa Maria e a capela de São Pedro.

Após este lindíssimo passeio fomos almoçar na companhia do Padre António Júlio, pároco da paróquia de Numão, que dispôs o seu tempo para conviver connosco.

Resta apenas agradecer à associação de estudantes de Teologia do seminário de Lamego que partilhou os seus bens com todos nós pagando o almoço.

Celestino Ribeiro, Seminarista 9º Ano

13 a 20 de maio de 2018.

 
“Eutanásia: o que está em jogo”
 
A Semana da Vida corresponde a um pedido de S. João Paulo II que, aquando do encerramento do Sínodo da Europa, em 1991, propôs que a Igreja promovesse a celebração de um Dia ou uma Semana da Vida, todos os anos e em todos os países do mundo.

Os Bispos portugueses, em resposta a este apelo, decidiram, em Ano Internacional da Família – 1994 – instituir a Semana da Vida, na terceira semana de maio, o que aconteceu, pela primeira vez, de 15 a 22 de maio de 1994, e se tem repetido todos os anos, sob a organização da Comissão Episcopal competente para a área da Família.

A Semana da Vida tem lugar na semana em que ocorre o Dia Internacional da Família – 15 de maio – e vai do domingo anterior ao domingo seguinte. Neste ano decorrerá, portanto, de 13 a 20 de maio.

Nesta Semana da Vida, subordinada ao tema “Eutanásia: o que está em jogo?”, voltamos a esta problemática (retomando a nota pastoral da CEP, de 2016, sobre o assunto), para aprofundarmos o que está em causa, distinguirmos conceitos, conhecermos mais claramente o que a Igreja defende e propõe. Com as palavras do Papa Francisco, que servem de linha inspiradora: “Parece que hoje a criatura humana se encontra numa particular passagem da sua história que, num contexto inédito, se depara com as antigas e sempre novas interrogações sobre o sentido da vida humana, acerca da sua origem e do seu destino”.  

Porque é desejo de todos fazer a maior divulgação possível da Semana da Vida e, sobretudo, viver essa SEMANA com uma outra intensidade de luz e de amor, foi já distribuído às paróquias todo o material de apoio que foi disponibilizado à diocese (cartaz, desdobrável e pagela), bem como o documento de estudo e reflexão, elaborado por especialistas, aprovado e editado pela Conferência Episcopal Portuguesa, intitulado: “Eutanásia: o que está em jogo? – Contributos para um diálogo sereno e humanizador” (este documento pode ser também obtido no sítio da CEP: www.conferenciaepiscopal.pt).

Como foi referido, o objetivo é ajudar a esclarecer algumas dúvidas sobre a EUTANÁSIA, numa altura em que se pretende discutir a sua legalização no nosso país. Daí a importância de um vasto trabalho de esclarecimento que pode constituir esta Semana da Vida e para o qual todos somos chamados a dar o nosso contributo.  

Estamos disponíveis para outros eventuais esclarecimentos.

Pelo Departamento Diocesano da Pastoral Familiar, in Voz de Lamego, ano 88/23, n.º 44589, 8 de maio de 2018.

 


DOWNLOAD:
Oração pela vida (pdf)

ANEXO
 à Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa,
«Eutanásia: o que está em jogo? Contributos para um diálogo sereno e humanizador»


1. O que são a eutanásia e o suicídio assistido?
Etimologicamente, o termo “eutanásia” deriva do grego: eu, “boa”, e thanatos, “morte”.
Por eutanásia, deve entender-se «uma ação ou omissão que, por sua natureza e nas intenções, provoca a morte com o objetivo de eliminar o sofrimento»1.
A ela se pode equiparar o suicídio assistido, quando não se causa diretamente a morte de outrem, mas se presta auxílio ao suicídio de outrem, com o objetivo de eliminar o sofrimento. Também se usa a expressão “suicídio medicamente assistido”, porque, de um modo geral, as legislações em vigor em vários Estados exigem que seja um médico a prestar esse auxílio, do mesmo modo que as leis que permitem a eutanásia exigem que seja um médico a praticá-la.

2. Será a eutanásia verdadeiramente uma “morte assistida”?
É usada, com frequência, a expressão “morte assistida” como conceito que inclui a eutanásia e o suicídio assistido.
Mas trata-se de uma expressão enganadora e que pode confundir.
A eutanásia e o suicídio assistido representam o encurtamento intencional de uma vida. Não é possível para ninguém — saudável ou com uma doença incurável — prever o momento da sua morte. A eutanásia reflete a pretensão de transformar a morte num “acontecimento programado e calculado”.
Prestar assistência a uma pessoa doente até ao termo natural da sua vida é uma expressão da solidariedade humana e da caridade cristã; nesse sentido, poderia falar-se em “morte assistida”. Mas tal não deve confundir-se com a eutanásia e o suicídio assistido. Nestas situações, trata-se de provocar deliberadamente a morte de outra pessoa (de “matar”) ou de prestar ajuda ao suicídio de outra pessoa (de ajudar a que outra pessoa “se mate”). A eutanásia não acaba com o sofrimento, acaba com uma vida.
Em vez de “morte assistida”, faria mais sentido falarmos em “vida assistida até ao seu termo natural”, garantindo ao doente terminal, através dos cuidados paliativos no aproximar do fim da vida, a assistência médica e humana necessária para o alívio do sofrimento. É, portanto, legítimo reclamar a humanização do fim da vida através de um conjunto de meios e atenções, oferecendo à pessoa os cuidados de que necessita e que dignificam não apenas quem os recebe, mas também quem os pratica num ato de verdadeira compaixão e generosidade.

3. O que é a obstinação terapêutica?
A obstinação terapêutica é também designada como exacerbação terapêutica, encarniçamento terapêutico ou excesso terapêutico.
Distinta da eutanásia é a decisão de renunciar à obstinação terapêutica, ou seja, «a certas intervenções médicas já inadequadas à situação real do doente, porque não proporcionadas aos resultados que se poderiam esperar ou ainda porque demasiado gravosas para ele e para a sua família»2. «A renúncia a meios extraordinários ou desproporcionados não equivale ao suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condição humana perante a morte»3.
A obstinação terapêutica corresponde, assim, à aplicação de todos os métodos, diagnósticos e terapêuticos conhecidos, — mas que não visam proporcionar qualquer benefício ao doente —, com o objetivo de prolongar de forma artificial e inútil a sua vida, impedindo, portanto, através de uma atuação terapêutica desadequada e excessiva (desproporcionada), que a natureza siga o seu curso. Esta abordagem não é desejável; é, aliás, eticamente condenável, corresponde a má prática médica e conduz à chamada distanásia.
Na escolha da intervenção adequada (proporcionada), o médico deverá ponderar bem os meios, o grau de dificuldade e de risco, o custo e as possibilidades de aplicação, em confronto com o resultado que se pode esperar, atendendo ao estado do doente e às suas forças físicas e morais4.
Nem sempre é fácil estabelecer uma linha clara entre a intervenção terapêutica adequada e a obstinação terapêutica. Cada caso deve ser avaliado na sua especificidade, de acordo com os meios disponíveis e com os avanços da medicina a cada momento. Seja como for, a medicina deve intervir sempre que haja uma esperança fundada de salvar a vida, devendo questionar-se medidas que não servem este propósito e se destinam apenas a prolongar a vida do doente. No entanto, importa sublinhar que a suspensão de algumas medidas terapêuticas que correspondam à obstinação terapêutica não implica a suspensão de outras, destinadas, por exemplo, a aliviar a dor do paciente.
É, pois, bem diferente matar e aceitar a morte. Quer a eutanásia, quer a obstinação terapêutica, desrespeitam o momento natural da morte: a primeira antecipa esse momento, a segunda prolonga-o de forma artificialmente inútil e penosa.

4. O que é a distanásia?
Etimologicamente, significa o contrário de eutanásia.
A distanásia consiste em utilizar todos os meios possíveis — sem que exista uma esperança de cura — para prolongar de forma artificial a vida de um doente moribundo. Está associada à obstinação terapêutica. A distanásia é também considerada como a morte em más condições de apoio clínico e humano (“má morte”), associada à dor, sofrimento e a outros sintomas causadores de desconforto e incómodo significativo.

5. A eutanásia é sempre voluntária?
As legislações atualmente vigentes em vários Estados exigem que a eutanásia corresponda a um pedido livre e reiterado do doente, ao contrário do que se verificou no regime nacional-socialista alemão.
Mas as legislações holandesa e belga permitem a eutanásia de crianças com o consentimento dos pais. Dão, assim, relevo à vontade de crianças numa questão de relevância muito superior a outras, para as quais não é dado esse realce. Deve questionar-se se estamos, nestes casos, perante uma eutanásia voluntária.
Essas legislações também permitem a eutanásia de pessoas dementes quando a vontade destas se manifestou antes do evoluir da doença e quando ainda estavam em condições de o fazer em consciência. Mas falta, nestes casos, no momento em que a eutanásia é praticada, uma expressão de vontade atual; não sabemos, pois, se a pessoa em causa não poderia ter mudado de opinião entretanto, como muitas vezes sucede com o aproximar da morte.
Para além disso, e embora sem cobertura legal, mas também sem que essa prática tenha dado origem a qualquer acusação ou condenação judicial, na Holanda e na Bélgica, verifica-se a prática da eutanásia em crianças recém-nascidas com deficiências graves e em adultos com grave deficiência e incapazes de exprimir a sua vontade consciente. Não podemos falar, nestes casos, em eutanásia voluntária.

6. A questão da legalização da eutanásia e do suicídio assistido envolve opções religiosas?
Para os crentes, a vida não é um objeto de que se possa dispor arbitrariamente, é um dom de Deus e uma missão a cumprir. E é no mistério da morte e ressurreição de Jesus que os cristãos encontram o sentido do sofrimento. Mas quando se discute a legislação de um Estado laico importa encontrar na razão, na lei natural e na tradição de uma sabedoria acumulada um fundamento para as opções a tomar. Esse fundamento reside no valor da vida humana em todas as suas fases e em todas as situações. A Constituição Portuguesa reconhece-o ao afirmar categoricamente que «a vida humana é inviolável» (artigo 24º, nº 1).

7. Quais são os principais argumentos dos defensores da legalização da eutanásia e do suicídio assistido?
Por um lado, são invocados os direitos de liberdade e autonomia individuais: cada um deverá poder dispor da sua vida. O direito à vida será disponível e renunciável. Haverá um direito a morrer, e a morrer com dignidade, como há um direito a viver.
Por outro lado, a eutanásia é apresentada como um ato compassivo e de benevolência, que põe termo a um sofrimento inútil e sem sentido. A vida deixa de merecer proteção quando é marcada pelo sofrimento e perde, então, dignidade.

Podemos dizer que subjacente à legalização da eutanásia e do suicídio assistido está a pretensão de redefinir mandamentos relativos ao respeito e à sacralidade da vida humana. Pretende-se que o mandamento de que nunca é lícito matar uma pessoa humana inocente («Não matarás») seja substituído por um outro, que só torna ilícito o ato de matar quando o visado quer viver. Consequentemente, intenta-se que a norma segundo o qual a vida humana é sempre merecedora de proteção, porque um bem em si mesma e porque dotada de dignidade em qualquer circunstância, seja substituída por um outro critério, segundo o qual a dignidade e valor da vida humana podem variar e podem perder-se. Ora, na nossa conceção, isto é inaceitável.
Argumenta-se, também, que a legalização da eutanásia e do suicídio assistido seria uma exigência da liberdade de convicção e consciência e da liberdade religiosa, assim como da neutralidade ideológica do Estado. Haveria que respeitar a liberdade de quem considera que a sua vida não tem sentido, que o seu sofrimento não tem sentido, mesmo que outros, em iguais circunstâncias, considerem que a sua vida e o seu sofrimento têm sentido.
Invoca-se, ainda, a necessidade de regular uma situação que já existe como prática clandestina, evitando abusos e reduzindo os seus danos.

8. A legalização da eutanásia é uma exigência do respeito pela autonomia da pessoa?
Não é lógico contrapor o valor da vida humana ao valor da liberdade e da autonomia. É que a autonomia supõe a vida e sua dignidade. A vida é um bem indisponível, o pressuposto de todos os outros bens terrenos e de todos os direitos. Não pode invocar-se a autonomia contra a vida, pois só é livre quem vive. Não se alcança a liberdade da pessoa com a supressão da vida dessa pessoa. A eutanásia e o suicídio não representam um exercício de liberdade, mas a supressão da própria raiz da liberdade.

9. Todos os direitos são disponíveis?
O direito à vida é indisponível. Não pode justificar-se a morte de uma pessoa com o consentimento desta. O homicídio não deixa de ser homicídio por ser consentido pela vítima. A inviolabilidade da vida humana, consagrada no artigo 24º, nº 1, da Constituição Portuguesa, não cessa com o consentimento do seu titular.
O direito à vida é indisponível, como o são outros direitos humanos fundamentais, expressão do valor objetivo da dignidade da pessoa humana. Também não podem justificar-se, mesmo com o consentimento da vítima, a escravatura, o trabalho em condições desumanas ou um atentado à saúde, por exemplo. É irrenunciável o direito à segurança social. Até em questões de menor relevo, como na obrigatoriedade de uso de capacetes de proteção ou cinto de segurança, no trânsito ou em determinados trabalhos, se manifesta a indisponibilidade de alguns direitos.

10. Pode falar-se em “direito a morrer” e em “direito a morrer com dignidade”?
É absurdo falar em “direito à morte”, como seria absurdo falar em “direito à doença”, porque o direito tem sempre por objeto um bem (à vida, à saúde, à liberdade) na perspetiva da realização humana pessoal, e a morte não é nunca, em si mesma, um bem, pois todos os bens terrenos pressupõem a vida, e nunca a morte. O “direito à morte” seria ainda mais contraditório do que uma escravidão legitimada pelo consentimento da vítima.
“Direito a morrer com dignidade” terá sentido se com isso se pretende designar a morte em condições humanamente dignas, com a proximidade e o amor dos entes queridos e com cuidados paliativos, se necessários. Não certamente se com isso se designa alguma forma de morte provocada, como o são a eutanásia e o suicídio assistido. Não se compreende que uma morte seja digna por ser provocada, ou mais digna por ser provocada.

11. Pode dizer-se que é autêntica a manifestação de vontade de doentes terminais que pedem a eutanásia?
Pode dizer-se que nunca é absolutamente seguro que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia. Nunca pode haver a garantia absoluta de que o pedido de eutanásia é verdadeiramente livre, inequívoco e irreversível.
Muitas vezes, traduz uma ideia momentânea, frequentemente condicionada por um humor depressivo, e que, após o tratamento psiquiátrico adequado, pode ser alterada. Em fases terminais sucedem-se momentos de desespero alternando com outros de apego à vida. Porquê respeitar a vontade expressa num momento, e não noutro? Não poderia a pessoa vir a arrepender-se mais tarde, como se arrependem a maior parte dos que tentam o suicídio? É que a decisão de suprimir uma vida é a mais absolutamente irreversível de qualquer das decisões, dela nunca pode voltar-se atrás.
Que certeza pode haver de que o pedido de morte é bem interpretado, não será ambivalente, talvez mais expressão de uma vontade de viver de outro modo, sem o sofrimento, a solidão ou a falta de amor experimentados, do que de morrer? Ou de que esse pedido não é mais do que um grito de desespero de quem se sente abandonado e quer chamar a atenção dos outros? Ou de que não é consequência de estados depressivos passíveis de tratamento? Estando em jogo a vida ou a morte, a mínima dúvida a este respeito seria suficiente para optar pela vida (in dubio pro vita). E poderá estar alguma vez afastada essa mínima dúvida?
Num estudo realizado por Emanuel et al. (2000)6 com 988 doentes terminais, cerca de 10,6% destes doentes referiram considerar pedir a eutanásia, ou o suicídio medicamente assistido, para si próprios. No entanto, cerca de 6 meses mais tarde, cerca de 50,7 % desses doentes mudaram de opinião, recusando a eutanásia. Além disso, os sintomas depressivos estavam associados aos pedidos de eutanásia.

12. O valor da vida tem relevo apenas individual?
A vida não pode ser concebida como um objeto de uso privado, como se estivesse de forma incondicional à disposição do seu proprietário para a usar ou a deitar fora de acordo com o seu estado de espírito ou determinada circunstância. Ninguém vive para si mesmo, como também ninguém morre para si próprio. A vida tem uma referência social e transpessoal, associada ao amor, à responsabilidade, à interdependência e ao bem comum.

E o valor da vida de cada pessoa para toda a sociedade não desaparece quando essa pessoa deixa de ser útil, deixa de produzir, perde quaisquer capacidades, ou pode vir a ser sentida como “peso” pelos outros.

13. Faz sentido falar em vidas que perdem dignidade, ou vidas “indignas de ser vividas”?
A vida humana é única, irrepetível e encerra sempre um mistério. A dignidade de uma pessoa não se mede pela sua popularidade, pela sua utilidade para a sociedade, nem diminui com o sofrimento ou a proximidade da morte. Se a vida humana não vale por si mesma, qualquer um pode sempre instrumentalizá-la em função de qualquer finalidade.
A dignidade da vida humana não depende de circunstâncias externas e nunca se perde. Não é menor, nem se perde, por estar marcada pela doença e pelo sofrimento.

14. Será o sofrimento físico e psíquico uma justificação para a eutanásia ou o suicídio assistido?
Importa lembrar que com a eutanásia e o suicídio assistido não se elimina, ou atenua, o sofrimento, elimina-se, sim, a vida da pessoa que sofre. A eutanásia e o suicídio assistido são uma forma fácil e ilusória de enfrentar o sofrimento, o qual só se enfrenta verdadeiramente através dos cuidados paliativos e do amor concreto para com quem sofre.
Há que combater, através dos cuidados paliativos, o sofrimento que pode ser evitado. Tais cuidados permitem eliminar o sofrimento físico intolerável.
Mas a dor e o sofrimento, físico e psíquico, fazem parte da natureza humana e acompanham o homem ao longo da sua vida. A alegria do nascimento de um filho é antecedida pelo sofrimento do parto. Na vida de qualquer pessoa, os momentos de alegria e bem-estar vão alternando com períodos mais ou menos prolongados de tristeza e sofrimento. É impossível julgar que se pode viver evitando a dor ou o sofrimento. E a morte nunca pode ser resposta. Se o fosse, estaria aberta a porta à legalização do homicídio a pedido e do auxílio ao suicídio em quaisquer circunstâncias, o que não advogam os defensores da legalização da eutanásia e do suicídio assistido. E deixariam de ter sentido as políticas públicas de prevenção do suicídio.
Há que evitar o sofrimento físico e psíquico destrutivo e intolerável, neles intervir ativamente e ajudar a encontrar um sentido para o sofrimento que não pode ser evitado, que faz parte da vida, em qualquer das suas fases, com ou sem doença. Os cristãos encontram esse sentido no sofrimento que Jesus Cristo experimentou até à morte na Cruz. Crentes e não crentes podem ver no sofrimento um desafio que nos faz crescer em humanidade (e não é humanamente benéfica a pretensão ilusória de fugir ao sofrimento inevitável).
Dizia Viktor Frankl, um psiquiatra judeu que sobreviveu aos tormentos de um campo de concentração nazi, e que desenvolveu a logoterapia: «quando não podemos mudar certas circunstâncias da vida, somos desafiados a mudar-nos a nós próprios».
Como afirma Bento XVI, «a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre».

Para além do círculo afetivo dos seus familiares e amigos, a dignidade de quem sofre reclama o cuidado médico proporcionado, mesmo que os atos terapêuticos e os analgésicos possam, pelo efeito secundário inerente a muitos deles, contribuir para algum encurtamento da vida. Neste caso, não se trata de eutanásia, pois o objetivo não é dar a morte, mas preservar a dignidade humana e a «santidade de vida», minimizando o sofrimento e criando as condições para a «qualidade de vida» possível.

15. A legalização da eutanásia e do suicídio assistido são uma exigência do respeito pela liberdade de convicção e consciência e da liberdade religiosa, assim como da neutralidade ideológica do Estado?
Para justificar a legalização da eutanásia e do suicídio assistido, há quem alegue que dessa forma o Estado não toma qualquer partido a respeito de conceções sobre o sentido da vida e da morte e respeita, apenas, a vontade e as conceções sobre o sentido da vida e da morte de quem solicita tais pedidos.
Não é assim. O Estado e a ordem jurídica, ao autorizarem tal prática, dando-lhes o seu apoio, estão a tomar partido, estão a confirmar que a vida permeada pelo sofrimento, ou em situações de total dependência dos outros, deixa de ter sentido e perde dignidade, pois só nessas situações seria lícito suprimi-la.
Quando um doente pede para morrer porque acha que a sua vida não tem sentido ou perdeu dignidade, ou porque lhe parece um peso para os outros, a resposta que os serviços de saúde, a sociedade e o Estado devem dar a esse pedido não é: «Sim, a tua vida não tem sentido, a tua vida perdeu dignidade, és um peso para os outros». Mas a resposta deve ser outra: «Não, a tua vida não perdeu sentido, não perdeu dignidade, tem valor até ao fim, tu não és peso para os outros, continuas a ter valor incomensurável para todos nós». Esta é a resposta de quem coloca todas as suas energias ao serviço dos doentes mais vulneráveis e sofredores e, por isso, mais carecidos de cuidados e amor; a primeira é a atitude simplista e anti-humana de quem não pretende implicar-se na questão do sentido da verdadeira «qualidade de vida» do próximo e embarca na solução fácil da eutanásia ou do suicídio assistido.

16. Mas não será preferível regular uma situação que já existe como prática clandestina, evitando abusos e reduzindo os seus danos?
Este tipo de argumentação foi já utilizado nas campanhas pela legalização do aborto. E há quem o invoque em favor da legalização da venda e consumo de droga, por exemplo. Há que salientar, desde logo, porém, que a eventual prática clandestina da eutanásia não tem comparação com a prática do aborto clandestino ou com o consumo e tráfico de droga.
Este tipo de raciocínio levaria a desistir de combater qualquer crime, pois se verifica sempre a sua prática clandestina.
E a experiência revela que, depois da legalização da eutanásia, continua a prática desta também fora do quadro legal, sendo que não há notícia de condenações judiciais por isso. A tendência será, mesmo, para intensificar essa prática clandestina, devido a um clima de maior permissividade perante qualquer tipo de eutanásia, seja ela legal ou não.

17. Pode considerar-se a legalização da eutanásia um progresso civilizacional?
A legalização da eutanásia e do suicídio assistido são habitualmente apresentadas junto da opinião pública como mais um sinal de progressismo, numa linha de promoção da liberdade individual. Os opositores surgem como antiquados.
Será importante recordar que a legalização da eutanásia e do suicídio assistido não são um progresso civilizacional, mas antes um retrocesso. Em diversas sociedades primitivas, bem como na Grécia e na Roma antigas, a eutanásia era praticada. Os idosos, os doentes incuráveis e os “cansados de viver” podiam suicidar-se ou submeter-se a práticas e ritos destinados a provocar uma “morte honrosa”. A morte de anciãos foi praticada em algumas tribos de Akaran (Índia), do Sian inferior, entre os cachibas e os tupis do Brasil. Na Europa entre os antigos wendi, povo eslavo, e até no século XX na Rússia na seita pseudo-religiosa dos “estranguladores”.
A valorização e a defesa da vida humana em todas as suas fases foram instituídas, em grande parte, pelo cristianismo. O verdadeiro progresso da humanidade foi no sentido de criar leis e normas que defendam a vida humana e impeçam o mais forte de exercer o seu poder sobre o mais fraco (a abolição do infanticídio, da escravatura, da tortura, da discriminação racial, etc.). Uma sociedade será tanto mais justa e fraterna quanto melhor tratar e cuidar dos seus membros mais vulneráveis.

18. Quais serão as consequências sociais da legalização da eutanásia?
A mensagem que, através da legalização da eutanásia e do suicídio assistido, assim se veicula tem graves implicações sociais, que vão para além de cada situação individual. Esta mensagem não pode deixar de ter efeitos no modo como toda a sociedade passará a encarar a doença e o sofrimento.
A quebra de um interdito fundamental (“não matar”) que estrutura, como sólido alicerce, a vida comunitária, não pode deixar de afetar a confiança no seio das famílias, entre gerações, e na comunidade em geral.
Há o sério risco de que a morte passe a ser encarada como resposta à doença e o sofrimento, já que a solução não passaria por um esforço solidário de combate a essas situações, mas pela supressão da vida da pessoa doente e sofredora, pretensamente diminuída na sua dignidade. E é mais fácil e mais barato. Mas não é humano! Neste novo contexto cultural, o amor e a solidariedade para com os doentes deixarão de ser tão encorajados, como já têm alertado associações de pessoas que sofrem das doenças em questão e que se sentem, obviamente, ofendidas quando vêm que a morte é apresentada como “solução” para os seus problemas. E também é natural que haja doentes, de modo particular os mais pobres e débeis, que se sintam socialmente pressionados a requerer a eutanásia, porque se sentem “a mais” ou “um peso”.
É este, sem dúvida, um perigo agravado num contexto de envelhecimento da população e de restrições financeiras dos serviços de saúde que implícita ou explicitamente se podem questionar: para quê gastar tantos recursos com doentes terminais quando as suas vidas pode ser encurtadas?
Não podemos ignorar que entre nós uma grande parte dos doentes, especialmente os mais pobres e isolados, não tem acesso aos cuidados paliativos, que são a verdadeira resposta ao seu sofrimento. A legalização da eutanásia e do suicídio assistido contribuirá para atenuar a consciência social da importância e urgência de alterar esta situação, porque poderá ser vista como uma alternativa mais fácil e económica.

19. Será possível restringir a legalização da eutanásia e do suicídio assistido a situações raras e excecionais?
A experiência dos Estados que legalizaram a eutanásia revela que não é possível restringir essa legalização a situações raras e excecionais; o seu campo de aplicação passa gradualmente da doença terminal à doença crónica e à deficiência, da doença física incurável à doença psíquica dificilmente curável, da eutanásia consentida pela própria vítima à eutanásia consentida por familiares de recém-nascidos, crianças e adultos com deficiência ou em estado de inconsciência.
É conhecida a imagem da rampa deslizante (slippery slope), muitas vezes evocada a este respeito. Depois de se iniciar uma descida vertiginosa, não se consegue evitar a queda no abismo; quando se introduz uma brecha num edifício, não se consegue evitar a sua derrocada.
Dois são os trajetos através dos quais se vai alargando o alcance da legalização da eutanásia e do suicídio assistido. Trata-se de um percurso lógico e, por isso, previsível.
Por um lado, quando se invoca a autonomia para justificar essa legalização, é lógico que estas práticas não se limitem a situações de doença em fase terminal. São, assim, mortas pessoas muito antes do final da sua vida e algumas sem estar doentes.
Por outro lado, quando se reconhece que há situações em que a vida “perde dignidade”, pela doença, sofrimento ou dependência, e, por isso, nessas situações a vida não merece a proteção que merece noutras, justificando-se a eutanásia e o suicídio assistido; então, porque nessas situações a vida “perde dignidade”, deixa de ser “digna de ser vivida”, pode prescindir-se de um pedido expresso no caso de pessoas incapazes de o formular: recém-nascidos, crianças, pessoas com deficiência ou com demência. E invoca-se o princípio da igualdade: porque haverão, então, de ficar privadas do pretenso “benefício” da eutanásia estas pessoas?

20. Tem aumentado no número de casos de eutanásia e suicídio assistido nos países em que estas práticas foram legalizadas?
Sim. Um trabalho de revisão realizado por Steck et al. (2013) revela que o número de mortes associadas à eutanásia e ao suicídio assistido aumentou nos países em que tais práticas foram legalizadas, como é o caso da Bélgica, Holanda, Suíça e o Estado de Oregon nos EUA10.
Por exemplo, na Holanda, em 2015 a prevalência de mortes ocorridas através da eutanásia e do suicídio assistido foi de 4829 casos, o que corresponde a 3,4 % de todas as mortes11. Na Bélgica, em 2003 morreram através da eutanásia 235 pessoas. Em 2013 esse número aumentou para 1807, o que corresponde a um aumento de cerca de 789% em 10 anos. Os dados disponíveis mostram que os números têm vindo sempre a aumentar, o que comprova que esta medida não se aplica apenas em casos pontuais.

21. Quais serão as consequências da legalização da eutanásia na medicina e na relação médico-doente?
A medicina assenta a sua prática no diagnóstico e no tratamento das doenças, no acompanhamento e alívio do sofrimento dos doentes, sempre com a finalidade de defesa da vida humana. A tradição refletida no juramento de Hipócrates obriga a que os médicos estejam do lado da vida, lutando contra a doença que nas suas formas mais graves conduzem à morte. A eutanásia opõe-se à medicina e acaba por ser a sua negação.
A relação de confiança médico-doente, que é a base da medicina, é, assim, destruída. É fácil perceber que aquele que deveria fazer tudo para nos salvar, não pode subitamente, ainda que a nosso pedido, agir no sentido de nos tirar a vida. A imagem do médico não pode passar de uma referência amiga e confiável à de um executante de uma sentença de morte.
Perante um médico que pratica a eutanásia, o doente pode recear que este decida suspender os tratamentos mesmo quando estes se justificam.
Além disso, a inclusão da eutanásia na prática médica pode levar a que o clínico, em situações semelhantes àquelas em que tenha sido praticada a eutanásia, tenda a repetir essa prática, ou a propô-la aos seus doentes.
Do ponto de vista médico, a eutanásia é executada através de um ato técnico (administração de drogas letais), mas não pode ser considerado um ato clínico, já que não se destina a aliviar ou a curar uma doença, mas sim a pôr termo à vida do paciente. Portanto, a eutanásia e o suicídio assistido não são tratamentos médicos.
A Associação Médica Americana (American Medical Association) tomou posição contra o envolvimento dos médicos na eutanásia e no suicídio assistido, referindo claramente que esse envolvimento contradiz o papel profissional do médico13. A Associação Médica Americana acrescenta que a avaliação e o tratamento por um profissional de saúde, com experiência nos aspetos psiquiátricos de doença terminal, pode, em muitos casos, aliviar o sofrimento que leva um paciente a desejar suicídio assistido.

22. A eutanásia está a ser praticada em doentes psiquiátricos? Que consequências daí podem advir?
Sim. Um estudo realizado na Holanda, entre 2011 e meados de 2014, revelou isso mesmo, sendo que a maioria dos casos de eutanásia devido a doenças psiquiátricas (N=66) correspondiam a mulheres (cerca de 70%), com várias doenças psiquiátricas crónicas, e socialmente isoladas. Cerca de 25% dos casos tinham idades compreendidas entre 30 e os 50 anos. A depressão e as perturbações de ansiedade foram as principais patologias psiquiátricas apresentadas pelos doentes (56%). Além disso, em 24% dos casos, os pareceres dos médicos psiquiatras não foram no sentido de justificar o pedido de eutanásia. Porém, nestes casos, a comissão legalmente prevista decide geralmente em favor da prática da eutanásia.

Na Suíça, num estudo realizado pelo Instituto de Medicina Legal de Zurique sobre os suicídios assistidos praticados por duas associações (Exit Deutsche Schweiz e Dignitas), entre 2001-2004, (N=421) revelou que nenhuma destas pessoas sofria de qualquer doença letal e que o “cansaço da vida” foi evocado em 25% dos suicídios (N= 105)15 assistidos. De acordo com os resultados publicados neste estudo, a percentagem de suicídios assistidos cometidos em pessoas sem qualquer doença letal tem vindo a aumentar desde 1992. Facilmente se percebe que entre estas poderão estar pessoas que sofram de depressão e que se encontrem numa situação de grande fragilidade emocional.
A eutanásia praticada em doentes psiquiátricos é motivo de enorme preocupação na classe médica. Há o sério risco de os psiquiatras desistirem de tratar alguns doentes com depressão, com o efeito de desmoralização que isso poderá ter noutras pessoas com a mesma doença, e de ser desincentivada a melhoria dos cuidados psiquiátricos16.

23. Quais são os direitos do doente em estado terminal?
Há um conjunto de direitos associados à dignidade humana que devem ser respeitados durante o período em que se avizinha o fim da vida. Neste caso, será preferível a expressão “fim de vida digno” em vez de “morte digna”.
Os direitos do fim da vida incluem:

- o direito aos cuidados paliativos;
- o direito a que seja respeitada a sua liberdade de consciência;
- o direito a ser informado com verdade sobre a sua situação clínica;
- o direito a decidir sobre as intervenções terapêuticas a que se irá sujeitar (consentimento terapêutico);
- o direito a não ser sujeito a obstinação terapêutica (tratamentos inúteis e desproporcionados, também designados como fúteis);
- o direito a estabelecer um diálogo franco, esclarecedor e sincero com os médicos, familiares e amigos;
- o direito a receber assistência espiritual e religiosa.


24. O que são os cuidados paliativos?
São cuidados de saúde prestados por uma equipa multidisciplinar especializada, que incluem a chamada medicina paliativa, que é hoje uma especialidade médica vocacionada para prestar cuidados clínicos aos doentes avançados e incuráveis e/ou muito graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde17, os cuidados paliativos servem para melhorar a qualidade de vida dos doentes e das famílias que se confrontam com doenças ameaçadoras para a vida, mitigando a dor e outros sintomas e proporcionando apoio espiritual e psicológico, desde o momento do diagnóstico até ao final da vida.
Os cuidados paliativos não se destinam a curar a doença, nem tão-pouco a acelerar ou atrasar a morte (aceitam a inevitabilidade da morte), mas a assegurar um conjunto de medidas que visam cuidar do doente, aliviando o seu sofrimento físico e psíquico, garantindo-lhe conforto e a melhor qualidade de vida possível. Devem ser oferecidos muito antes da proximidade da morte do paciente, caso contrário poderão não garantir os objetivos de bem-estar que pretendem atingir. O apoio é dirigido quer ao doente, quer à família, procurando-se que os doentes possam viver tão ativamente quanto possível até à morte. Estes cuidados de saúde humanizados são prestados habitualmente por uma equipa multidisciplinar, constituída por médicos, enfermeiros, auxiliares, fisioterapeutas, psicólogos, podendo também incluir voluntários.
Em doentes em fase terminal (últimos 3-6 meses de vida), é frequente existir dor física, sofrimento psíquico, bem como outros sintomas. As intervenções dos cuidados paliativos destinam-se a aliviar os sintomas que mais afetam o paciente. O sofrimento psíquico pode ser aliviado através de psicofármacos, mas também através de psicoterapia de apoio, do consolo moral e efetivo prestado pela equipa de cuidadores e também pela família, garantindo, assim, que nenhum doente em fim de vida (últimos 12 meses de vida) ou agónico (últimas horas ou dias) fica entregue a si próprio.
Estes cuidados devem ser prestados de forma continuada até ao momento da morte; e mesmo após a morte, com a prestação de apoio à família enlutada.
Os cuidados paliativos devem ser oferecidos atempadamente – e não apenas quando o doente está moribundo – de uma forma que respeite a sensibilidade deste e da sua família, e de acordo com as suas características culturais e religiosas.
Esta é uma área da medicina relativamente nova enquanto especialidade e necessita de ser alargada a mais zonas do país, com a criação de mais equipas especializadas.

25. O que é sedação paliativa?
Trata-se da utilização monitorizada de terapêutica destinada a induzir um estado de sedação, alterando, assim, o estado de consciência do doente, tendo em vista aliviar a carga de sofrimento causada por um ou mais sintomas que não cedem aos tratamentos habituais (ditos refratários), de uma forma que é eticamente aceitável para o doente, família e prestadores de cuidados de saúde. Utilizam-se fármacos sedativos (não morfina) e podem ocorrer diferentes níveis de sedação.
A sedação paliativa pode ser recomendada nalgumas situações e configurar a boa prática médica no âmbito dos cuidados paliativos18. Contudo, a sedação paliativa não deve nunca servir para abreviar a vida do doente. Além disso, não pode ser considerada um tratamento de primeira linha e deve ser praticada por uma equipa devidamente preparada. Assenta nos seguintes pontos: 1. Intenção clara (sedar o doente com a intenção de aliviar o sofrimento); 2. Processo (com o consentimento do doente e recurso a fármacos sedativos); 3. Resultado (o êxito da sedação é o alivio do sofrimento e não a morte).

26. Quais são as principais necessidades dos doentes em fim de vida?
As necessidades dos doentes em fim de vida e terminais assentam essencialmente no alívio do sofrimento físico e psíquico, prestado por uma equipa devidamente capacitada, no apoio espiritual e no suporte afetivo através da família e amigos.
A dor física é muito frequente, principalmente nas doenças neoplásicas. Uma correta terapêutica da dor torna-se necessária e importante para garantir a melhor qualidade de vida. No entanto, existem vários outros sintomas e todos merecem o devido tratamento.
O sofrimento psíquico não deve ser menosprezado. Estes doentes apresentam com frequência perturbações depressivas que obrigam a uma terapêutica antidepressiva e a um adequado apoio psicológico. É importante que o doente sinta que não está sozinho, sinta que a sua vida tem sentido e que tem o apoio de uma equipa a tratar dele, o que, juntamente com o carinho da família e dos amigos, proporciona um precioso auxílio para contrariar o sentimento de isolamento e insegurança que ocorre com frequência nestes casos.
As necessidades espirituais (comuns a crentes e não crentes) e religiosas devem ser justamente valorizadas. O apoio que permite dar sentido ao sofrimento deve ser garantido a estes doentes.


Fátima, 8 de março de 2016

 


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Oração pela vida (pdf)

«Eutanásia: o que está em causa?
Contributos para um diálogo sereno e humanizador»

1. As questões ligadas à legalização da eutanásia e do suicídio assistido estão em discussão na Assembleia da República e na sociedade. Como contributo para esse debate, que desejamos seja em diálogo sereno e humanizador, surge esta Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa sobre o que verdadeiramente está em causa1.

2. Por eutanásia, deve entender-se «uma ação ou omissão que, por sua natureza e nas intenções, provoca a morte com o objetivo de eliminar o sofrimento»2. A ela se pode equiparar o suicídio assistido, isto é, o ato pelo qual não se causa diretamente a morte de outrem, mas se presta auxílio para que essa pessoa ponha termo à sua própria vida.
Distinta da eutanásia é a decisão de renunciar à chamada obstinação terapêutica3, ou seja, «a certas intervenções médicas já inadequadas à situação real do doente, porque não proporcionadas aos resultados que se poderiam esperar ou ainda porque demasiado gravosas para ele e para a sua família»4. «A renúncia a meios extraordinários ou desproporcionados não equivale ao suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condição humana perante a morte»5. É, pois, bem diferente matar e aceitar a morte. Quer a eutanásia, quer a obstinação terapêutica, constituem uma ingerência humana antinatural nesse momento-limite que é a morte: a primeira antecipa esse momento, a segunda prolonga-o de forma artificialmente inútil e penosa.

3. De forma sintética, podemos dizer que subjacente à legalização da eutanásia e do suicídio assistido está a pretensão de redefinir tomadas de consciência éticas e jurídicas ancestrais relativas ao respeito e à sacralidade da vida humana. Pretende-se que o mandamento de que nunca é lícito matar uma pessoa humana inocente (“Não matarás”) seja substituído por um outro, que só torna ilícito o ato de matar quando o visado quer viver. Consequentemente, intenta-se que a norma segundo a qual a vida humana é sempre merecedora de proteção, porque um bem em si mesma e porque dotada de dignidade em qualquer circunstância, seja substituída por um outro critério, segundo o qual a dignidade e valor da vida humana podem variar e podem perder-se. Ora, na nossa conceção, isto é inaceitável.

4. Para os crentes, a vida não é um objeto de que se possa dispor arbitrariamente, é um dom de Deus e uma missão a cumprir. E é no mistério da morte e ressurreição de Jesus que os cristãos encontram o sentido do sofrimento. Mas quando se discute a legislação de um Estado laico importa encontrar na razão, na lei natural e na tradição de uma sabedoria acumulada um fundamento para as opções a tomar. O valor intrínseco da vida humana em todas as suas fases e em todas as situações está profundamente enraizado na nossa cultura e tem, inegavelmente, a marca judaico-cristã. Mas não é difícil encontrar na razão universal uma sólida base para esse princípio. A Constituição Portuguesa reconhece-o ao afirmar categoricamente que «a vida humana é inviolável» (artigo 24º, nº 1).

5. A vida humana é o pressuposto de todos os direitos e de todos os bens terrenos. É também o pressuposto da autonomia e da dignidade. Por isso, não pode justificar-se a morte de uma pessoa com o consentimento desta. O homicídio não deixa de ser homicídio por ser consentido pela vítima. A inviolabilidade da vida humana não cessa com o consentimento do seu titular.
O direito à vida é indisponível, como o são outros direitos humanos fundamentais, expressão do valor objetivo da dignidade da pessoa humana. Também não podem justificar-se, mesmo com o consentimento da vítima, a escravatura, o trabalho em condições desumanas ou um atentado à saúde, por exemplo.

6. Por outro lado, nunca é absolutamente seguro que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia. Nunca pode haver a garantia absoluta de que o pedido de eutanásia é verdadeiramente livre, inequívoco e irreversível.
Muitas vezes, traduz um estado de espírito momentâneo, que pode ser superado, ou é fruto de estados depressivos passíveis de tratamento, ou será expressão de uma vontade de viver de outro modo (sem o sofrimento, a solidão ou a falta de amor experimentados), ou um grito de desespero de quem se sente abandonado e quer chamar a atenção dos outros. Mas não será a manifestação de uma autêntica vontade de morrer. É, pois, uma linguagem alternativa de quem pede socorro e proximidade afetiva. A dúvida há de subsistir sempre, sendo que a decisão de suprimir uma vida é a mais absolutamente irreversível de qualquer das decisões.

7. Em nome da autonomia, os que defendem a legalização da eutanásia e do suicídio assistido não chegam, por ora, ao ponto de pretender a legalização do homicídio a pedido e do auxílio ao suicídio em quaisquer circunstâncias. Pretendem apenas reconhecer a licitude da supressão da vida, quando consentida, em situações de sofrimento intolerável ou em fases terminais. Desta forma, atentam contra o princípio de que a vida humana tem sempre a mesma dignidade, em todas as suas fases e independentemente das condições externas que a rodeiam. A dignidade da vida humana deixa de ser uma qualidade intrínseca, passa a variar em grau e a depender de alguma dessas condições externas. Haveria, pois, situações em que a vida já não merece proteção (a proteção que merece na generalidade das situações), por perder dignidade.

8. Invocam os partidários da legalização da eutanásia e do suicídio assistido que, com essa legalização, se respeita, apenas, a vontade e as conceções sobre o sentido da vida e da morte, de quem solicita tais pedidos, sem tomar partido. Mas não é assim. O Estado e a ordem jurídica, ao autorizarem tal prática, estão a tomar partido, estão a confirmar que a vida permeada pelo sofrimento, ou em situações de total dependência dos outros, deixa de ter sentido e perde dignidade, pois só nessas situações seria lícito suprimi-la.

Quando um doente pede para morrer porque acha que a sua vida não tem sentido ou perdeu dignidade, ou porque lhe parece que é um peso para os outros, a resposta que os serviços de saúde, a sociedade e o Estado devem dar a esse pedido não é: «Sim, a tua vida não tem sentido, a tua vida perdeu dignidade, és um peso para os outros». Mas a resposta deve ser outra: «Não, a tua vida não perdeu sentido, não perdeu dignidade, tem valor até ao fim, tu não és peso para os outros, continuas a ter valor incomensurável para todos nós». Esta é a resposta de quem coloca todas as suas energias ao serviço dos doentes mais vulneráveis e sofredores e, por isso, mais carecidos de amor e cuidado; a primeira é a atitude simplista e anti-humana de quem não pretende implicar-se na questão do sentido da verdadeira «qualidade de vida» do próximo e embarca na solução fácil da eutanásia ou do suicídio assistido.

9. Não se elimina o sofrimento com a morte: com a morte elimina-se a vida da pessoa que sofre. O sofrimento pode ser eliminado ou debelado com os cuidados paliativos, não com a morte. E hoje, as técnicas analgésicas conseguem preservar de um sofrimento físico intolerável. Desta forma, pode afirmar-se que a eutanásia é uma forma fácil e ilusória de encarar o sofrimento, o qual só se enfrenta verdadeiramente através da medicina paliativa e do amor concreto para com quem sofre.
Como afirma Bento XVI, «a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre».
Para além do círculo afetivo dos seus familiares e amigos, a dignidade de quem sofre reclama o cuidado médico proporcionado, mesmo que os atos terapêuticos e os analgésicos possam, pelo efeito secundário inerente a muitos deles, contribuir para algum encurtamento da vida. Neste caso, não se trata de eutanásia, pois o objetivo não é dar a morte, mas preservar a dignidade humana e a «santidade de vida», minimizando o sofrimento e criando as condições para a «qualidade de vida» possível.

10. A mensagem que, através da legalização da eutanásia e do suicídio assistido, assim se veicula tem graves implicações sociais, que vão para além de cada situação individual. Esta mensagem não pode deixar de ter efeitos no modo como toda a sociedade passará a encarar a doença e o sofrimento.
Há o sério risco de que a morte passe a ser encarada como resposta a estas situações, já que a solução não passaria por um esforço solidário de combate à doença e ao sofrimento, mas pela supressão da vida da pessoa doente e sofredora, pretensamente diminuída na sua dignidade. E é mais fácil e mais barato. Mas não é humano! Neste novo contexto cultural, o amor e a solidariedade para com os doentes deixarão de ser tão encorajados, como já têm alertado associações de pessoas que sofrem das doenças em questão e que se sentem, obviamente, ofendidas quando veem que a morte é apresentada como “solução” para os seus problemas. E também é natural que haja doentes, de modo particular os mais pobres e débeis, que se sintam socialmente pressionados a requerer a eutanásia, porque se sentem “a mais” ou “um peso”.
É este, sem dúvida, um perigo agravado num contexto de envelhecimento da população e de restrições financeiras dos serviços de saúde que implícita ou explicitamente se podem questionar: para quê gastar tantos recursos com doentes terminais quando as suas vidas podem ser encurtadas?

11. Não podemos ignorar que, entre nós, uma grande parte dos doentes, especialmente os mais pobres e isolados, não tem acesso aos cuidados paliativos, que são a verdadeira resposta ao seu sofrimento.
A legalização da eutanásia e do suicídio assistido contribuirá para atenuar a consciência social da importância e urgência de alterar esta situação, porque poderá ser vista como uma alternativa mais fácil e económica.

12. Com esta Nota Pastoral, apelamos à consciência dos nossos legisladores.
Mas também sabemos que uma grande percentagem dos nossos concidadãos afirma aprovar a legalização da eutanásia e do suicídio assistido. Estamos convictos de que muitos o fazem sem a consciência clara do que está verdadeiramente em causa. Daí a importância de um vasto trabalho de esclarecimento para o qual queremos dar o nosso contributo.
No Ano Jubilar da Misericórdia, recordamos que esta nos leva a ajudar a viver até ao fim. Não a matar ou a ajudar a morrer.

Fátima, 8 de março de 2016

 


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Foi na Capela de Nossa Senhora da Saúde que o povo recebeu, com alacridade e empatia, pela primeira vez nesta comunidade eclesial de Santa Comba, o Sr Bispo, D. António Couto, para dar início à visita pastoral, nos dias 26 e 29 de abril.

Foram, sentidamente, repetidas as palavras do Evangelho dirigidas há dois mil anos a Jesus na Sua chegada a Jerusalém, “Bendito o que vem em nome do Senhor”. Foi com este cântico, que acompanhou e saudou o Sr. Bispo, que vem em nome do «doce Vigário de Cristo na terra», aquele que preside à “unidade na caridade”.

Iniciou-se com a visita ao cemitério, o lugar do dormitório, recordando os irmãos que adormeceram no Senhor, lembrando Saint Exupéry: “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”.  

De seguida, rumámos até ao lar (Associação de Bem-Fazer) em que fomos recebidos com alegria e comoção, para aí ser celebrada a Eucaristia com a administração do Sacramento da Santa Unção, uma carícia de Deus para os mais fragilizados e debilitados.

Pela tarde o ilustre Antístite visitou os lugares de culto, a capela do Mártir São Sebastião, Senhora da Penha  a capela de Santo António e Junta de Freguesia.

Seguiu-se a visita a Tomadias, uma localidade anexa à freguesia e paróquia de Santa Comba.  

Povo de pequena dimensão e de gente maioritariamente idosa, foi recebido com flores e foguetes, sinais de gratidão e gáudio. Aí foi celebrada a eucaristia com o Sacramento de Santa Unção, culminando este belo dia plenificado com o encontro com os crismandos, para os conhecer e preparar para a celebração de Domingo.

Pela manhã de Domingo, chegou o ponto alto desta visita com a administração do Crisma a 6 jovens da Paróquia, com a saudação de um crismando ao Antístite seguindo-se a Eucaristia.  

A homilia teve como referência determinante A Videira, A Verdadeira e Nós… Em que a nossa vida, deve ser uma vida de multiplicar frutos. O amor é o fruto verdadeiro que traz a paz, a alegria a confiança... Parafraseando a 1ª carta aos Corintios, 13, se não tiver amor… Sobe este texto, Fernando Pessoa dizia: “ Meu Deus e eu que não tenho o amor”.  

Por último, seguiu-se a crismação, em que os 6 jovens iriam ser cristificados à maneira de Cristo pelo Espírito, ungidos, outros cristos de uvas boas.

No fim da Eucaristia, houve um encontro com os movimentos locais com uma palavra de gratidão e estima.

Como as cordas duma cítara, só entoam a melodia quando todas em sintonia, pedimos ao Senhor que nos ajude a viver sempre nesta comunhão, para estarmos certos de que somos a una e única Igreja Católica. Nós e o Espírito Santo, edificando um mundo melhor.

Nesta hora de alegria, queremos manifestar o nosso afeto e gratidão para com o nosso ilustre e estimado pastor da Igreja de Lamego.

 

 

Pe José Soares, in Voz de Lamego, ano 88/23, n.º 44589, 8 de maio de 2018

O salão paroquial de Alvite foi pequeno para acolher as inúmeras pessoas que, no passado dia 15 de abril, quiseram marcar presença na Ultreia Arciprestal de Cursilhistas. A afluência ao encontro demonstra inequivocamente que o Movimento de Cursilhos de Cristandade continua a merecer destaque na Diocese, em particular nos três concelhos que compõem o arciprestado de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tabuaço, onde se realizou a referida ultreia.  

O encontro, orientado pelo Padre Bráulio Carvalho, pároco de Alvite, decorreu numa tarde de domingo e teve início com o acolhimento aos cursilhistas e invocação do Espírito Santo, seguindo-se três testemunhos, em jeito de rolho: Palmira Bernardino centrou a sua intervenção no tema da “oração na vida familiar”; Paulo Jorge, um dos reitores dos cursos de cristandade na Diocese de Lamego, falou sobre “ser luz e ser sal”; e, por fim, Maria João Calhau apresentou um testemunho que remetia para o tema “ser bom samaritano na família”. Após as intervenções, simples e despretensiosas, como, aliás, é apanágio do Movimento de Cursilhos de Cristandade, decorreu a Adoração ao Santíssimo Sacramento e a oração do Terço da Misericórdia.  

No final, foi dada voz a todos os cursilhistas que desejassem deixar o seu testemunho de vida cristã, tendo sido várias as pessoas que ali quiseram partilhar momentos da sua vida e falar, sobretudo, acerca da importância e do impacto que o Cursilho teve na sua história pessoal.

Marcaram presença cerca de 120 cursilhistas, oriundos de toda a Diocese, desde Cinfães a Penedono, predominando os cursilhistas do concelho de Moimenta da Beira, em especial de Alvite, que se sentiram chamados a participar no encontro e a renovar os compromissos feitos aquando do seu Curso, saindo dali com mais alento, mais força e mais empenho nesta causa que é de muitos, mas, sobretudo, de cada um.

Para fechar o encontro da melhor forma, foram todos convidados para um lanche, onde imperavam as bolas típicas de Alvite, os enchidos e os vinhos da região.

De referir que o Secretariado Diocesano do Movimento de Cursilhos de Cristandade vai promover, no próximo dia 26 de Maio, em Moimenta da Beira, mais uma Ultreia Diocesana, para a qual todos os cursistas estão convidados. Até lá. De Colores.

 

Maria João, Alvite,

in Voz de Lamego, ano 88/23, n.º 44589, 8 de maio de 2018

Nos passados dias 5 e 6 de maio decorreu a Peregrinação Nacional de Jovens a Fátima, o encontro "Fátima Jovem".

Assim que soubemos da existência desta peregrinação logo cresceu uma vontade imensa de participar. Se ir a Fátima com a nossa família ou num grupo pequeno é tão bom, então visitar Fátima com centenas de jovens com as nossas idades, as mesmas dúvidas e até receios iria ser espetacular. E foi...

O primeiro dia começou com a viagem de autocarro, o acordar cedo, o preparar tudo e tentar não esquecer nada. À primeira vista, tudo coisas stressantes e chatas, mas na verdade o facto de estarmos juntos, felizes, a cantar e a rezar, já tinha valido a pena.

O acolhimento de todas as dioceses foi preparado pela equipa DDPJ da nossa diocese de Lamego, um momento descontraído e animado que precedeu a conversa com o humorista António Raminhos. De uma forma diferente daquela a que estamos habituados, Raminhos falou-nos da maneira como ele próprio encara a fé, a relação com Jesus Cristo e a Igreja.

A tarde já ia longa e era chegada a hora de saudarmos Maria, a verdadeira razão desta peregrinação, a nossa Mãe. À saudação de Nossa senhora de Fátima, seguiu-se o concerto "Banda da Paróquia" onde, após um momento mais sério, pudemos pular, saltar, rir e brincar enquanto falávamos com Deus, porque falar com Ele pode ser sempre que nos apetecer e da forma que quisermos, pois Ele está sempre connosco pronto a escutar.

Chegou a noite e com ela um momento belo, o Rosário internacional e procissão de velas, tornou-se emocionante sentir que todas aquelas pessoas caminhavam, lado a lado, com a mesmo espírito de fé e alegria.

O primeiro dia terminou com o concerto de oração do padre João Paulo Vaz. Depois de tudo isto o sentimento de gratidão transbordava de nossos corações.

No segundo dia, rezamos o terço pela manhã e assistimos à celebração da Eucaristia Internacional. É difícil explicar o que cada um sente nestes momentos, é um momento de partilha com todos mas também de intimidade com Deus.

O Fátima Jovem 2018 terminou, voltamos de coração cheio, espírito renovado e cada vez mais unidos com a certeza de que iremos voltar.

Mais uma vez apenas temos a dizer... Obrigado!

 

Grupo de Jovens, Luz do Montemuro

in Voz de Lamego, ano 88/23, n.º 44589, 8 de maio de 2018

No dia 28 de Abril, realizou-se no Seminário de Resende um curso de formação de leitores da Palavra de Deus que ocupou a manhã, tendo terminado com um almoço de convívio.

O curso foi orientado pelo formador Rev. Padre Diamantino José Alvaíde Duarte. Foi muito útil este curso que muito animou os participantes que intervieram tanto com propostas de dúvidas, como também com propostas de ideias...
No fim todos viemos mais esclarecidos e com vontade de melhorar a nossa participação nas leituras dos atos litúrgicos.

Prof. Manuela Coutinho, in Voz de Lamego, ano 88/22, n.º 44588, 1 de maio de 2018

A beleza do amor de mãe

É bom, belo e justo celebrar o Dia da Mãe: agradecer a todas as mães que dia e noite, todos os dias e todos anos, ao longo da sua vida, se dedicam ao acolhimento amoroso, à educação e ao crescimento integral dos filhos.

Ser mãe não significa somente colocar no mundo um filho, mas é também uma escolha: a de dar a vida. Nada há mais nobre e mais santo!

Na sua terceira exortação apostólica, “Alegrai-vos e exultai”, o Papa Francisco recorda que a santidade é construída na vida de cada dia, com os “pequenos detalhes do amor” (n. 145). Todos sabemos, por experiência própria, que a sacralidade de tantos pequenos gestos das nossas mães deixou um sabor indizível e inesquecível no nosso coração de filhos.

As mães são verdadeiras beneméritas da sociedade, pois sabem cultivar e transmitir, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação e a força moral. São também as mães que transmitem o sentido mais profundo da vivência religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, inscrevendo assim, indelevelmente, o valor da fé na vida de um ser humano.

Queridas mães, obrigado por aquilo que nos dais, pelo que sois na família e por aquilo que dais à Igreja e à sociedade. Que a celebração de mais um Dia da Mãe junte, em coro, as nossas vozes à dos decisores políticos e económicos, dos agentes culturais e da comunicação social e todos nos empenhemos a apoiar e a proteger o dom da maternidade que começa na fecundação e nunca deixa de se manifestar.

As mães de todos os tempos têm como modelo Maria, Mãe de Jesus. Que Nossa Senhora abençoe todas as mães! As acolha e proteja sob o seu santo manto.

Como “pequena lembrança” para este dia, aqui deixamos uma singela parábola: Um anjo fugiu do paraíso para dar um passeio pela terra. No findar do dia, decidiu levar algumas lembranças daquela visita. Num jardim, viu algumas rosas: apanhou as mais bonitas e fez um belo ramo para levar para o paraíso.

Mais à frente, viu uma criança sorrir para a mãe. Encantado com a ternura daquela criança, apanhou também o seu sorriso. Estava para partir, quando viu uma mãe olhar com amor para o seu pequenino no carrinho.

O amor jorrava como uma nascente a transbordar. O anjo pensou: «O amor daquela mãe é o que de mais bonito existe na terra, portanto pegarei também nele». Voou para o céu, mas antes de passar pelos portões azuis, decidiu examinar as recordações para ver como se tinham conservado durante a viagem.

As flores estavam murchas, o sorriso da criança tinha-se esmorecido, mas o amor da mãe ainda tinha todo o seu esplendor e beleza. Pôs de lado as flores murchas e o sorriso apagado, chamou à sua volta todos os hóspedes do céu e disse: “Eis a única coisa que encontrei na terra e que manteve toda a sua beleza durante a viagem para o paraíso: o amor de mãe!”.


O dia 28 de abril foi dia de regresso ao Seminário de Resende para os convivas do 1321, 1335 e 1349 que se reuniram no Mega Pós-Convívio 2018. Neste dia os “laranjinhas” saíram literalmente à rua e encontraram-se mais uma vez: consigo mesmo, com os outros e com Ele.

Revisitamos a parábola do Bom Samaritano e apercebemo-nos das personagens que compõem a nossa vida e como os papéis se invertem. Foi mais uma jornada de amor em que confirmámos que “agora podemos ver que como flechas subiremos”.

Um ano ou apenas alguns meses depois sentimo-nos ainda mais comprometidos a ir pelo mundo mostrar a nossa herança, por isso, para ti que talvez estejas recostado a ler o jornal deixamos-te uma mensagem de amor: Vai e faz do mesmo modo!

 

Marta Antunes Rodrigues, in Voz de Lamego, ano 88/22, n.º 44588, 1 de maio de 2018

No passado dia 25 de Abril (dia da liberdade) os seminaristas e seus formadores (Pe. Ângelo Santos e o reitor Pe. Joaquim Dionísio), juntamente com o Pe. Fabrício Pinheiro, tiveram um dia diferente com uma pequena saída aos Passadiços Do Paiva, inaugurados em 2015.

Neste dia, tivemos a experiência de percorrer 9 km à beira-rio. No desenrolar do percurso houve certas coisas que chamaram mais a atenção, como por exemplo a movimentação da água em várias zonas, o formato das rochas, enfim, uma série de momentos belíssimos. Além disto, detivemo-nos admirados perante os nomes de certos animais que por ali andavam como Aurínia e a Quadripuntária, espécies ameaçadas na Europa e, por isso, uma grande raridade do Paiva. Fomo-nos deparando com a biodiversidade nas rochas como por exemplo os Fungos e Musgos que ao longo do tempo vão fazendo parte das rochas, sendo que para além dos Musgos e dos Fungos também existem animais que se refugiam nas rochas como é o caso da aranha-de-tenda-de-cinco-pintas.

Terminado o percurso e porque a hora também já estava adiantada, fomos almoçar, a convite do Pe. Fabrício Pinheiro ao qual naturalmente agradecemos a sua disponibilidade que fez deste dia um dia diferente de todos os outros, cheio de muita alegria e de muita diversão.

Tiago Fonseca, 12º Ano, in Voz de Lamego, ano 88/22, n.º 44588, 1 de maio de 2018

No passado dia 27 de Abril realizou-se, no Seminário Maior de Lamego, o Conselho de Presbíteros.

Entre outros pontos de agenda, destacam-se os novos estilos de pastoral sócio caritativa criados neste ano pastoral, concluindo-se que houve uma maior sensibilização das comunidades para gestos e atitudes concretas de aproximação ao outro.

Foi, também, objeto de abordagem o tema central de base do novo plano pastoral que incidirá sobre a Igreja sendo este, depois, desdobrado por três anos: Povo Vocacional; Povo Sinodal e a Identidade da Igreja.

Reflectiu-se, ainda, acerca da oportunidade que constitui a aplicação pastoral da Exortação “Amoris Laetitia", recentemente publicada pelo Papa Francisco. Há que acolher bem, acompanhar e promover a proximidade, ajudando a pessoa a discernir acerca da sua (re)aproximação à comunidade cristã.

O Reitor do Seminário informou quais as despesas que decorrem das obras de remodelação que se têm realizado no edifício.

Por último, apelou-se à participação do clero no Simpósio que este ano comemora 25 anos, bem como, à preparação e participação na próxima Jornada Diocesana da Juventude a realizar em Pretarouca, arciprestado de Lamego.

 

O Secretário do Conselho, in Voz de Lamego, ano 88/22, n.º 44588, 1 de maio de 2018

Murça, um pequeno paraíso terrestre da Diocese de Lamego, recebeu a visita pastoral do Sr. Bispo nosso Pastor e irmão, D. António Couto. Valeu a pena todo o empenho que o nosso Pároco Sr. Padre Ponciano Batista e toda a Paróquia viveram na preparação da visita pastoral.

O dia começou com a chegada e recessão do nosso irmão/Bispo, D. António. Em seguida fomos visitar o cemitério novo, para rezarmos pelos que já partiram. Encheu-nos a alma de emoção e mais ainda quando a saída lhe ofereceram um cordeiro, pois este dia era o domingo do Bom Pastor. Que lindo gesto...

Seguimos, depois, em procissão para o cemitério velho. Terminado este memento dirigimo-nos para a igreja Matriz, acompanhados pela banda musical de Freixo de Numão. Iniciamos a Eucaristia. Logo no início o Sr. Padre Ponciano explicou que este dia, era muito especial para todos: Dia do Bom Pastor; Dia de oração pelas vocações; Dia da Nossa Padroeira Santa Senhorinha e dia da comunidade.

A homilia proferida pelo nosso Bispo, tocou-nos profundamente, palavras íntimas, afetuosas, cheias de sabedoria e entusiasmo.

Durante a Celebração receberam o Sacramento do Crisma dois jovens da nossa Paróquia. No final, ficámos todos, com a alma mais rica, dos momentos maravilhosos, que vivemos e celebramos, durante a celebração.
Seguiu-se um almoço onde todos tiveram presentes e o apetite e alegria foram uma constante. O brigado a Junta de Freguesia e Associação dos amigos de Murça. Conversamos com o nosso Pastor, numa proximidade tão grande que as lagrimas rolaram de emoção, pela sua simplicidade e Humildade. Sentimos a sua disponibilidade em todos os momento (um dia ao nosso dispor).

Obrigado, Sr.. Bispo. Voltamos á igreja para mais um encontro, onde os mais fragilizados e outras pessoas tiveram a graça de receber o Sacramento da Santa Unção.

A visita terminou com a Bênção do "nicho" erigido a Santa Senhorinha nossa Padroeira, que deixou a nossa comunidade ainda mais bela. Foi um dia de emoções muito fortes e intensas.

Muito obrigado ao Sr. Padre Ponciano Batista, nosso Pároco ao Sr. Bispo e a toda a comunidade. Temos a certeza, que este dia, irá perdurar na nossa memória, para crescermos ainda mais na Fé.

Maria Otília, in Voz de Lamego, ano 88/22, n.º 44588, 1 de maio de 2018

Foi com enorme regozijo que nos passados dias 13 e 15 de abril, recebemos na paróquia de São Martinho de Seixas o Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Dom António Couto, nosso Bispo e Pastor.
Alegremente constatamos que toda a paróquia uniu esforços e que cada um de nós, de coração aberto, se envolveu e contribuiu, da melhor forma que pôde e soube para que a visita se transformasse em tempo de júbilo e partilha.
Aqueles dias foram dias de festa, sentimos que a nossa família estava completa, mais ainda pela dedicação, quietude e serenidade com que fomos presenteados.

Os nossos doentes e acamados vislumbraram um raio de luz e quem viram não foi um “homem” mas antes uma presença de Deus, e todos sabemos como isso é importante para alguém que perdeu a esperança. É assim que se chega ao céu, é assim que se tocam as estrelas… a felicidade pode estar tão perto e às vezes é de tão fácil acesso… obrigada por eles e por os conciliar com a fé.

Fomos incentivados para a busca sincera do crescimento espiritual e de boas ações, e evangelicamente instruídos que como bons católicos e irmãos não devemos apenas ficar enclausurados nas participações dominicais e festivas, mas também viver cada dia como verdadeiros cristãos, procurando um engrandecer da alma, através das atitudes e gestos diários.

Dom António Couto tocou-nos com a sua simpatia e humildade, com o seu apelo à simplicidade e à reflexão, a sua presença acabou por ser um elixir na nossa fé às vezes moribunda e foi acima de tudo uma aula de catequese bem lecionada e produtiva.

Obrigada IRMÃO, a nossa casa é também a sua casa…

Liberta, in Voz de Lamego, ano 88/22, n.º 44588, 1 de maio de 2018


Esta semana de oração pelas vocações foi vivida de uma forma muito intensa no Seminário Maior de Lamego.

Começámos esta semana da melhor forma possível, tendo a Exposição do Santíssimo Sacramento na nossa capela. Uma Exposição muito rica em meditações que nos proporcionou um olhar mais interior em relação a nós próprios e às nossas vocações. Já na terça, na quarta e na quinta-feira, os seminaristas do 12º ano (eu e o Tiago) e o seminarista do 6º ano (Diogo Martinho), participámos no curso bíblico sobre “O Livro de Job” com a presença do nosso Bispo, D. António Couto. A principal pergunta durante estes três dias era: “Como falar de Deus no sofrimento?”. Posto isto, o livro de Job é o livro ideal para falar de Deus no sofrimento.

No sábado realizou-se a habitual Vigília de Oração pelas Vocações. Este ano, Almacave acolheu esta mesma Vigília em forma de Oração de Taizé. A Vigília ficou marcada pela presença do nosso Bispo, onde também ele rezou e meditou connosco os mistérios de Cristo. O próprio, num momento de reflexão focou-se no fogo do Espírito Santo. Esse fogo que é preciso vir e transformar-nos interiormente. Somos portadores desse fogo que arde em nós. Com o fogo do Espírito, devemos amar sem medida.

No domingo, dia do Senhor, dirigimo-nos até à paróquia de Nossa Senhora do Pranto de Sendim, terra do nosso colega e seminarista o Diogo Ferreira. Lá participámos na Eucaristia presidida pelo Sr. Pe. Ângelo Santos, formador no Seminário Maior de Lamego. Contámos também com a presença do Sr. Pe. Diamantino, pároco dessa mesma comunidade. Durante a Eucaristia, fomos convidados a ouvir o testemunho vocacional do seminarista José Miguel e também da irmã Fernanda, da congregação Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus. A eles, um agradecimento especial pelos seus testemunhos vocacionais desta semana que é de todos nós. Finda a Eucaristia regressámos ao Seminário.

Como este domingo é o Domingo do Bom Pastor, queria deixar desde já um abraço a todos os nossos Bons Pastores da nossa Diocese de Lamego. Que continuem a ser os pastores que Jesus chama todos os dias para apascentar o Seu rebanho. E a todos nós, os Seus escolhidos, que nos deixemos guiar pela sua Palavra e que acreditemos que Ele é o Verdadeiro Pastor que nos guia e nos procura mesmo que andemos fora do trilho.
Deixemos que Ele derrube as nossas falsas seguranças, os nossos tesouros vazios e tenhamos coragem de reconhecer a Sua voz, a Sua chamada.


João Patrício, Seminarista
in Voz de Lamego, ano 88/21, n.º 44587, 24 de abril de 2018

Nos dias 17, 18 e 19 deste mês, teve lugar, no centro paroquial de Almacave, um curso acerca do livro de Job. Foi orientado na íntegra pelo nosso bispo, D. António Couto e, para além de curso, foi também percurso espiritual, onde foi trilhado o caminho do duríssimo tema do sofrimento humano e de como se fala de Deus nesse mesmo sofrimento.

Os dois primeiros dias foram essencialmente focados no que aconteceu a Job e na sua resposta a isso. O último dia foi direcionado para a resposta de Deus a tudo isso.

Fomos dano conta de que nenhum das personagens é judeu. Nenhum deles fala de YHWH. Assim o texto não está preso ao judaísmo, mas aberto a todo o mundo.

Têm grande relevância no texto os amigo de Job que, naquele sofrimento todo, vêm para o confortar. Aparentemente, os amigos de Job são os que falam melhor de Deus. Contudo Este adverte-os de que eles não falam canonicamende d'Ele. Parece uma contradição. Job passa o tempo a "reclamar" com Deus e acaba por ser ele aquele que é dado como exemplo. Os amigos, com uma teologia gasta, falam de Deus com os dogmas à frente da realidade das pessoas. Eles vão visitar o que sofre, porém, com palavras estragam-lhe a vida. Em nome de ideais ainda lhe causam mais sofrimento. "Cada um tem o que merece" é a lógica dos amigos de Job. A linguagem teológica, ainda que esteja muito certa, numa situação real de um sofredor pode causar muita rutura.

Os amigos de Job têm na cabeça um Deus "boneco", que dá coisas boas aos que fazem bem e coisas más aos que se portam mal. A grande luta de Job (com os amigos, com Deus e com ele próprio) é libertar Deus desta conceção e o Homem desta amarra.

A grande novidade deste livro não é que nós, pelas nossas escadas ascéticas, chegamos até Deus, mas que Deus chega até nós. Passar do falar de Deus ao ver Deus. Isto, à altura que foi escrito, foi totalmente novo. Aliás, mesmo hoje ainda não o entendemos bem.

Com os seus discursos, os amigos de Job (tal como a sua mulher) querem salvar os seus princípios relativos a Deus, em vez de quererem salvar o seu amigo. Em vez de uma pessoa para amar, eles veem um caso para estudar.
Chegamos, assim, à “voz-off” de todo o livro, que é o capítulo 28: o coração do livro. Nesse capítulo, dá-se um enorme hino à sabedoria, que não tem a sua origem no ser humano. Nesse capítulo vemos que só Deus sabe a razão pela qual as coisas estão como estão. Essa é a grande sabedoria que o Homem deveria procurar e não outra. O Homem consegue tudo, mas, onde está a sabedoria quando tem ouro, prata, etc. e perde tudo?

Nesta luta entre o amor a uma sabedoria (filosofia) sem dor e a sabedoria de um amor dorido e agónico, surgem as vagas de perguntas da parte de Deus a Job. Este, no seu lugar, responde com toda a humildade de que é capaz e Deus mostra que, quem falou canonicamente (corretamente) d’Ele tinha sido Job e não os amigos, com aquela filosofia barata. O capítulo 42 é a prova de que, falar canonicamente de Deus pode ser também “reclamar” com Ele. É dizer mal da nossa vida, se necessário, mas absolutamente nunca participar da grande origem de todo o mal que é maldizê-l’O.

Agradecemos profundamente ao D. António por tão belo (per)curso e, naturalmente às paróquias de Almacave e Sé, na pessoa dos seus párocos, pela promoção deste encontro.

in Voz de Lamego, ano 88/21, n.º 44587, 24 de abril de 2018

Foi uma autêntica invasão de alegria o que ocorreu logo pela manhã no seminário de Resende!
Conforme iam chegando os carros, carrinhas e autocarros que transportavam as cerca de duas centenas e meia de crianças e jovens que aderiram à Festa, os gritos de alegria e reconhecimento de colegas de escola, amigos de outros encontros e atividades, e até familiares, iam-se repetindo e criando um ambiente eufórico no qual ninguém conseguia deixar de se sentir envolvido.

As animadoras, muito simpáticas e eficazes, identificavam e orientavam os grupos, registando a paróquia e o nº de participantes, integrando-os na animação que já se iniciava, com cânticos, jogos e, claro, fazendo cada um "puxar" pela sua paróquia (Lamego esteve muito bem representado pela paróquia da Sé, dotada de excelentes pulmões...).

Quando as vozes se encontravam ao rubro foi altura de ensaiarmos os cânticos que iriam animar a nossa Celebração Pascal, para que tudo estivesse bem afinadinho.
Com algum reboliço, próprio da idade, todos se foram acomodando na capela do seminário, prontos para viver a "nossa Páscoa".

A Eucaristia, conduzida pelo P. Tozé, dinâmica e envolvente, foi pontuada de momentos de reflexão apropriados aos mais novos, que os levavam, de forma simples, compreensível, e até lúdica, a tomar consciência do significado da Páscoa para cada um de nós e para o Povo de Deus a que todos pertencemos; era impressionante a atenção e interesse com que até os pequeninos dos primeiros anos seguiram todo o desenrolar da celebração e participavam nos cânticos!

Muito mais do que assembleia, todos, crianças, jovens, catequistas e celebrantes, nos sentimos participantes!

Mal demos pelo passar do tempo, mas os nossos estômagos lá nos avisaram que eram horas do almoço - agradecemos às simpáticas senhoras do seminário e aos escuteiros de Resende a confeção do delicioso " Arroz à escuteiro" que partilhamos no pavilhão desportivo (e que muitos de nós repetiram várias vezes! Estava mesmo bom...).

Duas corridas cá fora para esticar as pernas e estávamos prontos para nos concentrar no Tema proposto – a Páscoa de Jesus e os tempos que se seguiram á Sua Ressureição.

Para o meditarmos melhor foram formados grupos por faixas etárias, cada um com o seu responsável, para que a linguagem e a forma de apresentar e meditar o tema fosse mais percetível aos catequizandos; enquanto, o P. Tozé preparava com as/os catequistas presentes a Oração de Envio.

Pela satisfação que se via nas caras dos participantes, e a troca de ideias que ainda ocorria no final, a meditação foi produtiva e esclarecedora, e todos saímos enriquecidos.

E foi novamente na capela que nos reunimos para os últimos momentos desta Festa partilhada, as últimas orações, os últimos cânticos, os últimos pedidos, os últimos agradecimentos ao Senhor por tudo o que nos permitiu viver, já com saudades, mas prontos a voltar no próximo ano, com o último cântico ecoando enquanto íamos saindo - " VAI PARA A TUA TERRA E FAZ COMUNIDADE!"

IM, in Voz de Lamego, ano 88/21, n.º 44587, 24 de abril de 2018


No passado dia 18 de Março, D. António Couto, Reverendíssimo Bispo de Lamego, esteve em Visita Pastoral na paróquia do Santíssimo Salvador da Horta do Douro, concelho de Vila Nova de Foz Côa.
Foi recebido com grande alegria pelo povo de Deus que assim esperava para estar mais perto do seu Pastor.

Depois das boas vindas apresentadas pelo pároco e pelas entidades locais, visitou a Capela de Nossa Senhora dos Prazeres. Com simplicidade e alegria, como o D. António Couto sempre nos presenteia, cumprimentou e conversou com todos os que ali se encontravam.

De seguida dirigiu-se para a antiga Igreja Matriz, completamente restaurada, onde depois de uma breve explicação sobre o Sacramento da Santa Unção, ungiu com o santo óleo dos enfermos todos os que acharam por bem receberem este Sacramento.

Na Igreja Paroquial presidiu à Eucaristia Dominical, momento alto desta visita pastoral como nosso Pastor e com esta porção do povo de Deus reunido e congregado no mesmo Senhor.
Com as suas palavras sábias, deixou marcas profundas - “que a paz, a união, o amor, só se encontram, quando se traz Cristo no coração”.
Depois de almoço, dirigiu-se para o cemitério local onde rezou ao Senhor por todos quantos ali se encontram sepultados.

No final da tarde, encontrou-se nas instalações do Centro Paroquial (antigo Centro de Dia) com acólitos (as), Zeladoras, Grupo Coral e todos os membros ativos desta comunidade. Foi muito gratificante ouvir o nosso Bispo, dar ideias e pistas para podermos crescer como comunidade cristã apesar da grande desertificação que tem lugar nestas aldeias do interior do nosso país.
Que esta Visita Pastoral traga os frutos desejados.

Obrigado D. António.
Pe. António Júlio, in Voz de Lamego, ano 88/20, n.º 4457, 17 de abril de 2018

No passado sábado, dia 14 de abril, realizou-se em Moimenta da Beira a Formação Bíblica para jovens promovida e dinamizada pelo Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens de Lamego. Durante esta tarde pudemos aprender e consolidar os nossos conhecimentos acerca deste livro que percebemos agora ser tão diferente de tantos outros: quer na sua complexidade estrutural quer ao nível do seu conteúdo.

Em primeiro lugar fizemos uma #introduçãogeral muito sucinta acerca das diferentes partes da Bíblia, do seu aparecimento, do aspeto das primeiras escrituras (materiais, etc.), da sua compilação, entre outros. Após esta introdução aprendemos um pouco sobre simbologia bíblica e constatámos que só conseguimos entender algumas expressões e situações narradas na Bíblia quando percebemos a cultura, espaço ou tempo em que foram escritas. Entretanto também dedicamos algum tempo ao estudo de alguns textos do Antigo Testamento e por último, analisando algumas parábolas e passagens do Novo Testamento entendemos a intemporalidade da Palavra de Deus e como a podemos usar nas situações da vida atual de um jovem.     

Com algumas pausas doces pelo meio e um jantar delicioso no fim, chegamos à conclusão de que nesta tarde bem passada, conseguimos semear não só uma linda flor como cultivar também o nosso conhecimento. Terminámos ainda o dia com uma Lectio Divina aberta à comunidade na Igreja Matriz de Moimenta da Beira.

Susana Santos e Marta Antunes,
Grupo de Jovens de Moimenta,
In Voz de Lamego, ano 88/20, n.º 4457, 17 de abril de 2018

Aproxima-se o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (22 de abril) momento propício para aos cristãos despertarem e renovarem o seu compromisso vocacional. A Igreja é por natureza vocacional, a palavra Igreja vem do grego ekklesía, que significa convocação. Designa a Assembleia convocada/chamada por Deus, para o louvar, servir e reverenciar. Assim todos os cristãos são convocados por Deus, para serem agentes ativos na História da Salvação e não meros “figurantes”. Contudo dentro da Igreja existe uma diversidade vocacional enorme desde vocações laicais, consagradas e diaconais/sacerdotais.

A vocação é a “dilatação do coração” é possuir uma vida muito mais plena e cheia da presença de Deus e dos outros. A vocação é sempre orientada e vivida em função dos outros, ou seja, a vocação é um modo de servir o Outro e os outros para usufruir da gloriosa liberdade dos filhos de Deus (Rm 8,21).

Este dia Mundial das Vocações foi iniciativa do Beato Papa Paulo VI com o propósito de valorizar e estimular a consciência vocacional nas comunidades cristãs. O Beato Papa Paulo VI instituiu o Dia Mundial de Oração pelas Vocações em 23 de janeiro de 1964. No dia 11 de abril de 1964, Domingo do Bom Pastor, proferiu a mensagem do 1º Dia Mundial de Oração pelas Vocações: “Neste domingo, que na liturgia Romana toma do Evangelho o nome de Bom Pastor, se unam num único anseio de oração as fileiras generosas dos católicos de todo o mundo para invocar ao Senhor os operários necessários para a sua messe. E para que este Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas tenha aquele ecoar merecido, desejamos dirigir a nossa palavra de estímulo a todos os nossos filhos diletíssimos, a fim de que nenhum falte a um dever tão grave e de tanta generosidade”.

Neste espírito de meditação e oração no próximo dia 21 de abril (sábado) realiza-se a Vigília Diocesana de Oração pelas Vocações que será na Igreja de Almacave pelas 21h30.
Renovai-nos, Senhor, no vosso Espírito


Pe. Ângelo Santos, Pastoral Vocacional,
in Voz de Lamego, ano 88/20, n.º 4457, 17 de abril de 2018

(22 de abril de 2018 - IV Domingo da Páscoa)
Tema: «Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor»


Queridos irmãos e irmãs!

No próximo mês de outubro, vai realizar-se a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que será dedicada aos jovens, particularmente à relação entre jovens, fé e vocação. Nessa ocasião, teremos oportunidade de aprofundar como, no centro da nossa vida, está a chamada à alegria que Deus nos dirige, constituindo isso mesmo «o projeto de Deus para os homens e mulheres de todos os tempos» (Sínodo dos Bispos – XV Assembleia Geral Ordinária, Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, Introdução).

Trata-se duma boa notícia, cujo anúncio volta a ressoar com vigor no 55.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações: não estamos submersos no acaso, nem à mercê duma série de eventos caóticos; pelo contrário, a nossa vida e a nossa presença no mundo são fruto duma vocação divina.

Também nestes nossos agitados tempos, o mistério da Encarnação lembra- nos que Deus não cessa jamais de vir ao nosso encontro: é Deus connosco, acompanha-nos ao longo das estradas por vezes poeirentas da nossa vida e, sabendo da nossa pungente nostalgia de amor e felicidade, chama-nos à alegria. Na diversidade e especificidade de cada vocação, pessoal e eclesial, trata-se de escutar, discernir e viver esta Palavra que nos chama do Alto e, ao mesmo tempo que nos permite pôr a render os nossos talentos, faz de nós também instrumentos de salvação no mundo e orienta-nos para a plenitude da felicidade.

Estes três aspetos – escuta, discernimento e vida – servem de moldura também ao início da missão de Jesus: passados os quarenta dias de oração e luta no deserto, visita a sua sinagoga de Nazaré e, aqui, põe-Se à escuta da Palavra, discerne o conteúdo da missão que o Pai Lhe confia e anuncia que veio realizá-la «hoje» (cf. Lc 4, 16-21).
 
Escutar
O chamamento do Senhor – fique claro desde já – não possui a evidência própria de uma das muitas coisas que podemos ouvir, ver ou tocar na nossa experiência diária. Deus vem de forma silenciosa e discreta, sem Se impor à nossa liberdade. Assim pode acontecer que a sua voz fique sufocada pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam a nossa mente e o nosso coração.

Por isso, é preciso preparar-se para uma escuta profunda da sua Palavra e da vida, prestar atenção aos próprios detalhes do nosso dia-a-dia, aprender a ler os acontecimentos com os olhos da fé e manter-se aberto às surpresas do Espírito.

Não poderemos descobrir a chamada especial e pessoal que Deus pensou para nós, se ficarmos fechados em nós mesmos, nos nossos hábitos e na apatia de quem desperdiça a sua vida no círculo restrito do próprio eu, perdendo a oportunidade de sonhar em grande e tornar-se protagonista daquela história única e original que Deus quer escrever connosco.

Também Jesus foi chamado e enviado; por isso, precisou de Se recolher no silêncio, escutou e leu a Palavra na Sinagoga e, com a luz e a força do Espírito Santo, desvendou em plenitude o seu significado relativamente à sua própria pessoa e à história do povo de Israel.

Hoje este comportamento vai-se tornando cada vez mais difícil, imersos como estamos numa sociedade rumorosa, na abundância frenética de estímulos e informações que enchem a nossa jornada. À barafunda exterior, que às vezes domina as nossas cidades e bairros, corresponde frequentemente uma dispersão e confusão interior, que não nos permite parar, provar o gosto da contemplação, refletir com serenidade sobre os acontecimentos da nossa vida e realizar um profícuo discernimento, confiados no desígnio amoroso de Deus a nosso respeito.

Mas, como sabemos, o Reino de Deus vem sem fazer rumor nem chamar a atenção (cf. Lc 17, 21), e só é possível individuar os seus germes quando sabemos, como o profeta Elias, entrar nas profundezas do nosso espírito, deixando que este se abra ao sopro impercetível da brisa divina (cf. 1 Re 19, 11-13).
 
Discernir
Na sinagoga de Nazaré, ao ler a passagem do profeta Isaías, Jesus discerne o conteúdo da missão para a qual foi enviado e apresenta-o aos que esperavam o Messias: «O Espírito do Senhor está sobre Mim; porque Me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar o ano favorável da parte do Senhor» (Lc 4, 18-19).

De igual modo, cada um de nós só pode descobrir a sua própria vocação através do discernimento espiritual, um «processo pelo qual a pessoa, em diálogo com o Senhor e na escuta da voz do Espírito, chega a fazer as opções fundamentais, a começar pela do seu estado da vida» (Sínodo dos Bispos – XV Assembleia Geral Ordinária, Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, II. 2).

Em particular, descobrimos que a vocação cristã tem sempre uma dimensão profética. Como nos atesta a Escritura, os profetas são enviados ao povo, em situações de grande precariedade material e de crise espiritual e moral, para lhe comunicar em nome de Deus palavras de conversão, esperança e consolação. Como um vento que levanta o pó, o profeta perturba a falsa tranquilidade da consciência que esqueceu a Palavra do Senhor, discerne os acontecimentos à luz da promessa de Deus e ajuda o povo a vislumbrar, nas trevas da história, os sinais duma aurora.

Também hoje temos grande necessidade do discernimento e da profecia, de superar as tentações da ideologia e do fatalismo e de descobrir, no relacionamento com o Senhor, os lugares, instrumentos e situações através dos quais Ele nos chama. Todo o cristão deveria poder desenvolver a capacidade de «ler por dentro» a vida e individuar onde e para quê o está a chamar o Senhor a fim de ser continuador da sua missão.

Viver
Por último, Jesus anuncia a novidade da hora presente, que entusiasmará a muitos e endurecerá a outros: cumpriu-se o tempo, sendo Ele o Messias anunciado por Isaías, ungido para libertar os cativos, devolver a vista aos cegos e proclamar o amor misericordioso de Deus a toda a criatura. Precisamente «cumpriu-se hoje – afirma Jesus – esta passagem da Escritura que acabais de ouvir» (Lc 4, 20).

A alegria do Evangelho, que nos abre ao encontro com Deus e os irmãos, não pode esperar pelas nossas lentidões e preguiças; não nos toca, se ficarmos debruçados à janela, com a desculpa de continuar à espera dum
 
tempo favorável; nem se cumpre para nós, se hoje mesmo não abraçarmos o risco duma escolha. A vocação é hoje! A missão cristã é para o momento presente! E cada um de nós é chamado – à vida laical no matrimónio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora.

Realmente este «hoje» proclamado por Jesus assegura-nos que Deus continua a «descer» para salvar esta nossa humanidade e fazer-nos participantes da sua missão. O Senhor continua ainda a chamar para viver com Ele e segui-Lo numa particular relação de proximidade ao seu serviço direto. E, se fizer intuir que nos chama a consagrar-nos totalmente ao seu Reino, não devemos ter medo. É belo – e uma graça grande – estar inteiramente e para sempre consagrados a Deus e ao serviço dos irmãos!

O Senhor continua hoje a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos perfeitos para dar como resposta o nosso generoso «eis-me aqui», nem assustar-nos com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com coração aberto. Escutá-la, discernir a nossa missão pessoal na Igreja e no mundo e, finalmente, vivê-la no «hoje» que Deus nos concede.

Maria Santíssima, a jovem menina de periferia que escutou, acolheu e viveu a Palavra de Deus feita carne, nos guarde e sempre acompanhe no nosso caminho.

Vaticano, 3 de dezembro - I domingo do Advento – de 2017.

Franciscus

Depois da Visita Pascal que tivemos no dia de Páscoa, como manda a tradição, realizada pelo Senhor Bispo e Pe. José Guedes, o Estabelecimento Prisional de Lamego recebeu no dia 4 de Abril a visita do Senhor Bispo D. António Couto, o Senhor Vigário Geral, os Senhores Padres José Abrunhosa e Valdemar e ainda o Grupo de Jovens de Almacave, acompanhado pelo Senhor Padre Luís Rafael, para a celebração da Missa Pascal, proporcionando à população reclusa uma manhã de união com Cristo Ressuscitado, uma manhã carregada de esperança e de fé.

À semelhança dos anos transatos, recebemos esta visita com uma imensa gratidão, pois são momentos marcantes que nos ajudam a dar um passo cada vez maior nesta caminha da nossa vida, por vezes tão carregada por algumas adversidades.
Na homilia da Eucaristia presidida pelo Senhor Bispo D. António Couto, foram-nos dirigidas por ele palavras de esperança e de fé para que cada um se inspire na caminhada de Cristo Ressuscitado que animou os discípulos de Emaús, quando desanimados e desesperados, regressavam a casa sem descobrirem que nessa viagem o Companheiro que caminhava com eles era Cristo Ressuscitado que com as suas palavras os animavam a serem homens de fé e acreditar na Ressurreição sem caírem em desânimos, como tantas vezes acontece connosco. Ou então que tenhamos fé como o coxo que estava na Porta formosa e que foi curado da sua doença. Pediu-nos também que cada um de nós fosse testemunha da alegria da Ressurreição de Cristo junto daqueles que partilham connosco as mesmas celas e espaços, junto dos familiares que nos visitam e também perante todos os que trabalham neste estabelecimento prisional. Foram palavras que aqueceram o nosso coração como uma pequena chama que arde cá dentro do nosso coração, e que nos deixaram mais fortes para enfrentarmos os desafios que vivemos e vencermos os momentos difíceis que nos batem à porta.

No final da celebração da Missa Pascal um grupo de reclusos ofereceu ao Senhor Bispo um ovo de Páscoa de grande dimensão feito com tubos de papel de jornal, querendo assim agradecer todos os momentos que o Senhor Bispo nos proporciona com a sua presença e também para que se lembre sempre de todos nós quando olhar para aquela lembrança.

Cada vez mais existem contactos vindos do exterior para o interior deste Estabelecimento e que nos ajudam na reintegração de cada um de nós, ajudando-nos a consolidar o nosso percurso de vida. É de salientar que todos os domingos o nosso Capelão Padre Valdemar se dirige ao Estabelecimento Prisional para a celebração da Eucaristia, com a presença da Irmã Fernanda e da D. Alcina, mantendo connosco um contacto muito próximo. A nossa gratidão também para com a Irmã Fernanda Antunes que em cada semana se encontra connosco para encontros de formação cristã e que organizou a Via-Sacra participada por quase todos os reclusos durante a Semana Santa. Obrigado a todos os que estão connosco, nos visitam e não nos esquecem.

Um grupo de reclusos, in Voz de Lamego, ano 88/19, n.º 4456, 10 de abril de 2018

         

O Movimento da Mensagem de Fátima, realizou no passado dia 7 de Abril, o dia Diocesano do Doente. O encontro teve lugar no Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. Estiveram presentes uma centena de doentes, representando dezanove paróquias da nossa Diocese. Os trabalhos tiveram início com a celebração da Eucaristia, presidida pelo  orientador, reverendo Padre Ângelo Santos. Terminada a Eucaristia, regressámos à Casa de Oração, para assistir a duas conferências, levadas a efeito pelo Senhor Padre Ângelo, fazendo referência na primeira  à Cruz e à morte de Lázaro. Jesus não quer o sofrimento, mas sabe que é através dele que nos podemos santificar e à luz da fé tem um valor e sentido redentor.

A segunda conferência insidiu sobre o tema “Fátima, manto de luz”, luz essa que os pastorinhos vivenciaram e que era Deus.  Deus é luz, é amor e nós somos luz com Ele e n’Ele, quando cuidamos e estamos atentos ao outro, principalmente aos mais fragilizados e necessitados. Após uma refeição em alegre convívio, fez-se uma pequena pausa. De seguida meditou-se o Terço, fazendo-se pelo menos quinze minutos de companhia a Nossa Senhora, conforme o seu pedido no cumprimento dos cinco primeiros sábados.

O dia terminou e todos estavam felizes. Passou-se um dia na companhia da Mãe, mas também na alegria de nos encontrar-mos uns com os outros, em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. Agradecemos ao Sr. Padre Ângelo a sua colaboração e a todos os colaboradores que tornaram possível este dia, sobretudo ao Sector dos Doentes do nosso Movimento. Com Maria e seu Filho Jesus, sejamos filhos agradecidos e cumpridores da sua mensagem.

O Secretariado, in Voz de Lamego, ano 88/19, n.º 4456, 10 de abril de 2018

IGREJA DE LAMEGO, ANUNCIO-TE UMA GRANDE ALEGRIA, QUE É: ALELUIA!

1. «Este é o Dia que o Senhor fez!» (Salmo 118,25). Aleluia! Este é o Dia que o Senhor nos fez! Aleluia! Este é o Dia em que o Senhor nos fez! Aleluia! «Por isso, estamos exultantes de alegria» (Salmo 126,3). Aleluia!

2. Este é o Dia em que desfiamos com amor o rosário das tuas maravilhas, tantas elas são, percorrendo a avenida das tuas Escrituras desde a Criação até à Páscoa, desde a Páscoa até à Criação. Tanto faz. Porque neste Dia novo o tempo não nos mede e nos afasta e nos cataloga em séculos e milénios, mas põe-nos todos a conviver lado a lado. É assim que lemos e compreendemos que no teu «Filho amado», Jesus Cristo, Imagem tua e «primogénito dos mortos», «tudo foi criado» (Colossenses 1,16), «e sem Ele nada foi feito» (João 1,3). Lemos e compreendemos que o «teu Filho, Jesus Cristo, não foi Sim e não, mas unicamente Sim» (2 Coríntios 1,19). Passeámos assim no jardim da tua Criação boa e bela, visitámos as suas 452 palavras (Génesis 1,1-2,4a), e nelas não encontrámos, de facto, um único «não». Se o teu Filho amado, Jesus Cristo, Imagem tua e primogénito dos mortos, foi sempre Sim e nunca não, e se foi n’Ele que foram criadas todas as coisas, então a Criação inteira tem também de ser Sim, Sim, Sim, e nunca não.

3. Que belo mundo novo, Senhor, quiseste depositar nas nossas mãos! Que grande Sim nos confiaste, Senhor, antes de nós merecermos de Ti qualquer confiança! Visitámos depois o Egipto opressor, e de lá, Tu nos libertaste, Senhor, fazendo-nos atravessar a pé enxuto o mar Vermelho, como se fosse uma «planície verdejante» (Sabedoria 19,7). Vestíamos roupas brancas, trazíamos o coração em festa, e nos lábios um cântico novo, como sucede também ainda hoje, Senhor, neste Dia admirável da tua Ressurreição, em que cantamos outra vez com inefável alegria: «Minha força e meu canto é o Senhor! A Ele devo a minha liberdade!» (Êxodo 15,2).

4. Com Isaías e Ezequiel, recordámos depois as paisagens tristes e sombrias do nosso exílio, mas também da tua admirável protecção. Diz uma velha história rabínica que, um dia, «os jovens perguntaram ao velho rabino quando começou o exílio de Israel. Ao que o arguto rabino terá respondido que o exílio de Israel começou no dia em que Israel deixou de sofrer pelo facto de estar no exílio». Compreenda-se, portanto, que o exílio verdadeiro não consiste simplesmente em estar longe de casa ou da pátria, mas sobretudo em tornar-se indiferente e insensível, sem causas, sem sonhos e sem esperas, gastando o nosso dinheiro com aquilo que não alimenta, e esquecendo o teu insistente convite: «Vinde e comprai sem dinheiro vinho e leite […]. Ouvi-me, ouvi-me, e comei o que é bom» (Isaías 55,1-3). Era assim que andávamos, Senhor, perdidos longe de ti e longe de nós. Mas também lá, à perdição em que andávamos, chegou a tua mão criadora, redentora, libertadora e carinhosa, e reconstruíste a nossa vida sobre a alegria, embelezaste o nosso rosto com óleo perfumado, e vestiste-nos com a veste branca dos teus filhos. E como se isto não enchesse a medida do teu amor sempre sem medida, ainda fizeste connosco uma Aliança nova, e deste-nos um coração novo e um espírito novo, nova pulsação, nova alegria, novo alento, em pura sintonia com o pulsar do teu coração e do teu sopro criador.

5. Coração novo, música nova, ensinada pelos Anjos nos campos de Belém: Gloria in excelsis Deo! Outra vez lado a lado, oh milagre da Escritura Santa, dois acontecimentos no tempo separados: o nascimento de Jesus e a sua morte e Ressurreição: os mesmos Anjos, as mesmas faixas a envolver o Menino e o Crucificado, o Menino deposto na manjedoura, o Crucificado deposto no sepulcro. Extraordinária acostagem do Menino e do Crucificado. E S. Paulo a descodificar o nosso Batismo, pelo qual somos sepultados com Cristo, para com Ele ressurgirmos para uma vida nova (Romanos 6,3-5).

6. E assim chegamos sempre ao Ressuscitado. Àquele Jesus Cristo, Crucificado, Morto e Sepultado, segundo as Escrituras, que se levanta do chão raso e da folha plana de papiro ou de papel, elevando a humana vida e a inteira Escritura à sua Plenitude. Era, na verdade, muito grande aquela pedra que barrava a entrada e a saída do sepulcro (Marcos 16,3-4). Quem a pode retirar? A pedra da morte é sempre intransponível para as nossas forças. Tem, por isso, de ser trabalho de Deus. É assim que as mulheres que vão de madrugada ao sepulcro, veem com espanto a pedra do sepulcro para sempre retirada (apokekýlistai: perf. pass. de apokylíô), e, entrando, veem, com não menor espanto, um Anjo vestido de branco, sentado do lado direito.

7. A pedra muito grande retirada, no tempo perfeito, representa a porta da habitação da morte para sempre aberta. O modo passivo (passivo divino ou teológico) do verbo revela que um tal operar é coisa só Deus. «Sentado», indica que tem autoridade para falar. «O lado direito» é o lado favorável (cf. Marcos 12,36; 14,62), e sugere que é portador de boas notícias. A cor branca é a cor celeste (cf. Marcos 9,3). Só dele pode vir este dizer com autoridade: «Procurais Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ressuscitou; não está aqui (...). Ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que Ele vos precede na Galileia. Lá o vereis, como vos disse» (Marcos 16,6-7). Ao mandar levar a notícia aos seus discípulos, acrescenta especificamente o nome de Pedro. É como que o reconhecimento de que o arrependimento e as lágrimas de Pedro pela sua tríplice negação (cf. Marcos 14,66-72) foram aceites. É quase como dizer que, ao contrário do «não conheço esse homem», dito por Pedro a respeito de Jesus (Marcos 14,71), Jesus manda dizer, por meio do Anjo: «mas Eu conheço-te, Pedro, e ver-me-ás de novo!». Fica ainda claro que Ele nos precede sempre, e que, portanto, o nosso verdadeiro lugar é sempre «atrás d’Ele», que permanece sempre o único Senhor e o único caminho da nossa vida.

8. O relato evangélico é sóbrio, mas rico e denso. Fiel a esta intensa sobriedade, a arte cristã nunca se atreveu a representar a ressurreição antes dos séculos X-XI. É tal o fulgor da Luz deste mistério, que ficará sempre no domínio do inefável, que simultaneamente ilumina e esconde. É por isso que a Paixão é um relato, mas a Ressurreição, que põe fim ao relato, só nos pode chegar como Notícia, vinda de fora, como a Aurora. Neste sentido, o Ritual da Liturgia desta Noite Santa manda que, após a leitura da Epístola, e antes do canto do Aleluia, o diácono se dirija ao bispo para lhe dizer: «Anuncio-vos uma grande alegria, que é: Aleluia!».

9. É por isso que esta Noite é uma fulguração de Luz e Lume novo. Desde as brasas acesas, ao Círio Pascal aceso, ao nosso coração aceso como o dos discípulos de Emaús. É também por isso que o Batismo começou por ser chamado «Iluminação», sendo a Vigília Pascal também a grande Noite Batismal. E cada batizado levará para sempre a arder dentro de si este Lume novo, de que não pode fugir, e que ninguém pode apagar.

10. Lume novo, lareira acesa na cidade,/ És Tu, Senhor, o clarão da tarde,/ A notícia, a carícia, a ressurreição./ Ilumina, Senhor, a tua Igreja Santa, e os seus novos filhos que hoje nascem na fonte batismal. Que os nossos passos sejam sempre firmes, e o nosso coração sempre fiel. Vem, Senhor Jesus! Aleluia!

Lamego, 31-01 de março-abril de 2018, Homilia na Vigília Pascal
+ António, vosso bispo e irmão

IGREJA DE LAMEGO, DEIXA-TE VENCER PELO AMOR!

1. Foi-nos dada a graça de nos reunirmos aqui, na Casa de Deus, nesta Sexta-Feira Santa, para celebrarmos, unidos de alma e coração à Igreja inteira, a Una e Santa, a Paixão do único Senhor da nossa vida, «Aquele que nos ama» (Apocalipse 1,5), Jesus Cristo.

2. E foi-nos dado seguir, passo a passo, com a conversão no coração e com o louvor no coração, o imenso relato da Paixão do único Senhor da nossa vida, a partir do Evangelho segundo S. João (18,1-19,42). Foi assim que atravessámos o Cédron e entrámos no «jardim». É de noite, mas arde a LUZ, a LUZ, a LUZ. É verdade que já não estamos todos. Judas perdeu-se na NOITE, na NOITE, na NOITE (João 13,30). Virá depois com archotes e lanternas, mísero sucedâneo da LUZ, e com armas (João 18,3), como um salteador. Vem prender a LUZ, mas cai encandeado (João 18,6). Tem de ser a LUZ a ofuscar-se por amor e a entregar-se a ele por amor. Neste ponto preciso, refere o relato de Marcos que nós fugimos todos, abandonando-o (Marcos 14,50). E fugidos andaremos, e perdidos, na noite e no frio, até sermos por Ele outra vez encontrados, acolhidos e recolhidos. Mas já, entretanto, Pedro, perdido, se acolhe a outra luz e se aquece a outro lume (João 18,18). E, interpelado, nega ter andado com Jesus, nega ter alguma coisa a ver com Jesus, nega «ter parte» com Jesus. Nega mesmo conhecer Jesus (cf. Marcos 14,67-71; João 18,17-27).

3. Bem vistas as coisas, parece que Pedro não conhecia mesmo Jesus. Na verdade, Pedro afirmou, durante a Ceia, estar disposto a dar a vida por Jesus (cf. João 13,37), porque era verdadeiramente amigo de Jesus. E pensava, de resto, que também Jesus estava disposto a dar a sua vida por ele, porque era verdadeiramente seu amigo. Sim, a amizade e a simpatia são o cimento de verdadeiros grupos de amigos. E é da nossa humana experiência que os amigos a sério, a doer, estão sempre lá, disponíveis para se ajudarem uns aos outros, para se defenderem uns aos outros, se necessário for, lutando contra os agressores do seu grupo de amigos, ou de algum dos seus membros. Era assim que Pedro via Jesus como fazendo parte do seu grupo de amigos. E estava disposto a arriscar a vida por Jesus, lutando por Jesus, se necessário fosse. É por isso que, no «jardim», quando os salteadores queriam prender Jesus, Pedro puxou da espada, e feriu o servo do Sumo-Sacerdote (cf. João 18,10). Mas Jesus segura a mão de Pedro, com estas palavras imensas, que só um amor imenso pode ajudar a entender: «O cálice que o Pai me deu, não hei de bebê-lo?» (João 18,11). O que Jesus está a dizer é que o cálice que Ele deve beber é um dom do Pai! Quanto amor é necessário para sabermos reconhecer na dor e no sofrimento, não uma coisa para doer e estoicamente suportar, mas um dom extraordinário do Pai, uma promessa de luminosa fecundidade e felicidade!

4. Sim, Pedro era verdadeiramente amigo de Jesus, mas não conhecia mesmo Jesus! Pensava Pedro que a amizade de Jesus se esgotava naquele pequeno grupo de amigos que entusiasticamente o seguia desde a Galileia. A desilusão e a crise de Pedro acontecem quando Pedro se apercebe de que, afinal, a amizade de Jesus não se confinava a si e ao seu grupo. Pelo contrário, a amizade de Jesus rebentava mesmo as fronteiras daquele pequeno grupo, pois Jesus amava de forma diferente. Tão diferente, que amava também os seus inimigos, aqueles que o odiavam e o queriam matar, os que eram diferentes dele e contra ele, dando por todos livremente a sua vida (cf. João 10,18). Foi ao ver este amor novo, interminável e incontrolável de Jesus, que não se limitava apenas àquele pequeno grupo de fãs e de discípulos, mas abraçava também os que eram diferentes dele e contra ele, que Pedro entrou em crise profunda, se foi embora, andou perdido na noite, e se foi aquecer a outro lume (cf. João 18,18). Mas foi também, ao compreender verdadeiramente este Amor novo e incontrolável de Jesus, que ama a todos, não se podendo confinar a uma pessoa ou a um qualquer grupo de amigos, que Pedro caiu de si abaixo, e saiu do pequeno palco em que se encontrava, para chorar lágrimas de dor e de amor novo (cf. Mateus 26,75; Marcos 14,72; Lucas 22,62). Como quem diz, com uma imensa expressão de espanto: «Há tanto tempo com Ele, e não o conhecia!» (cf. João 14,9). E pode acontecer que também nós, amados irmãos e irmãs, sejamos levados a ter de dizer a mesma coisa. Mas é sempre tempo de implorarmos de Deus o dom das lágrimas e de começar a compreender este amor novo de Jesus, que a todos abraça, não sendo pertença exclusiva de ninguém.

5. Sim, entendido e abraçado este Amor novo, também Pedro saltará barreiras e fronteiras e irá pelo mundo inteiro anunciar e mostrar o Amor novo que encontrou em Jesus, amando ele próprio da mesma maneira, até ao ponto de vir também ele a dar a sua vida por Amor, amando também ele aqueles que o odiavam e o queriam matar, e o mataram.

6. Esta Cruz Gloriosa e Vitoriosa, que hoje adoramos, expõe diante dos nossos olhos (Gálatas 3,1) esse amor puro e gratuito, sem motivo e sem fundo, sem barreiras nem fronteiras nem grupos, que Jesus dedica a todos, sem exceção. A mim e a ti, aos pobres, aos doentes, aos estrangeiros, aos indiferentes, aos que o odeiam e nos odeiam, aos que o perseguem e nos perseguem, aos que o mataram e nos querem matar, como está a acontecer em tantas comunidades cristãs da Síria, do Iraque, do Congo e do Sudão do Sul.

7. Sim, este Jesus que expomos e adoramos nesta Cruz, é de todos, ama a todos, dá a sua vida por todos. Portanto, não podemos guardar ou resguardar o nosso amor a Cristo no nosso pequeno grupo de amigos ou de pertença, mesmo nos grupos ou movimentos intra-eclesiais, tantas vezes autorreferenciais. Compreendamos bem que Jesus rebenta todas estas ligaduras. E é só saindo ao encontro do outro por amor, é só sendo evangelizadores no meio deste mundo, que cumprimos o mandamento de Jesus de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. João 13,34; 15,12).

8. A peregrina Egéria, oriunda da Galiza, que, em finais do século IV, visitou demoradamente os Lugares Santos, diz-nos que a Santa Cruz era então exposta à adoração dos fiéis duas vezes no ano: em 14 de Setembro e em Sexta-Feira Santa. Egéria descreve assim a adoração de Sexta-Feira Santa: «desde as oito horas da manhã até ao meio-dia», «todos passavam, um por um: inclinam-se, tocam a Cruz com a fronte, e depois com os olhos a Cruz e a inscrição, a seguir beijam a Cruz e saem, sem que ninguém toque com a mão na Cruz» (Itinerarium, 36,5; 37,3).

9. Adoremos nós também, com amor, amados irmãos e irmãs, neste Dia de Sexta-Feira Santa, a Santa Cruz do único Senhor da nossa vida. Ao acariciarmos a Cruz de Jesus, sintamo-nos também por Ele acariciados. Com o intuito de mostrar a comunhão das Igrejas de todo o mundo com a Igreja de Jerusalém e da Terra Santa, o Papa Leão XIII instituiu, em 1887, o dia de Sexta-Feira Santa como Jornada de Oração e Ofertório Pontifício de ajuda à Custódia dos Lugares Santos e à Igreja presente na terra de Jesus. Nesse sentido, o contributo que hoje depusermos aos pés da Cruz do Senhor destina-se à conservação dos Lugares Santos da Terra Santa, e é também uma carícia fraterna para os nossos irmãos perseguidos até ao sangue nas igrejas irmãs do Médio Oriente, sobretudo na Síria e no Iraque.

Irei, Senhor,
Em procissão de amor,
Beijar a tua Cruz.

E quando eu olhar para ti,
Para o teu rosto ferido e desfigurado,
Para as tuas muitas chagas a sangrar,
Dá-me a graça de aí ver bem o meu pecado.

E quando Tu, Senhor, olhares para mim,
Com esse meigo olhar de serena compaixão,
Dá-me a graça de aí ver o teu perdão nunca poupado,
E de sair com o coração transfigurado.

Lamego, 30 de março de 2018, Homilia na Celebração da Paixão do Senhor
+ António, vosso bispo e irmão

IGREJA DE LAMEGO, SENTA-TE À MESA DO TEU SENHOR!

1. Com esta celebração da Ceia do Senhor, em Quinta-Feira Santa, a Igreja Una e Santa reacende a memória da instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e da Caridade, e dá início ao Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do seu Senhor, que se prolonga até às Vésperas II do Domingo da Ressurreição. O Tríduo Pascal constitui o ponto mais alto do Ano Litúrgico, de onde tudo parte e aonde tudo chega, coração que bate de amor em cada passo dado, em cada gesto esboçado, em cada casa visitada, em cada mesa posta, em cada pedacinho de pão sonhado e partilhado. É assim que Deus nos dá a graça de caminhar durante todo o Ano Litúrgico, dia após dia, Domingo após Domingo, sempre partindo da Páscoa do Senhor, sempre chegando à Páscoa do Senhor.

2. Neste Dia Santíssimo, é-nos dada a graça de poder escutar um dos mais antigos e intensos relatos da Ceia do Senhor: «O Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, recebeu o pão, e dando graças, partiu-o, e disse: “Isto é o meu corpo, que é para vós; isto fazei para memória de mim”. Do mesmo modo fez com o cálice, depois da ceia, dizendo: “Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; isto fazei, sempre que o beberdes, para memória de mim”. Portanto, sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, estais a anunciar a morte do Senhor até que Ele venha» (1 Coríntios 11,23-26).

3. Atravessando o relato, deparamo-nos com uma sequência verbal riquíssima, que mostra bem como a vivência da Eucaristia transforma a nossa vida desde dentro, desde o coração, sístole e diastole, ao mesmo tempo sangue e amor a circular nas nossas veias! Vida nova que vem de Deus, como quando o Espírito impele Sansão, os profetas, Paulo ou Jesus. O verbo hebraico para dizer este impulso do Espírito é paՙam. Sim, o Espírito impele-nos e empurra-nos pela estrada fora, mas esta sua ação forte e suave faz-se também sentir por dentro e desde dentro, movendo o coração e as suas avenidas, pois a família etimológica que de paՙam se desprende também serve para dizer o bater do coração e a pulsação (poՙam), e estende-se ainda ao soar do sino ou da campainha (paՙamon), cujo som festivo ouvimos há pouco, e se calou, para voltar a soar na noite da Vigília Pascal. Portanto, o Espírito de Deus que invocamos sobre este pão e sobre este vinho, impele-nos, empurra-nos, impulsiona-nos desde fora, mas move também a nossa vida desde dentro, dando-nos um coração novo, capaz de conjugar em cada dia os verbos fundamentais da Eucaristia: RECEBER, BENDIZER e AGRADECER,/ PARTILHAR e DAR,/ COMEMORAR, ANUNCIAR e ESPERAR.

4. Tivemos Hoje também a graça de ouvir o colorido relato da Páscoa primeira, celebrada pelo Povo hebreu no Egito, conforme o relato do Êxodo 12,1-14. «Páscoa» quer dizer «passagem», e põe em cena «passageiros». Com os antigos pastores beduínos semi-nómadas, que preenchem a memória da pré-história de Israel, aprendemos a passar festivamente para um tempo novo, do inverno para a primavera, numa festa noturna, ao luar, na primeira lua-cheia da primavera, que marca o início da transumância ao encontro de novas pastagens e de vida nova. Com os hebreus, no Egito, sedentarizámos e atualizámos a festa da primeira lua-cheia da primavera dos antigos pastores semi-nómadas de Israel, e fomos levados, por graça, a passar da escravidão para a liberdade, que é um caminho sempre novo, nunca terminado e sempre a recomeçar, com a cintura apertada, sandálias nos pés, cajado na mão, lume novo aceso no coração. Com Jesus Cristo, fomos, também por graça, levados a passar do pecado para a graça, da soleira da porta para a mesa, da morte para a vida em abundância, da nossa tenda de peregrinos para a Casa hospitaleira do Pai. É assim que nós, por graça feitos «filhos no Filho», aprendemos a ser peregrinos e hóspedes, tranquilamente sentados em Casa e à Mesa daquele único Senhor que servimos e que, paradoxalmente, nos serviu primeiro a nós.

5. É aí que estamos todos, meus irmãos e irmãs. Aí, entenda-se, em Casa e à Mesa, hospedados. E é aí que Jesus se dirige a Pedro e a cada um de nós, e diz: «Se não te lavo, Pedro, não terás parte comigo!» (João 13,8). Isto é, não participarás da minha vida por amor Dada e Recebida (João 10,17-18). «Ter parte com» Cristo é participar no seu supremo serviço de amor até dar a vida para receber a vida. «Ser lavado» e «ter parte com» e «estar puro» é linguagem bíblica de ordenação sacerdotal. Basta ler o texto do Livro dos Números 18,20, juntamente com os Capítulos 29 e 40 do Livro do Êxodo e o Capítulo 8.º do Livro do Levítico, acerca da ordenação sacerdotal de Aarão e dos seus filhos. Está ai, na participação na vida de Jesus, no modo de viver de Jesus, a fonte do nosso sacerdócio ministerial, mas também do sacerdócio comum dos fiéis.

6. Por isso, Jesus diz, num imenso dizer revelatório ainda a retinir nos nossos ouvidos e a ecoar em tudo o que fazemos: «Como Eu vos fiz, fazei vós também!» (João 13,15). Vê-se bem, meus irmãos e irmãs, que não é tanto o que se faz que conta. Conta muito mais o como se faz. O segredo é dar a vida por amor, para sempre, para todos. Jesus é o único Mestre que ensina a Viver desta maneira. E é assim que fica bem à vista do nosso coração o significado da instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e da Caridade.

Esta Quinta-Feira é Santa:
Sabe a Deus,
Sabe a pão,
Sabe a alegria,
Sabe a Eucaristia!

Esta Quinta-Feira é Santa:
Sabe a amor,
A dádiva da vida,
A uma lágrima comovida.

Esta Quinta-Feira é Santa:
Sabe a Ceia
E a Jesus,
Luz grande que incendeia
As trevas do coração,
E faz nascer amor e comunhão.

Lamego, 29 de março de 2018, Quinta-Feira Santa, Homilia na Missa Vespertina da Ceia Senhor
+ António, vosso bispo e irmão

IGREJA DE LAMEGO, SEGUE O TEU SENHOR!

«Anunciar o Evangelho constitui, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. A Igreja existe para Evangelizar» (Beato Paulo VI, Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi [1975], n.º 14).


1. «O Espírito do Senhor sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres», assim se diz a si mesmo o profeta de Isaías 61,1. «O Espírito do Senhor sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres», repete Jesus na sinagoga de Nazaré (Lucas 4,18), assumindo sobre Si a missão da paz e da alegria do Ano da Graça do Senhor. Em Cesareia Marítima, em casa do centurião romano Cornélio, Pedro desenha nestes termos esta bela missão de Jesus: «Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, a partir do Batismo que João anunciou: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com poder Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que estavam sob o poder do diabo» (Atos dos Apóstolos 10,37-38). Bem entendido, Pedro mostra Jesus, ungido com o Espírito Santo, a atravessar todo o território de Israel e de Lamego, todo o território, mas também as artérias do coração, num verdadeiro vendaval de mansidão que enche as pessoas de Bem, de Bondade e de Beleza, unindo-as e reunindo-as, verdadeiro denominador comum, dando-lhes uma nova esperança, desenhando um movimento contrário à divisão operada pelo diabo, sempre apresentado como o máximo denegridor e divisor comum. É assim que Jesus é apresentado a cumprir a missão da paz e da alegria do Ano da Graça do Senhor.

2. O Livro do Levítico expõe, num versículo sobrecarregado (25,9), o milagre do Ano da Graça do Senhor ou Ano Jubilar ou Jubileu. Este Ano da Graça ou Ano Jubilar, que se celebra de 50 em 50 anos, abre na Festa do yôm-kippûr do ano 49 e fecha na Festa das Tendas do Ano 50. Abre-o e fecha-o o toque do shôphar, que emite um som cavo, fundo e intenso. Mas mais do que as ferramentas, importa mostrar a mensagem do texto, que é aquele acicate contido no texto, com que o texto nos atinge, nos explica e nos implica. Lembro que o texto é muito pequeno, um só versículo, que começa com: «tu farás passar um shôphar», e termina com: «vós fareis passar um shôphar». Não sei se isto vos diz alguma coisa. Mas faço notar que se trata da mesma expressão repetida, palavra por palavra, com uma pequena, grande diferença: a passagem do «tu» para o «vós»: «tu farás passar um shôphar»; «vós fareis passar um shôphar». O milagre ou o acicate do Ano da Graça do Senhor ou Ano Jubilar reside todo nesta passagem do «tu» para o «vós», ou seja, na passagem de uma simples soma ou amontoado de indivíduos para um Povo unido e reunido que encontra a sua identidade e unidade, não conquistando-a, mas recebendo-a. As coisas supremas não são planificáveis. Já estão prontas para receber.

3. Voltando a ler o texto, ficamos com a impressão de uma verdadeira procissão ou avalanche de Graça que vai atravessando o território de Israel, e, à medida que vai passando, vai engrossando e congregando todas as pessoas, mais ou menos à semelhança de quem vai entrando numa farândola, que é uma antiga dança provençal executada de mãos dadas. No nosso caso, caríssimos irmãos no sacerdócio e no batismo, que formamos o corpo vivo da nossa Diocese de Lamego, tratar-se-ia da extraordinária operação de passagem de não sei quantos indivíduos para uma verdadeira família Diocesana. Esta extraordinária passagem do shôphar e de Jesus Cristo pelo território de Israel e da nossa Diocese de Lamego, e aquele simples «porque o Senhor me ungiu», «porque o Senhor nos ungiu», projetam no horizonte o milagre de um banho de água batismal, um caudal de óleo crismal a escorrer pela cabeça, pelo rosto, pelas vestes deste agora Povo de Deus, todo sacerdotal e santo (Êxodo 19,6; 1 Pedro 2,5.9; Apocalipse 1,4-6; 5,10), mas que antes não era sequer povo (1 Pedro 2,10).

4. Povo Santo de Deus, aí está a tua bela e funda identidade: Povo batizado, crismado, cristificado. Encharcado em Cristo e de Cristo. Por isso, diz bem São Paulo aos Coríntios: «Vós sois de Cristo (tu és de Cristo), e Cristo é de Deus» (1 Coríntios 3,23). «Porque o Senhor me ungiu», diz o profeta. «Porque o Senhor me ungiu», diz Jesus Cristo. «Porque o Senhor nos ungiu», digamos nós também. Significa isto, antes de mais, amados irmãos no sacerdócio, no batismo e na unção, que, para nos ungir com o seu óleo perfumado, Deus se aproxima tanto de nós, que toca em nós com as suas mãos carinhosas e infunde em nós, com um beijo, o seu alento criador! Exatamente como fazemos nós, ou como Deus faz por nós, quando ungimos com o óleo do crisma os recém-batizados, os crismados, os sacerdotes, os bispos, o corpo da igreja e os altares no dia da sua dedicação.

5. «O Espírito do Senhor sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres», assim se diz a si mesmo o profeta de Isaías 61,1. «O Espírito do Senhor sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres», repete Jesus na sinagoga de Nazaré (Lucas 4,18), assumindo sobre Si a missão da paz e da alegria do Ano da Graça do Senhor. «Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, a partir do Batismo que João anunciou: como Deus ungiu com o Espírito Santo Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem» (Atos dos Apóstolos 10,37-38). Caríssimos irmãos no sacerdócio, que formais comigo o presbitério da Igreja de Lamego, caríssimos irmãos no batismo e na unção, Igreja amada de Lamego: responde Hoje pela tua identidade e unidade, não conquistadas, mas de Graça recebidas! Ou «que tens tu que não tenhas recebido?» (1 Cor 4,7). Passemos, pois, do «tu» para o «vós», do «eu» para o «nós». Ungidos por Deus com o Espírito Santo, passemos nós também, como Jesus e com Ele, por toda a nossa terra, enchendo as pessoas de Bem, de Bondade e de Beleza.

6. Igreja amada de Lamego, vela, zela, renova e responde Hoje, neste dia imenso, pela tua identidade e unidade! Deus antes de ti, contigo, à tua volta! Responde alto e fundo, dando testemunho da tua vida ungida, vida cristificada, vida em Cristo! Responde à maneira de Jesus, que contemplámos, no Domingo passado, no relato da Paixão que nos ofereceu o Evangelho de Marcos. Certamente reparastes que, no processo sumário a que é submetido, e às acusações que lhe são feitas, Jesus nada responde, mantendo-se em silêncio, como vai pontuando o narrador. Apenas por duas vezes Jesus quebra o silêncio para responder a duas perguntas. A primeira é feita pelo sumo-sacerdote: «És tu o Cristo, o Filho do Bendito?», a que Jesus responde: «Eu sou!» (cf. Marcos 14,61-62). A segunda é feita por Pilatos: «Tu és o Rei dos Judeus?», a que Jesus responde: «Tu o dizes!» (cf. Marcos 15,2). É grandemente significativo e exemplar para nós que Jesus só responda às perguntas que lhe são feitas sobre a sua identidade! À imagem do teu Senhor, não deixes tu também de responder, Igreja amada de Lamego, acerca da tua identidade. Di-lo com palavras, mas fá-lo sobretudo com o testemunho.

Lamego, 29 de março de 2018, Quinta-Feira Santa, Homilia na Missa Crismal
+ António, vosso bispo e irmão

O presbitério reuniu-se com o bispo diocesano na Missa crismal, na manhã de quinta-feira santa, na Sé, para renovar as suas promessas sacerdotais e participar na bênção e consagração dos santos óleos. Como habitualmente, a participação dos nossos padres foi numerosa (cerca de 90), tal como a presença de D. Jacinto Botelho, nosso bispo emérito, bem como dois diáconos, o coro da catedral e uma assembleia de fiéis que não ocupava a totalidade dos bancos disponíveis.

A monição inicial, proferida pelo Padre Ângelo Santos, não esqueceu os sacerdotes do presbitério falecidos no último ano, bem como os seus familiares. Do mesmo modo, elencou os presbíteros que, em 2018, celebram 25 e 50 anos de ordenação sacerdotal: António José Rebelo Ferraz, Carlos José Gomes Caria, Diamantino José Pereira Duarte, João Martins Fernandes, Joaquim Proença Dionísio e José Manuel de Deus Ramos (25 anos); José Justino Lopes e Manuel Ramiro Pinto de Albuquerque (50 anos).

Na homilia, D. António Couto dirigiu-se a toda a diocese, convidando-a a protagonizar caminhos que testemunhem a presença de um “nós”, sinónimo de um povo que vive a união e é capaz de se sentir como uma grande família. E sempre com os olhos postos em Cristo, Aquele que nos une, reúne e transmite a nossa identidade.

Ao mesmo tempo, e em particular aos sacerdotes, convidou a cuidarem e velarem pela identidade que receberam do Senhor que, também no presbitério, permite passar do “eu” para um “nós”.
No final da Eucaristia, o Seminário de Lamego acolheu os sacerdotes para o almoço, no fim do qual se prestou uma singela homenagem aos sacerdotes atrás referidos, nomeadamente com a entrega de uma “Bênção apostólica” para assinalar a jubilosa data.

À tarde, o nosso bispo voltou à Sé para presidir à celebração da Missa vespertina da Ceia do Senhor, durante a qual se inclui o rito do lava-pés. Embora com mais fiéis a participarem, a verdade é que a Catedral não encheu. E esta questão poderia fazer pensar na possibilidade das celebrações serem centralizadas na catedral, tal como se faz noutras cidades-sede de dioceses!

D. António Couto voltaria à Sé na tarde de sexta-feira santa, pelas 17h, para as cerimónias da Adoração da Cruz. Desta vez a igreja encheu-se. E presidiu também à Vigília pascal, na noite de sábado santo.
Por causa do mau tempo que se fez sentir por estes dias, não se concretizaram as habituais Procissões das Sete Bandeiras (noite de quinta-feira santa) e do Senhor Morto (sexta-feira santa).

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/18, n.º 4455, 3 de abril de 2018

Nos dias 17 e 18 de Março realizou-se o segundo IPE (Iniciação à Pedagogia Escutista) da Região de Lamego, no Seminário Menor de Resende. Tendo como mote as Aventuras de Tom Sawyer, o imaginário foi: “As Aventuras de Tom Sawyer em busca de um escutismo melhor!”.

Todos nós já fomos crianças e devemos lembrar-nos disso, pois a missão de cada Dirigente é a de ajudar as crianças e os jovens dos seus Agrupamentos a crescer como cidadãos com valores, conhecimentos, atitudes e crenças para serem, cada vez, melhores. Como tal, devem alimentar a criança que há em si, relembrando que é através do jogo escutista, da imaginação e da experiência que se adquirem as ferramentas necessárias ao crescimento e à maturidade.
Os trabalhos iniciaram-se pelas 8 horas e 30 minutos do dia 17, sendo apresentado o Imaginário e efetuado um jogo para a constituição de cada Patrulha. Deve-se ressalvar que os candidatos a dirigentes trabalharam como se tratassem de Exploradores, a segunda secção do CNE.

À semelhança do IPE realizado em 2015 houve bastante adesão, sendo 23 formandos distribuídos por quatro patrulhas: a patrulha Tom Sawyer, a patrulha Huckleberry Finn, a patrulha Becky Tatcher e a patrulha Joe Harper.
As patrulhas foram constituídas pela Equipa de Formação de maneira heterogénea, com o intuito de as tornar equilibradas, tendo em consideração os diferentes níveis etários, as formações académicas e os conhecimentos escutistas, uma vez que se tratavam de Noviços e Aspirantes.

Durante todo este fim-de-semana foram apresentados os módulos de formação pela Equipa de Formação; foram discutidas ideias, partilhados conhecimentos e realizados diversos jogos escutistas.
A celebração da Eucaristia decorreu no sábado à noite, pelas 21 horas. Esteve a cargo do Assistente da Região de Lamego o Senhor Padre Artur Mergulhão e animada pelos Formandos. Foi uma Eucaristia muito participada, intensa e introspetiva. Na homilia foi apresentado um paralelismo entre a importância da paternidade, uma vez que o dia de São José (Dia do Pai) se aproximava, e a importância do papel de um bom Dirigente do CNE na educação e crescimento das crianças e jovens escuteiros, assim como a importância da fé na vida e ao longo de todo o percurso escutista. O Senhor Padre Artur Mergulhão referiu que os Dirigentes se devem comportar-se como pais das crianças que lhes são confiadas, uma vez que as crianças vão olhar para eles como modelos a seguir.

Também foram entregues, no início da Eucaristia, os lenços de Gilwell às Formadoras Ana Luísa e Mafalda Santos as quais já tinham recebido o colar de 3 contas no último Conselho Regional, (este lenço é usado por todos os dirigentes qualificados em formação específica que os habilitam como Formadores de adultos).

No decorrer desta formação realizaram-se três Conselhos de Guias, nos quais foram discutidos alguns temas relacionados com as atividades formativas e a negociação das datas de entrega dos trabalhos individuais e trabalhos de Patrulha a realizar pelos futuros Dirigentes. Os modelos aplicados para exemplificar e explicar a importância de um Conselho de Guias foram: o método pedagógico ativo e o método pedagógico demonstrativo. Os Guias de cada Patrulha reuniram-se em Conselho de Guias com o Chefe de Unidade, neste caso, o Diretor de Formação, numa mesa central e, os restantes elementos das Patrulhas assistiram como meros observadores.

A finalidade deste IPE foi dotar os candidatos a Dirigentes de ferramentas essenciais ao seu desempenho, a criação de laços de amizade e de partilha. Para um escutismo melhor é fundamental trabalhar em Equipa, em Unidade e em Região, porque “juntos somos mais fortes”.

Equipa Regional de Formação – Região de Lamego, in Voz de Lamego, ano 88/18, n.º 4455, 3 de abril de 2018.

No passado fim-de-semana, dias 17 e 18 do corrente mês de março, decorreu nas instalações da Obra Kolping, o Retiro Quaresmal das Equipas de Nossa Senhora dirigido aos sectores de Alijó, Chaves e Lamego. Orientou o Retiro o Rev. Pe. Manuel Queirós, Pároco da Campeã, Diocese de Vila Real.

Com uma assembleia constituída por cerca de 28 casais, o dia de sábado foi trabalhado ao ritmo da Lectio Divina para que todos fôssemos imbuídos do sentido da Palavra de Deus. É uma leitura-escuta orante da Palavra de Deus. E para “vivermos” melhor este sentido da Palavra o Pe. Queirós apresentou os oito passos que a compõem: Statio (preparação) / Lectio(leitura) / Meditatio (meditação) / Oratio (oração) / Comtemplatio (contemplação) / Discretio (discernimento) / Collatio(intercomunicação) / Actio (acção).

A Palavra de Deus deve ser pois esperada: como é que me disponho interiormente para a acolher? Como a escuto? De ânimo leve ou leio escutando em profundidade? Por outro lado, como me posiciono perante a palavra? Diante de Deus devo assumir uma postura de adoração, de prostração, de silêncio. Depois devo partir para a Ação na medida em que avalio com os outros a minha resposta à palavra, estabeleço o diálogo, partilho a Palavra e, assim, ser testemunho, anúncio e compromisso. Para melhor vivermos a Lectio Divina fizemos um exercício prático com base nas Bem-Aventuranças de S. Mateus. As Bem-Aventuranças são para Jesus proclamação e, para a Igreja, consolação. São palavras que traduzem uma promessa e se tornam um guia para a Vida. A parte final deste dia de sábado foi preenchida com a Via Sacra. Momentos de silêncio, de reflexão, de devoção e de salvação.

Durante todo o retiro reflectimos muito sobre as palavras do Papa Francisco e, a dado momento, propusemo-nos a realizar a Celebração da Gratidão “…os esposos cristãos são cooperadores da graça e testemunhas da fé um para com o outro, para com os filhos e demais familiares”. Deus convida-os a gerar e a cuidar. Por isso mesmo, a família «foi desde sempre o “hospital” mais próximo». Prestemo-nos cuidados, apoiemo-nos e estimulemo-nos mutuamente e vivamos tudo isto como parte da nossa espiritualidade familiar. A vida em casal é uma participação na obra fecunda de Deus, e cada um é para o outro, uma permanente provocação do Espírito. Por isso, «querer formar uma família é ter a coragem de fazer parte do sonho de Deus, a coragem de sonhar com Ele, a coragem de construir com Ele, a coragem de unir-se a Ele nesta história de construir um mundo onde ninguém se sinta só».

Vivemos em plenitude e comunhão a Eucaristia de Domingo como o DIA DO SENHOR, porque é a celebração das obras de Deus Criador, o DIA DE CRISTO, porque é o Dia do Senhor ressuscitado e do dom do Espírito Santo, o DIA DA IGREJA, porque a assembleia eucarística é o coração da Igreja, o NOSSO DIA, porque é o dia do repouso, da alegria e da solidariedade, o GRANDE DIA, porque nos revela o sentido do tempo.

J. Ferraz, Setor de Lamego,
in Voz de Lamego, ano 88/17, n.º 4454, 27 de março de 2018

Ao som do yeeeh yeeeh
Foi no passado dia 24 de março que decorreram em Tarouca o “Dia Mundial de Juventude” e o “XIII Festival Diocesano da Canção”.

Sobre o Dia Mundial da Juventude, a primeira atividade do dia, queremos dizer-vos que foi um dia diferente…um dia muito bem passado…rodeado de jovens que se predispuseram a sair de suas casas e das suas zonas de conforto para responder ao apelo deixado pelo Papa São João Paulo II. O acolhimento realizado pela equipa do DDPJ deixou-nos logo com a sensação de que estávamos em casa, na casa do nosso PAI, e de que éramos apenas um só grupo, apesar da diversidade de paróquias presentes. Ao som do yeeeh yeeeh cantamos, dançamos, abraçamos, corremos, e assim ficamos com o espírito aberto e mais solto, prontos a viver aquele dia. Foi bom sentir que o mesmo sentimento era vivido e partilhado de igual modo pelas diversas paróquias da diocese de Lamego.

Para este dia, foi também proposta uma via-sacra. E, bem sabemos, que os jovens ainda não estão bem familiarizados com esta celebração. Mas, felizmente, tem aparecido cada vez mais formas de a tornar dinâmica, mais atrativa e mais jovem. Foi uma via-sacra também ela diferente, repleta de símbolos, que associados a cada estação fizeram com que a vivêssemos de maneira mais intensa e com um maior sentido de responsabilidade. Todos, de uma forma ou de outra, sentimos mais intensamente aquele percurso doloroso e aquele peso da cruz que Jesus suportou na sua caminhada até ao calvário. Durante a caminhada, foi também criada a frase que nos guiou ao longo de todo este dia: “Não temas, Maria”.
Tivemos ainda a oportunidade de realizar workshops, onde nos foi possível ajudar na realização de um momento cómico para o Festival, ajudar na construção de um belo jardim em que as nossas pétalas representariam as qualidades que cada um tinha e acima de tudo, relembrar que somos todos flores pertencentes ao mesmo jardim e ainda aprender um pouco mais, sobre o voluntariado dos jovens e a sua importância.

A tarde já ia longa e nada melhor que um belo jantar partilhado para repor todas as energias necessárias, para ao som do yeeeh yeeeh, disfrutarmos do Festival Diocesano da Canção. Desta vez, não participamos, mas fica já a promessa de que no próximo ano iremos tentar apresentar a nossa canção.

Foram 8 as canções apresentadas, dos grupos de jovens de Almacave, Tarouca, Sernancelhe, Salzedas, Cunha e Ponte do Abade, Sé, Avões e Vila da Ponte. Foi uma noite repleta de emoções que nos encheram o coração de alegria e felicidade. De todas as canções, o grupo de jovens Arautos da Alegria, Tarouca, foram os que convenceram mais o júri, tornando-se assim os vencedores da 13ª edição do Festival.
Apesar de ter de haver um vencedor, acreditamos muito sinceramente, que todos ganharam, todos nós saímos a ganhar. Pelo encontro, pelo convívio, pelo amor e pela união. Ficámos de coração cheio.
Obrigado DDPJ Lamego! Obrigado Tarouca! Obrigado Mãe Maria!


Gotas d’Orvalho – Grupo de Jovens de Resende
Facebook: @GJgotasdeorvalho, in Voz de Lamego, ano 88/17, n.º 4454, 27 de março de 2018

No passado dia 23 de Março ocorreu a II Gala Escutista do Agrupamento CNE 140 de Lamego, no Auditório do Centro Paroquial de Almacave.

Pelo segundo ano consecutivo foi feita a homenagem e o assinalar dos que se distinguiram mas mais diversas modalidades, desde a área lúdica à prática das atividades escutistas.

Todos os prémios têm uma designação relativa à vida de Baden Powell, no que se refere aos momentos da sua vida e aos nomes que o identificavam por terras de África, onde viveu e morreu, pelo que a valorização torna-se ainda maior por parte de quem a recebe.

A vida quotidiana das várias dezenas de Escuteiros foi mostrada e evidenciada, nomeadamente a que diz respeito à solidariedade, na Recolha de alimentos para o Banco alimentar de Almacave, bem como na participação das atividades que dizem respeito à Paróquia e à diocese, onde as suas atividades passam pela participação nas Eucaristias, sendo acólitos vários deles, bem como no apoio nas procissões e eventos em que demonstram o seu ideal escutista de cariz religioso.

Foi grato ver a felicidade nos seus rostos ao receberem as “Pegadas” e diplomas face aos seus êxitos e conquistas ao longo do ano de 2017, o que vai servir de motivação e esforço para as ações de 2018.

Foi homenageado postumamente o pai do Lobito Dinis, falecido este ano, e que era um dos pais mais apoiantes do Grupo. Subiu ao palco para receber a homenagem o filho e a sua mãe, num momento de delicada emoção e carinho.

Como entidades oficiais foram homenageados o CTOE, pelo apoio que sempre presta ao CNE 140, tendo sido recebido pelo Sr Capitão Miranda e, ao Município de Lamego pelo apoio e cedência da Sede onde hoje os Escuteiros estão alojados e fazem as suas reuniões e atividades, que ocorreu no passado ano de 2017, galardão este recebido pela Vereadora da Cultura Ana Catarina Rocha, ali presente.

Em surpresa final foi homenageada a Chefe Joana Almeida, pelos diversos grupos de escuteiros pela sua ação em prol do desenvolvimento e coesão do grupo.

Passada que foi a meia-noite estava-se já em dia de aniversário do CNE 140 que, no dia 24 de Março, completou 89 anos de existência oficial em Lamego, tendo sido cantados os parabéns e, esperando-se que outros tantos anos venham para formar jovens responsáveis, conhecedores e respeitadores da Natureza e que saibam viver pelo ideal escutista.

Parabéns ao CNE 140 e a todos os seus elementos e que estejam sempre “Alerta” para servir o próximo.

Isolina Guerra, in Voz de Lamego, ano 88/17, n.º 4454, 27 de março de 2018

 

“Bendito, bendito o que vem em nome do Senhor”. Foi com este cântico que as pessoas da paróquia de Muxagata receberam, com alacridade e empatia, o Senhor Bispo da Diocese para a visita pastoral.
Esta teve o seu inicio no dia 8 de março e terminou no dia 11. Começou com a visita aos cemitérios, recordando os irmãos que adormeceram no Senhor.

Rumando ao centro paroquial, para aí ser celebrada a Eucaristia, com o sacramento da Santa Unção, sentia-se o aroma da amendoeira em flor, que estão no seu ápice de floração.

Já de tarde foi levada a Santa Unção, “a caricia de Deus”  o “alívio dos enfermos”, a cada doente acamado.
O ilustre Antístite visitou os lugares de culto, a Capela de Santa Ana, de São Sebastião e de Santa Luzia culminado com uma visita à sublime Igreja matriz - do século XVI-XVII.
No dia 11, foi celebrada a Eucaristia dominical. Na sua homilia o senhor Bispo fez referência ao Evangelho deste IV Domingo da Quaresma (João 3,14-21) em que João nos mostra, a toda a luz, o «Filho do Homem», que deve ser levantado [crucificado /exaltado/glorificado] como o verda¬deiro «Servo do Senhor» uma alusão à árvore da Cruz.

Ver o Filho do Homem levantado na Cruz é ver passar dois filmes: 1) o da nossa violência e malvadez, postas a descoberto naquele rosto desfigurado, naquelas chagas abertas, naquele sangue a escorrer ou já coalhado: está ali, bem diante de nós, a imagem do pecado que está em nós; 2) ali passa também o filme do imenso amor de Deus, que não faz frente à violência de cada irmão, mas a abraça, única maneira de a absorver, dissolver e absolver.

Convidou a cravarmos os olhos em Jesus e que o amor é o sabão mais eficaz, que faz tirar o ódio as invejas a maledicência que há em nós.
Por fim direcionando o discurso para a padroeira da paróquia de Muxagata, Santa Maria Madalena, que foi cravada pelo amor de Jesus, o Senhor Bispo convidou os fiéis a olharem para Ela e seguir o seu exemplo e aprender a amar, amar, amar.
No fim da Eucaristia, houve um encontro de grupos da paróquia, Grupo coral, acólitas, Movimento da Mensagem de Fátima e conselho económico. Da palavra do pastor ficou uma presença de gratidão e estima.

Vertemos um obrigado sincero ao nosso pastor pela simplicidade, sabedoria nas palavras e alegria que trouxe a esta gente simples e trabalhadora, numa primavera antecipada.

Pe José Soares, in Voz de Lamego, ano 88/17, n.º 4454, 27 de março de 2018





O Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens de Lamego (DDPJ de Lamego), de acordo com o que estava previsto no plano pastoral, realizou três encontros de Preparação para a Páscoa, congregando jovens de toda a Diocese em Tabuaço (24 de Fevereiro), Castro Daire (3 de Março) e Mêda (17 de Março).  

“Ao longo do encontro, os membros da Equipa do DDPJ, interpelaram os jovens, com tempos de oração, reflexão, movimento, cânticos, atividades ao ar livre, à volta da passagem do Evangelho de São Mateus (18, 21-35) sobre o perdão sem limites, subdividindo em outros itens: Perdão "sem tráfego limitado"; Perdão "em saldos"; Perdão "sem makeup", etc. Realizamos atividades bastante interessantes e que pessoalmente eu gostei bastante, principalmente as várias as dinâmicas, desde criar um coração, a partir de fios entrelaçados em pregos; pedras na mão para realizar tarefas como apertar os atacadores, tirar um selfie, descascar um laranja... vendo como as pedras (falta de humildade para pedir perdão ou falta de vontade para perdoar) dificultam a vida.
Ficamos muito agradecidos pelas provocações, pelo testemunho, pela facilidade de comunicação e interação.”
Sara Silva, Tabuaço

“Neste encontro, intitulado de “SETENTAx7”, também refletimos sobre a relação entre a caridade e o perdão. É verdade que somos pecadores e fazemos muitas coisas más… mas também é verdade que fazemos coisas boas! Deus não se esquece dos nossos gestos mais bonitos e tem isso em conta (Livro de Ben-Sirá 3, 14). A caridade, para ser vivida em pleno, deve passar por um autentico amor ao próximo, sem olhar a quem. Para percebermos melhor isto ouvimos alguns testemunhos e também nos falaram do Docat. Não sabem o que é? Têm que o conhecer.  Neste pequeno livro podemos encontrar a Doutrina Social da Igreja Católica explicada de maneira bastante compreensível, abordando os temas sociais com que nos deparamos diariamente.”
Daniela Carvalho, Tarouquela

“Quase na parte final desta atividade, fomos convidados a "perdoar online" através da gravação, em grupo, de um vídeo que irá ser publicado, futuramente, nas redes sociais da DDPJ. Este tinha como base a interpretação da música "O que lá vai, lá vai", adaptada pelo DDPJ para o contexto em que estava inserida.
De seguida, elaboramos uma pequena recordação individual: um mini-coração construído com pregos e lã. Considero que, por vezes, cada um de nós é um desses pregos: todos eles estão distanciados, verticalmente pregados e sem qualquer tipo de contacto. Deus é esta lã, que une todos os pregos e os torna mais fortes pelo perdão!
Vivenciamos uma experiência única! Esta permitiu-nos uma melhor preparação para a Páscoa do Senhor, e uma melhor vivência deste Tempo Quaresmal. Um re-aproximar de Deus com a certeza de que Ele está sempre ao nosso lado!
"Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido." Tornemos esta oração em lema e reafirmemos esta missão que nos foi confiada por Deus: a missão de perdoar!

Ana Jeni – Mêda

in Voz de Lamego, ano 88/16, n.º 4453, 20 de março de 2018

Num dia de sol muito tímido e alguns chuviscos, a comunidade paroquial de Cepões, regozijou-se com a receção da Cruz da Jornada da Juventude. Foi com muito entusiasmo e grande júbilo que o Grupo de Jovens da referida paróquia se reuniram para receber das mãos da Paróquia de Lazarim tal grandiosidade admirável aos olhos de todos!

A eucarístia dominical, que computou com este marco admirável, contou com a presença quer dos jovens de Cepões, mas também com os de Lazarim, onde houve lugar e espaço para todos participarem. Foi notável o esforço dos nossos jovens de Cepões, que com prontidão e responsabilidade se dedicaram à organização da eucarístia, desde a escolha dos cânticos ao proclamar a Sagrada Escritura; houve também lugar para a estreia de “muitas vozes escondidas”, que tão bem abrilhantaram ainda mais aquele momento solene.


De referir ainda o apoio do nosso Grupo Coral que se predispôs a apoiar os nossos jovens.
Note-se ainda o louvável apoio da União de Freguesias de Cepões, Meijinhos e Melcões, que patrocinou as T-Shirts identificativas e o transporte para os nossos jovens.
Permanência da Cruz da Jornada na Igreja Paroquial de Cepões do dia 11 ao dia 18 de março, dia em que será entregue à Paróquia de Vila Nova de Souto D´El Rei por volta das 10h da manhã.
Para terminar deixo um agradecimento a todos os que se dignaram acompanhar este acontecimento destacável e para ele contribuiram os que participaram na Vigília de Oração com a Cruz da Jornada, no sábado dia 17 de março, na Igreja Paroquial de Cepões.


Pax et bonum in gaudium.

Luís MB Silva

Grupo de Jovens de Cepões


in Voz de Lamego, ano 88/16, n.º 4453, 20 de março de 2018

No passado dia 10 de março lá fomos nós a cantarolar até Alvite aquela música que não nos quer sair da cabeça  (… ai, ai, ai) para o nosso pós-convívio, o pós-convívio 1349. Dia de chuva, um bocadinho de frio, mas, mal nos reencontrámos o calor foi imediato: a nossa chama neste quarto dia, mesmo que estivesse bem forte, iluminou e aqueceu um bocadinho mais com a presença de todos os que lá se juntaram. Foi um dia pra recordar os belíssimos momentos que passámos no Seminário de Resende, mas foi também um dia de reflexão, oração e sobretudo de orientação para aquilo que ainda está por vir neste nosso eterno quarto dia.

Ao longo do mesmo sentimos saudades não só daquele fim-de-semana em que tudo começou (o convívio), como também daqueles que, por motivos vários, não puderam estar presentes fisicamente neste reencontro, mas que estiveram presentes no coração e na oração de cada um.

Mil trezentos e quarenta e nove obrigados a todos os que o prepararam e especialmente a Ele por mais um dia iluminado por esta chama de Amor que não cessa, como disse alguém: “Nem sempre Te pedi como hoje peço, para seres a luz que me ilumina, mas sei que ao fim terei abrigo e acesso, na plenitude da tua luz divina”. Parece que este “fim” chegou e que agora posso ver que no nosso quarto dia todos temos acesso a esta luz amorosa que não se esgota, basta ter Fé.

Marta Antunes Rodrigues, CF 1349, in Voz de Lamego, ano 88/15, n.º 4452, 13 de março de 2018

No passado dia 6 de Março, os quatro seminaristas do 9º ano (Celestino, Diogo, José Miguel e Pedro) deslocaram-se a Coimbra para visitar a Universidade, no âmbito de uma visita de estudo. A chegada correu bem, e quando chegamos fomos conduzidos até uma sala onde ouvimos uma palestra de Química, sobre moléculas sendo passados pelos alunos, alguns modelos de moléculas e algumas amostras de sais minerais.

Depois desta palestra os alunos e professores foram visitar um laboratório de química supermolecular, onde o professor falou do que se fazia naquele laboratório e deu alguns exemplos de experiências com produtos comprados no supermercado. De seguida os alunos tiveram um pequeno intervalo. Após este intervalo tiveram outra palestra sobre Física onde demonstrou alguns exemplos da força da gravidade.

Após isto fomos almoçar na cantina da Universidade. Ao fim tivemos um tempo para os alunos conhecerem a cidade de Coimbra. Depois fomos até à associação Académica de Coimbra onde eles mostraram as várias atividades que lá praticavam como teatro, rádio, etc. A última atividade do dia foi visitar o paço das escolas onde vimos a prisão, a capela de S. Miguel, e a biblioteca joanina.
Dado isto voltamos a Lamego.

in Voz de Lamego, ano 88/15, n.º 4452, 13 de março de 2018

A Vigararia Geral informa que, tendo terminado o seu mandato de cinco anos os sacerdotes que têm exercido os cargos de Arcipreste e Vice-Arcipreste, o Sr. D. António José da Rocha Couto, Bispo de Lamego, mandou publicar o seguinte

DECRETO:
O Arcipreste é o primeiro responsável do Arciprestado (cân. 553 §1), que é um conjunto de Paróquias com o qual está configurada territorialmente a Nossa Diocese "a fim de favorecer a cura pastoral, mediante uma acção comum" (cân. 374 §2).
Tendo ouvido os Sacerdotes de cada um dos Arciprestados, a teor do cân. 553 §2;
Manifestando o nosso profundo agradecimento a quantos cessam neste cargo e a nossa comunhão a quantos agora o iniciam;
Sendo necessário prover o ofício capital de cada Arciprestado, pelo presente documento,

HAVEMOS POR BEM:
1º. Nomear Arciprestes, para o próximo quinquénio, os seguintes sacerdotes:

  • Rev. Pe. Leontino Carvalho Alves, como Arcipreste do Arciprestado de Armamar - Tarouca;
  • Rev. Pe. Diogo Pereira Filipe, como Arcipreste do Arciprestado de Castro Daire - Vila Nova de Paiva;
  • Rev. Pe. José Augusto de Almeida Marques, como Arcipreste do Arciprestado de Cinfães-Resende;
  • Rev. Cón. José Manuel dos Santos Ferreira, como Arcipreste do Arciprestado de Lamego;
  • Rev. Pe. Amadeu da Costa e Castro como Arcipreste do Arciprestado de Mêda-Penedono-S. João da Pesqueira-V. N. de Foz Côa;
  • Rev. Pe. Manuel Pereira Gonçalves, como Arcipreste do Arciprestado de Moimenta da Beira-Sernancelhe-Tabuaço.


 2º. Nomear Vice-Arciprestes, escolhidos pelos Arciprestes, ora nomeados, para o próximo quinquénio, os seguintes sacerdotes:

  • Rev. Pe. Adriano Filipe Assis, como Vice-Arcipreste do Arciprestado de Armamar - Tarouca;
  • Rev. Pe. António Pereira Duarte, como Vice-Arcipreste do Arciprestado de Castro Daire - Vila Nova de Paiva;
  • Rev. Pe. Sérgio de Almeida Lemos, como Vice-Arcipreste do Arciprestado de Cinfães-Resende;
  • Rev. Pe. José Fernando Duarte Mendes, como Vice-Arcipreste do Arciprestado de Lamego;
  • Rev. Pe. Ponciano Joaquim Batista dos Santos como Vice-Arcipreste do Arciprestado de Mêda-Penedono-S. João da Pesqueira-V. N. de Foz Côa;
  • Rev. Pe. António Jorge Gomes Giroto, como Vice-Arcipreste do Arciprestado de Moimenta da Beira-Sernancelhe-Tabuaço.

 

3º. Ordenar que a tomada de posse dos novos Arciprestes e Vice-Arciprestes tenha lugar no próximo Colégio de Arciprestes.

Dado em Lamego, aos 9 dias do mês Março de 2018

D. António José da Rocha Couto, Bispo de Lamego

No passado dia 11 de Março, a comunidade do Seminário foi até à terra de Santiago de Piães, terra do seminarista Tiago. Às 9:45 participámos na Eucaristia em Santiago de Piães presidida pelo Sr. Pe. Ângelo. Nessa mesma Eucaristia, tivemos a oportunidade de ver o Evangelho da cura do cego de nascença representado pelos meninos da catequese. De seguida, o Pedro teve a oportunidade de dar o seu testemunho diante de toda a assembleia. No final, a irmã Teresa da congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima deu também o seu belo testemunho.

De seguida dirigimo-nos a Vilar de Arca (anexa de Piães) onde lá também celebrámos a Eucaristia mas desta vez presidida pelo Sr. Pe Vasco Pedrinho. Mais uma vez tivemos o prazer de ouvir o testemunho do Pedro e da irmã Teresa. No fim da Missa fomos para a casa do Tiago para almoçarmos. O almoço foi preparado tanto pela mãe do Tiago como pela mãe de um pré-seminarista, o António. A elas o nosso muito obrigado! De seguida regressámos ao Seminário muito contentes por esta passagem pela terra de um dos nossos amigos.

Resta agradecer ao Sr. Pe. Vítor Taveira por nos acolher tão bem e por nos proporcionar esta ida à sua paróquia. O nosso muito obrigado e esperamos voltar muito em breve.

João Patrício, Seminarista, in Voz de Lamego, ano 88/15, n.º 4452, 13 de março de 2018


A Semana Nacional da Cáritas, iniciada no dia 29 de Fevereiro sob o tema “Uma só Família Humana, Cuidar da casa Comum”, marcou a agenda da nossa diocese especialmente pela realização de uma conferência no Centro Paroquial de Almacave. O momento de partilha, organizado pela Cáritas Diocesana de Lamego e pela Conferência Vicentina de Almacave, aconteceu no primeiro dia do corrente mês, tendo iniciado pouco depois das 21:00h e terminado pelas 23:00h. No cartaz publicitário, o título que sobressaía era “Cuidar do outro”, porém, à medida que os conferencistas Juan Ambrosio (mestre em teologia e professor na Universidade Católica Portuguesa) e padre José Manuel Pereira de Almeida (secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e Assistente da Cáritas Portuguesa) foram expondo aquilo que tinham preparado, percebeu-se que esse “cuidado” seria refletido numa perspetiva mais ecológica, indo, assim, de encontro ao slogan nacional.

A presidente da Cáritas Diocesana de Lamego, Isabel Mirandela, foi a primeira a intervir, saudando todos os presentes e apresentando os conferencistas. Seguiu-se a partilha do padre José Manuel, quase inteiramente dedicada a expôr alguns pontos essenciais da Carta Encíclica “Laudato Si’ ”, para melhor se entender que o cuidado do outro se realiza também pelo cuidado do planeta, a casa comum. Sabemos, por exemplo, que, com uma catástrofe ecológica, os mais frágeis (mais afetados) são sempre os mais pobres, pelo que, se tivermos um papel ativo na prevenção dessas catástrofes, estamos a ter um papel ativo no cuidado do outro. Neste dinamismo do cuidar, o padre José Manuel Pereira de Almeida encontrou relação com o célebre “Ver, Julgar e Agir” da Ação Católica, apontando para um “Olhar, Apreciar e Transformar” necessários para a urgente mudança do estilo de vida que nos é proposta.

Com o professor Juan Ambrosio vieram vários alertas, para olharmos ao que andamos a fazer e a como andamos a “resolver” os problemas. Não sendo o Ser Humano apenas espírito, a Fé, como nos diz S. Tiago, tem que ser também visível em obras. Nesse sentido, com um humor acutilante, o professor Juan demonstrou que, se a oração que cada um faz não traz consequências práticas para a sua vida, como o fechar de uma torneira quando a água corre desnecessariamente, então há ainda opções a rever e a “converter ecologicamente”. A conversão ecológica é, desta forma, uma conversão comunitária. A realidade em que vivemos pouco vai mudando, tem que mudar é o olhar sobre essa realidade, que precisa de ser purificado para conseguirmos “ver de outra maneira”. Esta “outra maneira” tem a ver com aquilo que é o Bem Comum. Vivemos num tempo em que somos constantemente convidados a colocar o nosso bem e o nosso conforto à frente do dos outros, o que não é bom. Desta tendência pode surgir uma outra contrária, que, sendo melhor, não será a ideal: colocar sempre o bem dos outros antes do nosso. Foi concluindo o professor Juan que talvez a crise ecológica seja a altura certa para descobrirmos que a melhor (e única?) forma de caminharmos enquanto comunidade humana é a da descoberta do verdadeiro Bem Comum. Neste, o nosso bem está no bem dos outros e o bem dos outros está no nosso bem.

Com o fim das intervenções veio um espaço de tempo para o debate, no qual foram colocadas questões a ambos os conferencistas.

A última palavra foi de quem teve a primeira: Isabel Mirandela agradeceu aos oradores, a todos os presentes e aos três padres da comunidade de Almacave pelo acolhimento daquela iniciativa.

Diogo Martinho, SML, in Voz de Lamego, ano 88/14, n.º 4451, 6 de março de 2018


No passado dia 4 de março 15 jovens receberam o sacramento do crisma na paróquia de Penajóia com a presença do Sr. Bispo D. António Couto.

A proposta para a catequese da Conferência Episcopal Portuguesa reforça que o percurso da catequese se deve realizar ao longo de dez anos e que no final se celebre o sacramento do Crisma. A paróquia de Penajóia vive, como todas as paróquias do interior, os efeitos da diminuição de jovens e o consequente envelhecimento da população. No entanto, na comunidade cristã ainda é possível manter a formação catequética dos dez anos. Este facto, muito se deve ao trabalho persistente dos catequistas e à generosidade das famílias que se disponibilizam para levar à catequese os seus filhos. A catequese, enquanto espaço de descoberta de Deus, deve também promover a vivência da caridade e a participação nas celebrações litúrgicas. Esta tem sido uma das preocupações que a comunidade paroquial tem procurado viver ao envolver as crianças da catequese nas diversas celebrações comunitárias: Jubileus, Natal, Páscoa, Festas da Catequese, Festa do Padroeiro, Dia do Pai e da Mãe... A voz pura e cristalina das nossas crianças e jovens, misturadas com as vozes “roucas” e cansadas dos adultos, criam harmonia tornando as celebrações mais dinâmicas, vivas e intensas. Foi o que aconteceu, mais uma vez, na celebração eucarística no passado domingo. O cântico das crianças ajudou-nos a sentir o suave sopro do Espírito Santo


Os jovens, agora crismados, participaram ao longo deste ano numa preparação mais intensa juntamente com o grupo de jovens da paróquia. Deste modo, pretendemos integrá-los na comunidade e envolve-los na preparação da Jornada Diocesana da Juventude a realizar no arciprestado de Lamego.

A ultima semana, que antecedeu a celebração do crisma, foi para preparar a celebração litúrgica. Todos os pormenores foram tidos em conta desde a receção ao Sr. Bispo, aos cânticos, leituras e ofertório. A festa era deles e com orgulho todos contribuíram para que ela se tornasse um momento Belo de Deus.

Juntamente com este grupo de jovens, um adolescente com paralisia cerebral, o Marco Moura, comungou Jesus Eucarístico pela primeira vez. O Marco não fala nem controla os seus movimentos, mas tem manifestado a vontade de puder comungar e participar em pleno da celebração Eucarística. A presença do Sr. Bispo, foi o momento oportuno para que o Marco pudesse terminar o ciclo dos sacramentos da iniciação cristã. Que bonito estava o Marco e com quanta alegria ele viveu este momento.

Na homilia o Sr. Bispo pediu aos 15 jovens que eles tivessem a coragem e a força para testemunhar Cristo como se fossem 150 ou 1500 jovens. Que não se acomodassem, mas que alimentassem a sua vida pelo verdadeiro Amor. “Sei que, nesta Quaresma, estais a refletir sobre o Amor, tendo como pano de fundo Hino da Caridade de S. Paulo, assumi este amor na vossa vida, não tenhais medo de o comunicar a outros jovens”. O Sr. D. António continuou a dizer que a linguagem do Espírito Santo é a do Amor, mais do que nunca precisamos de viver um amor paciente, sem interesse ou invejoso. Que ele fique marcado nos vossos corações como as palavras gravadas na parede desta igreja.

No final da celebração agradeceu a presença de todos e o modo como viveram e participaram nesta celebração. Pediu ainda que aprendêssemos com as crianças e jovens que são teimosos, atrevidos e irreverentes... utilizemos estas características para viver a nossa Fé.

Obrigado Sr. D. António pela riqueza da celebração e por ajudar esta comunidade a viver em comunhão e amor cristão.


FM, in Voz de Lamego, ano 88/14, n.º 4451, 6 de março de 2018

Decorreu no passado dia 24 de Fevereiro, no Centro de Catequese da Meda um dia de formação de Catequistas, organizado pela paróquia de Meda e aberto a todo o arciprestado (Meda, S. João da Pesqueira, Penedono e Vila Nova de Foz Côa).

Tempo quaresmal é tempo de reflexão e de preparação para a Páscoa, pelo que, também tempo propício para a formação. Foi assim que, tomados por este espírito, um grupo de catequistas oriundos de diferentes pontos do arciprestado, respondeu ao convite e se reuniu para participar neste dia.

Para este dia de formação, veio uma equipa do Secretariado Diocesano de Catequese, composta por três elementos padre António José Ferreira, Eduardo e João Pedro, de Vagos, diocese de Aveiro, veio o Fernando e de Viseu veio o Pedro Teixeira, que pertence à equipa do Secretariado Diocesano de Catequese de Viseu.

Deu-se início aos trabalhos programados para este dia com o acolhimento e a apresentação. O João Pedro foi o primeiro interveniente, desenvolvendo um tempo de Leitura Orante, tomando como texto base, a passagem bíblicado encontro de Jesus com a Samaritana. Esta atividade remeteu o grupo para um momento de reflexão profundo, no qual cada palavra era desmembrada, permitindo a que cada um dos participantes se sentisse mais próximo de Deus.

Depois de um breve intervalo, deu-se início a um tempo de Risoterapia, “Rir com Deus na catequese”, tema desenvolvido pelo Fernando, que pôs o grupo todo, a rir de uma forma contagiante, refletindo na missão de cada cristão e neste caso, de cada catequista, em levar Deus àqueles que os rodeiam ou àqueles que lhes são confiados para que os ajudem a chegar a Deus. Assim, rir não é uma atitude de distanciamento, mas sim uma atitude de aproximação que pode mudar radicalmente, a nossa relação com o outro.

De tarde, foi a vez do Pedro Teixeira intervir como formador, desenvolvendo o tema “Recomeçar a partir de Cristo”, sendo o seu ponto de partida um pequeno filme no qual o Papa Francisco fala com os catequistas sobre a sua missão, no qual o Papa diz que, o catequista não é aquele que possui um diploma de catequista, mas é aquele que está na presença de Deus. “O trabalho do catequista é estar com Jesus, ouvir Jesus e transmiti-lo, indo ao encontro do outro”.“ Recomeçar com Cristo – diz o Papa Francisco – significa imitá-lo, sair de si mesmo e ir ao encontro do outro”. Diz-nos Pedro Teixeira, “o catequista é aquele que leva a casa e que a mostra. Ser catequista não é um favor que se faz ao pároco, uma vez que o catequista faz parte da comunidade na qual desenvolve a sua missão”.

Após as intervenções dos oradores, formaram-se grupos de trabalho para que cada um fizesse a planificação de um tema a trabalhar nas sessões de catequese. De seguida, cada grupo apresentou a sua planificação, apresentando depois o Pedro Teixeira, a forma como tinha trabalhado os mesmos temas com os seus catequizandos, sendo que, não existem formas de apresentar os temas estanques, existem sim, formas mais adequadas e formas menos adequadas, uma vez que, o catequista tem aqui um papel preponderante, porque diz o Papa Francisco, “O catequista recebeu de Deus o dom da fé, tudo o que recebe o dá e assim, dom recebido, dom transmitido”.

Foi um dia muito intenso e cheio de entusiasmo da parte de todos os participantes.
A semente foi lançada à terra e dela se esperam frutos generosos. Cabe pois, a cada um dos participantes, a missão de a fazer germinar no coração daqueles que lhe são confiados.

Com a hora já adiantada, fez-se a Oração de Envio dos catequistas, após o qual, os catequistas se dirigiram à igreja Paroquial, onde decorreu a Eucaristia, presidida pelo Padre António José Ferreira e que encerrou este dia de formação.

A paróquia da Meda agradece a colaboração dos membros da equipa do Secretariado Diocesano da Catequese e dos restantes oradores.

A catequista Isabel Fernandes (Mêda)
in Voz de Lamego, ano 88/14, n.º 4451, 6 de março de 2018

O habitual retiro da Quaresma do Seminário Intediocesano de São José, que reúne em Braga os seminaristas maiores das dioceses de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu, realizou-se este ano entre os dias 14 e 18 de Fevereiro no Seminário de São José pertencente à Ordem dos Padres Vicentinos (Padres Lazaristas) em Felgueiras, diocese do Porto.

É por este meio, fronteira do final do primeiro semestre e o início do segundo, que os 13 seminaristas que compõem a comunidade intediocesana refletem os sucessos e insucessos do meio ano académico que passou, agradecem os seus frutos e, na oração que nos aproxima do conforto do Mestre, recarregam energias para o novo semestre que se inicia. Mas é, acima de tudo, uma oportunidade de amadurecer a vocação e iniciar o caminho de preparação para a Páscoa da Ressureição.

As reflexões orientadas pelo Pe. Fernando Soares, seguiram uma linha de interpretação do discipulado, da forma como o discípulo deve olhar Jesus e de que modo isso deve moldar as suas atitudes. O retiro ficou ainda marcado pela participação dos seminaristas num edificante e regenerador momento de oração segundo o modelo de Taizé organizado pelos jovens daquele arciprestado e ainda algumas visitas a lugares de destaque daquela região (Sta. Quitéria e Mosteiro de Pombeiro).

João Pereira, in Voz de Lamego, ano 88/14, n.º 4451, 6 de março de 2018

Caminhando com Jesus

O Arciprestado de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tabuaço, brindou os agentes pastorais com uma manhã de formação, reflexão, oração e alegria. No passado sábado, 17 de fevereiro, com inicio pelas nove horas, no Centro Paroquial de Moimenta da Beira foi magnificamente exposto, pelo Senhor Padre Diamantino Alvaíde, o lema da nossa diocese para o presente ano pastoral:

“VAI, E FAZ TU TAMBÉM DO MESMO MODO!”

Como devemos ser “Samaritanos” sempre. Sem desculpas, sem desviar o olhar, sem mudar de senda.
Com olhar atento, com mãos macias, com um coração cheio de amor. Amor sem medida, amor à medida do Mestre.

Foi tudo bem explanado na manhã de sol radioso do dia 17.
Foi uma formação muito profícua. Que maravilhoso início de Quaresma!

Não posso deixar de salientar a última meia hora de Oração e Adoração. Foram momentos que entraram no peito.
A Bênção do Santíssimo Sacramento, no termo dos trabalhos, sentiu-se ser uma grande Graça, um Dom do Verdadeiro Samaritano, Jesus Cristo.
O Povo de Deus está faminto de espiritualidade.

É responsabilidade de todos os participantes apresentar, agora, os frutos desta caminhada.

Um Bem-haja muito sincero ao Reverendo Padre Diamantino, que nos vai habituando a trabalhos de alto nível Espiritual.
Um agradecimento muito profundo ao Senhor Arcipreste, por todas estas iniciativas, e também pelo seu sorriso que a todos contagia.
Entre os participantes, também nada dessoou. Houve, união, partilha, alegria, fraternidade.

Lucília Carvalho, in Voz de Lamego, ano 88/13, n.º 4450, 27 de fevereiro de 2018

Olá a todos sou o António Fernandes tenho 16 anos e sou da paróquia de Santiago de Piães concelho de Cinfães.

No passado fim-de-semana de (23 a 25 de fevereiro) vivi um fim-de-semana muito emocionante pois fez-me descobrir o que era o meu discernimento vocacional. Na sexta-feira começamos a nossa jornada de pré-seminário com a Eucaristia, logo de seguida de um encontro fantástico com o Sr. Padre Vasco Pedrinho. Nesse mesmo encontro falamos sobre a futura possibilidade de virmos a integrar a fantástica equipa de seminaristas do Seminário de Lamego junto do Tiago, do João Patrício, do Celestino, do Diogo, do José Miguel, do Pedro e do nosso finalista Diogo Martinho. Após o jantar fizemos uma meditação no terço. De seguida tivemos outro encontro só com os do pré-seminário no qual vimos um filme pensado pelo Diogo Martinho, enquanto os seminaristas foram ao Teatro, pois era o 10º Aniversário da sua reabertura.

No dia seguinte começamos o dia com a Eucaristia. Como habitual tivemos outro encontro com o Sr. padre Vasco Pedrinho no qual falamos também com outro elemento da equipa formadora o Sr. padre Ângelo com o qual tive um diálogo sobre a minha futura vinda para o seminário Maior de Lamego para estar em contacto com os meus irmãos que infelizmente abandonei em Resende.

Logo após esse acontecimento tivemos um jogo de futebol, esse jogo serviu para nos unirmos ainda mais. Após terminado o almoço fomos visitar a capela de S. Domingos onde refletimos sobre a vida espiritual lendo evangelho do II Domingo da Quaresma, após meditarmos interiormente sobre o determinado evangelho fizemos uma partilha entre todos na qual chegamos á conclusão que sem Jesus não conseguimos viver. Em seguida meditamos o terço circundando a capela de S. Domingos. Terminada a meditação dirigimo-nos até ao seminário. Após o jantar fizemos uma via-sacra organizada pelo André e o pré-seminarista Francisco.

No II Domingo da Quaresma começamos o nosso dia com a oração de Laudes. Em seguida participamos na Eucaristia na Paróquia de Britiande na qual se administrou o sacramento da santa unção aos doentes. De seguida tivemos um tempo de convívio com os seminaristas e pré-seminaristas, assim este encontro terminou com o almoço de domingo.

Foi um encontro que me ajudou a pensar e a decidir voltar para o seminário, através deste pré-seminário acho que foram cativadas mais vocações da nossa diocese de Lamego. Quero deixar uma advertência a todos os diocesanos da diocese de Lamego que tentem cativar os mais jovens a envergar pelos caminhos de Deus. Agradeço ao Seminário de Lamego por esta oportunidade de descobrir o meu eu interior e descobrir que esse eu não vive sem Jesus.

António Fernandes, Seminarista externo do 11º ano

Praticar novas Técnicas de Comunicação para uma Pedagogia Pastoral, que urge ser redescoberta, é um desafio do qual não nos devemos querer excluir. Para isso precisamos de olhar para o Evangelho que é o próprio Jesus Cristo e ver o caminho que Ele percorria e percorre, para chegar aos Corações dos Homens de cada tempo. Mas não só! As conjeturas existentes são determinantes para a eficácia ou ineficácia de um certo tipo de Pastoral. É necessário não fazer uma Moral à medida de cada um, mas incorporar em todos, tanto os ensinamentos dos riquíssimos Documentos do Magistério, como a enorme sabedoria da Igreja na sua Doutrina Social.

É este o caminho que qualquer Católico deve buscar, para se tornar proativo na sua missão, a fim de, em conjunto, colocarmos termo à infeliz “Pastoral de Manutenção”. Falando do meu caso, que caminho para o Ministério da Presidência e da Comunhão, estou sensivelmente a meio do décimo ano de vida em comunidade de Seminário e encontro-me no sexto ano de Seminário Maior, depois de quatro anos em Braga. Agora, tendo-me impressionado com a grande História da Diocese que integro, o olhar começa a ser atraído para a realidade atual e concreta à qual o Senhor da Messe me chama a servir. Para este “batismo” (mergulho) profundo na realidade das gentes de uma Diocese do interior como Lamego, contei, durante o primeiro semestre, com a preciosa ajuda de gente experiente nessa mesma realidade. Falo, logicamente, dos professores que me acompanharam: pe. Luciano Moreira; pe. Bouça Pires; pe. Joaquim Dionísio; pe. João António; pe. José Melo; pe. José Ferreira.

Agradeço publicamente pela disponibilidade e paciência de todos estes “diáconos” (servidores).
Que o Senhor nos ajude!

P.S. - O que se encontra a negrito corresponde aos nomes das seis cadeiras lecionadas nesse primeiro semestre que terminou.

Diogo Martinho¸ in Voz de Lamego, ano 88/13, n.º 4450, 27 de fevereiro de 2018

“UMA SÓ FAMÍLIA HUMANA, CUIDAR DA CASA COMUM”

A partir do dia 26 de Fevereiro e até ao dia 4 de Março irá decorrer a Semana Nacional Cáritas em Portugal, sob o tema “Uma Só Família Humana, Cuidar da Casa Comum”.

Ao longo da semana irão decorrer algumas atividades diversificadas para assinalar o evento ao nível das várias Cáritas Diocesanas, tendo por objetivo salientar a missão da Cáritas no apoio aos mais carenciados e assim apelar à participação das pessoas nos peditórios a realizar nas nossas paróquias nos dias 3 e 4 de Março.

Importa referir que o trabalho que é desenvolvido pela Cáritas ao nível local é muito diversificado, nomeadamente na ajuda ao apoio a problemas relacionados com a saúde, com a habitação (rendas, água, obras, luz…), apoio e orientação para a resolução de problemas pontuais, bem como acolher todos o que procuram a instituição, pautados pelo exercício da solidariedade ao serviço da dignidade humana.

Este ano, ainda com as tragédias bem presentes na nossa mente dos incêndios que assolaram o nosso País e de outras catástrofes noutros lugares do Mundo, foi decidido que seria muito importante colocar o enfoque no tema “Cuidar da Casa Comum”, pois como refere D. José Traquina ao cuidarmos do nosso planeta estaremos a proporcionar a todas as famílias que o habitam, um ambiente acolhedor, alegre e saudável.

Somos todos responsáveis pela preservação da natureza e pelo bem-estar de todos, contudo, continuamos a ter ainda algumas atitudes de desvelo pela Casa Comum. Neste âmbito, e em sintonia com o Papa Francisco, D. José Traquina, Bispo de Santarém e Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana enviou-nos a seguinte mensagem:

“UMA SÓ FAMÍLIA HUMANA,
CUIDAR DA CASA COMUM.
CUIDAR DA CASA COMUM.

O mundo é a nossa casa.
Aprendemo-lo desde pequenos. Alguns em pequenas aldeias, outros em vilas ou cidades, apercebemo-nos, mais cedo ou mais tarde, de que não vivíamos isolados.
Na escola, falavam-nos de países, continentes e mares. Fomos ouvindo notícias de coisas que aconteciam muito longe. E parecia que estávamos lá. Sobretudo quando as imagens acompanhavam os relatos.

O mundo é a nossa casa e somos uma só família humana.
Por isso vos proponho que, neste ano, a rede Cáritas (e todos nós!) releia com atenção a belíssima encíclica do Papa Francisco, Laudato Si’.

É da sua introdução um trecho que escolhi para partilhar convosco. Na verdade, estas frases exprimem, em síntese, o que de mais profundo quero dizer-vos: «O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.

O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados sectores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos. Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos» (n.13).

«As coisas podem mudar»!
É que estes termos estão ligados: “a nossa casa comum”, “toda a família humana”, a procura de um “desenvolvimento sustentável e integral”.
Não há duas crises separadas, como o Papa afirma noutro passo (n.139): «uma ambiental e outra social; mas uma e complexa crise sócio-ambiental». Há que encontrar uma abordagem
integral que permita «combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e simultaneamente cuidar da natureza» (n.139).

É esta a missão da Cáritas.
É este o nosso compromisso na transformação do mundo em que vivemos para que seja, cada vez mais, uma terra de irmãos, um mundo de paz.”

Sejamos generosos no nosso contributo, para assim podermos ajudar mais e melhor as pessoas que nos procuram, quer pontualmente, quer em situações de emergência.

Isabel Duarte Mirandela da Costa
Presidente da Cáritas Diocesana de Lamego,
in Voz de Lamego, ano 88/13, n.º 4450, 27 de fevereiro de 2018

Nos passados dias 10, 11 e 12 de fevereiro de 2018 decorreu no Seminário Menor de Resende uma coisa chamada “Convívio Fraterno” já ouviste falar? Bem, eu já tinha ouvido e mesmo assim continuava a estar longe de perceber o que isso era. Mesmo tendo crescido a ouvir o meu pai cantarolar “Vai pelo mundo mostrar a tua herança, ser Conviva da paz e do amor” estava muito longe de perceber o que isso era. E como acabaram de ler eu “estava muito longe” (no passado) porque já não estou!

Na primeira noite cheguei a esta casa como tantos outro chegam: insegura, desconfiada e com um pé atrás em relação a tudo isto, tinha porém uma grande curiosidade dentro de mim em relação àquele que seria o fim-de-semana mais feliz da minha vida (mesmo que ainda não o soubesse!)

Nunca ninguém me explicava o que era este “Convívio Fraterno” antes de o ter feito, nem pai, nem amigos, nem párocos, nada de nada, e eu que sempre fora curiosa por natureza ficava chateadíssima quando ouvia um “Quando fizeres verás” ou um “Ainda não tens idade, mas quando chegar a altura vais saber”. Agora posso ver o porquê de tanto mistério em torno desta experiência. O Convívio Fraterno não é algo possível de se descrever em palavras concretas mas se me pedirem para o fazer direi apenas uma: Amor. Amor? Que clichê! Pois, também eu julgava ser quando mo diziam mas agora sei que se trata da realidade.

Amor porque foi no CF 1349 que encontrei Aquele que mais e melhor nos ama, Aquele que verdadeiramente nos ensinou a amar, Aquele que nunca nos abandona mesmo quando nós o fazemos, e assim encontrei o meu melhor amigo que hoje sei que é Deus. E a maior prova que tenho do Seu Amor foi esta, foi a de me dar o privilégio de me encontrar não só com Ele como também com muitos novos amigos cheios do Seu amor pra dar e vender!

Hoje, no quarto dia é imensa a gratidão que tenho em relação a Ele que me entregou tudo pra viver mesmo quando se calhar eu não merecia. Sinto-me leve, numa tranquilidade sem fim, cheia de amor e pronta a distribuí-lo por onde quer que passe! Quero que este sentimento não tenha fim e que junto desta minha nova Família Conviva continue a descobrir a imensidão do Seu amor e o calor da Sua chama em cada um de nós.

A ti que estás a ler isto e que estás a pensar que o pessoal vem do convívio afetado da cabeça sugiro-te um desafio: vem também e verás que a nossa “doença” só tem um nome – AMOR, e como Deus é Amor aí tens a tua resposta. Desafia-te a ti mesmo a viver aquilo que nós vivemos e acredita que tudo mudará depois – pra melhor é claro, muito melhor!

Deus deu-me hoje 86 400 presentes (entre muitos outros): 86 400 segundos pra viver e por isso hoje percebo que é importante gastar pelo menos 1 pra lhe dizer nem que seja só uma palavra – Obrigada!


Marta Antunes – CF1349, in Voz de Lamego, ano 88/12, n.º 4449, 20 de fevereiro de 2018

O Seminário de Lamego recebeu, na sexta-feira o Seminário de Vila Real para o retiro anual da quaresma e logo à partida se gerou um enorme clima de amizade e partilha entre os seminaristas das duas dioceses.

Começou com a eucaristia, a mesa de partilha do banquete que é Cristo, e foi seguida pelo jantar no qual os alunos se foram conhecendo e o momento de convívio, antes de entrar no ambiente de silêncio e recoleção próprios de um retiro, terminou com a partilha de experiências que revelou que não é preciso muito tempo para começar amizade.

O retiro que decorreu desde sexta-feira até domingo, foi orientado pelo Pe. Ivo Coelho, pároco na diocese de Vila Real o qual escolheu como tema para as reflexões "Jesus Cristo" que parece pouco vasto mas que se revelou imenso já que pouco ou nada sabemos da sua vida entre a infância e o começo da sua vida pública. Também Jesus Cristo é e deve ser a maior união entre os seminaristas.

Depois do final do retiro, teve lugar a última parte do convívio dos dois seminários, um jogo de futebol no qual a maior recompensa foi a amizade entre os seminaristas, algo que perdurará se for alimentado.


Pedro Gomes, Seminarista de Vila Real
18 de fevereiro de 2018
in Voz de Lamego, ano 88/12, n.º 4449, 20 de fevereiro de 2018

(Domingo de Ramos, 25 de março de 2018)


«Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30)


Queridos jovens!
A Jornada Mundial da Juventude de 2018 constitui um passo mais na preparação da jornada internacional, que se realizará no Panamá em janeiro de 2019. Esta nova etapa da nossa peregrinação tem lugar no ano em que está convocada a Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. É uma feliz coincidência. A atenção, a oração e a reflexão da Igreja concentrar-se-ão sobre vós, jovens, no desejo de perceber e, sobretudo, «acolher» o dom precioso que vós sois para Deus, para a Igreja e para o mundo.
Como já sabeis, para nos acompanhar ao longo deste itinerário, escolhemos o exemplo e a intercessão de Maria, a jovem de Nazaré, que Deus escolheu como Mãe do seu Filho. Ela caminha connosco rumo ao Sínodo e à JMJ do Panamá. No ano passado, guiaram-nos as palavras do seu cântico de louvor – «O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas» (Lc 1, 49) –, ensinando-nos a conservar na memória o passado; este ano, procuramos escutar, juntamente com Ela, a voz de Deus que infunde coragem e dá a graça necessária para responder à sua chamada: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). São as palavras que o mensageiro de Deus, o arcanjo Gabriel, dirigiu a Maria, jovem simples duma pequena povoação da Galileia.

1. Não temas!
Compreensivelmente, a inesperada aparição do anjo e a sua saudação misteriosa («Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo»: Lc 1, 28) provocaram uma forte turbação em Maria, surpreendida por esta primeira revelação da sua identidade e da sua vocação, que Lhe eram ainda desconhecidas. Maria, como outras personagens da Sagrada Escritura, treme perante o mistério da chamada de Deus, que, dum momento para o outro, a confronta com a imensidão do desígnio divino e Lhe faz sentir toda a sua pequenez de humilde criatura. O anjo, lendo no fundo do coração d’Ela, diz-Lhe: «Não temas»! Deus lê também no nosso íntimo. Conhece bem os desafios que devemos enfrentar na vida, sobretudo quando nos deparamos com as opções fundamentais de que depende o que seremos e faremos neste mundo. É a «perplexidade» que sentimos face às decisões sobre o nosso futuro, o nosso estado de vida, a nossa vocação. Em tais momentos, ficamos turbados e somos assaltados por tantos medos.

E vós, jovens, quais são os medos que tendes? Que é que vos preocupa mais profundamente? Um medo «de fundo», que existe em muitos de vós, é o de não ser amados, bem-queridos, de não ser aceites por aquilo que sois. Hoje, há muitos jovens que, na tentativa de se adequar a padrões frequentemente artificiais e inatingíveis, têm a sensação de dever ser diferentes daquilo que são na realidade. Fazem contínuos «foto-retoques» das imagens próprias, escondendo-se por trás de máscaras e identidades falsas, até chegarem quase a tornar-se eles mesmos um «fake», um falso. Muitos têm a obsessão de receber o maior número possível de apreciações «gosto». E daqui, desta sensação de desajustamento, surgem muitos medos e incertezas. Outros temem não conseguir encontrar uma segurança afetiva e ficar sozinhos. Em muitos, à vista da precariedade do trabalho, entra o medo de não conseguirem encontrar uma conveniente afirmação profissional, de não verem realizados os seus sonhos. Trata-se de medos atualmente muito presentes em inúmeros jovens, tanto crentes como não-crentes. E mesmo aqueles que acolheram o dom da fé e procuram seriamente a sua vocação, por certo não estão isentos de medos. Alguns pensam: talvez Deus me peça ou virá a pedir demais; talvez, ao percorrer a estrada que Ele me aponta, não seja verdadeiramente feliz, ou não esteja à altura do que me pede. Outros interrogam-se: Se seguir o caminho que Deus me indica, quem me garante que conseguirei percorrê-lo até ao fim? Desanimarei? Perderei o entusiasmo? Serei capaz de perseverar a vida inteira?

Nos momentos em que se aglomeram no nosso coração dúvidas e medos, torna-se necessário o discernimento. Este permite-nos pôr ordem na confusão dos nossos pensamentos e sentimentos, para agir de maneira justa e prudente. Neste processo, o primeiro passo para superar os medos é identificá-los claramente, para não acabar desperdiçando tempo e energias a braços com fantasmas sem rosto nem consistência. Por isso, convido-vos, todos, a olhar dentro de vós próprios e a «dar um nome» aos vossos medos. Perguntai-vos: Hoje, na situação concreta que estou a viver, o que é que me angustia, o que é que mais temo? O que é que me bloqueia e impede de avançar? Porque é que não tenho a coragem de abraçar as decisões importantes que deveria tomar? Não tenhais medo de olhar, honestamente, para os vossos medos, reconhecê-los pelo que são e enfrentá-los. A Bíblia não nega o sentimento humano do medo, nem os inúmeros motivos que o podem provocar. Abraão teve medo (cf. Gn 12, 10-11), Jacob teve medo (cf. Gn 31, 31; 32, 8), e de igual modo também Moisés (cf. Ex 2, 14; 17, 4), Pedro (cf. Mt 26, 69-75) e os Apóstolos (cf. Mc 4, 38-40; Mt 26, 56). O próprio Jesus, embora a um nível incomparável, sentiu medo e angústia (cf. Mt 26, 37; Lc 22, 44).

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (Mc 4, 40). Esta advertência de Jesus aos discípulos faz-nos compreender como muitas vezes o obstáculo à fé não é a incredulidade, mas o medo. Neste sentido, o trabalho de discernimento, depois de ter identificado os nossos medos, deve ajudar-nos a superá-los, abrindo-nos à vida e enfrentando serenamente os desafios que ela nos apresenta. De modo particular para nós, cristãos, o medo nunca deve ter a última palavra, mas ser ocasião para realizar um ato de fé em Deus... e também na vida. Isto significa acreditar na bondade fundamental da existência que Deus nos deu, confiar que Ele conduz a um fim bom mesmo através de circunstâncias e vicissitudes muitas vezes misteriosas para nós. Se, em vez disso, alimentarmos os medos, tenderemos a fechar-nos em nós próprios, a barricar-nos para nos defendermos de tudo e de todos, ficando como que paralisados. É preciso reagir! Nunca fechar-se! Na Sagrada Escritura, encontramos 365 vezes a expressão «não temer», nas suas múltiplas variações, como se dissesse que o Senhor nos quer livres do medo todos os dias do ano.

O discernimento torna-se indispensável quando se trata da busca da própria vocação. Pois esta, na maioria das vezes, não aparece logo clara ou completamente evidente, mas vai-se identificando pouco a pouco. O discernimento, que se deve fazer neste caso, não há de ser entendido como um esforço individual de introspeção, cujo objetivo seria conhecer melhor os nossos mecanismos interiores para nos fortalecermos e alcançarmos um certo equilíbrio; porque, então, a pessoa pode tornar-se mais forte, mas permanece em todo o caso fechada no horizonte limitado das suas possibilidades e pontos de vista. Ao contrário, a vocação é uma chamada do Alto e, neste caso, o discernimento consiste sobretudo em abrir-se ao Outro que chama. Portanto, é necessário o silêncio da oração para escutar a voz de Deus que ressoa na consciência. Ele bate à porta dos nossos corações, como fez com Maria, desejoso de estreitar amizade connosco através da oração, falar-nos através da Sagrada Escritura, oferecer-nos a sua misericórdia no sacramento da Reconciliação, tornar-Se um só connosco na Comunhão Eucarística.

Mas é importante também o confronto e o diálogo com os outros, nossos irmãos e irmãs na fé, que têm mais experiência e nos ajudam a ver melhor e a escolher entre as várias opções. O jovem Samuel, quando ouve a voz do Senhor, não a reconhece imediatamente e três vezes foi ter com Eli, o sacerdote idoso, que acaba por lhe sugerir a resposta certa a dar à chamada do Senhor: «Se fores chamado outra vez, responde: “Fala, Senhor; o teu servo escuta”» (1 Sm 3, 9). Nas vossas dúvidas, sabei que podeis contar com a Igreja. Sei que há bons sacerdotes, consagrados e consagrados, fiéis-leigos – muitos deles também jovens –, que vos podem acompanhar como irmãos e irmãs mais velhos na fé; animados pelo Espírito Santo, serão capazes de vos ajudar a decifrar as vossas dúvidas e a ler o desígnio da vossa vocação pessoal. O «outro» é não apenas o guia espiritual, mas também quem nos ajuda a abrir-nos a todas as riquezas infinitas da existência que Deus nos deu. É necessário abrir espaços nas nossas cidades e comunidades para crescer, sonhar, perscrutar novos horizontes! Nunca percais o prazer de gozar do encontro, da amizade, o prazer de sonhar juntos, de caminhar com os outros. Os cristãos autênticos não têm medo de se abrir aos outros, de compartilhar os seus espaços vitais transformando-os em espaços de fraternidade. Não deixeis, queridos jovens, que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão duma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone. Abri de par em par as portas da vossa vida! Os vossos espaços e tempos sejam habitados por pessoas concretas, relações profundas, que vos deem a possibilidade de compartilhar experiências autênticas e reais no vosso dia-a-dia.

2. Maria!
«Eu te chamei pelo teu nome» (Is 43, 1). O primeiro motivo para não temer é precisamente o facto de Deus nos chamar pelo nome. O anjo, mensageiro de Deus, chamou Maria pelo nome. Dar nomes é próprio de Deus. Na obra da criação, Ele chama à existência cada criatura com o seu nome. Por trás do nome, há uma identidade, aquilo que é único em cada coisa, em cada pessoa, aquela essência íntima que só Deus conhece profundamente. Depois, esta prerrogativa divina foi partilhada com o homem, a quem Deus concedeu dar um nome aos animais, às aves e até aos próprios filhos (cf. Gn 2, 19-21; 4, 1). Muitas culturas compartilham esta profunda visão bíblica, reconhecendo no nome a revelação do mistério mais profundo duma vida, o significado duma existência.

Quando chama pelo nome uma pessoa, Deus revela-lhe ao mesmo tempo a sua vocação, o seu projeto de santidade e de bem pelo qual essa pessoa será um dom para os outros e se tornará única. E mesmo quando o Senhor quer ampliar os horizontes duma vida, decide dar à pessoa chamada um novo nome, como faz com Simão, chamando-o «Pedro». Daqui veio o uso de adotar um nome novo quando se entra numa Ordem Religiosa, para indicar uma nova identidade e uma nova missão. A chamada divina, enquanto pessoal e única, exige a coragem de nos desvincularmos da pressão homogeneizadora dos lugares-comuns, para que a nossa vida seja verdadeiramente um dom original e irrepetível para Deus, para a Igreja e para os outros.

Assim, queridos jovens, ser chamados pelo nome é um sinal da nossa grande dignidade aos olhos de Deus, da sua predileção por nós. E Deus chama cada um de vós pelo nome. Vós sois o «tu» de Deus, preciosos a seus olhos, dignos de estima e amados (cf. Is 43, 4). Acolhei com alegria este diálogo que Deus vos propõe, este apelo que vos dirige, chamando-vos pelo nome.

3. Achaste graça diante de Deus
O motivo principal pelo qual Maria não deve temer é porque achou graça diante de Deus. A palavra «graça» fala-nos de amor gratuito, não devido. Quanto nos encoraja saber que não temos de merecer a proximidade e a ajuda de Deus, apresentando antecipadamente um «currículo excelente», cheio de méritos e sucessos! O anjo diz a Maria que já achou graça diante de Deus; não, que a obterá no futuro. A própria formulação das palavras do anjo faz-nos compreender que a graça divina é ininterrupta, não algo fugaz ou momentâneo, e por isso nunca falhará. E no futuro também haverá sempre a graça de Deus a sustentar-nos, sobretudo nos momentos de prova e escuridão.

A presença contínua da graça divina encoraja-nos a abraçar, com confiança, a nossa vocação, que exige um compromisso de fidelidade que se deve renovar todos os dias. Com efeito, a senda da vocação não está desprovida de cruzes: não só as dúvidas iniciais, mas também as tentações frequentes que se encontram ao longo do caminho. O sentimento de inadequação acompanha o discípulo de Cristo até ao fim, mas ele sabe que é assistido pela graça de Deus.

As palavras do anjo descem sobre os medos humanos, dissolvendo-os com a força da boa nova de que são portadoras: a nossa vida não é pura casualidade nem mera luta pela sobrevivência, mas cada um de nós é uma história amada por Deus. O «ter achado graça» aos olhos d’Ele significa que o Criador entrevê uma beleza única no nosso ser e tem um desígnio magnífico para a nossa existência. Esta consciência, certamente, não resolve todos os problemas nem tira as incertezas da vida, mas tem a força de a transformar em profundidade. O desconhecido, que o amanhã nos reserva, não é uma obscura ameaça a que devemos sobreviver, mas um tempo favorável que nos é dado para viver a unicidade da nossa vocação pessoal e partilhá-la com os nossos irmãos e irmãs na Igreja e no mundo.

4. Coragem no presente
Da certeza de que a graça de Deus está connosco, provém a força para ter coragem no presente: coragem para levar por diante aquilo que Deus nos pede aqui e agora, em cada âmbito da nossa vida; coragem para abraçar a vocação que Deus nos mostra; coragem para viver a nossa fé sem a esconder nem atenuar.

Sim, quando nos abrimos à graça de Deus, o impossível torna-se realidade. «Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós?» (Rm 8, 31). A graça de Deus toca o hoje da vossa vida, «agarra-vos» assim como sois, com todos os vossos medos e limites, mas revela também os planos maravilhosos do Senhor! Vós, jovens, precisais de sentir que alguém tem verdadeiramente confiança em vós: sabei que o Papa confia em vós, que a Igreja confia em vós! E vós, confiai na Igreja!

À jovem Maria foi confiada uma tarefa importante, precisamente porque era jovem. Vós, jovens, tendes força, atravessais uma fase da vida em que certamente não faltam as energias. Usai essa força e essas energias para melhorar o mundo, começando pelas realidades mais próximas de vós. Desejo que, na Igreja, vos sejam confiadas responsabilidades importantes, que se tenha a coragem de vos deixar espaço; e vós, preparai-vos para assumir estas responsabilidades.

Convido-vos ainda a contemplar o amor de Maria: um amor solícito, dinâmico, concreto. Um amor cheio de audácia e todo projetado para o dom de Si mesma. Uma Igreja impregnada por estas qualidades marianas será sempre uma Igreja em saída, que ultrapassa os seus limites e confins para fazer transbordar a graça recebida. Se nos deixarmos contagiar pelo exemplo de Maria, viveremos concretamente aquela caridade que nos impele a amar a Deus acima de tudo e de nós mesmos, a amar as pessoas com quem partilhamos a vida diária. E amaremos inclusive quem nos poderia parecer, por si mesmo, pouco amável. É um amor que se torna serviço e dedicação, sobretudo pelos mais fracos e os mais pobres, que transforma os nossos rostos e nos enche de alegria.

Gostaria de concluir com as encantadoras palavras pronunciadas por São Bernardo numa famosa homilia sobre o mistério da Anunciação, palavras que manifestam a expetativa de toda a humanidade pela resposta de Maria: «Ouviste, ó Virgem, que conceberás e darás à luz um filho; ouviste que isso não será por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. O anjo aguarda a resposta; também nós, Senhora, esperamos a tua palavra de misericórdia. A tua breve resposta pode renovar-nos e restituir-nos à vida. Todo o mundo, prostrado a teus pés, espera a tua resposta. Dá depressa, ó Virgem, a tua resposta» (Hom. 4, 8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4 (1966), 53-54).

Queridos jovens, o Senhor, a Igreja, o mundo esperam também a vossa resposta à vocação única que cada um tem nesta vida! À medida que se aproxima a JMJ do Panamá, convido-vos a preparar-vos para este nosso encontro com a alegria e o entusiasmo de quem deseja fazer parte duma grande aventura. A JMJ é para os corajosos! Não para jovens que procuram apenas a comodidade, recuando à vista das dificuldades. Aceitais o desafio?


Vaticano, 11 de fevereiro – VI Domingo do Tempo Comum e Memória de Nossa Senhora de Lurdes – de 2018.

FRANCISCO

FAÇA AQUI O DOWNLOAD DA MENSAGEM (PDF)

Como já é usual todos os anos, no início da quaresma, durante a manhã do passado dia 17 de Fevereiro, teve lugar no Seminário Maior de Lamego, o Retiro para Agentes Pastorais/Jornada de Oração, tal como previa o Plano Pastoral Diocesano, que contou com a presença de quatro dezenas de participantes de várias paróquias.

Embora o epíteto seja Retiro para Agentes Pastorais, esta ação, como não podia deixar de ser, é destinada a todos os que nele quisessem participar.

Foi uma manhã intensa de Oração comunitária com Santíssimo exposto e meditação da Palavra de Deus, que foram como que o aquecimento para uma reflexão individual profunda sob o lema “amados de Deus para amar”. Foi colocado à disposição dos presentes material de apoio, no sentido de ajudar ao aprofundamento e interiorização da nossa Fé.

Foi ainda administrado o Sacramento da Reconciliação aos que o desejaram fazer.

Na nossa caminhada terrena, tem que haver paragens como esta para certificação da nosso rota Cristológica e simultaneamente recuperarmos força interior para continuarmos a progredir com mais intensidade e coragem interiores.

A vivência desta manhã, em Oração, meditação e reconciliação, - em silêncio -, trouxe uma paz interior visível nos rostos dos presentes, ouvindo-se alguém dizer, já no final do encontro, que deveria perdurar por mais tempo, fazendo paralelo com a passagem evangélica do monte Tabor.

No final da manhã teve lugar o almoço.

Os responsáveis pela Pastoral Diocesana, acharam por bem que, este ano, esta Jornada de Oração fosse levada a efeito noutros arciprestados, indo ao encontro das pessoas que, pela distância ou pela falta de meios de comunicação, não poderiam deslocar-se á sede da Diocese. Assim aconteceu em Resende, Moimenta da Beira e Vila Nova de Foz Côa onde esteve presente o mesmo espírito de reflexão para uma melhor vivência da quaresma.

Sabemos o trabalho que uma actividade como esta dá aos organizadores, pelo que não podemos deixar de agradecer aos sacerdotes – Sr. Pe. Ângelo, Sr. Pe. João Carlos e Sr. Cónego Melo que nos prestigiaram com as belíssimas Orações e textos piamente escolhidos.

José Luis Morais, in Voz de Lamego, ano 88/12, n.º 4449, 20 de fevereiro de 2018

Deus riu-se

O Centro Social Paroquial de Carregal acolheu este ano a celebração do dia Mundial do doente. A iniciativa, da responsabilidade do departamento da Pastoral da Saúde da nossa Diocese, juntou duas centenas de idosos.

Tal como o responsável da Pastoral da Saúde da nossa Diocesana mencionou, este ano, esta celebração foi vivida no concelho de Sernancelhe e a ela se associaram todas as instituições de apoio social do concelho.

Na Eucaristia o nosso Bispo disse a todos que o afeto e a ternura que dispensamos aos outros, enquanto cuidadores, têm origem divina. Maria é o exemplo mais claro dessa ternura e desse afeto. Porque tal como nos lembra a mensagem deste ano, “Eis o teu filho (…) Eis a tua Mãe. E, a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa”, através do evangelho de São João, Maria lá está ao pé de Jesus.

Nas conversas informais, que acontecem sempre nestes momentos de partilha e de convívio, à volta de mesas fartas e repletas de tudo aquilo que nos faz mal à saúde (doces, salgados, sobremesas deliciosas, uma boa pinga, uns ricos sumos), segundo os nossos clínicos, ante a satisfação de quem quer receber bem e a admiração de quem se aproxima do repasto, surge de D. António esta explicação sobre o significado do nome Isaac ao falar para quem tem esse nome: “Sabe qual é? …. Deus riu-se “.

É totalmente verdade que no dia 9 de Fevereiro “Deus riu-se” ao ver tantos idosos juntos, acompanhados por seus cuidadores, em clima da grande festa proveniente da mesa da Eucaristia e do óleo gravado na fronte e nas mãos com o sinal da cruz da santa Unção que a todos arrebatou interiormente.

No meio de tanta debilidade e fraqueza humana, uns pelo peso da idade e outros pela doença, o que é certo é que todos se mantiveram em silêncio e sem arredar pé durante mais de hora e meia.

Em cada rosto, conhecido ou desconhecido, marcado pela agrura do tempo ou pelo clima agreste, em terras inundadas pela rocha granítica, onde a castanha surge como
um maná acariciado com os ares abençoados da Senhora da Lapa, encontramos o sorriso contagiante desta gente que é feliz e tem mais saúde quando convive.

Em muitos momentos da vida de cada um de nós o outro é sempre para o outro uma surpresa. Nós somos para os outros uma surpresa sempre que o cuidado que temos com ele se manifesta nos sentimentos de ternura, afeto e alegria.

Já algumas vezes tenho ouvido, por aqui, aos mais novos que festa é festa. Houve, é certo, festa e nesta festa Deus riu-se.

Ao Departamento da Pastoral da Saúde e ao nosso Bispo o nosso eternamente grato Bem hajam pela alegria que proporcionaram aos nossos idosos nesta tarde e os mais sinceros parabéns a todas as instituições envolvidas: Carregal, Caria, Lapa, Lamosa, Fonte Arcada, Ferreirim, Macieira e Sernancelhe.


Pe. Rui Borges, in Voz de Lamego, ano 88/12, n.º 4449, 20 de fevereiro de 2018

No dia 3 de fevereiro, realizou-se, no Centro Paroquial de Tabuaço, a Jornada Arciprestal de Catequistas das paróquias que integram o Arciprestado de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Tabuaço. A adesão deixou todos os presentes satisfeitos. Todo o catequista que se preze da missão que tem em mãos deve “evangelizar-se para evangelizar”.

Esta Jornada foi composta por dois workshop’s, um sobre a oração, apresentado pelo reverendo Pe. Bráulio Félix e o outro apresentado pelo prof. Fernando Batista, da Vagos, da Diocese de Aveiro, Rir com Deus, a risoterapia ligada à catequese.
O Departamento Diocesano da Catequese fez-se representar pelo seu Diretor, Pe. Tozé Ferreira, e por mais três elementos, a Professora Emília, o Sr. Eduardo Pinto e Dra. Isilda Montenegro.

Esta Jornada teve início com a oração da manhã, presidida pelo reverendo Pe. Ricardo Barroco, invocando a luz do Espírito Santo, para nos ajudar a compreender melhor tudo aquilo que procuraríamos neste dia. O verdadeiro catequista deve estar em contante formação, para ser competente no anúncio da Palavra de Deus aos nossos catequizandos.

O prof. Fernando Batista deu seguimento ao encontro com o momento de risoterapia, tendo como pano de fundo a parábola do Bom Samaritano. A sessão foi um momento de riso constante que aumentava à medida que Fernando Batista nos ia propondo movimentos pela sala, com algum material específico, como narizes de palhaço, capacetes com várias expressões. O “riso” é uma ação contagiante, é um estímulo que causa alegria, graça e pode causar boas esperanças.
No final, chegámos à conclusão de que podemos fazer estas práticas com os nossos catequizandos, principalmente com o intuito de os fazer descontrair e aumentar o gosto pela catequese.

Prosseguimos com a intervenção do Departamento Diocesano da Catequese. Esta parte foi orientada pela Dra. Isilda Montenegro, que explicou passo a passo os deveres que o catequista tem que fazer antes da sua sessão de catequese.
Apresentou a importância dos guias. Longos, mas são uma ferramenta importante sobretudo para nossa formação. Falou da importância que tem a planificação de cada sessão. Não devemos banalizar a preparação das sessões de catequese. Abordou também a importância e o valor do catecismo. Cada catequizando deve possuir o seu catecismo e usá-lo também durante a semana (TPC) no seio familiar. Deu destaque ao manuseamento da Bíblia nos anos mais avançados. A Bíblia deve ser lida versículo a versículo, acompanhada de explicação. Toda a sessão de catequese deve ter um momento de oração e terminar, quanto possível, com um cântico.

Acabámos este momento com um cântico que muitos conheciam da sua meninice: “Vamos dançar…”

Por fim, o workshop sobre a oração, a partir da Parábola do Bom Samaritano. Dois jovens prepararam a sala e distribuíram sugestões para a oração: “Passos da oração”, “adora e confia”, “oração do bom humor”, “rezar com a respiração”.
Começamos por vendar os olhos e de seguida o Pe. Bráulio leu a parábola, com os dois jovens a ajudar-nos a sentir, a ouvir, a cheirar, a imaginar, e a sentir a desolação com as pancadas no chão (agressão ao homem vítima dos salteadores!).
O silêncio interior abundava em nós e estávamos calmos e tranquilos, o ambiente era acolhedor, respirávamos orando e saboreando cada passagem da parábola!

Foi um momento belo, único e enriquecedor que todos tivemos e que nunca será esquecido. Foi deveras fascinante. Não há palavras para descrever.

Obrigada… é o que eu posso dizer do fundo do meu coração.

Elisa Santos
Catequista da Paróquia de Tabuaço,
in Voz de Lamego, ano 88/11, n.º 4448, 13 de fevereiro de 2018

IGREJA DE LAMEGO, NÃO DEIXES APAGAR O AMOR DE DEUS QUE ARDE EM TI


1. «Lembra-te, ó homem, que és pó, e ao pó voltarás!», é uma das advertências que remonta ao Livro do Génesis 3,19, e que se ouve a acompanhar o rito da imposição das cinzas, a abrir a Quaresma, em Quarta-Feira de Cinzas. Todavia, modelado pelas mãos carinhosas de Deus e recebendo nas narinas o alento puro de Deus (Génesis 2,7), como se fosse um beijo de Deus, como dizem os rabinos, o homem não é apenas pó. É pó e amor. E o amor não volta ao pó. Então, se «Deus é amor» (1 João 4,8 e 16), e se «o amor é de Deus» (1 João 4,7), é lógico que nós só sabemos amar, porque fomos primeiro amados por Deus (1 João 4,19), porque o amor de Deus chegou até nós, tendo sido derramado nos nossos corações (Romanos 5,5). E se Deus é amor, e se o amor é de Deus, então o amor permanece para sempre (1 Coríntios 13,8), e é digno de fé.

2. É nesse amor que estamos, vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17,28), amados irmãos e irmãs. Por isso, porque o amor de Deus é a nossa vida, aquece a nossa vida, guarda a nossa vida, velemos para o manter bem vivo e aceso, e não deixemos que as ervas daninhas do ódio e da indiferença o sufoquem, ou que as torrentes caudalosas da iniquidade passem sobre ele e o apaguem.

3. Vai neste sentido a mensagem do Papa Francisco para esta Quaresma, advertindo-nos logo no lema escolhido, retirado do Evangelho de S. Mateus 24,12, que o crescimento das vagas do mal à nossa volta pode submergir, esfriar e até apagar o amor de muitos.

4. Para mantermos lavrada e boa a terra do nosso coração, impõe-se limpar em nós o mato e as silvas e todas as raízes malignas. O Papa convoca para este trabalho de amor a Igreja inteira, mas alarga o convite a todos os homens de boa vontade, e propõe três remédios, que são as três práticas mais em uso na piedade cristã: a esmola, a oração e o jejum. Dada a espiral de crescimento da violência no mundo, o Papa propõe que se faça no próximo dia 23 de fevereiro UM DIA DE ORAÇÃO E DE JEJUM PELA PAZ, lembrando sobretudo a escalada de violência que se vem verificando na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul. E continua a lembrar as «24 horas para o Senhor», um dia de oração e de escuta qualificada da Palavra de Deus e dos apelos doridos dos nossos irmãos, este ano a realizar nos dias 9 e 10 de março.

5. Façamos pois, amados irmãos e irmãs, do tempo da Quaresma um tempo de diferença, e não de indiferença. Avivemos as brasas do nosso coração e dilatemos as suas cordas até às periferias do mundo, e que o nosso olhar seja de Misericórdia para os nossos irmãos de perto e de longe. Façamos um exercício de verdade. Despojemo-nos, não apenas do que nos sobra, mas também do que nos faz falta. Dar o que sobra não tem a marca de Deus. Jesus não nos deu coisas, algumas coisas para o efeito retiradas do bolso ou da algibeira, mas deu por nós a sua vida inteira. Dar-nos uns aos outros e dar com alegria deve ser, para os discípulos de Jesus, a forma, não excecional, mas normal, quotidiana, de viver. Como em anos anteriores, peço aos meus irmãos e irmãs das 223 paróquias da nossa Diocese de Lamego para, nesta Quaresma, abrirmos o nosso coração a todos os que sofrem aqui perto e lá longe.

6. Neste sentido, vamos continuar a destinar uma parte da esmola da nossa Caridade quaresmal para as obras em curso no nosso Seminário de Lamego, para podermos acolher mais e mais irmãos e irmãs, e a todos oferecer, em condições dignas, mais tempos de formação, oração, bem-estar e convívio. Olhando para os nossos irmãos e irmãs de mais longe, e indo ao encontro das intenções do Papa Francisco, vamos destinar outra parte da esmola da nossa Caridade para levar um pequeno gesto de carinho e um pequeno bálsamo aos nossos irmãos e irmãs da África, mais concretamente da República Democrática do Congo, Diocese de Beni-Butembo, região do Kivu-Norte. Trata-se de populações massacradas desde 1996 por toda a espécie de guerras e violências, obrigadas a abandonar as suas terras e a procurar refúgio nos arredores das cidades, onde experimentam a fome e toda a espécie de miséria.

(Mais informações sobre a Diocese de Beni-ButemboAQUI).

A nossa esmola chegará ao terreno pela mão segura dos Missionários Combonianos, que mantêm abertas diversas missões na região do Kivu e Diocese de Beni-Butembo. Este caminho da nossa Caridade Quaresmal será anunciado, como de costume, em todas as Igrejas da nossa Diocese no Domingo I da Quaresma, realizando-se a Coleta no Domingo de Ramos na Paixão do Senhor.

7. Informo as nossas comunidades que a Coleta da nossa Caridade quaresmal realizada no ano passado somou 18.053,68 euros, dos quais destinámos para as obras em curso no nosso Seminário 9.073,68 euros, e para os nossos irmãos e irmãs sofridos e necessitados de Moçambique e da Bolívia 8.980,00 euros, que chegaram ao seu destino pelas mãos seguras dos Missionários Espiritanos, que já nos fizeram chegar a sua gratidão.

8. Com a ternura de Jesus Cristo, no início desta caminhada quaresmal de 2018, em que a nossa Diocese é chamada a fazer a experiência de gestos de proximidade e ajuda, à imagem e à maneira do Bom Samaritano, saúdo todas as crianças, jovens, adultos e idosos, catequistas, acólitos, leitores, salmistas, membros dos grupos corais, ministros da comunhão, membros dos conselhos económicos e pastorais, membros de todas as associações e movimentos, departamentos e serviços, todos os nossos seminaristas, todos os consagrados, todos os diáconos e sacerdotes que habitam e servem a nossa Diocese de Lamego ou estão ao serviço de outras Igrejas. Saúdo com particular afeto todos os doentes, carenciados e desempregados, e as famílias que atravessam dificuldades. Uma saudação de particular carinho a todos aqueles que tiveram de sair da sua e da nossa terra, vivendo a dura condição de emigrantes.

9. Não esqueças, Igreja de Lamego: só não se perde o que se dá! Que o Deus da Paz nos conceda uma abundante chuva de Graça e de Ternura, e que Maria, nossa Mãe, seja nossa carinhosa Medianeira.

Lamego, 14 de fevereiro de 2018, Quarta-feira de Cinzas

Na certeza da minha oração e plena comunhão convosco, a todos vos abraça o vosso bispo e irmão,
+ António.

Tal como anunciado por D. António Couto na sua mensagem quaresmal, parte da renúncia deste ano será enviada para região do Kivu-Norte, diocese de Beni-Butembo, na República Democrática do Congo. No sentido de melhor nos inteirarmos da situação, aqui publicamos um texto do padre Claudino Gomes, aparecido na revista Além-Mar.

A Diocese de Beni-Butembo fica situada numa das regiões mais povoadas e bonitas da República Democrática do Congo: o Kivu-Norte.
O Kivu tem potencial para ser uma zona rica, um paraíso.

As guerras e violências de todo o tipo, porém, massacram desde 1996 esta região, que coincide com a Diocese de Beni-Butembo. Estas são provocadas pela avidez dos países vizinhos (Ruanda e Uganda), de mãos dadas com os islamistas radicais da Al-Qaeda. Por meio de ataques sistemáticos às aldeias e às áreas agrícolas e florestais, matam os populares e provocam o abandono dos campos e a fuga das populações para as cidades, onde os reduzirão à fome.


Por outro lado, as companhias e empresas do Ocidente, da China e de outros países precisam dos minerais (coltan ou tântalo e cobalto) indispensáveis para o fabrico dos telemóveis, computadores, smartphones e armamento. Para os explorar, promovem e armam um sem número de milícias que lhes defendem os interesses. Ataques quotidianos à população civil, trabalho forçado e escravatura infantil, abandono escolar em massa para o garimpos do coltan e a pastorícia ao serviço dos ruandeses, que ocupam a zonas agrícola abandonadas, violação sistemática de meninas e mulheres pelo exército nacional e por todas as milícias … tudo isto e muito mais tem vindo a reduzir este povo inteligente, que sempre foi trabalhador, pacífico e empreendedor, numa terra fertilíssima, à fuga, à fome e às doenças.

A Igreja tem sofrido na pele esta situação. Denuncia as razões e as raízes de tanta injustiça e violência. Por isso, tem sido pesadamente atacada. Muitos cristãos são mortos; sacerdotes e religioso raptados e assassinados; estruturas paroquiais destruídas.

Mas a Igreja não desanima nem desiste de denunciar os abusos, e de se pôr ao serviço de tão sofrida população através do resgate de escravos, pagamento de propinas a alunos que ficaram sem recursos, centros de recuperação física e psicológica, centros de refúgio e formação para crianças órfãs, financiamento de escolas e hospitais...
Todos somos responsáveis por cada ser humano, abandonado à morte por guerras, fome ou doenças. Então, tudo o que os cristãos da diocese de Lamego, como os olhos em Cristo Crucificado, fizerem com grande generosidade, mostrará que todos somos membros do mesmo Corpo e acelerará a Festiva Ressurreição dos Povos do Kivu-Norte.

P. Claudino Gomes, mccj, in Voz de Lamego, ano 88/11, n.º 4448, 13 de fevereiro de 2018

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade, em colaboração com a Paróquia de Lalim, levou a efeito um encontro de oração e partilha de vida – Ultreia – a no domingo, dia 4 de fevereiro, na Igreja Paroquial de Lalim. Esse encontro, aberto a toda a Comunidade, congregou um núcleo significativo de pessoas (cerca de 70), vindas de diversas terras, algumas um tanto distantes.

A partir das 15.30, com o Santíssimo solenemente exposto, começou esse tempo de oração, presídio pelo Pároco de Lalim, P. Agostinho Ramalho e  subordinado ao tema: Encontrados por Jesus Cristo, nosso Bom Samaritano. Depois de proclamado o texto evangélico do Bom Samaritano e de uma oportuna reflexão, foram vários os testemunhos de vida partilhados pelos presentes, enriquecendo a todos, e tornando  breve e saboroso esse momento, que terminou às 17.00. Depois houve ainda oportunidade para um tempo de convívio. Encontros como este ajudam-nos a manter a luz da fé e o gosto da vida cristã.

JM, in Voz de Lamego, ano 88/10, n.º 4447, 6 de fevereiro de 2018

No dia 23 de janeiro a comunidade paroquial da Gralheira, reunida na Igreja, recebeu o seu pastor, o senhor Dom António Couto, com uma celebração às 10 horas e 30 minutos. Neste momento de oração, o pároco deu as boas vindas ao senhor bispo confiando a visita pastoral à proteção de Nossa Senhora da Graça. Após a proclamação do evangelho do Bom Pastor, o senhor bispo, olhando para a imagem de Nossa Senhora da Graça, padroeira desta paróquia, convidou a todos a viverem estes dias como um tempo da Garça de Deus, a encontrarem graça ao olhar de Deus, apresentando o programa da visita pastoral: visita aos doentes, celebração de enfermos, oração no cemitério, encontro com movimentos da paróquia, assembleia de pessoas e conclusão da visita pastoral com a administração do sacramento do crisma.

Durante a manhã o senhor bispo, visitou os irmãos mais fragilizados, consolando-os e fortalecendo-os com a Unção de Enfermos e com a comunhão do Corpo de Cristo. A tarde foi marcada por dois momentos: percorreu a “Rota dos moinhos da Gralheira” e visitou uma cozinha de fabrico de fumeiro, tão apreciado no “Cozido da Gralheira”. A agenda deste dia concluí com a celebração da Eucaristia, na qual o senhor Bispo, administrou a Unção de Enfermos, explicando o sentido e importância deste sacramento, “podendo ser recebido todos os dias quando nos sentimos doentes ou fragilizados”. Para terminar a celebração, dirigiram-se todos em romagem ao cemitério para uma breve oração pelos defuntos.

No sábado, dia 27 de janeiro, o senhor bispo, após um almoço com os conselhos económicos das comunidades da Gralheira e da Panchorra, reuniu com os crismandos, apresentando uma belíssima catequese sobre asignificado do sacramento do crisma, sua simbologia e o compromisso que o mesmo exige na Igreja e no mundo. Referiu que a verdadeira unção é no coração, tornando-os outros “Cristos”. Para terminar a tarde encontrou-se com os elementos da Junta da União de Freguesias (Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires).

Depois do jantar, o senhor Dom António Couto, reuniu com as pessoas da comunidade da Gralheira na Associação Recreativa e Cultural da Gralheira, antiga residência paroquial, para participar num serão, no qual escutou os Cramois da Gralheira, clamores do povo. O encontro terminou com uma palavra dirigida aos presentes: “Sede sempre como as crianças corajosos, teimosos e desenvergonhados na vossa aldeia, na Igreja e no mundo”.

No domingo concluí a visita pastoral com a celebração da eucaristia, na qual 16 jovens receberam o Sacramento do Crisma. Na homilia o senhor bispo desafiou a comunidade a acolher e integrar os jovens, com a sua criatividade e alegria.

Em nome de toda a comunidade o pároco, agradeceu ao senhor António Couto dizendo: Senhor bispo, nestes dias deixou-nos um pouco de si, homem de Deus, mas leve também um pouco de nós, de homens e mulheres para Deus.  

P. Sérgio de Almeida Lemos,
in Voz de Lamego, ano 88/10, n.º 4447, 6 de fevereiro de 2018

No dia 25 de janeiro a comunidade paroquial da Panchorra teve um dia de verdadeira Graça de Deus, a presença do seu pastor, o senhor Dom António Couto. De manhã por volta da 10h30 minutos o senhor bispo era recebido na Igreja paroquial para uma breve oração. Neste momento de oração o pároco dirigiu umas palavras de boas vindas ao senhor bispo, convidando-o a entrar nas casas dos paroquianos e sentar-se um pouco à lareira, para conversar sobre Deus. Depois da escuta da palavra de Deus, o senhor bispo, saudou todos os presentes e apresentou o programa da visita pastoral.

A manhã foi marcada pela visita a três doentes da paróquia. A seguir ao almoço o senhor bispo visitou as capelas de Nossa Senhora da Visitação e de São Sebastião no lugar da Talhada, elogiando a dedicação das pessoas e a beleza das mesmas. À tarde, presidiu à eucaristia na Igreja paroquial, administrando o sacramento da Unção do Enfermos, aos irmãos mais fragilizados, seguindo-se a visita ao cemitério para rezarmos pelos irmãos que adormeceram em Deus. Visita esta, que foi breve por causa do vento gélido que se fazia sentir. Para terminar esta primeira jornada, o senhor bispo, sentiu o que significa ser pároco nas paróquias do Montemuro; ficou preso na neve, sendo necessário rebocar o carro com um trator até Picão.
No sábado, dia 27 de janeiro, às 10h30 minutos, o senhor Dom António, reuniu no salão da Junta de Freguesia, para uma Assembleia de Pessoas. Neste encontro referiu que “os cristãos precisam de mais coração nas mãos para se dedicarem mais aos irmãos”. Sugeriu que se trabalhasse mais fora da Igreja: ser catequistas fora da Igreja e visitadores dos irmãos mais fragilizados que vivem sozinhos.

No domingo, dia 28 de janeiro, dia de alegria e festa, a comunidade paroquial levantou-se antes de nascer o sol para preparar o acolhimento ao senhor bispo, com um belíssimo tapete à volta da Igreja. Às 10h30 minutos o senhor Dom António era recebido com estas palavras: “Nós as crianças desta terra queremos oferecer-vos um ramo de flores, a beleza e pureza das nossas gentes, pobres de meios, mas ricas de coração, que sabem convidar a entrar um pouco em suas casas, aquele que vem como peregrino, nestas terras agreste e frias, a sentar-se um pouco ao calor da lareira. Um bem-haja, por ter entrado em nome de Jesus nas nossas vidas e permanecer connosco um pouco”. O Senhor Bispo presidiu à eucaristia administrando o sacramento do Crisma a 3 jovens. Na homilia abriu horizontes novos à comunidade; a viver na alegria do evangelho e a servir os irmãos.

Antes da bênção final o pároco em nome de toda a comunidade agradeceu ao senhor dom António referindo que a sua presença ficou marcada com três palavras: simplicidade, proximidade e alegria.


P. Sérgio de Almeida Lemos,
in Voz de Lamego, ano 88/10, n.º 4447, 6 de fevereiro de 2018

Na manhã de 3 de fevereiro, cerca de 80 acólitos de 13 paróquias do arciprestado de Lamego, acompanhados pelos respectivos párocos, rumaram ao Seminário de Lamego para um momento de encontro e formação que se tem repetido de há três anos a esta parte.

A preparação e orientação ficou a cargo do Monsenhor Bouça Pires, responsável pela pastoral litúrgica no arciprestado. Em reunião do clero, ficou determinado que esta formação estaria focalizada no lema do ano pastoral em curso: “vai e faz tu também do mesmo modo”.

Após o acolhimento, o Monsenhor Bouça Pires falou da Eucaristia como sacramento do amor, apontando o exemplo de S. Tarcísio, padroeiro de todos os Acólitos, e de S. Francisco (o Pastorinho de Fátima), padroeiro dos Acólitos portugueses, que tiveram um amor muito profundo a Jesus na Eucaristia.

Numa segunda parte, os acólitos foram divididos em dois grupos, onde se abordaram assuntos mais práticos. O acólito Cassiano, membro do Serviço Nacional de Acólitos e oriundo da nossa diocese, orientou o grupo dos mais crescidos. Os acólitos mais pequenos ficaram a cargo do capitão Fábio Lamelas, responsável dos acólitos da paróquia de Penude.

De seguida, os sacerdotes e os acólitos, já com a sua túnica, foram em procissão até à capela, cantando o Hino do Acólito. Aí decorreu um momento de oração junto do Santíssimo Sacramento. Alguns elementos dos jovens da Sé ajudaram no canto.

Terminámos este encontro com o almoço no refeitório o Seminário, que foi também, um momento de convívio saudável entre os acólitos das várias paróquias.

Para avaliar os resultados, nada como registar aqui o testemunho de alguns acólitos.

“O que mais gostei nesta formação foi o encontro com os outros acólitos. Acho importante o convívio. A capela onde rezámos era muito bonita. Esta formação é muito importante e necessária, porque há acólitos que entram e, assim, aprendem como se usam os utensílios da igreja. E os outros têm sempre algo a aprender. Mas, mais importante para mim foi aprender a oração e o Hino do Acólito. Simplesmente adorei.” (Xavier)

“Estivemos a falar sobre o que é ser acólito, sobre os procedimentos que devemos ter na celebração da Eucaristia, dos nomes dos utensílios utilizados e das funções dos acólitos dentro e fora da igreja. Em seguida, fomos em procissão para acapela do seminário, cantámos o Hino do Acólito, rezámos e ouvimos as palavras do Sr. Padre que nos disse para não termos vergonha de sermos acólitos. Esta formação foi muito importante para todos os acólitos, pois fortaleceu a nossa vontade de ajudar os outros”.
(Duarte Ferreira)

“O encontro foi bastante enriquecedor. Mais de 60 acólitos reuniram-se com um único interesse: aprender como podemos melhorar o serviço do altar para que todos o possamos embelezar mais. Para os mais crescidos, depois de uma reflexão conjunta sobre os valores do acólito, houve uma actividade onde relembrámos nomes específicos dos utensílios da missa, para que possamos usar correctamente esses nomes no nosso serviço ao altar. De seguida, já todos vestidos de branco com as nossas alvas limpinhas, fomos em cortejo para a capela do Seminário na qual adorámos o Santíssimo. No final da manhã, fomos presenteados com um óptimo almoço. Este pequeno “retiro” foi bastante bom. Para os mais crescidos, ajudou-nos a aprender mais e melhorar, mas, sobretudo, ensinou aos nossos pequenos reguilas um pouco mais para que, um dia, também eles possam ser excelentes Acólitos (com A grande) e, tal como nós, tenham o gosto de ensinar à próxima geração esta arte tão gratificante de ser um acólito.”
(Daniela Botelho)

“Assim que chegámos ao Seminário tivemos uma pequena palestra todos juntos na qual cantamos o nosso hino e foi-nos esclarecido o nosso dever. Depois de um curto intervalo fomos divididos e houve uma formação para as crianças e uma para os adolescentes/adultos. Na parte da formação em que estive foi-nos apresentado as alfaias litúrgicas e as funções. No fim, houve uma pequena ficha. No final da manhã, assistimos a um tempo de oração seguido, depois, de um almoço de convívio. Foi uma experiência inesquecível e esperemos que para o ano se repita.”
(Leandra)

P. José Ferreira, in Voz de Lamego, ano 88/10, n.º 4447, 6 de fevereiro de 2018

Para ver o ÁLBUM COMPLETO visita a Diocese de Lamego no Facebook.

Para a celebração deste dia em Lamego, foi solenizada particularmente a eucaristia dominical das 10h, na igreja de S. Francisco. A celebração foi presidida por D. Jacinto Botelho, em representação de D. António Couto, em visitas pastorais.

No início da eucaristia houve uma bela admonição feita pelo Padre Avelino da Silva, Beneditino, como presidente do Secretariado Diocesano da Conferência dos Religiosos de Portugal e da Conferência Nacional dos Institutos Seculares de Portugal CIRP/CNISP. Nela foi dado o sentido da celebração e foram nomeados os consagrados que, durante este ano, fazem o seu jubileu de consagração: 25 anos de consagração, no dia 19 de Março, Irmã Mª de Fátima Monteiro Jerónimo, do Instituto das Filhas de S. Camilo; 50 anos de consagração, no dia 25 de Março, Mª Regina de Jesus Silva, do Instituto Secular Filiação Cordimariana, vivendo em Caria; 50 anos de ordenação sacerdotal, no dia 21 de Julho, Padre Amador Pereira Carreira, da Ordem dos Franciscanos; 50 anos de consagração, no dia 24 de Setembro, Irmã Tereza da Conceição Moreira Lopes, do Instituto das Irmãs Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, vivendo em S. Cosmado e 50 anos de consagração, no dia 02 de Outubro, Irmã Mª Fernanda Ribeiro Antunes, do Instituto das Irmãs Servas de Nª Sª de Fátima, em Lamego.

A eucaristia foi animada pelo dedicado coro da igreja de S. Francisco, coordenado e acompanhado ao órgão pelo Padre franciscano, Arnaldo Taveira Araújo. Além do povo de Deus, e de vários membros dos Institutos já referidos, estavam na assembleia, representantes dos seguintes Institutos de Vida Consagrada: Dominicanas de Stª Catarina de Sena, Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Sociedade das Irmãs Filhas do Coração de Maria, Auxiliares do Apostolado e Associação dos Servos de Maria e do Coração de Jesus: ao todo, 23 consagrados, alguns vindos de bem longe, mas em jubilosa e serena alegria. As Leituras da Missa e o Ofertório solene foram feitos sobretudo pelas consagradas em jubileu.
Na sua bela e interpelante homilia, D. Jacinto disse que estávamos ali para agradecer a Deus a riqueza do dom da Vida Consagrada na variedade dos seus carismas; para a conhecer melhor e valorizar e para cada consagrado actualizar o seu SIM, renovando a resposta à vocação “que um dia alvoroçou o seu coração” (Papa Francisco, no encontro que teve com os religiosos no Chile).

Referindo-se às Leituras acabadas de ser proclamadas, e começando pelo livro de Job, D. Jacinto disse que todos os discípulos e discípulas experimentam horas de perplexidade em que não é fácil atinar com o caminho que devemos seguir, sendo a pior tentação de todas a de ruminar a desolação (Papa Francisco) e que o que fortalece cada consagrado e o mantém é a Sua misericórdia. Disse que Jesus não quer que escondamos as nossas feridas pois não somos melhores que os outros (Papa). Que não obstante os nossos pecados, os nossos limites, as nossas quedas, Jesus deu-nos a mão e teve misericórdia. Que a pessoa consagrada é alguém que encontra nas suas feridas os sinais da Ressurreição (Papa).
Disse que, no passado dia 2 de Fevereiro – Dia Mundial do Consagrado – na Basílica de S. Pedro, o Papa falou do Encontro de Jesus no templo, para dizer que, no caso dos consagrados, tudo começou com o encontro com o Senhor e os irmãos, na comunidade a que pertencem. Que não há encontro com Jesus sem encontro com o outro (3ª Leitura). Disse que a vida agitada de hoje nos induz a fechar as portas ao outro. Que não aconteça olharmos mais para o écran do telemóvel ou da televisão do que para os olhos do irmão e da irmã, ou fixarmo-nos mais nos programas de rádio do que no Senhor: a vida religiosa nasce e renasce do encontro com Jesus – pobre, casto e obediente – e do encontro com os irmãos.
Que fazemos parte da grande multidão dos que procuram Jesus: “Todos Te procuram!”. Nós temos de procurá-l’O para nos sentirmos enviados à comunidade transfigurados para transfigurá-la.

D. Jacinto disse que o Papa Francisco nos lembra, evocando a Palavra de Jesus “Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último e o servo de todos” e que a verdadeira grandeza passa por ser pequenino e servidor. D. Jacinto, então, perguntou: “Não foi o que nos disse S. Paulo “Ai de mim se não evangelizar” (2ª Leitura)? E como se evangeliza? Ouçamo-lo: “De todos me fiz escravo. Fiz-me tudo para todos”. Então disse que o nosso serviço não podia identificar-se com assistencialismo, nem paternalismo, mas com a conversão do coração. Que o problema não estava em dar de comer ao pobre, vestir o nu, assistir o doente,… mas em considerar que cada um tem a dignidade de se sentar às nossas mesas, em casa, entre nós, sentindo-se em família. Que este é o sinal de que o Reino de Deus está no meio de nós.


Disse que é o momento de renovarmos o nosso compromisso, não ficando à espera de um mundo ideal para evangelizar, mas criar condições para que cada pessoa possa encontrar-se com Jesus. E que renovação é amar e não se amam as situações nem as comunidades: amam-se pessoas.

D. Jacinto terminou a sua prelecção, recitando o belo poema de D. António Couto, que este lera na Rádio, no passado dia 02 de Fevereiro de 2018:


Toda a Vida Consagrada
É uma vida com dedicatória
Obrigatória
Ao antes de cada madrugada
Perfumada,
Senhor de mim
E do meu Sim.
Desde sempre pensado e amado
É-me dado um segmento de tempo
Para responder ao Amor,
E a eternidade inteira
Para viver à Tua beira,
À Tua maneira.
Ó meu imenso do Amor
A que eu chamo Senhor.
Obrigado por olhares por mim e para mim
Tão humano e pequenino
E por me dares por destino
O Teu coração divino.
Que eu seja, então, sempre Amor
Em cada dia ao Teu dispor
Senhor da minha alegria.

Pediu, então, aos presentes que pedissem ao Senhor que cada consagrado se tornasse instrumento de paz.

Depois os consagrados presentes renovaram os seus votos e, no momento de Acção de Graças, todos rezaram uma linda oração do Consagrado, composta pelo Papa Francisco, que  era a síntese da homilia de D. Jacinto. Antes da bênção final, apesar de a hora já ir adiantada, ninguém se enfadou mas antes a assembleia vibrou com o testemunho vocacional dado alegremente pelo Padre Amador.


Irmã Teresa Frias
Serva de Nª Sª de Fátima
Secretária da CIRP/CNISP diocesana
in Voz de Lamego, ano 88/10, n.º 4447, 6 de fevereiro de 2018

  • «Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (Mt 24, 12)»

 

Amados irmãos e irmãs!

Mais uma vez vamos encontrar-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferece-nos a Quaresma, «sinal sacramental da nossa conversão», [1] que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida.

Com a presente mensagem desejo, este ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar pela seguinte afirmação de Jesus, que aparece no evangelho de Mateus: «Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (24, 12).

Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenómenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.

Os falsos profetas

Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas?

Uns assemelham-se a «encantadores de serpentes», ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão!

Outros falsos profetas são aqueles «charlatães» que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demónio, que é «mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem.

Um coração frio

Na Divina Comédia, ao descrever o Inferno, Dante Alighieri imagina o diabo sentado num trono de gelo; [2] habita no gelo do amor sufocado. Interroguemo-nos então: Como se resfria o amor em nós? Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós?

O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, «raiz de todos os males» (1 Tim 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n'Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos. [3] Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas «certezas»: o bebé nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expetativas.

A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor: a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte.

E o amor resfria-se também nas nossas comunidades: na Exortação apostólica Evangelii gaudium procurei descrever os sinais mais evidentes desta falta de amor. São eles a acédia egoísta, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário. [4]

Que fazer?

Se porventura detetamos, no nosso íntimo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum.

Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos, [5] para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida.

A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exortativas de São Paulo aos Coríntios, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: «Isto é o que vos convém» (2 Cor 8, 10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião de tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade? [6]

Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome.

Gostaria que a minha voz ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!

O fogo da Páscoa

Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar.

Ocasião propícia será, também este ano, a iniciativa «24 horas para o Senhor», que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, aquela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando -se nestas palavras do Salmo 130: «Em Ti, encontramos o perdão» (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.

Na noite de Páscoa, reviveremos o sugestivo rito de acender o círio pascal: a luz, tirada do «lume novo», pouco a pouco expulsará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. «A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito»,[7] para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor.

Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim.

 

Vaticano, 1 de Novembro de 2017
Solenidade de Todos os Santos

FRANCISCO

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_________________________
[1] Missal Romano, I Domingo da Quaresma, Oração Coleta.
[2] «Imperador do reino em dor tamanho / saía a meio peito ao gelo baço» (Inferno XXXIV, 28-29).
[3] «É curioso, mas muitas vezes temos medo da consolação, medo de ser consolados. Aliás, sentimo-nos mais seguros na tristeza e na desolação. Sabeis porquê? Porque, na tristeza, quase nos sentimos protagonistas; enquanto, na consolação, o protagonista é o Espírito Santo» (Angelus, 7/XII/2014).
[4] Nn. 76-109.
[5] Cf. Bento XVI, Carta enc. Spe salvi, 33.
[6] Cf. Pio XII, Carta enc. Fidei donum, III.
[7] Missal Romano, Vigília Pascal, Lucernário.

O ano de 2018 ficará para sempre marcado na história do povo de Miomães como um ano abençoado. O nosso bispo visitou-nos! É sempre um momento de grande alegria mas também de muita responsabilidade! É um desafio que nos ensina a sermos ainda mais do que temos sido até aqui.

A vinda do nosso bispo significou um novo caminho e novos projetos! Deus precisa de nós! Foi com esse sentimento que as pessoas de Miomães se prepararam para receber o seu pastor. 13 Jovens viveram um momento inesquecível ao receberem os dons do Espírito Santo. São momentos que nunca se podem esquecer.

Mas nesta visita pastoral, o nosso bispo visitou os doentes e a junta de freguesia. Momentos de convívio com as instituições.

A principal mensagem a retirar é que Deus ama-nos e o nosso pastor está junto de nós. Estes dias provaram que todos precisamos de todos. A todas as pessoas de Miomães a bênção de Deus.


Pe. Germano Cardoso,
in Voz de Lamego, ano 88/09, n.º 4446, 30 de janeiro de 2018

Num ano particularmente dedicado à caridade e ao cuidado humano a ter com os mais necessitados, ao jeito e à grandeza do Bom Samaritano, somos convidados – tal como o doutor da lei que na parábola interpela Jesus – a “ir e a fazer do mesmo modo” (Lc 10, 37).

Esta foi a razão nuclear que levou a Comissão Diocesana da Pastoral Social e Mobilidade Humana e o Departamento Diocesano da Pastoral Sócio-caritativa a organizarem uma manhã de formação sobre o trabalho desenvolvido e os desafios experienciados pelas Instituições Particualres de Solidariedade Social da nossa diocese. Num território significativamente desertificado e demograficamente bastante envelhecido, são as numerosas instituições sociais, espalhadas por toda diocese, que prestam um serviço de substancial envergadura no âmbito da assistência aos mais desprotegidos.

A formação tinha o começo previsto para as 9h30. Com uns ligeiros minutos de atraso, iniciou-se a sessão de abertura. O novo auditório do Seminário Maior estava praticamente cheio, com 150 pessoas presentes. Os partipantes eram essencialmente membros dos órgãos sociais e das equipas técnicas das IPSS’s, estando representadas 53 intituições diferentes, abrangendo todo o espaço da diocese de Lamego, desde Vila Nova de Foz Côa até Souselo.

A primeira intervenção coube ao Senhor Dom António Couto, que ao seu tão eloquente estilo quis ressalvar a necessidade urgente de chegarmos a todos no seu todo, enquanto pessoas, por vezes perdidos e esquecidos nos ‘quelhos’ da nossa interioridade.

A completar a sessão de abertura teve a palavra o Dr. Telmo Antuns, diretor do CDSS de Viseu, que soube reconhecer e agradecer o trabalho das instituições do distrito de Viseu, que abrange o território de três dioceses distintas, e deu destaque à estreita, proveitosa e necessária relação que a Segurança Social tem com a Igreja e ao imprescindível papel dos centros sociais paroquiais.

O primeiro painel da manhã, intitulado “Otimização das repostas sociais adequadas à interioridade”, foi da responsabilidade do Dr. Pedro Mota Soares, deputado à Assembleia da República, e moderado pelo Rev. Pe Amadeu da Costa e Castro. Na sua intervenção, o ex-ministro da Segurança Social fez questão de realçar o importante papel e a enorme cobertura de instituições sociais de que usufrui o nosso país. Esta realidade, no interior, tem não apenas uma importância cabal na prestação do serviço social a que o Estado está obrigado, mas tem igualmente um forte peso na economia local, dada a empregabilidade direta e indireta que as instituições garantem.

Terminada a primeira exposição, houve oportunidade para debate, com um leque alargado de quesões colocadas ao interveniente, ás quais foi respondendo agrupadamente. O tempo não permitiu, mas muitas outras dúvidas e inquietações havia para manifestar.

Teve lugar um pequeno intervalo, para um coffe break.
O segundo painel: “Respostas sociais e/ou caridade?”, moderado novamente pelo Pe Amadeu, foi da responsabilidade do Rev. Pe José Baptista, pároco das Antas, na diocese do Porto, e presidente da UDIPSS, no mesmo distrito. Com um discurso bastante claro e atrativo, relevando continuamente a centralidade da pessoa humana no serviço social que as instituições e o Estado devem prestar, defendeu veemente que todos – diretores, técnicos, colaboradores e utentes – devem ter um papel igualmente ativo dentro dos centros e lares, na construção de uma história comum.  No final abriu-se novamente espaço à discussão, com algumas questões colocadas pelo público.

Para concluir, o Engenheiro Lima Costa, deputado à Assembleia da República, deixou resumidamente um conjunto de significativas interpelações aos presentes, no sentido de uma cooperação cada vez mais indispensável e concreta entre os intervenientes na ação social, e a premente necessidade de um trabalho em rede por parte das instituições, por forma a rentabilizar os recursos e as estruturas, minimizando o esforço financeiro de todos.

O balanço feito desta ação de formação foi bastante positivo. Fica o desafio de que outras iniciativas venham a surgir neste âmbito.

Pe. Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 88/09, n.º 4446, 30 de janeiro de 2018

No passado dia 27 de janeiro de 2018 realizou-se no Seminário Maior de Lamego o Encontro de Formação para Animadores Juvenis, promovido pelo Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens de Lamego (DDPJ).
O encontro decorreu durante todo o dia, com a presença de 28 jovens de diversas paróquias e o formador era o Sr.º Padre Luís Rafael Azevedo.

Por volta das 9h30 houve o acolhimento de todos os jovens (Parte 1) e, de seguida, uma Oração Inicial (Parte 2). Este momento de oração, preparado pela Equipa do DDPJ, começou com um cântico, seguindo-se a leitura de um breve trecho do discurso proferido pelo Papa Francisco, no encontro com os jovens, na sua recente viagem Apostólica ao Chile. Posteriormente, foi lida uma passagem do Evangelho segundo São Marcos (Mc 4, 35-41), prosseguindo-se com um momento de silêncio e reflexão. Em seguida, cantou-se um novo cântico, rezou-se o Pai-nosso e por fim, rezamos a oração de conclusão.

Seguidamente, houve um momento de “Chuva de ideias” (Parte 3), em que os jovens, reunidos em mini-grupos, responderam à questão: “o que esperamos deste dia?”.

Posto isto, o Pe. Luís Rafael, tendo como fonte de apoio o “Manual do Animador Perfeito – 10 Conselhos para não fazer perder a fé aos jovens…”, deu início formação (Parte 4). Logo para começar, fomos convidados a entrar no mundo dos jovens: a procurar perceber a maneira como eles pensam, as séries a que assistem, os assuntos de que falam, a maneira como vivem a fé, as músicas que ouvem, etc… pois, olhando para a realidade, poderemos encontrar novas maneiras de evangelizar. Para confirmarmos isto, foi-nos proposto, como base temática da Formação, a letra de uma música (cantada pelo dueto Anavitória e Diogo Piçarra) que é conhecida pela maioria dos jovens portugueses: “TU, é trevo de quatro folhas”. Através da letra da música supra referida e a simbologia do trevo, fomos desafiados a perceber que os animadores juvenis, podem ser o TREVO (a sorte) para os jovens da sua própria paróquia e para a sua comunidade paroquial. No âmbito dessa temática foi distribuído por todos os elementos um trevo.

Depois desta introdução, seguiu-se a reflexão sobre o primeiro tema (Parte 4.1) que consistiu em conhecer o que é um animador. Ao dividirmos a palavra em duas partes compreendemos que ser animador não é uma tarefa fácil, nem é algo “recomendado pelo médico” porque pode provocar algumas dores de cabeça. Contudo, é essencial perceber que o ponto de partida é sempre questionar: “Que faria Cristo no meu lugar?” (frase que constava no texto do Papa Francisco supra referido), aliás o modelo de animador é Jesus e o papel que se desempenha como animador é atribuído por ele, é uma vocação! Após ser explicitado qual o pilar basilar de um animador, foram ainda explicadas as funções que este deve desempenhar no âmbito de um grupo, os tipos de animadores que existem e as caraterísticas de um animador. Depois de um intervalo, foram também enumerados alguns conselhos que podem ajudar a melhorar o desempenho de um animador e por fim, foi abordado o papel do sacerdote perante os grupos que se organizam nas suas paróquias. No final deste primeiro tema, foi distribuído por todos os elementos uma folha de trevo, na qual se escreveu uma palavra/ frase que descrevesse este tema.

Após o almoço, no pátio do Seminário, foi promovida uma dinâmica de grupo, que consistiu em cada um dos elementos pintar com um pincel uma tela, na qual estava desenhado um trevo, sendo que quem não estava a pintar ia cantarolando a música “TU, é trevo de quatro folhas” e pensando naquilo que tínhamos aprendido durante a manhã.

Quando se regressou à sala de formação, iniciou-se o segundo tema (Parte 4.2), no qual, foram abordadas as diversas fases de um grupo, os factores de união, os vários tipos de elementos num grupo e a relação entre os animadores e os membros do grupo. Tal como no final do primeiro tema, também neste momento foi distribuída uma folha de trevo para que pudéssemos descrever numa palavra ou numa frase aquela última fase. Em seguida, dirigimo-nos novamente ao pátio do Seminário Maior para realizarmos uma dinâmica de animação.

Posteriormente, o grupo regressou à sala para se iniciar o terceiro tema (Parte 4.3), no qual se abordou a temática das reuniões, incluindo a periodicidade com que devem ser realizadas, como devem ser preparadas, quais os diversos momentos, etc. No final desta fase foi novamente distribuída uma folha de trevo.

A fase ulterior (Parte 4.4) consistiu em perceber que os grupos não se devem isolar mas é aconselhável que procurem construir pontes fora de portas, ou seja, participar nas várias atividades da sua paróquia e criar ligação com as pessoas das várias faixas etárias. Por outro lado, também é muito positivo para um grupo juvenil relacionar-se com jovens de outras paróquias, participar nas atividades do DDPJ, promover encontros juvenis mais alargados na própria comunidade, ter uma páginas nas redes socias, etc. No final entregaram-nos, novamente, uma folha de trevo e uma peça de dominó. A peça de dominó serviu para nos alertar que num grupo, tal como num jogo de dominó, existe uma grande diversidade de pessoas/ peças, mas nenhuma é dispensável.  

Por último, acabou-se como se começou, com o tema da Fé (Parte 4.5). Nesta última fase, abordou-se a importância da Oração, ela deve ser o alicerce da vida de um animador e a base de todos os grupos.

Seguidamente, cada um colou as 4 folhas que fomos preenchendo ao longo do dia, no trevo que foi distribuído inicialmente, sem esquecermos que o suporte desse trevo (o caule) representa precisamente a Fé.

Antes de terminar o Encontro, pudemos colocar algumas questões práticas e agradecer à Equipa do DDPJ por terem preparado, de maneira tão interessante, aquele dia de Formação. Também foi consensual entre nós o pedido de mais dias de Formação para Animadores! Por fim, era hora da Oração de Envio, a qual foi realizada na Capela do Seminário.

Milene Faustino, Paróquia de Vila Nova de Souto d’El Rei
in Voz de Lamego, ano 88/09, n.º 4446, 30 de janeiro de 2018

No passado dia 21 de janeiro, a comunidade do Seminário de Lamego deslocou-se em atividade de ação de promoção vocacional às paróquias dos padres Diamantino Alvaíde e Manuel Adelino.

Fomos até Cabaços cujo padroeiro é Santo Adrião e de seguida fomos até Moimenta da Beira cujo padroeiro é S. João Batista. Por motivos fúnebres, não foi possível participar na Eucaristia em Sendim de onde é natural o seminarista Diogo.

Nas duas Eucaristias, o Zé Miguel (seminarista) falou um pouco da sua caminhada vocacional e até falou um pouco da vida em seminário. Tivemos também a presença da irmã Fernanda que faz parte da Congregação das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus. Tivemos a felicidade de ouvir um pouco da sua vocação e também da vida missionária.

No final das Eucaristias, o Sr. Pe. Diamantino teve a gentileza de nos oferecer o almoço.

Agradecemos ao Sr. Pe. Diamantino por nos ter recebido e esperamos regressar o mais breve possível.

Pedro Correia, 9.ºano, SML,
in Voz de Lamego, ano 88/08, n.º 4445, 23 de janeiro de 2018

Consagrados, quem somos?

É na diferença de cada consagrado, na sua fidelidade ao Instituto ou Ordem, a que pertencemos, no seguimento de Cristo, que construímos a comunidade na obediência e renúncia, que seremos testemunhas do Reino de Deus, que queremos implantar no meio do povo de Deus.

Recordamos a festa da Apresentação do Senhor no Templo. O texto de Malaquias: " e imediatamente entrará no seu santuário o Senhor que vós procurais... ei-lo que chega (Mal. 3,1).O Menino trazido nos braços de Maria e José, entra como qualquer criança de quarenta dias, com o fim de cumprir o que a Lei de Moisés prescrevia. Trazem-no ao templo como tantas outras crianças israelitas: um filho de gente pobre. Ele entra, então, sem chamar a atenção de ninguém, sem que ninguém o espere. " Deus absconditus..." Na verdade, vós sois um Deus escondido (Is. 45,15).
Maria traz o seu filho nos braços. Mas, mesmo nessa altura, Jesus é luz das nossas almas, a luz que ilumina as trevas do conhecimento e da existência humana, da inteligência e da consciência.

A Semana do Consagrado trata-se de uma importante ocasião para louvarmos o Senhor e darmos graças pelo dom inestimável que a vida religiosa, nas suas diferentes formas, representa; sendo ao mesmo tempo estímulo para se dar a conhecer a todo o povo de Deus; é o reconhecimento e estima por todos aqueles que se consagram totalmente a Deus.

Assim como a vida de Jesus, na sua obediência e dedicação ao Pai, é palavra viva do “Deus connosco”, assim também a vida de doação efetiva dos consagrados a Deus e aos irmãos se torna sinal eloquente da presença do Reino de Deus para todo o mundo de hoje.
No nosso modo de viver e agir, deverá manifestar-se, sem ambiguidades, a plena obediência ao único Senhor; a nossa entrega plena nas mãos de Cristo e da Igreja deverá ser o anúncio forte e claro da presença de Deus, numa linguagem compreensível para os nossos contemporâneos.
É este o primeiro serviço que a vida consagrada presta à Igreja e ao mundo.

"Eles deixaram tudo e seguiram Jesus" (Ic. 5,1-11).
Jesus está no meio da multidão. Fala. Escutam-no. Lucas indica-nos que é a primeira atitude da Igreja, a pregação. É o que a Igreja deve fazer. Foi Jesus que a começou. Esta é um prolongamento daquela de Jesus, e tem o mesmo conteúdo. Senhor torna-nos capazes de escutar a Tua palavra.

"Jesus subiu para uma barca, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra". Jesus já não ensina na sinagoga, mas nas margens do lago. A barca encontra-se a uma distância entre Jesus e a multidão, sublinhando uma certa autoridade de Jesus: o simbolismo é evidente: a barca representa a comunidade cristã.
É esse o único lugar onde ressoa a voz do Mestre, é dela e não de outros púlpitos que se devem aproximar os que desejam receber luz, consolação e esperança.
"Quando acabou de falar, disse a Simão: faz-te ao largo a lançai as redes para apesca..."
Perante a palavra do Senhor, que convida a lançar as redes em pleno dia, Simão pensa que a ordem recebida é ilógica, insensata e que o esforço que lhe é pedido é inútil e ridículo. E, todavia, embora a palavra do mestre vá contra a sua lógica, ele obedece, confia e, no fim, obtêm um resultado imprevisto e extraordinário.Em Pedro revemo-nos todos nós. A nossa sabedoria leva-nos arecusar. Mas, o Senhor convida-nos a lançar as redes, novamente e novamente...
"Deixaram tudo e seguiram Jesus..."
O verdadeiro milagre não é a pesca no alto mar, é no coração dos homens, é quando se aceita o grande risco da fé e, deixando tudo, se segue Jesus. Os discípulos deixaram as suas velhas barcas e umas redes rotas; era tudo o que possuíam, e nós seremos capazes de ter o mesmo gesto corajoso e radical?
No meio do povo de Deus, os consagrados devem ser sentinelas que gritam e anunciam a vida nova, já presente na história.
O Senhor renove todos os dias, em nós e em todos os consagrados, a jubilosa resposta e o seu amor gratuito e fiel.

Pe. Avelino Martins da Silva osb,

A ARTE DE CUIDAR
Dois dias, 16 e 17 de janeiro, no Seminário Maior de Lamego, duas temáticas e dois oradores para a formação do clero diocesano: Pe. Antonino Sousa, sacerdote do Coração de Jesus (SCJ), cuja intervenção sintonizou com o lema pastoral sobre a arte de cuidar e D. José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda, para refletir sobre a iniciação cristã dos adultos.

Depois da oração e de breve apresentação do orador por parte do Pe. João Carlos, Provigário Geral e responsável pelo Departamento Diocesano para a Vida e Ministério dos Presbíteros, o Pe. Antonino propôs-nos: 1) Arte de cuidar a Obra da Contemplação, (ecologia integral); 2) Arte de cuidar dos Outros (elementos éticos), e 3) Arte de cuidar com Palavras e Ternura (Cristo como cuidador).

A contemplação da criação leva-nos a uma ética ambiental no respeito por todos os seres vivos, cooperando na obra de Deus. Cuidar da criação é uma exigência moral e espiritual, que deriva do mandato de Deus e que assegurará o futuro. Pode ver-se aqui o princípio beneditino “Ora et Labora” (oração e trabalho). A criação gera abertura para o Criador.
Cuidar da contemplação leva-nos a viver em gratidão, o que nos torna felizes.

No segundo momento, o Pe. Antonino, acerca da arte de cuidar dos outros, remeteu-nos para o princípio da compaixão. O rosto do outro interpela-nos e exige uma resposta. E sobretudo o rosto do outro frágil. A ética do cuidado auxilia a ética da justiça.

Cuidar faz parte do “ethos” cristão. Jesus é o modelo do cuidador, vivendo em permanente atitude de docilidade. Jesus não se importava de perder tempo. Um dos momentos mais significativos é o Lava-pés. Jesus senta-se à mesa com todos e lava-nos os pés. A mesa gera proximidade. O lavar os pés transparece o cuidado aos outros como expressão do amor.
É no serviço e no cuidar dos outros que integramos a comunidade de Jesus.

Pe. Manuel Gonçalves

INICIAÇÃO CRISTÃ DOS ADULTOS

No segundo dia da formação anual do clero, a orientação esteve a cargo do Senhor Dom José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda.
Após a oração da manhã, teve lugar a apresentação de um conjunto de notas biográficas, que explicaram o percurso de vida feito pelo orador deste último dia das jornadas de formação

Dada a palavra a Dom José Cordeiro, foi feita, pelo próprio, uma saudação calorosa aos presentes, destacando a afetuosa ligação que o une à diocese de Lamego, por ter recebido o sacramento da Confirmação e da Ordem pelas mãos de dois bispos oriundos da igreja lamecense.

Numa primeira conferência, sob o tema “As origens e as razões do Catecumenado”, o orador realçou a necessidade de rever o atual esquema de catequese. Destacou que a nossa forma de catequizar incorre em algumas falências. Por exemplo, interromper a catequese nos períodos nevrálgicos e centrais das celebrações cristãs (Natal e Páscoa). Ou ainda, por ser demasiado teórica e provocar pouca experiência de contacto direto e profundo com Cristo e com o Evangelho.
Após um pequeno intervalo, a segunda alocução versou sobre “A iniciação cristã dos adultos”. O conferencista frisou veemente a necessidade de se fazer a distinção de preparação e de celebração ritual entre batizados de crianças antes da idade do uso da razão, crianças após essa idade e de adultos. Houve, no final desta segunda intervenção, um tempo para questões e esclarecimento de algumas dúvidas.
Na última intervenção, já depois de almoço, o tema em questão foi “A alegria do encontro com Jesus no RICA”. Aqui a ressalva recai no facto de ser urgente que o nosso agir passe do mistério ao ministério, e não o contrário. A conversão pastoral implica, antes de tudo, conversão pessoal.

Com a sala do seminário repleta de sacerdotes e uma comunicação bastante atrativa e profundamente elucidativa, por parte de Dom José Cordeiro, o dia decorreu de forma bastante airosa, mas com abordagens significativamente pertinentes.

Pe. Diamantino Alvaíde,
in Voz de Lamego, ano 88/08, n.º 4445, 23 de janeiro de 2018

Numa tarde cheia de sol mas com algum frio o povo de Ramires preparou-se para receber o nosso bispo. Assim que o nosso pastor chegou, ouviu-se o som de foguetes que subiam ao céu dando sinal de festa e de grande alegria. No meio deste povo pequeno mas muito unido encontrava-se o nosso bispo.

Junto à igreja cheia de flores e num ambiente de grande comunhão ouviu-se uma salva de palmas e via-se o sorriso estampado em todas as pessoas.

Deu-se início à procissão de entrada para uma celebração onde 6 jovens iriam receber o Sacramento do Crisma. Numa Eucaristia muito vivida, o nosso bispo destacou a beleza desta terra de Ramires e das suas tradicionais ruas manifestando ainda o desejo de um dia poder regressar e assim contemplar a natureza que a envolve. O senhor bispo deixou-nos palavras de agradecimento pela forma como foi recebido e como todo o povo se empenhou em participar nesta grande festa.

No fim das cerimónias religiosas realizou-se um lanche convívio no salão da Junta de Freguesia.
Assim terminou este dia que certamente será sempre recordado.  

Pe. Germano Cardoso,
in Voz de Lamego, ano 88/08, n.º 4445, 23 de janeiro de 2018

Os dias de 10 a 14 de Janeiro ficarão para sempre marcados no coração das gentes de Oliveira do Douro devido à visita pastoral do nosso Bispo a esta comunidade. Foram dias muito intensos de encontros que trouxeram uma maior comunhão entre todos. Desde a visita aos doentes como também aos diversos lugares da freguesia, tudo se viveu numa envolvência de partilha e de um grande compromisso.

O dia 14 foi o grande momento. Uma manhã fria e com nevoeiro não impediu que as pessoas se juntassem em grande número junto ao salão paroquial para, de uma forma humilde e simples mas em festa, acolhessem o nosso pastor.
Após a sua chegada, um grupo de crianças presenteou o nosso bispo com uma linda melodia seguindo-se a leitura de um texto e a entrega de um ramo de flores para que, em nome de todo o povo, déssemos as boas-vindas ao nosso pastor. É de salientar ainda a forma como o agrupamento de escuteiros, juntamente com outras pessoas, preparou todo o adro da igreja fazendo com que se parecesse a um lindo jardim.

De seguida deu-se início à procissão de entrada que saiu do salão paroquial em direção à igreja com a presença dos 56 crismandos. Esta foi muito pequena para acolher as centenas de pessoas que quiseram participar nesta solene cerimónia. A Eucaristia foi vivida em comunhão e com grande alegria sendo ainda dignificada com os belos cânticos do grupo coral. Na homilia o nosso bispo desafiou os crismandos a serem ativos na comunidade, em especial, para com os doentes e também para com as pessoas que vivem sós.

Antes do fim da celebração o pároco agradeceu a presença do senhor bispo e de todas as pessoas de todos os lugares que compõem a freguesia de Oliveira do Douro.
Seguiu-se a procissão ao cemitério onde rezamos por todos os nossos irmãos cujos corpos foram lá depositados.
Por fim, realizou-se o almoço de confraternização na Casa da Calçada com a presença do nosso bispo.

Pe. Germano Cardoso,
in Voz de Lamego, ano 88/08, n.º 4445, 23 de janeiro de 2018


1.    A nossa Igreja de Lamego está hoje em festa. A razão é porque celebramos hoje o nosso Padroeiro principal, São Sebastião, de quem recebemos a implorada e desejada proteção e a suprema lição, que não passa por um sermão, mas pela doação da própria vida. A nós, que aqui nos reunimos hoje, interessa-nos saber que foi Jesus Cristo a sua verdadeira razão de viver… e de morrer. Foi intensa a sua LUZ, imenso e notório o seu TESTEMUNHO no meio da cidade ensonada e coroada pelos ídolos frívolos.

2. No meio da cidade pestilenta e decadente, São Sebastião representa uma fonte de vida. Há a cidade dormente e sonolenta. E há, em contraponto, a cidade alumiada e atenta, que não se pode esconder sobre um monte. Não se pode apagar o horizonte. Não se acende uma LUZ para a colocar debaixo da ponte. De qualquer lugar se via, em qualquer lugar se via, que Sebastião trazia Cristo a arder no coração. Não o escondia. Por isso, o imperador romano, Diocleciano, quis fazer desaparecer este soldado de Cristo. Por isso, o fez morrer na grande perseguição que desencadeou contra os cristãos nos primeiros anos do século IV. O tirano, Diocleciano, fez o que podia fazer. Mas era pouco e tarde demais. Mandou quebrar o frasco cheio de perfume. Mas não se apercebeu que, ao quebrar-se o frasco, se soltaria o perfume, que nem o estrume de Roma podia apagar. E foi assim que o perfume intenso daquele amor imenso se espalhou por Roma e pelo mundo inteiro. Já sabemos que chegou também a Lamego esse cheiro intenso e perfumado, que sanava a fome, a peste e a guerra, mas também o frio, e sobretudo o vazio do coração e da alma, a descrença e a indiferença, a maior doença que corrói a sociedade.

3. Acorda, Lamego, não tenhas medo! Coragem! Tem confiança! Ele chama-te! E diz-te, na página do Evangelho de hoje (Mateus 10,28-33), que vales mais do que muitos passarinhos. Se Deus, nosso Pai, cuida da vida dos passarinhos, que não semeiam nem ceifam, com quanto mais carinhos cuidará de nós, seus filhos queridos! Como a vida do Mártir São Sebastião, também a nossa está segura nas mãos de Deus (cf. Sabedoria 3,1), tão segura que está mesmo tatuada nas palmas das mãos de Deus (cf. Isaías 49,16). Como a dos sete jovens irmãos Macabeus e a do velhinho Eleazar, de 90 anos, como nos mostra hoje a história edificante e exemplar do Segundo Livro dos Macabeus, Capítulos 6 e 7. Portanto, levanta-te, Lamego, Igreja amada e desposada, acariciada, não abandonada (cf. Isaías 62).

4. Levanta-te e vai com os passarinhos, que não semeiam nem ceifam, mas voam e cantam os louvores do nosso Pai, que está nos Céus. Levanta-te e vai com São Sebastião, e enche este mundo de perfume e de unção, de oração e de paixão. Enche este chão bendito de estradas de Jericó, onde passa o próprio Deus, e se debruça sobre o teu pó, e o levanta e o beija.

5. Levanta-te e vai e ama e enche este mundo de bem e de Jesus. Dá tu também, e volta a dar, dá sempre, em cada casa, em cada rua, em cada canto, em cada estrada de Jericó, dá «a razão» (ho lógos) da tua esperança. São Pedro, na sua lição de hoje, interpela-nos a estar sempre prontos, atentos, preparados para dar a quem nos pedir o pão da esperança ou a razão da esperança que há em nós (lógon [perì] tês [en hymîn] elpídos) (cf. 1 Pedro 3,15). O pão e a razão (lógos) são dados concretos, não teóricos e abstratos. A razão (lógos) não é aqui um terreno intelectual ou um objeto do pensamento, uma amálgama de arrazoados, mas uma pessoa: Jesus Cristo. É Ele a razão, o Lógos, que era no principio, agora e sempre (cf. João 1,1-2), Filho de Deus e de Maria, «feito Homem como nós, e que no meio de nós veio habitar» (cf. João 1,14), «pelo qual tudo foi feito, e sem Ele nada foi feito» (João 1,3). Portanto, sem Ele, não haveria passarinhos, nem São Sebastião, nem eu nem tu, minha irmã, meu irmão.

6. É Jesus que São Sebastião, nosso Padroeiro, nos entrega hoje outra vez. Não para o guardarmos em alguma gaveta ou cofre-forte. Mas para o entregarmos generosamente aos nossos irmãos. Quando se celebra um mártir, não sobra lugar para o acidental, o marginal, o acessório. Um mártir não tem adereços. É Jesus que São Sebastião tem nos olhos e no coração. É Jesus a sua «razão» de viver. É Jesus a sua herança. É Jesus a sua esperança. Como quem diz: é Jesus a nossa herança. É Jesus a nossa esperança.

7. Jovem soldado, jovem mártir, São Sebastião, ensina a tua Igreja de Lamego, que proteges com heroica dedicação, a estar sempre pronta, preparada, diligente, para sabermos dar a quem nos pede «a razão» da nossa esperança, para sabermos dar Jesus aos nossos irmãos que no-lo pedem. A tua missão, Sebastião, é ser clarão, entregar a luz de Jesus a cada irmão. Se é a tua missão, é então também a nossa missão nestas estradas de Jericó, em que diariamente nos cruzamos uns com os outros, e onde diariamente soa o mandamento do rosto nu do pobre, por quem tudo posso e a quem tudo devo. Igreja amada de Lamego, «vai, pois, e faz tu também do mesmo modo!».


Lamego, 20 de janeiro de 2018, Solenidade de São Sebastião, Padroeiro principal da nossa Diocese

+ António, vosso bispo e irmão

A Paróquia de S. Tiago de Sande, do Arciprestado de Lamego, celebra, neste ano de 2018, trezentos anos da sua Igreja Matriz. A data que serve de referência é o ano de 1718, gravada numa porta lateral.

A paróquia é mais antiga. O Arquivo Distrital de Viseu, sobre a História Administrativa/Biográfica/Familiar da Paróquia de Sande (Lamego), diz que “o documento mais antigo que faz referência a esta freguesia é de 1251. Trata-se de um prazo feito pelo Cabido e Bispo de Lamego a João Pires, e sua mulher”.

O início das comemorações aconteceu no dia 07 de Janeiro, assinalado com uma sessão solene em que foi apresentada a fundamentação da efeméride e o que se pretende alcançar com as celebrações para vida cristã da comunidade, seguindo-se a celebração da missa dominical da Solenidade da Epifania.

A igreja Matriz é a Mestra da vida cristã comunitária, a Mãe dos filhos baptizados de Sande. Nela nasceram para a vida cristã, se fizeram membros da Igreja e co-responsáveis pela construção de um mundo melhor.

Olhando para a Igreja, vemos muito da história de Sande e a vida de gerações de irmãos que ali rezaram e dali levaram a fé, pelo testemunho cristão, a outras partes de Portugal e do mundo, particularmente pelos emigrantes do passado e do presente. Por ela, queremos honrar o passado, pela herança cristã recebida; viver o presente com todos os que partilham a mesma fé; construir o futuro, abrindo horizontes de comunhão com todos.

A frase “Igreja Matriz, sede e símbolo da unidade paroquial” marcará o ritmo celebrativo deste ano jubilar. Regista um traço que deve caracterizar os povos, as comunidades maiores ou mais pequenas, como sejam as famílias e as paróquias, que é o da união. Mas é também a formulação de um desejo: que os 300 anos da Igreja Matriz sirvam para que os cristãos de Sande se sintam convidados a construir uma comunidade briosa da sua história, suas gentes e costumes, a partir das famílias e das instituições religiosas e civis, delineando o presente e construindo o futuro com os valores humanos e cristãos.

P. José Francisco, in Voz de Lamego, ano 88/07, n.º 4444, 16 de janeiro de 2018

Decorreu, entre os dias 5 e 7 de janeiro a visita Pastoral no nosso Bispo à Paróquia de São Martinho de Moimenta, no arciprestado de Cinfães/Resende.

Durante estes dias o Sr. Bispo teve oportunidade de conhecer melhor a Paróquia, quer geograficamente, quer em termos humanos. Assim, no dia 5visitouos doentes da comunidade, tendo para com todos eles uma palavra de conforto e de esperança, administrando-lhes a Santa Unção e a Sagrada Comunhão.

Ao final da tarde houve oportunidade para a Administração do Sacramento da Santa Unção a todos aqueles que, assim o desejaram, mencionando que este Sacramento é uma carícia de Deus para com os seus filhos, sem reserva de idades. No final da

Celebração foi, também momento de rezar por aqueles que partiram para o Pai antes de nós, visitando o Cemitério.

No dia 6 foi dia de Visitar a Junta de Freguesia de Moimenta. Na mesma tarde houve oportunidade de um contacto mais próximo com os Crismandos, tendo estes a possibilidade de melhor conhecer o Pastor Diocesano. Ao final da tarde houve, também, a possibilidade de um encontro com o Sr. Bispo na Assembleia Paroquial, contando com mais de uma centena de Paroquianos das mais diversas idades, desde os mais pequeninos aos mais velhinhos, que com muita alegria e entusiamo escutaram as palavras do Sr. Bispo.

Na manhã fria, do dia 7 de janeiro, dia da Epifania do Senhor, Moimenta recebeu o seu Pastor D. António Couto.
A manhã era gelada, o azul do céu inundava todo o território moimentense.

A espectativa era grande, os Crismandos estavam alegres e cheio do amor ardente para receber o sacramento do Crisma, as crianças brincavam no adro, mas sempre com o seu olhar fitado para a estrada na expectativa da chegada do pastor diocesano.

O frenesim de todos os paroquianos fazia sentir-se mais que o frio.

Marcava 10:00h, e o Sr. D. António Couto é recebido em clima de festa, os foguetes rebentavam no ar e eisque chega o Pastor a anunciar o Evangelho…

O tapete colocado no adro coloria todo o ambiente festivo, o sorriso do Pastor era contagiante e fazia-se irmão no meio do povo, cada passo era agraciado com uma enorme salva de palmas… fazia mesmo até lembrar a entrada triunfal de Jesus em Nazaré…

Após todos os ministros (acólitos, sacerdote e bispo) se paramentarem, eis que a procissão de entrada se realiza, o incenso queimava e as nuvens de fumo elevavam a nossa oração a Deus, a cruz ia bem alta, e todo o povo entrava na Igreja paroquial de São Martinho de Moimenta.

“Abri as portas a Cristo. Não temais, não tenhais medo. Escancarai o vosso coração ao amor de Deus”, eis que o canto de entrada traduzia mesmo isso… Ao longo do caminho até o altar, o nosso bispo saudava o povo e as crianças, era um clima de família, uma igreja unida em redor do seu Pastor.

Após uma breve saudação do Pároco da freguesia, o qual agradeceu a visita pastoral decorrida naquela semana, D. António Couto começou a cerimónia.

Os olhares atentos das pessoas e emocionados, faziam sentir que Deus estava ali, estava metido naquele seio cristão “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome… Eu estrei no meio deles…”
Toda a mensagem enviada pelo nosso bispo, foi de anúncio e de Boa Nova… à comunidade pedia que fosse uma comunidade de graça sem ter medo de anuncias o Evangelho à semelhança dos Reis Magos, que soubesse embalar os irmãos e que o olhar terno, como se fosse de uma mãe, nos fizesse amar cada vez mais o irmão e o estrangeiro….

Só um coração aberto e terno, pode receber o amor de Deus.

Aos crismandos, solicitou que fossem novos Cristos na Terra, que os seus rostos refletissem o logos a todo o mundo e que eles fossem as estrelas do anúncio de Jesus Cristo.

Só uma comunidade refletida pela luz de Deus pode colher bons frutos e boas obras.

A comunidade solicitou uma oração em igreja unida e, em prol de todos, uma oração de graças também por aqueles que naquele dia eram confirmados na fé e no Espirito…

Toda a celebração foi em clima de alegria e de paz.

Em prol da gratidão pelos dias passados com o pastor, o Senhor Pe. Fabrício Pinheiro em nome da comunidade ofereceu ao Bispo da diocese, um canastro, imagem de referência de Moimenta pelo trabalho agrícola que cá é desenvolvido, bem como um S. Martinho colocado num cepo para que não mais o Sr. Bispo se esquecesse dessa terra. Ambas as peças foram oferecidas pela comunidade e esculpidas por um paroquiano de Moimenta. Do grupo de Crisma houve também uma lembrança para o Pastor: um cajado como símbolo de união entre a comunidade e o Pastor.

A comunidade agradece a visita pastoral realizada pelo seu Pastor, e faz votos que esta se repita por mais vezes, deixando um recado que as Portas da simples e singela aldeia de Fornelos, estará sempre de portas abertas para receber o seu pastor D. António Couto, tal como os corações de todos os moimentenses.

O Pároco: Pe. Fabrício Pinheiro, in Voz de Lamego, ano 88/07, n.º 4444, 16 de janeiro de 2018


Apesar de uma manhã gelada, com 3 graus de temperatura, não faltou o calor humano dos fiéis de S. Pedro de Paus, que se reuniu em força, com entusiasmo e expectativa, para receber o seu novo pároco, junto ao Salão Paroquial.

Após a sua chegada foi saudado, por um elemento do Grupo Folclórico e Etnográfico de S. Pedro de Paus, que ao som da concertina, tocou uma música do seu reportório. Logo de seguida e em cortejo, rumou-se à porta principal da Igreja, onde o Sacristão deu a Cruz a beijar ao novo pároco. Após a paramentação na sacristia, dos padres participantes deu-se início à Eucaristia com cânticos alegres e populares, próprios do dia de Reis.

A Eucaristia foi presidida pelo Pró-Vigário Geral, Sr. Padre João Carlos Morgado, que fez questão de salientar que S. Pedro de Paus deu à Igreja muitas vocações, referindo que atualmente tem cinco sacerdotes e um Bispo, sendo que três pertencem à Igreja Diocesana, dois missionários da Ordem da Boa Nova e o Sr. Bispo D. Manuel Linda que é bispo das Forças Armadas. Prosseguiu dizendo que há 500 anos a Igreja portuguesa teve um papel importante na expansão do cristianismo junto do povo brasileiro, hoje o povo de S. Pedro de Paus, está a receber a recompensa, o Sr. Pe. Bueno, natural do Brasil.

Depois de proferida a homilia, foi lida a carta de nomeação do novo pároco e feita por ele a profissão de fé. De imediato o Sr. Pró-Vigário entregou-lhe a chave da porta da igreja, bem como as chaves do Sacrário, que o Pe. Bueno abriu e diante do qual se manteve uns segundos em oração.

Ao terminar a celebração e ainda antes de se proceder ao tradicional beijar do Menino, o Sr. Pe. Bueno proferiu algumas palavras, salientando que que Jesus disse: “Aquele que diz que me ama mas, não observa os mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele” Que toda a pessoa que é filha de Deus tem de ser alegre, honesta e integra. Porque Deus é assim, porque Deus é amor e a nossa gratidão tem seu ápice na Celebração Eucarística.

Terminada as cerimônias na igreja, houve ainda tempo e oportunidade para um saudável convívio, com um saboroso lanche servido no Salão Paroquial.

Que o povo de S. Pedro de Paus saiba corresponder aos desejos e anseios do novo Pároco.

S. Pedro de Paus, 07 de Janeiro de 2018
Liseta Cardoso, in Voz de Lamego, ano 88/06, n.º 4443, 9 de janeiro de 2018

O frenesim de todos os paroquianos fazia sentir-se mais que o frio, Será que é ele? É o carro do Bispo…. E eis que o pastor chega acompanhado pelo pároco da freguesia, Pe. Fabrício Pinheiro…
Marcava 15h00, e o Sr. D. António Couto é recebido em clima de festa, os foguetes rebentavam no ar.

O tapete colocado no adro coloria todo o ambiente festivo, o sorriso do Pastor era contagiante e fazia-se irmão no meio do povo, cada passo era agraciado com uma enorme salva de palmas… fazia mesmo até lembrar a entrada triunfal de Jesus em Nazaré…

Após todos os ministros (acólitos, sacerdote e bispo) se paramentarem na casa paroquial, eis que a procissão de entrada se realiza, o incenso queimava e as nuvens de fumo elevavam a nossa oração a Deus, a cruz ia bem alta, e todo o povo entrava na Igreja paroquial de Santa Leocádia de Travanca.

Ao longo do caminho até o altar, o nosso bispo saudava o povo e as crianças, era um clima de família, uma igreja unida em redor do seu Pastor.

Após uma breve saudação do Pároco da freguesia, o qual agradeceu a visita pastoral decorrida naquela semana, D. António Couto começou a cerimónia.

Os olhares atentos das pessoas e emocionados, faziam sentir que Deus estava ali, estava metido naquele seio cristão “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome Eu estrei no meio deles”.

Toda a mensagem enviada pelo nosso bispo, foi de anúncio e de Boa Nova. À comunidade pedia que fosse uma comunidade de graça, que soubesse embalar os irmãos e que o olhar terno, como se fosse de uma mãe, nos fizesse amar cada vez mais o irmão e o estrangeiro.

Pediu ainda mais, que à imagem de João Batista, preparássemos os caminhos do senhor, que aplainássemos os nossos corações e o nosso ser, para a chegada do Salvador…

Só um coração aberto e terno, pode receber o amor de Deus.

Aos Crismandos, solicitou que fossem novos Cristos na Terra, que os seus rostos refletissem o logos a todo o mundo…ó uma comunidade refletida pela luz de Deus pode colher bons frutos e boas obras.

A comunidade solicitou uma oração em igreja unida, e em prol de todos, uma oração de graças também por aqueles que naquele dia eram confirmados na fé e no Espirito…

Toda a celebração foi em clima de alegria e de paz, houve tempo também para lembrar todos os irmãos falecidos da comunidade, todos aqueles que partilharam momentos de vida e de fé connosco, ouviu-se um grande Pai-nosso, a mais bela oração ao Abbá…

Em prol da gratidão pelos dias passados com o pastor, o Senhor Pe. Fabrício Pinheiro em nome da comunidade ofereceu ao Bispo da diocese, uma imagem da Sagrada Família de Nazaré, no sentido de como família todos podermos permanecer unidos em Cristo Jesus.

A imagem foi oferecida com muito amor e carinho, o mesmo amor que Maria e José ofereceram Jesus O Salvador do mundo…

Um amor de entrega e de testemunho…

A comunidade agradece a visita pastoral realizada pelo seu Pastor, e faz votos que esta se repita por mais vezes, deixando um recado que as Portas da simples e singela aldeia de Fornelos, estará sempre de portas abertas para receber o seu pastor D. António Couto, tal como os corações de todos os travanquenses.

Marco Cardoso,
in Voz de Lamego, ano 88/05, n.º 4442, 2 de janeiro de 2018


Decorreu, entre os dias 13 e 17 de dezembro a visita Pastoral no nosso Bispo à Paróquia de São Martinho de Fornelos, no arciprestado de Cinfães/Resende.
Durante estes dias o Sr. Bispo teve oportunidade de conhecer melhor a Paróquia, quer geograficamente, quer em termos humanos. Assim, no dia 13 visitou alguns dos doentes da comunidade, tendo para com todos eles uma palavra de conforto e de esperança, administrando-lhes a Santa Unção e a Sagrada Comunhão.

Ao final da tarde celebrou Eucaristia no Santuário do Senhor dos Enfermos administrando o Sacramento da Santa Unção a todos aqueles que, assim o desejaram, mencionando que este Sacramento é uma carícia de Deus para com os seus filhos. No final da Eucaristia foi, também momento de rezar por aqueles que partiram para o Pai antes de nós, visitando o Cemitério.

Já no final do dia visitou a Junta de Freguesia sendo recebido pelo Presidente de Junta e pela sua equipa. O mesmo aconteceu na visita à Sede do Rancho Folclórico de Fornelos, visitando as instalações da Associação.

No dia 16 foi dia de marcar presença no Almoço de Natal do Centro Social da Paróquia de S. Martinho de Fornelos, celebrando antes Eucaristia para os Utentes e colaboradores da Instituição. Na tarde do mesmo dia houve oportunidade de um contacto mais próximo com os Crismandos, tendo estes a possibilidade de melhor conhecer o Pastor Diocesano. Ao final da tarde houve, também, a possibilidade de um encontro com o Sr. Bispo na Assembleia Paroquial.
Na manhã fria, do dia 17 de Dezembro de 2017, III domingo do Advento, o dia da alegria ou o Domingo Gaudete, Fornelos recebeu o seu Pastor D. António Couto.

A manhã era gelada, o azul do céu inundava todo o território fornelense.
A espectativa era grande, os Crismandos estavam alegres e cheio do amor ardente para receber o sacramento do Crisma, as crianças brincavam no adro, mas sempre com o seu olhar fitado para a estrada na expectativa da chegada do pastor diocesano.

O frenesim de todos os paroquianos fazia sentir-se mais que o frio, Será que é ele? É o carro do Bispo…. E eis que o pastor chega acompanhado pelo pároco da freguesia, Pe. Fabrício Pinheiro…
Marcava 10:30h, e o Sr. D. António Couto é recebido em clima de festa, os foguetes rebentavam no ar, as vozes do grupo coral já cantavam bem alto, pois sentiam os passos do pastor a chegar e a anunciar o Evangelho…
O tapete colocado no adro coloria todo o ambiente festivo, o sorriso do Pastor era contagiante e fazia-se irmão no meio do povo, cada passo era agraciado com uma enorme salva de palmas… fazia mesmo até lembrar a entrada triunfal de Jesus em Nazaré…

Após todos os ministros (acólitos, sacerdote e bispo) se paramentarem na casa paroquial, eis que a procissão de entrada se realiza, o incenso queimava e as nuvens de fumo elevavam a nossa oração a Deus, a cruz ia bem alta, e todo o povo entrava na Igreja paroquial de São Martinho de Fornelos.

Sem dúvida, que não fomos nós que escolhemos Deus, foi Ele que nos escolheu, e pediu para anunciar o Evangelho a toda a criatura, eis que o canto de entrada traduzia mesmo isso… Ao longo do caminho até o altar, o nosso bispo saudava o povo e as crianças, era um clima de família, uma igreja unida em redor do seu Pastor.

Após uma breve saudação do Pároco da freguesia, o qual agradeceu a visita pastoral decorrida naquela semana, D. António Couto começou a cerimónia.
Os olhares atentos das pessoas e emocionados, faziam sentir que Deus estava ali, estava metido naquele seio cristão… “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome… Eu estrei no meio deles…”
Toda a mensagem enviada pelo nosso bispo, foi de anúncio e de Boa Nova… à comunidade pedia que fosse uma comunidade de graça, que soubesse embalar os irmãos e que o olhar terno, como se fosse de uma mãe, nos fizesse amar cada vez mais o irmão e o estrangeiro….

Pediu ainda mais, que à imagem de João Batista, preparássemos os caminhos do senhor, que aplainássemos os nossos corações e o nosso ser, para a chegada do Salvador…
Só um coração aberto e terno, pode receber o amor de Deus.

Aos crismandos, solicitou que fossem novos Cristos na Terra, que os seus rostos refletissem o logos a todo o mundo…
Só uma comunidade refletida pela luz de Deus pode colher bons frutos e boas obras.

A comunidade solicitou uma oração em igreja unida, e em prol de todos, uma oração de graças também por aqueles que naquele dia eram confirmados na fé e no Espirito…
Toda a celebração foi em clima de alegria e de paz, houve tempo também para lembrar todos os irmãos falecidos da comunidade, todos aqueles que partilharam momentos de vida e de fé connosco, ouviu-se um grande Pai-nosso, a mais bela oração ao Abbá…

Em prol da gratidão pelos dias passados com o pastor, o Senhor Pe. Fabrício Pinheiro em nome da comunidade ofereceu ao Bispo da diocese, uma imagem da Senhora da Assunção, imagem que é venerada juntamente com o padroeiro São Martinho o qual é lembrada na festa da Assunção no dia 15 de Agosto de cada Ano.

A imagem foi oferecida com muito amor e carinho, o mesmo amor que Maria ofereceu e recebeu nos braços o salvador do mundo…
Um amor de entrega e de testemunho…

A comunidade agradece a visita pastoral realizada pelo seu Pastor, e faz votos que esta se repita por mais vezes, deixando um recado que as Portas da simples e singela aldeia de Fornelos, estará sempre de portas abertas para receber o seu pastor D. António Couto, tal como os corações de todos os fornelenses.

Marco Cardoso,
in Voz de Lamego, ano 88/05, n.º 4442, 2 de janeiro de 2018

No Natal a vida diária ganha uma nova dinâmica. São algumas semanas (quatro para quem cumprir o Advento) em que se pensa, fala e respira Natal. Mas que Natal?

Para os não cristãos é fácil: as prendas, os jantares com os vários grupos de amigos, colegas e familiares, os enfeites da época, e os desejos politicamente corretos de Boas Festas.

Mas para nós é bastante mais complicado e trabalhoso, o que só acrescenta valor a este último mês do ano - é que para nós a festa não é nossa, é de Alguém muito especial, Alguém que enche tanto a nossa vida que o nosso coração transborda e nos leva a partilhar a mensagem com quem nos rodeia: CRISTO NASCEU!

Isto acrescenta á correria habitual da época para ter pronta toda a parte não religiosa, a imensa alegria de praticar a nossa Fé, quer promovendo momentos de oração e meditação, quer participando em convívios entre nós e com os outros elementos da comunidade, fazendo o possível para que ninguém se sinta fora do Amor do Deus Menino.

Assim, e tendo em conta a faixa etária, crianças, jovens e adolescentes tiveram os seus momentos de oração e convívio, em diferentes horários, ao longo do dia 14, sábado; separados, mas não estanques, uma vez que o das crianças beneficiou da colaboração dos jovens, e o dos jovens alegrou-se ainda mais com a colaboração das crianças.

Ao jantar, todos os colaboradores da Paróquia e seus familiares e amigos conviveram fraternalmente e desfrutaram da já habitual rábula preparada pelo GJS com a colaboração das crianças da catequese, momento sempre muito aguardado ( e comentado ao longo de todo o ano...).

Mas porque o Natal tem que ser ainda mais partilhado, dia 23, na Sé, ás 21h, toda a comunidade lamecense teve oportunidade de usufruir duma Encenação de Natal preparada pelos jovens e crianças da catequese, com o apoio do grupo Artdance; encheu a Sé e os nossos corações! Obrigada!

O ponto alto, a Missa do Galo, contou como habitualmente com acólitos, cantores e leitores da catequese da Sé (entre outros) que fazem questão de estar presentes para receber o Menino logo ao primeiro minuto do dia 25, na companhia do nosso Bispo, D. António, do Pro Vigário, P. João Carlos, e dos párocos das duas paróquias da cidade, P. Zé Ferreira, P. Zé Guedes, P. Abrunhosa e P. Marcos. É uma hora cheia de calor humano numa noite fria, e é com muita ternura que beijamos, na imagem do Menino, todos os nossos irmãos.

Respondendo ao convite da Liga dos Amigos do Hospital, o GJS dedicou uma parte da sua tarde do dia 26 a animar os doentes internados no Hospital de Lamego, ação recebida com alegria e emoção pelos utentes.

E é com este espírito fraterno de partilha e amor que a comunidade paroquial da Sé se prepara para entrar em 2018.
A todos desejamos um ano cheio de Saúde, Amor e Paz.
 
IM, in Voz de Lamego, ano 88/05, n.º 4442, 2 de janeiro de 2018

Recolhida na Gruta da Basílica da Natividade, em Belém, na Terra Santa, a 25 de novembro, por uma criança austríaca, este ano um escuteiro de nome Tobias Flachner, a “Luz da Paz de Belém” foi partilhada em Viena de Áustria, por escuteiros de todo o mundo, no dia 16 de dezembro depois de no dia 13 de Dezembro de 2017 ter sido entregue ao Papa Francisco.

Foi transportada para a Sé do Porto, por 4 escuteiros do Corpo Nacional de Escutas, onde chegou, às 17 horas, do dia 17 de dezembro, iniciando, assim, a celebração Eucarística.

Na celebração da Eucaristia, presidida pelo Governador Apostólico do Porto, D. António Augusto Azevedo, participaram as 20 regiões escutistas que correspondem às Dioceses, e delegações da Cáritas, que serão os agentes da distribuição da Luz da Paz pelo território, com o objetivo de partilha pelos hospitais, cadeias, instituições e comunidades, querendo chegar a todas as famílias.

Neste ano de tantas calamidades e sofrimento o tema desta atividade é “Luz para Viver – na Luz da Paz vivemos Cristo”, e querendo exprimir que Jesus Cristo, nascido há mais de 2000 anos naquela Gruta, em Belém, significa Aquele que é denominado, a Luz do Mundo e o Príncipe da Paz. Esta Luz ganha, assim, o sentido de Esperança e de Amor, tão essenciais para a vida quotidiana, mas que têm na celebração do Natal um alto lugar de irradiação.

Esta iniciativa do CNE tem este ano outra dimensão pela associação da campanha da Cáritas “10 milhões de Estrelas- um Gesto pela Paz” que propõe um gesto concreto de adesão à Paz, através da aquisição de uma vela para ser acesa na noite (dia 24) de Natal.

A iniciativa conjunta reuniu mais de um milhar de participantes na celebração do Porto que cobre os cerca de 74.000 escuteiros do país para além das suas comunidades, pretendendo, assim, conseguir uma cobertura total do território nacional.
Esta iniciativa começou em 1986, pela Austrian Broadcasting Company como parte de uma iniciativa de caridade para crianças em dificuldades na Áustria e em países dos arredores.

Desde 1989, que tem sido concretizada em cooperação com os escuteiros e guias de inúmeros países, o que permite que a Luz seja partilhada pela Europa e fora dela, ganhando assim, a iniciativa um âmbito mundial.
E de candeia em candeia esta chama que foi acesa em Belém e que já percorreu cerca de 6000 quilómetros sem nunca se apagar, chega, finalmente a 19/12/2017 pelas 18,30h à Sé Catedral de Lamego.

Com a presença do nosso Bispo esta Luz foi partilhada pelos Agrupamentos da Região por elementos da Caritas que a transportaram para toda a Diocese.

Agora é na nossa vez de aquecer os nossos corações com a Luz da Paz de Belém. Esta luz que é ao mesmo tempo tão frágil e tão poderosa. Frágil porque é apenas uma pequena chama numa vela; poderosa pelo que representa e transmite ao coração de cada um.

Fica no coração de quantos participaram nesta cerimónia o convite do nosso Bispo:
“Recebei esta Luz da Paz que nos chega de Belém e partilhai-a com cada pessoa que encontrardes. Que este gesto de partilha leve o amor do Menino Deus a todos quantos a recebam e através dela a sua mensagem de Paz e Salvação.”

Pe Mergulhão
Assistente Regional do CNE,  in Voz de Lamego, ano 88/05, n.º 4442, 2 de janeiro de 2018

Chamávamos-lhe Padre Zelito, era Missionário Espiritano, natural desta paróquia e o Senhor chamou-o a Si há pouco mais de um ano; depois de lhe celebrar o aniversário da morte, a sua Congregação apressou-se a fazer-lhe uma homenagem na Penajóia, a sua terra natal. Fê-lo no dia 30 de Dezembro.

Vieram espiritanos homenagear o seu irmão missionário, desde o Bispo Emérito de S. Tomé e Príncipe, D. Abílio Ribas, que é Espiritano, o P.e Tony Neves, Superior Provincial de Portugal e alma mater desta homenagem, o P.e Pedro Fernandes, 1º Assistente Provincial dos Espiritanos em Portugal, o P.e Óscar Moura Guedes, também Espiritano e natural da Penajóia, quase duas dezenas de colegas de Missão e trabalho, três dos últimos Párocos da Penajóia, que conviveram e acompanharam a actividade missionária do P. e Zelito. A presidir à Eucaristia, esteve o nosso Bispo de Lamego, D. António Couto, e não faltou D. Jacinto Botelho, bem conhecido na sua e nossa Diocese de Lamego. Muitos leigos, vindos de vários lugares se associaram à homenagem que era de saudade e gratidão pelo trabalho e convivência com o P. Zelito. Como não podia deixar de ser, associou-se a paróquia da Penajóia, que muito fica a dever ao seu filho missionário, que a família chorou, os amigos hão-de lembrar e todos puderam homenagear nesse dia.

Abriu a sessão de homenagem o P. Tony Neves, que colocou diante nós a Missão e, nela, a missão do P.e Zelito, a quem dedicou todo o espaço de uma revista, profusamente difundida antes e no fim da celebração; seguiu-se palavra do P.e Pedro Fernandes, e a figura do homenageado foi realçada como a de um missionário que se entregou «de corpo inteiro» ao seu trabalho na Igreja, como havia dito também o P.e Tony Neves.

A concelebração rematava a parte mais importante da homenagem; já dissemos que presidiu o nosso Bispo, que numa bela homilia pôs diante de nós a celebração da Sagrada Família e explicou com beleza e sabedoria o significado do nome das pessoas que intervieram na apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém, o texto do dia. Como Bispo que conhece bem o trabalho missionário, a sua palavra e testemunho sobre o P. Zelito foi o coroar de uma celebração/homenagem que a Congregação quis prestar a um dos seus membros que serviu de alma coração o trabalho a que se dedicou e lhe foi confiado. Durante a Eucaristia, os sobrinhos do P.e Zelito prestaram a sua homenagem ao tio amigo e missionário, apresentando uma coreografia simples mas cheia de significado. Os mais pequenos participaram no cortejo das Oferendas e levaram ao Altar símbolos e realidades que exprimiam a actividade do P. Zelito e a celebração na festa da homenagem que lhes prestavam. Uma das irmãs agradeceu em nome da Família a presença de todos. E uma série de testemunhos deu a conhecer a todos algumas facetas da vida e acção do P.e Zelito, desde a Paróquia, a vida com a Família, o contacto e acção com os vários Núcleos de Jovens e Adultos que o P. Zelito acompanhou e a que deu muito do seu esforço e dedicação à causa missionária, que é a causa da Igreja.

O Pároco da Penajóia, P. José Fernando Mendes, agradeceu a presença de todos, convidando-os também para um convívio no Salão Paroquial, que foi um bom momento de encontro com os amigos que vieram de tantos lugares e alguns emigrantes que puderam recordar tempos de vida que ainda não esqueceram.

Pe. Armando Ribeiro, in Voz de Lamego, ano 88/05, n.º 4442, 2 de janeiro de 2018

Tal como previsto, decorreu, entre os dias 26 (jantar) e 29 (almoço), o Retiro Espiritual para o clero de Lamego. O encontro, que contou com mais de três dezenas de participantes e decorreu nas instalações da Obra Kolping, Lamego, foi orientado por D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga. Na Eucaristia do último dia, presidida por D. António Couto, rezámos o Ofício de Defuntos, sufragando todos os membros do nosso presbitério já falecidos.

Entre os diferentes momentos de cada dia (oração, celebração, meditação, adoração, leitura, descanso…), destaque para as conferências do orientador, durante as quais os participantes foram convidados a escutar a Palavra de Deus e a confrontarem-se com os ensinamentos, exemplos e convites evangélicos. As passagens bíblicas proclamadas, os textos distribuídos e sugeridos, bem como as palavras proferidas procuraram motivar os sacerdotes a um tempo de encontro com o Senhor que ama, chama e envia a anunciar o amor de Deus por todos e cada um.

O amor real que o Senhor nos dedica, que se experimenta em gestos concretos e nada tem a ver com o mundo virtual, exige proximidade com os irmãos por parte de quem se diz cristão, tal como sublinhado por Bento XVI: “Quem aprende de Deus-amor revela-se pessoa para os outros” (Fátima, 2010). Assim, muito mais importante do que querer saber quem é o meu próximo será conseguir ser próximo de quem encontro. É esta a experiência que fazemos do amor de Deus em Jesus Cristo.

Na vivência de tal amor, identificamos o acolhimento como atitude singular, proporcionando encontro e alimentando relacionamentos. E quantas vezes o saber acolher contribui para a mudança, do próprio e do outro! Jesus acolhe de maneira única e deixa o exemplo e o convite a não julgar apressadamente, a não rotular indevidamente, a não fechar a porta à possibilidade de mudança, a detestar o mal e a amar o pecador.

O amor que leva a ser próximo e a saber acolher permite, também, concretizar a correcção fraterna, ou seja a “falar com” em vez de um “falar de”. De resto, este tem sido um repetido “refrão” nas palavras do Papa Francisco, apelando à frontalidade e à verdade. Aquela correcção, protagonizada com caridade e com o bem, permite exercitar a amizade de quem toma a iniciativa e a humildade de quem é seu destinatário.

E tudo deve contribuir para a alegria de servir e para avançar, conscientes de que partilhamos uma via sinodal e de que devemos contribuir para a fraternidade mística sacerdotal que deve testemunhar-se no presbitério diocesano (EG 92).

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/05, n.º 4442, 2 de janeiro de 2018

SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, RAINHA DA PAZ


1. Oito dias depois da Solenidade do Natal do Senhor, que a liturgia oriental designa significativamente por «a Páscoa do Natal», eis-nos no Primeiro Dia do Ano Civil de 2018, tradicionalmente designado como Dia de «Ano Bom», a celebrar a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, Rainha da Paz.

2. A figura que enche este Dia, e que motiva a nossa Alegria, é, portanto, a figura de Maria, na sua fisionomia mais alta, a de Mãe de Deus, como foi solenemente proclamada no Concílio de Éfeso, em 431, mas já assim luminosamente desenhada nas páginas do Novo Testamento.

3. É assim que a encontramos no Lecionário de hoje. Desde logo naquela menção sóbria com que Paulo se refere à Mãe de Jesus, escrevendo aos Gálatas: «Deus mandou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei» (Gálatas 4,4). Nesta linha breve e densa aparece compendiado o mistério da Incarnação, ao mesmo tempo que se sente já pulsar o coração da Mariologia: Maria não é grande em si mesma; é, na verdade, uma «mulher», verdadeiramente nossa irmã na sua condição de humana criatura. Não é grande em si mesma, mas é grande por ser a Mãe do Filho de Deus, e é aqui que ela nos ultrapassa, imaculada por graça, bem-aventurada, nossa mãe na fé e na esperança. Maria não é grande em si mesma; vem-lhe de Deus essa grandeza.

4. O Evangelho deste Dia de Maria (Lucas 2,16-21) guarda também uma preciosidade, quando Lucas nos diz que «todos os que tinham escutado as coisas faladas pelos pastores ficaram maravilhados (ethaúmasan), mas Maria guardava (synetêrei) todas estas palavras (tà rhêmata), compondo-as (symbállousa) no seu coração» (Lucas 2,18-19). Em contraponto com o espanto de todos os que ouviram as palavras dos pastores, Lucas pinta um quadro mariano de extraordinária beleza: «Maria, ao contrário, guardava todas estas palavras, compondo-as no seu coração». Há, portanto, o espanto e a maravilha que se exprimem no louvor e no canto de todos, e há também o espanto e a maravilha que se exprimem no silêncio e na escuta qualificada de Maria. Maria, a Senhora deste Dia, aparece a guardar com ternura todas estas palavras e acontecimentos. O verbo guardar implica atenção carinhosa, como quem leva em suas mãos uma coisa preciosa. Este guardar atencioso e carinhoso não é, porém, o ato de um momento, mas a atitude de uma vida, como diz bem o uso do verbo grego no imperfeito, que implica duração.

5. O outro verbo belo mostra-nos Maria como compositora, que compõe, «põe em conjunto», verbo grego symbállô, isto é, simboliza, organiza, para melhor saborear e compreender e fazer compreender. É como quem compõe um Poema, uma Sinfonia, e se entretém e deleita a vida inteira a trautear essa melodia e a conjugar novos acordes de alegria.
 
6. Esta solicitude maternal de Maria, habitada por esta imensa melodia que nos vem de Deus e nos reconcilia, levou o Beato Papa Paulo VI, a associar, desde 1968, à Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a celebração do Dia Mundial da Paz. Basta fazer bem as contas para nos apercebermos que celebramos Hoje o 51.º Dia Mundial da Paz. O Papa Francisco deu à sua mensagem para este dia de Maria o título oportuno e significativo de «Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca da paz». Com este dizer, o Papa desenha uma vez mais diante de todos os homens e mulheres de boa vontade o cenário do mundo de que somos nós hoje os habitantes, e de que devemos ser também os cuidadores. Os muitos e diversificados grupos de homens e mulheres, nossos irmãos e irmãs, que hoje se movimentam no mundo, fazem-no fugindo de situações de guerra, de fome e de miséria, e vão em busca da paz e da dignidade perdidas. Nós sabemos que a justiça é o sabor que vem de Deus, e que a paz não é a paz romana, assente no poder das armas, nem a paz do judaísmo palestinense, assente nos acordos entre as partes. Na verdade, nem reparamos que é um contrassenso combater pela Paz, e quando nos sentamos a fazer acordos de Paz, é porque já antes perdemos a razão. A paz é primeira. É um Dom de Deus para todo o ser humano que vem a este mundo. Portanto, num mundo tantas vezes às avessas, o Papa exorta-nos a aprender outra vez a acolher, proteger, promover e integrar. A paz é um Dom de Deus! A Paz é Jesus, de acordo com a lição da Carta de S. Paulo aos Efésios (2,14). Portanto, mais do que conquistá-la, é preciso rezá-la e recebê-la; recebê-la e partilhá-la.

7. De Deus vem sempre um mundo novo, belo, maravilhoso. Tão novo, belo e maravilhoso, que nos cega, a nós que vamos arrastando os olhos cansados pela lama. Que o nosso Deus faça chegar até nós tempo e modo para ouvir outra vez a extraordinária bênção sacerdotal, que o Livro dos Números guarda na sua forma tripartida: «O Senhor te abençoe e te guarde./ O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável./ O Senhor dirija para ti o seu olhar e te conceda a paz» (Números 6,24-26).

8. Olhada por Deus com singular olhar de Graça foi Maria, também Pobre, também Feliz, Bem-aventurada, Santa Maria Mãe de Deus, que hoje celebramos em uníssono com a Igreja inteira. Para ela elevamos hoje os nossos olhos de filhos enlevados.

9. Mãe de Deus, Senhora da Alegria, Mãe igual ao Dia, Maria. A primeira página do ano é toda tua, Mulher do sol, das estrelas e da lua, Rainha da Paz, Aurora de Luz, Estrela matutina, Mãe de Jesus e também minha, Senhora de Janeiro, do Dia primeiro e do Ano inteiro. Acaricia-nos, Mãe. Senta-nos em casa ao redor do amor, do coração. Somos tão modernos e tão cheios de coisas estes teus filhos de hoje! Tão cheios de coisas e tão vazios de nós mesmos e de humanidade e divindade! Temos tudo. Mas falta-nos, se calhar, o essencial: a tua simplicidade e alegria. Faz-nos sentir, Mãe, o calor da tua mão no nosso rosto frio, insensível, enrugado, e faz-nos correr, com alegria, ao encontro dos pobres e necessitados, dos migrantes e refugiados.

10. Que seja, e pode ser, Deus o quer, e nós também podemos querer, um Ano Bom, cheio de Paz, de Pão e Amor, para todos os irmãos que Deus nos deu!

Que Deus nos abençoe e nos guarde,
Que nos acompanhe, nos acorde e nos incomode,
Que os nossos pés calcorreiem as montanhas,
Cheios de amor, de paz e de alegria,
Que a tua Palavra nos arda nas entranhas,
E nos ponha no caminho de Maria.

O amor verdadeiro está lá sempre primeiro.
O fiat que disseste, Maria, é de quem se fia
Num amor maior do que um letreiro.
Vela por nós, Maria, em cada dia
Deste ano inteiro,
Para que levemos a cada enfermaria,
A cada periferia,
Um amor como o teu, primeiro e verdadeiro.


Lamego, Igreja Catedral, 01 de Janeiro de 2018, Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e 51.º Dia Mundial da Paz

+ António, vosso bispo e irmão

Na passada sexta-feira, dia 15, aconteceu no Seminário de Lamego a tradicional ceia de Natal. Nesta estiveram presentes o Bispo da nossa Diocese, D. António Couto, D. Jacinto, Bispo emérito, toda a comunidade do nosso Seminário, as famílias dos seminaristas, os párocos, a comunidade do Seminário Interdiocesano de São José, padres amigos, religiosas e amigos do seminário.

Iniciou-se pelas 18.30h com uma Missa presidida pelo nosso Bispo, onde foi instituído acólito o seminarista Diogo Dias Martinho. D. António referiu que todos devemos viver a alegria, a paz e a união que o Menino que Vem nos traz. Referiu ainda que o seminarista instituído está cada vez mais perto do altar e que por isso cada vez mais perto da meta, de ser anunciador do Evangelho. Terminou frisando que estava muito contente por este convívio e pedindo que rezássemos pelo novo acólito e por todos os seminaristas.

De seguida houve a ceia, onde todos conviveram com verdadeira fraternidade e alegria, havendo ainda um momento musical interpretado por dois seminaristas menores e um poema declamado pelo seminarista instituído. Por último houve a troca de prendas entre toda a comunidade do seminário.

 

André Nascimento, 1º Ano, in Voz de Lamego, ano 87/55, n.º 4441, 19 de dezembro de 2017

Nos passados dias 1, 2 e 3 de dezembro, um grupo de jovens reuniu-se para um encontro com Deus, um tal de “Convívio Fraterno”, o 1335, no Seminário Menor de Resende. Eu era uma dessas jovens, e como todos eles não sabia o que era este convívio e o que ele ia mudar em mim.

Hoje posso dizer que foi um dos mais bonitos fins-de-semana da minha vida, senão o mais bonito. Cheguei a medo, cheia de dúvidas que nem eu sabia que tinha, e, quando dei por mim, abri-Lhe a porta, Ele entrou, e eu fiquei a “rebentar pelas costuras” de felicidade.

AMOR: DEUS É AMOR. Dei amor, dei tanto amor, podem crer que recebi a dobrar! Senti-O em cada abraço, em cada olhar, em cada gesto, em cada palavra, Ele estava ali (está aqui).

Agora, no quarto dia (que vai ser o resto da minha vida), tenho a chama ainda muito viva, a “taça a transbordar”, estou a um ritmo diferente, em paz, feliz, com muito amor para dar. E sei que não estou sozinha nos desafios que a vida tem para mim: para além de Deus, tenho todos os irmãos que Ele me deu, que me ajudarão se a minha chama algum dia se fizer pequenina, a Família Conviva, a minha Mão de Deus, a materialização do Abraço de Deus.

E tu, meu irmão ou minha irmã, “atreve-te a viver por amor”. É próprio de Deus ser amor e é próprio do amor ser para dar. Dá amor, entrega a tua vida a Ele, confia, e descobre a felicidade.

Daniela Peixoto, in Voz de Lamego, ano 87/55, n.º 4441, 19 de dezembro de 2017

No passado dia 16 de dezembro realizou-se em Vila Nova de Paiva mais um encontro organizado pelo Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens de Lamego (DDPJ Lamego). Anteriormente haviam estado em Cinfães (25 de novembro) e em São João da Pesqueira (9 de dezembro).


Tendo como principal objetivo ajudar-nos a preparar para o Natal, dando-nos linhas orientadores para caminharmos durante o tempo do Advento, foi-nos proposto o tema “1 Presente para nós…”.
Após um acolhimento bastante animado e da Oração Inicial, havia uma surpresa preparada! Estava embrulhada e portanto, para que fosse possível prosseguir com a dinâmica, tivemos de a desembrulhar e tentar descobrir o que era. Deparamo-nos com umas tábuas de madeira, algumas ferramentas e um manual de instruçõ

es. Depois de unirmos todas as peças, o resultado final foi uma manjedoura em tamanho real, a qual permaneceu diante de nós durante todo o dia e nos fazia recordar que Jesus não nasceu num palácio mas num simples estábulo… na simplicidade.
Em seguida fomos desafiados a jogar ao “Quem quer um presente de Advento?”, (uma espécie de “Quem quer ser milionário?). É verdade que, normalmente, os presentes recebem-se no Natal e não no Advento! No entanto, de forma divertida, fomos aprendendo que o nosso Deus é tão generoso que nos oferece vários presentes durante este período preparatório: Personagens; Símbolos; Temáticas; Celebrações e até algumas curiosidades que nos estimulam a “endireitar as veredas” da nossa vida e nos vão fazendo desejar a chegada do grande dia.


Posto isto, a Equipa DDPJ, apresentou-nos a Parábola do Bom Samaritano com uma mensagem bastante clara: um jovem cristão deve fazer-se próximo dos outros! Num tempo em que cada vez mais se “pratica” a AUSÊNCIA, Deus pede-nos que marquemos pela PRESENÇA. Neste Natal nós podemos fazer a diferença, estando presentes.


Todos os dias somos bombardeados com notícias desoladoras de milhares de pessoas que vivem sozinhas; outras que vivem nas ruas; outras que passam fome, entre outras calamidades sociais, e se todos fizéssemos um exame interior veríamos que é muito fácil oferecer alguma felicidade a estas pessoas, como por exemplo dando-lhes um simples abraço.


Estamos habituados a ver o Menino Jesus nas Igrejas ou em nossas casas, mas porque não levar a Sua imagem às pessoas que vivem nos lares de idosos, aos doentes, aos que passam o Natal nos hospitais ou na prisão?
Nesta linha, fomos convidados a fazer silêncio durante alguns minutos e a viver um momento de reflexão individual intitulado “Lista de presentes”. Quais são os presentes que queremos mesmo pedir a Deus este ano?
Depois de reconfortarmos o estômago com um abundante almoço partilhado, retomamos as atividades e aprendemos uma música de Advento. Uma parte dessa música foi gravada para ser publicada nas redes sociais do DDPJ com uma contagem decrescente até ao dia de Natal!


Antes da Oração Final, todos tivemos a possibilidade construir uma mini-manjedoura. A realização dessa mini-lembrança fez com que refletíssemos que naquela simples manjedoura tinha sido colocado o melhor Presente que alguma vez Deus nos podia ter dado: o seu próprio filho! Nesta linha, constatamos que neste tempo do Advento também temos de fazer do nosso coração uma manjedoura: simples e disponível para acolher Jesus.
Todos nós certamente já ouvimos esta frase “O Natal é quando o Homem quiser!”, e é verdade. De facto, podemos fazer com que Jesus nasça na nossa vida sempre que nós quisermos, podemos fazer de qualquer dia um dia especial (dia de Natal), mas não convém que façamos do dia de Natal um dia qualquer. Devemos esperar ansiosamente por ele e prepará-lo.


Obrigado por nos terem proporcionado este dia. Depois deste encontro com Jesus, tal como os Reis Magos, não voltamos “pelo mesmo caminho”, não voltamos iguais para as nossas casas.

Beatriz Oliveira e Flávia Matos,
Jovens da Paróquia de Lalim
in Voz de Lamego, ano 87/55, n.º 4441, 19 de dezembro de 2017

Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz


1. Votos de paz
Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal,[1] é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz».[2] E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.
Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.
Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados. Praticando a virtude da prudência, os governantes saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas, «nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido, [para] lhes favorecer a integração»[3]. Os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmónico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir.[4]

2. Porque há tantos refugiados e migrantes?
Na mensagem para idêntica ocorrência no Grande Jubileu pelos 2000 anos do anúncio de paz dos anjos em Belém, São João Paulo II incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos de «uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas étnicas”»[5] que caraterizaram o século XX. E até agora, infelizmente, o novo século não registou uma verdadeira viragem: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.
Todavia as pessoas migram também por outras razões, sendo a primeira delas «o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir».[6] As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. Além disso, como sublinhei na Encíclica Laudato si’, «é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental».[7]
A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.

Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm a peito a tutela de todos os seres humanos.[8] Todos os elementos à disposição da comunidade internacional indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.

3. Com olhar contemplativo
A sabedoria da fé nutre este olhar, capaz de intuir que todos pertencemos «a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha».[9] Estas palavras propõem-nos a imagem da nova Jerusalém. O livro do profeta Isaías (cap. 60) e, em seguida, o Apocalipse (cap. 21) descrevem-na como uma cidade com as portas sempre abertas, para deixar entrar gente de todas as nações, que a admira e enche de riquezas. A paz é o soberano que a guia, e a justiça o princípio que governa a convivência dentro dela.
Precisamos de lançar, também sobre a cidade onde vivemos, este olhar contemplativo, «isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças (...), promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça»,[10] por outras palavras, realizando a promessa da paz.
Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem. Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde não abundam os recursos.
Este olhar contemplativo saberá, enfim, guiar o discernimento dos responsáveis governamentais, de modo a impelir as políticas de acolhimento até ao máximo dos «limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido»,[11] isto é, tomando em consideração as exigências de todos os membros da única família humana e o bem de cada um deles.
Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados.

4. Quatro pedras miliárias para a ação
Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar.[12]
«Acolher» faz apelo à exigência de ampliar as possibilidades de entrada legal, de não repelir refugiados e migrantes para lugares onde os aguardam perseguições e violências, e de equilibrar a preocupação pela segurança nacional com a tutela dos direitos humanos fundamentais. Recorda-nos a Sagrada Escritura: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos».[13]
«Proteger» lembra o dever de reconhecer e tutelar a dignidade inviolável daqueles que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança, de impedir a sua exploração. Penso de modo particular nas mulheres e nas crianças que se encontram em situações onde estão mais expostas aos riscos e aos abusos que chegam até ao ponto de as tornar escravas. Deus não discrimina: «O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva».[14]
«Promover» alude ao apoio para o desenvolvimento humano integral de migrantes e refugiados. Dentre os numerosos instrumentos que podem ajudar nesta tarefa, desejo sublinhar a importância de assegurar às crianças e aos jovens o acesso a todos os níveis de instrução: deste modo poderão não só cultivar e fazer frutificar as suas capacidades, mas estarão em melhores condições também para ir ao encontro dos outros, cultivando um espírito de diálogo e não de fechamento ou de conflito. A Bíblia ensina que Deus «ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário»; daí a exortação: «Amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egito».[15]
Por fim, «integrar» significa permitir que refugiados e migrantes participem plenamente na vida da sociedade que os acolhe, numa dinâmica de mútuo enriquecimento e fecunda colaboração na promoção do desenvolvimento humano integral das comunidades locais. «Portanto – como escreve São Paulo – já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus».[16]

5. Uma proposta para dois Pactos internacionais
Almejo do fundo do coração que seja este espírito a animar o processo que, no decurso de 2018, levará à definição e aprovação por parte das Nações Unidas de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados. Enquanto acordos partilhados a nível global, estes pactos representarão um quadro de referência para propostas políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença.
De facto, o diálogo e a coordenação constituem uma necessidade e um dever próprio da comunidade internacional. Mais além das fronteiras nacionais, é possível também que países menos ricos possam acolher um número maior de refugiados ou acolhê-los melhor, se a cooperação internacional lhes disponibilizar os fundos necessários.
A Secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sugeriu 20 pontos de ação[17] como pistas concretas para a implementação dos supramencionados quatro verbos nas políticas públicas e também na conduta e ação das comunidades cristãs. Estas e outras contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias.

6. Em prol da nossa casa comum
Inspiram-nos as palavras de São João Paulo II: «Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”».[18] Ao longo da história, muitos acreditaram neste «sonho» e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável.
Entre eles conta-se Santa Francisca Xavier Cabrini, cujo centenário do nascimento para o Céu ocorre em 2017. Hoje, dia 13 de novembro, muitas comunidades eclesiais celebram a sua memória. Esta pequena grande mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos conceda a todos fazer a experiência de que «o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que praticam a paz».[19]

Vaticano, 13 de novembro – Memória de Santa Francisca Xavier Cabrini, Padroeira dos migrantes – de 2017.

Franciscus

Com dezembro, chega o Natal e com o seu aproximar, chegam as tradicionais festas. Este ano, sem exceção, a família do Centro Diocesano de Promoção Social reuniu-se, no passado dia quinze, para celebrar o Natal. Neste momento de encontro de todas as gerações, estiveram presentes as crianças do Centro Infantil “Mãe Admirável, os formandos da Escola de Formação Social e da Escola Profissional de Lamego e os utentes do Clube de Idosos e da Casa de S. José.

As festividades tiveram início ao final da manhã com a Eucaristia, presidida pelo Sr. Pro Vigário Geral, Pe. José Carlos Morgado. Para além do Presidente do CDPS, Con. Manuel Leal e do Vice-Presidente, Con. José Manuel Melo, honraram-nos com a sua presença o Sr. Reitor do seminário Maior de Lamego, Pe. Joaquim Dionísio e Monsenhor Armando dos Santos, Capelão da Casa de S. José. Um momento de partilha e comunhão, em que se relembrou a verdadeira essência do Natal.
Depois do almoço, os diferentes intervenientes subiram ao palco e mostraram os seus talentos, num espetáculo subordinado às temáticas Comunidade, Família e Religião, em que os princípios da equidade, solidariedade, caridade, união, fé e esperança, foram transversais a todas as atuações.  

No final, ficam as palavras do Presidente do CDPS, que nos relembrou que «o Natal é Jesus feito Menino, para O adorarmos e glorificarmos, como Maria e José, os Anjos e os Pastores, que há mais de dois mil anos, cantam sem cessar: ”Glória a Deus nas alturas e, Paz na Terra, aos Homens por Ele amados”. Jesus é a maior prenda que podemos oferecer uns aos outros. É a prenda mais barata, mas a melhor, a mais significativa, a mais reconfortante e a mais “urgente”. Assim sendo, só um Coração Aberto e Disponível é capaz de celebrar Natal, de viver Natal, de testemunhar Natal e de dar Natal».

A Direção do CDPS deseja a todos os colaboradores, utentes das diversas respostas sociais, aos formandos da Escopal e da Esfosol e às suas famílias, Um Santo e Feliz Natal.


A Direção do CDPS,
in Voz de Lamego, ano 87/55, n.º 4441, 19 de dezembro de 2017

Decorreu, entre os dias 28 de novembro e 3 de dezembro, a visita pastoral do nosso Bispo à paróquia de Santo André de Souselo, no arciprestado de Cinfães/Resende.


Durante estes dias o Sr. Bispo teve oportunidade de conhecer melhor a paróquia, quer geograficamente, quer em termos humanos. Assim, no dia 28 visitou o centro escolar de Fonte Coberta onde contactou com mais de 100 crianças do pré-escolar e do 1º ciclo. Aqui teve oportunidade de conversar com os mais pequeninos da paróquia que se mostraram muito interessados em saber coisas sobre a vida do Sr. Bispo. Na E. B. 2/3 de Souselo “deu aulas” a uma turma do 6º ano e a outra do oitavo onde foi questionado sobre temas da atualidade.


No dia 29 visitou a Junta de Freguesia sendo recebido pelo Presidente da Câmara, Comandante dos Bombeiros de Nespereira e membros da Junta e da Assembleia de Freguesia. Aí visitou as instalações da secção de Bombeiros e as instalações da Junta e deixou uma palavra sobre o trabalho dos autarcas locais desafiando os presentes a colocarem-se ao serviço da comunidade. Ainda nesse dia visitou a Associação de Solidariedade Social de Souselo onde, depois de visitar as instalações, celebrou a Eucaristia e administrou o Sacramento da Santa Unção aos utentes da instituição e a cerca de duzentas pessoas da comunidade que quiseram associar-se a esta celebração. No final benzeu uma nova viatura destinada ao transporte de pessoas com mobilidade reduzida.


O dia trinta foi dedicado a visitar pessoas idosas e doentes, nas suas casas, percorrendo assim os diversos lugares da paróquia, administrando a Sacramento da Santa Unção e deixando uma palavra de conforto e carinho aos doentes e aos que cuidam diariamente deles. Ao final da tarde celebrou a Eucaristia da festa de Santo André, nosso padroeiro.


No dia um celebrou eucaristia para as cerca de duzentas crianças e adolescentes da catequese. Uma oportunidade para sentir a alegria das crianças em o receberem e deixar palavras de desafio aos mais novos, convidando-os a serem apóstolos da bondade e da ternura de Deus juntos das suas famílias e colegas. Durante a tarde reuniu com os crismandos e com os colaboradores da paróquia deixando, também, um desafio a que todos se coloquem ao serviço do evangelho.
O dia dois foi dedicado aos que já partiram para o Pai. Celebrou eucaristia na Igreja Paroquial e na capela de escamarão, visitando os cemitérios onde rezou pelos que já partiram. Ao final da tarde reuniu com as diversas associações recreativas, culturais e desportivas tendo oportunidade de sentir o dinamismo associativo da freguesia e deixando o desafio a que, também elas, sejam associações de proximidade levando a alegria a todos.


0 dia três foi dedicado à celebração da eucaristia dominical e á celebração do sacramento do Crisma. Na eucaristia administrou este sacramento a cinquenta adolescentes e adultos da nossa comunidade desafiando todos a que se deixem tocar pelo Espírito Santo.


Durante os dias que passou entre nós aproveitou a refeição do jantar para estar com os ministros da comunhão, com os membros do conselho económico e com os acólitos. Oportunidade para refletirmos sobre a missão de cada grupo e sobre os desafios que se colocam no serviço da paróquia.


Bem-haja D. António, pela sua presença afetuosa, pela sua palavra provocadora e desafiante, pelo carinho demonstrado e pela paciência que teve em a todos acolher. A sua passagem deixou um rasto de fé e esperança como deixa perceber o  : “Vejo um ramo de amendoeira”.

Pe. António Morgado, in Voz de Lamego, ano 87/55, n.º 4441, 19 de dezembro de 2017

Vendaval do Natal

Hoje é Dia de Natal.
É Dia de Jesus.

O Natal é um imenso caudal
De luz
E de alegria:
Hemorragia
De Jesus.

Há quem pense amansá-lo e enlatá-lo,
Domesticá-lo,
E depois tomá-lo em pequenos comprimidos,
Mais ou menos à razão de um por dia.
Mas o Natal não se pode comprá-lo
Ou aviá-lo por receita.
Nem cumprimentá-lo,
Quer com a mão esquerda quer com a direita.

O Natal não tem regra ou etiqueta.
Não se pode semeá-lo
Na jeira ali ao lado.
Não se pode trocá-lo
Por qualquer bugiganga à venda no mercado.

Este vendaval,
Que se chama Natal,
Só podemos deixá-lo entrar por nós adentro aos borbotões,
Até que rebentem os portões,
E caiam um a um todos os botões.
Também o mofo e o verdete que há nos corações
Serão levados na torrente,
E também tudo o que apenas é corrente,
Banal ou indiferente.
Só ficaremos mesmo eu e tu, menino,
Só mesmo nós os dois,
Lado-a-lado ou frente-a-frente.


Esta mensagem, e a roupagem com que se veste, não é passível de etiquetas rápidas. Só quer dizer Jesus da maneira mais bela que o sei fazer. Desejo a todos os meus irmãos e irmãs, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, fiéis leigos, doentes, idosos, jovens e crianças, emigrantes, das 223 Paróquias da nossa Diocese de Lamego, e da Igreja inteira, a todos e a ti também, um Santo Natal com Jesus sempre no meio e um Novo Ano cheio de muitos samaritanos em viagem. Portanto, digo hoje a cada irmão e irmã o que Jesus nos diz todos os dias: «Vai, e faz tu também do mesmo modo!».

Vem, Senhor Jesus, bate à nossa porta, encandeia a nossa vida, e conduz os nossos passos pelo caminho da Paz e do Carinho.


Lamego, 17 de dezembro de 2017, III Domingo do Advento ou Domingo da Alegria

+ António, vosso bispo e irmão

Nos dias 6, 7, 9 e 10 de Dezembro teve lugar a Visita Pastoral do Senhor D. António Couto, à paróquia de Santa Cristina de Tendais, do arciprestado de Cinfães Resende. Em conformidade com o programa estabelecido, no primeiro dia, da parte da manhã, visitou as povoações de Casais e Sá;  de tarde a escola do 1º ciclo e Jardim de Infância e as povoações de Meridãos, Mourelos, Valverde, Sentes, Vila de Muros e Enxidrô, concluindo em  Marcelim com a celebração da eucaristia animada por um grupo de jovens.

O local de encontro, em cada povoação, foi a capela onde as pessoas habitualmente se reúnem para a celebração da eucaristia. No exterior de cada templo, com uma postura próxima e acolhedora o Sr. Bispo saudou  as pessoas presentes, ao mesmo tempo que estas exprimiam a sua grande satisfação e alegria por receberem o seu pastor que os visitava no local da sua residência. Em cada capela, e partindo dos textos bíblicos próprios da  liturgia de cada dia, numa linguagem simples e interpelativa o Sr. Bispo sublinhava a importância do reconhecimento  da presença de Deus junto do seu povo. Evocando os antepassados que tinham construído estes pequenos templos e todos quantos ao longo dos anos neles tinham feito oração, convidava a redescobrir em cada lugar de culto um dos sinais da presença de Deus, no meio das casas dos seus filhos. As palavras de S. João Paulo II,  “O homem é amado por Deus” enquanto anúncio a levar aos homens pela Igreja foram insistentemente evocadas para serem acolhidas e testemunhadas tendo como referência a dedicação misericordiosa do Bom Samaritano. Aonde havia doentes que não podiam sair de suas casas eram visitados, distribuída a sagrada comunhão e administrado o sacramento da Santa unção. Todos foram visitados, alguns em locais bastante isolados e já sob o escuro da noite, porque as tardes de Dezembro além de frias são pequenas.

Na visita à escola do 1º Ciclo e Jardim de Infância, em Meridãos, o encontro com as crianças foi marcado por um grande envolvimento de toda esta comunidade educativa. Sob a orientação da responsável pela escola, a Sª Professora Rosa, e  com a colaboração dos professores e pessoal auxiliar, as crianças dirigidas pelo seu professor de Educação Musical receberam o Sr. Bispo, entoando de forma vivida e tecnicamente perfeita algumas canções que a todos encantaram. Seguiu-se um diálogo bastante participado e muito atento com o Sr. Bispo, do qual se destacou, a resposta a uma pergunta feita “porque foi para Padre?”, e a referência feita ao despertar da vocação, ainda em pequeno, quando frequentava a Igreja Matriz da sua terra natal. Gradualmente foi despontando o gosto de servir aquele Senhor que tinha uma casa tão bonita. Pelos 10 anos a ida para o Seminário, sem o apoio da família, para a longínqua terra de Tomar. Uma viagem sem o conforto e a rapidez que proporcionam as vias de comunicação e os meios de transporte de hoje, levando consigo uma mala com o vestuário, lençóis, toalhas e outros bens de primeira necessidade. O reencontro com a famílias seria só no ano seguinte. Seguidamente as crianças entregaram algumas lembranças ao Sr. Bispo. Não era difícil perceber, na alegria e satisfação expressas no rosto de todos, como tinha sido marcante aquele encontro.

No segundo dia, a manhã começou na povoação de Aveloso, seguindo depois para Macieira, Fermentãos, Quinhão, Boavista terminado com a eucaristia na Granja, tudo decorrendo com o mesmo espírito e dinâmica do primeiro dia, terminando com um jantar com representantes das Associações locais e da Comissão da Igreja

Na manhã do dia 9, foram visitados dois dos três cemitérios existentes na freguesia em Vila de Muros e Soutelo numa celebração pelos que nos precederam, de agradecimento pelo muito que deles recebemos e de invocação confiante à misericórdia do nosso Bom Deus.

Da parte de tarde o encontro com os crismandos. Num tom coloquial e envolvente no centro deste encontro esteve o sacramento do Crisma a receber no dia seguinte bem como as responsabilidades e compromissos a ele inerentes. Seguiu-se a eucaristia vespertina na Igreja Matriz, com a administração do sacramento da Santa Unção  “uma carícia de Deus, aos seus filhos e filhas” sendo muitos os que o quiseram receber. No salão paroquial teve depois lugar o encontro com os movimentos e associações da paróquia. Foi depois o Sr. Bispo recebido na Junta de Freguesia, pelo seu Presidente André Duarte, restante equipa, e Presidente da Assembleia, onde tomou conhecimento e refletiu sobre questões e problemas relacionados com a comunidade aqui residente. O dia terminou com um jantar com movimentos e Junta de Freguesia.

A visita Pastoral culminaria com a celebração na manhã do dia 10, na Igreja Matriz, em que um grupo de 17 jovens recebeu o sacramento do Crisma. A chuva e o vento da intempérie Ana, a assolar o nosso país, criou limitações, mas em nada abalou a riqueza da vivência eclesial proporcionada por esta Visita Pastoral.

A A P, in Voz de Lamego, ano 87/54, n.º 4440, 12 de dezembro de 2017

Padre José Alfredo Patrício sublinha papel da instituição na relação Santa Sé-Portugal

O padre José Alfredo Patrício, da Diocese de Lamego, tomou hoje posse como reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, e disse à Agência ECCLESIA que vai ter em atenção a internacionalização e sustentabilidade da instituição.

O responsável afirma que "o Colégio vive para servir” quem ali vive e toda a Igreja Católica em Portugal, que ali encontra uma casa para “manter a ligação com a Santa Sé, o Santo Padre”, juntamente com a representação diplomática e o Instituto Português de Santo António.

“A questão da sustentabilidade é importante, é relevante, porque é essa sustentabilidade que permite que o Colégio continue a ser um serviço”, precisou o novo reitor.

Além dos sacerdotes de dioceses portugueses a estudar em Roma, a instituição acolhe ainda membros do clero de diversos países, em particular de nações lusófonas.

O padre José Alfredo Patrício sublinha que esta diversidade é “um enriquecimento” para a comunidade, mostrando a “universalidade da Igreja” e permitindo uma “visão mais ampla” em relação ao próprio ministério sacerdotal.

A cerimónia de posse do reitor e do vice-reitor, padre Jorge Miguel Lopes Ferreira, nomeado em setembro último, teve lugar na presença do secretário da Congregação para o Clero, D. Patrón Wong.

O padre José Alfredo Patrício sucede na direção do Pontifício Colégio Português ao padre José Fernando Caldas, da Diocese de Viana do Castelo, uma transição que considerou “tranquila”.

“O trabalho vai ser feito numa linha de grande continuidade em relação àquilo que vem de antes, sobretudo porque o Pontifício Colégio Português tem tido grandes reitores, que se dedicaram muito à causa e facilitaram muito a vida a quem chega”, refere.

O sacerdote, de 38 anos, foi nomeado para o cargo a 1 de dezembro, pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

O novo reitor sublinha a importância da dimensão “humana e sacerdotal” numa instituição que tem como missão ser “uma comunidade presbiteral”, promovendo uma formação “integral”.

Outra das dimensões realçadas é a ligação entre a Santa Sé e as comunidades católicas em Portugal.

“O Colégio Português é, de certa maneira, uma ponte que liga as Igrejas locais à Igreja universal”, precisa o padre José Alfredo Patrício.

O serviço da instituição alarga-se às pessoas que passam por Roma ao serviço da Igreja Católica em Portugal e que podem encontrar nesta comunidade um espaço de acolhimento.

“O Colégio Português sempre teve um grande papel de hospitalidade”, realça o reitor.

O padre José Alfredo Patrício nasceu a 25 de setembro de 1979; estudou Filosofia e Teologia em Roma, onde concluiu o mestrado em Direito Canónico, na Pontifícia Universidade da Santa Cruz; ordenado sacerdote no dia 30 de julho de 2005, na Diocese de Lamego, está agora a concluir o doutoramento em Direito Canónico na Pontifícia Universidade de Salamanca (Espanha).

Na Diocese de Lamego, o novo reitor do Pontifício Colégio Português foi pároco de Moura Morta, Cujo, Monteiras e Almofala (em Castro Daire), diretor do Gabinete de Imprensa da diocese e, para além de Defensor do Vínculo e Juiz do Tribunal Eclesiástico de Vila Real, foi vogal da direção da Associação Portuguesa de Canonistas.

O Pontifício Colégio Português, em Roma, foi criado pela Carta apostólica ‘Rei catholicae apud lusitanos’, do Papa Leão XIII, para alojar os padres enviados para Roma pelos seus bispos ou superiores, com o objetivo de aprofundarem os estudos nas várias áreas do saber humano e teológico.

PR/OC

FONTE: Agência Ecclesia



CONSULTE:

Pequena biografia do Padre José Alfredo Patrício

 

FONTE: http://www.lusitanum.org/

 

No passado dia 7 de dezembro, véspera do dia da Sua solenidade, o Departamento Diocesano da Pastoral Familiar promoveu, na Igreja Catedral, em Lamego, a celebração da VIGÍLIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO.

Nesta celebração, de homenagem à MÃE e de anúncio e preparação da chegada do FILHO, pretendeu-se também assinalar o início do Tempo do Advento com um especial momento de oração pela vida dos nascituros. O início da caminhada de preparação para o Natal foi considerado o momento propício para agradecer a Deus o dom da vida que recebemos dos nossos pais e pedir a Sua bênção para as grávidas e para os bebés que vivem e crescem no seu seio.

Na impossibilidade da presença do senhor Bispo, empenhado em visita pastoral à paróquia de Tendais-Cinfães, a celebração foi presidida pelo Pró-Vigário Geral, Padre João Morgado, acompanhado pelo Diretor da Comissão Diocesana para o Laicado e Família, Padre Adriano Assis. Estiveram também presentes os párocos da Sé, Cónego José Ferreira, e de Almacave, Monsenhor José Guedes, e muitos fiéis, especialmente casais do Movimento das Equipas de Nossa Senhora e membros da Irmandade Militar de Nossa Senhora da Conceição.

Com o Senhor Sacramentado sobre o Altar, foi proclamada a Palavra, que culminou com uma homilia carregada de esperança, especialmente dirigida às mulheres grávidas presentes. O celebrante lembrou também um recente apelo do Papa Francisco para um compromisso cada vez mais sério nas atividades de acolhimento e acompanhamento dos jovens casais e a uma proximidade generosa às famílias, nomeadamente nas circunstâncias em que são mais vulneráveis.

Seguiram-se as Orações de consagração a Nossa Senhora da Irmandade Militar de Nossa Senhora da Conceição, das grávidas presentes, que receberam uma especial Bênção para si e para os seus filhos, e das Equipas de Nossa Senhora.

Depois da Bênção do Santíssimo Sacramento, procedeu-a se ainda à Bênção das imagens do Menino Jesus e dos estandartes de Natal trazidos por crianças, jovens e adultos.

Um agradecimento especial ao Grupo de Jovens da paróquia da Sé, por se ter disponibilizado a animar, bem, esta celebração. 

 

Departamento Diocesano da Pastoral Familiar,

in Voz de Lamego, ano 87/54, n.º 4440, 12 de dezembro de 2017

(60º de Homens + 41º de Senhoras)

No cumprimento do Plano Pastoral em curso, da parte da Comissão para o laicado e família, o Secretariado Diocesano do Movimento dos Cursilhos de Cristandade de Lamego promoveu, de 30 de novembro a 3 de dezembro de 2017, o 60º Cursilho de Homens, no Seminário Maior de Lamego, e, em simultâneo, o 41º Cursilho de Senhoras, na Casa da Obra Kolping, na mesma cidade.

Na parte masculina, foram quinze os nossos valentes, provenientes de várias paróquias da Diocese, a saber, Alhais, Armamar, Figueira, Queimadela, Resende, Sé, Sernancelhe, Tendais, Valdigem e Vila Nova de Paiva, que aceitaram vivenciar estes três dias de (re)encontro consigo e com Cristo, e que com toda a certeza sentiram a necessidade de O levar para as respetivas comunidades, em cada ambiente que a cada um rodeia. A Equipa reitora e colaboradores foi constituída por onze cursilhistas, sendo a parte sacerdotal constituída pelos Diretores Espirituais, Cónego José Melo, Padre Ângelo Santos, Padre José Justino Lopes que contaram com a colaboração do novo cursilhista, Padre Tozé Ferreira, de Resende; a parte leiga foi formada por oito dirigentes, sendo o Reitor, Paulo Jorge Oliveira, e José Luís Morais, o Vice-reitor.

Na parte feminina, foram vinte e oito as senhoras corajosas que disseram o seu sim ao convite recebido, sendo a respetiva equipa liderada pela Reitora, Maria Ignez e pela Vice-reitora, Teresa Pais, sendo assistidas espiritualmente pelos presbíteros, Padre João Morgado e Padre Fabrício Pinheiro.

A Clausura de encerramento juntou os dois grupos e decorreu por volta das 16 horas do 3º dia, no salão/auditório renovado do Seminário, quase lotado, e foi presidida pelo Pró-Vigário Geral, Padre João Carlos Morgado, em representação do nosso Bispo diocesano, que no final entregou a cada novo cursilhista, masculino e feminino, o Crucifixo e a Folha de Serviço, representando o compromisso assumido, por cada um, com Cristo no começo do 4º dia. Todos os novos cursilhistas deram o seu testemunho da experiência vivida, partilhando com todos os presentes a alegria do seu encontro ou reencontro pessoal com Cristo. Também antigos cursilhistas deram o seu testemunho do quarto dia. Mais uma vez foi visível a alegria estampada no rosto de todos, novos cursilhistas, equipa reitora, sacerdotes e leigos, fruto da intensidade do aprofundamento da Palavra de Deus e dos testemunhos da vida recebidos ao longo destes três dias, num profundo Amor a Jesus Cristo, à Eucaristia e Sua Mãe Maria Santíssima, que está sempre presente ao longo da cada Cursilho de Cristandade.

No passado sábado, dia 9 de dezembro, por volta das quinze horas e trinta minutos ocorreu a Ultreia de acolhimento dos novos e entusiastas cursilhistas, seguida da tradicional Ceia de Natal, onde confraternizaram cerca de 70 leigos e/ou ministros ordenados, que estão comprometidos com o Movimento MCC.

É da opinião do secretariado, o cumprimento dos objetivos do Movimento MCC, visto que se proporcionou a este conjunto de irmãos em Cristo, que abrissem o seu coração a Cristo num encontro único, memorável e transformador, uma vez que foi nesse sentido o testemunho dos que viveram mais esta experiência de um Cursilho de Cristandade. Afinal, a nossa vida nunca será em vão, se ajudarmos alguém ao nosso lado a sentir e a viver a esperança.


Que o Espírito Santo nos ilumine e São Paulo nos guie!
De Colores!

Eduardo Pinto, SDMCC de Lamego
in Voz de Lamego, ano 87/54, n.º 4440, 12 de dezembro de 2017

(11 de fevereiro de 2018, festa litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes)

Mater Ecclesiae: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua» (Jo 19, 26-27)

Queridos irmãos e irmãs!

O serviço da Igreja aos doentes e a quantos cuidam deles deve continuar, com vigor sempre renovado, por fidelidade ao mandato do Senhor (cf. Lc 9, 2-6, Mt 10, 1-8; Mc 6, 7-13) e seguindo o exemplo muito eloquente do seu Fundador e Mestre.

Este ano, o tema do Dia do Doente é tomado das palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a Maria, sua mãe, e a João: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua» (Jo 19, 26-27).

1. Estas palavras do Senhor iluminam profundamente o mistério da Cruz. Esta não representa uma tragédia sem esperança, mas o lugar onde Jesus mostra a sua glória e deixa amorosamente as suas últimas vontades, que se tornam regras constitutivas da comunidade cristã e da vida de cada discípulo.

Em primeiro lugar, as palavras de Jesus dão origem à vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade. Será, de uma forma particular, a mãe dos discípulos do seu Filho e cuidará deles e do seu caminho. E, como sabemos, o cuidado materno dum filho ou duma filha engloba tanto os aspetos materiais como os espirituais da sua educação.

O sofrimento indescritível da cruz trespassa a alma de Maria (cf. Lc 2, 35), mas não a paralisa. Pelo contrário, lá começa para Ela um novo caminho de doação, como Mãe do Senhor. Na cruz, Jesus preocupa-Se com a Igreja e toda a humanidade, e Maria é chamada a partilhar esta mesma preocupação. Os Atos dos Apóstolos, ao descrever a grande efusão do Espírito Santo no Pentecostes, mostram-nos que Maria começou a desempenhar a sua tarefa na primeira comunidade da Igreja. Uma tarefa que não mais terá fim.

2. O discípulo João, o amado, representa a Igreja, povo messiânico. Ele deve reconhecer Maria como sua própria mãe. E, neste reconhecimento, é chamado a recebê-La, contemplar n’Ela o modelo do discipulado e também a vocação materna que Jesus Lhe confiou incluindo as preocupações e os projetos que isso implica: a Mãe que ama e gera filhos capazes de amar segundo o mandamento de Jesus. Por isso a vocação materna de Maria, a vocação de cuidar dos seus filhos, passa para João e toda a Igreja. Toda a comunidade dos discípulos fica envolvida na vocação materna de Maria.

3. João, como discípulo que partilhou tudo com Jesus, sabe que o Mestre quer conduzir todos os homens ao encontro do Pai. Pode testemunhar que Jesus encontrou muitas pessoas doentes no espírito, porque cheias de orgulho (cf. Jo 8, 31-39), e doentes no corpo (cf. Jo 5, 6). A todos, concedeu misericórdia e perdão e, aos doentes, também a cura física, sinal da vida abundante do Reino, onde se enxugam todas as lágrimas. Como Maria, os discípulos são chamados a cuidar uns dos outros; mas não só: eles sabem que o Coração de Jesus está aberto a todos, sem exclusão. A todos deve ser anunciado o Evangelho do Reino, e a caridade dos cristãos deve estender-se a todos quantos passam necessidade, simplesmente porque são pessoas, filhos de Deus.

4. Esta vocação materna da Igreja para com as pessoas necessitadas e os doentes concretizou-se, ao longo da sua história bimilenária, numa série riquíssima de iniciativas a favor dos enfermos. Esta história de dedicação não deve ser esquecida. Continua ainda hoje, em todo o mundo. Nos países onde existem sistemas de saúde pública suficientes, o trabalho das congregações católicas, das dioceses e dos seus hospitais, além de fornecer cuidados médicos de qualidade, procura colocar a pessoa humana no centro do processo terapêutico e desenvolve a pesquisa científica no respeito da vida e dos valores morais cristãos. Nos países onde os sistemas de saúde são insuficientes ou inexistentes, a Igreja esforça-se por oferecer às pessoas o máximo possível de cuidados da saúde, por eliminar a mortalidade infantil e debelar algumas pandemias. Em todo o lado, ela procura cuidar, mesmo quando não é capaz de curar. A imagem da Igreja como «hospital de campo», acolhedora de todos os que são feridos pela vida, é uma realidade muito concreta, porque, nalgumas partes do mundo, os hospitais dos missionários e das dioceses são os únicos que fornecem os cuidados necessários à população.

5. A memória da longa história de serviço aos doentes é motivo de alegria para a comunidade cristã e, de modo particular, para aqueles que atualmente desempenham esse serviço. Mas é preciso olhar o passado sobretudo para com ele nos enriquecermos. Dele devemos aprender: a generosidade até ao sacrifício total de muitos fundadores de institutos ao serviço dos enfermos; a criatividade, sugerida pela caridade, de muitas iniciativas empreendidas ao longo dos séculos; o empenho na pesquisa científica, para oferecer aos doentes cuidados inovadores e fiáveis. Esta herança do passado ajuda a projetar bem o futuro. Por exemplo, a preservar os hospitais católicos do risco duma mentalidade empresarial, que em todo o mundo quer colocar o tratamento da saúde no contexto do mercado, acabando por descartar os pobres. Ao contrário, a inteligência organizativa e a caridade exigem que a pessoa do doente seja respeitada na sua dignidade e sempre colocada no centro do processo de tratamento. Estas orientações devem ser assumidas também pelos cristãos que trabalham nas estruturas públicas, onde são chamados a dar, através do seu serviço, bom testemunho do Evangelho.

6. Jesus deixou, como dom à Igreja, o seu poder de curar: «Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: (...) hão de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados» (Mc 16, 17.18). Nos Atos dos Apóstolos, lemos a descrição das curas realizadas por Pedro (cf. At 3, 4-8) e por Paulo (cf. At 14, 8-11). Ao dom de Jesus corresponde o dever da Igreja, bem ciente de que deve pousar, sobre os doentes, o mesmo olhar rico de ternura e compaixão do seu Senhor. A pastoral da saúde permanece e sempre permanecerá um dever necessário e essencial, que se há de viver com um ímpeto renovado começando pelas comunidades paroquiais até aos centros de tratamento de excelência. Não podemos esquecer aqui a ternura e a perseverança com que muitas famílias acompanham os seus filhos, pais e parentes, doentes crónicos ou gravemente incapacitados. Os cuidados prestados em família são um testemunho extraordinário de amor pela pessoa humana e devem ser apoiados com o reconhecimento devido e políticas adequadas. Portanto, médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão eclesial. É uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do serviço diário de cada um.

7. A Maria, Mãe da ternura, queremos confiar todos os doentes no corpo e no espírito, para que os sustente na esperança. A Ela pedimos também que nos ajude a ser acolhedores para com os irmãos enfermos. A Igreja sabe que precisa duma graça especial para conseguir fazer frente ao seu serviço evangélico de cuidar dos doentes. Por isso, unamo-nos todos numa súplica insistente elevada à Mãe do Senhor, para que cada membro da Igreja viva com amor a vocação ao serviço da vida e da saúde. A Virgem Maria interceda por este XXVI Dia Mundial do Doente, ajude as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampare aqueles que cuidam delas. A todos, doentes, agentes de saúde e voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica.

Vaticano, 26 de novembro – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo – de 2017.

FRANCISCO

1. Amados irmãos e irmãs, convido-vos a sentir e a consentir com emocionada alegria o facto de as Igrejas do Oriente e do Ocidente, embora tantas vezes divididas entre si, estarem hoje, dia 8 de dezembro, unidas em maravilhosa harmonia para celebrar a Mãe de Deus no singular privilégio da Conceição Imaculada da sua humanidade, nove meses antes do seu Nascimento ou Natividade, que jubilosamente celebraremos no dia 8 de Setembro.
 
2. É bom e belo sabermos e sentirmos que hoje estamos em comunhão e sintonia com essas Igrejas sofridas e doridas do Oriente, nossas irmãs queridas, que sempre dedicaram à Mãe de Deus um muito particular carinho traduzido em tempo dado à Mãe de Deus. Só quem ama tem tempo, e até o inventa, se necessário. É assim que os Coptos dedicam a Maria o inteiro mês de Kiahq, que coincide mais ou menos com o nosso mês de Dezembro, e os Caldeus, os Antioquenos e os Maronitas celebram, também nesta altura do ano, e durante pelo menos quatro Domingos, o tempo da chamada Sûbbarâ ou «Anunciação» ou «Evangelização», que é a Vinda de Deus ao nosso mundo, em catadupa, dia após dia, para abrir as trincheiras dos nossos empedrados corações, e fazer nascer em nós um mundo novo, aberto, encantado e feliz, um canteiro de rosas perfumadas. É o que literalmente significa Nazaré, cidade florescida, pois Nazaré deriva etimologicamente de natsar [= florescer]. E é assim que Maria é a cidade florescida e fruticada, e não apenas fortificada, de Deus descida, desposada, não abandonada.

3. Quando revisitamos os dois quadros de anunciação que Lucas nos serve alinhados lado-a-lado, o anúncio no Templo a Zacarias e o anúncio em Nazaré a Maria, saltam logo à vista a diferente identidade, os contornos e o contraste das figuras. O Anjo Gabriel (cf. Lucas 1,19), no Templo, aparecido a Zacarias, anuncia-lhe a fecundidade de Isabel e o nascimento de João como cumprimento da sua oração (Lucas 1,13). Em puro contraste, o mesmo Anjo Gabriel, na humilde Nazaré (Lucas 1,26), anuncia a Maria o inaudito, sem precedentes na história de Israel. O Filho que vai nascer (Lucas 1,31) não surge como o fruto de um desejo ou de uma súplica de Maria, não vem cumprir nenhum projeto de Maria, nenhuma espera ou expetativa de Maria, nenhuma programação desde baixo! Antes pelo contrário, dado que Maria avança mesmo a impossibilidade real de tal poder vir a acontecer: «Como poderá isso acontecer, pois não conheço homem?» (Lucas 1,34). Contraste exposto a toda a luz: João é fruto de um intenso desejo e correspondente súplica de Isabel e Zacarias; Jesus é fruto da iniciativa surpreendente, livre e gratuita de Deus, não dedutível ou programável da nossa parte. É como se as escolhas dos pais de João Batista, por um lado, e da mãe de Jesus, por outro, derivassem de duas lógicas diferentes. Contemplando este cenário e parafraseando Bento XVI (Exotrtação Apostólica Verbum Domini [2010], n.º 123), poderíamos dizer assim: «nós podemos programar uma festa,/ mas não podemos programar a alegria,/ não podemos programar Maria». Ela salta fora do horizonte do desejo, não é possível encerrá-la dentro do perímetro da linguagem, da fita métrica das palavras por mais extensa que ela seja, como quando longa e belamente desfiamos as contas, a harizah das ladainhas.

4. «Onde estás?», pergunta o Deus-que-Vem por amor ao encontro da sua criatura dileta (Génesis 3,9). «Tive medo e escondi-me», responde Adam e respondemos nós, amedrontados e fugidos, perdidos, ensonados e desorientados (Génesis 3,10; ver também Génesis 3,24; 4,16; 11,2).

5. Adam tem medo de Deus e esconde-se de Deus. Quem é este Adam que tem medo de Deus e de Deus se esconde? É o epónimo da humanidade, e, ao mesmo tempo e inseparavelmente, a humanidade inteira, que ele representa e que nele se revê. Somos nós também, portanto. Com a agravante de que nós, não apenas nos escondemos de Deus, como vamos escondendo também Deus, retirando-o da família, da escola, do espaço público! E, portanto, esta história de Adam não é uma história anódina. Envolve-nos, implica-nos, significa-nos, tem a ver connosco. Enxerto, por isso, aqui uma pequena, mas significativa história direta e incisiva, que contam os mestres judeus. Estava, contam eles, o Rabino Shneur Zalman (1745-1812) preso em São Petersburgo, quando entrou na sua cela o comandante da guarda, que se pôs a conversar com ele sobre assuntos diversos. No final, perguntou, com não-disfarçada ironia, ao velho Rabino: «Olha lá, como é que se deve interpretar que o Deus Omnisciente pergunte a Adam: “Onde estás?”». E o velho Rabino respondeu de pronto: «Você acredita que a Escritura é eterna e que diz respeito a todos os tempos, a todas as gerações e a todas as pessoas?». «Sim, acredito», respondeu o comandante da guarda. «Então, continuou o velho Rabino, em cada tempo Deus pergunta a cada homem: “Onde estás no teu mundo? Dos dias e dos anos que Eu te dei, já passaram muitos. Entretanto, até onde é que tu chegaste no teu mundo?”. Deus disse, por exemplo, adianta o Rabino: “Vê, já há 46 anos que andas aqui. Onde te encontras?”». Ao ouvir o número exato dos seus anos, o comandante sentiu dificuldade em controlar-se, pôs a mão no ombro do Rabino, e exclamou: «Bravo, bravo!». Mas o seu coração tremia.

6. Quando pressentimos que Deus está aqui, não nos resta senão estremecer, não de medo, mas de emoção, de modo a sentir que são abalados os nossos fundamentos. Assim Maria, Mãe de Deus e Nossa Mãe e Padroeira Principal de Portugal, quando visitada por Deus, estremece de alegria, e pronuncia aquele imenso SIM, que ainda hoje ecoa nesta Catedral e abalroa os nossos corações, rebentando as nossas solidões.

7. Que belo foi quando, nas escavações levadas a cabo em meados do séc. XX, antes da grandiosa construção da atual Basílica da Anunciação, em Nazaré, inaugurada em 25 de março de 1969, se descobriram os majestosos pilares de uma velha Catedral, datada de 1099, bem como o pavimento em mosaico de uma bela igreja bizantina, que pode ser datada do ano 450. Mas mais belo ainda é descer mais fundo ainda, até às entranhas da atual Basílica, e aceder à Gruta da Anunciação, sob cujo altar se lê a inscrição Verbum caro hic factum est [«Aqui o Verbo se fez carne»], e a outros lugares de culto antigos, talvez já do século II. Numa grafite antiga foi encontrada a gravação XE MAPIA, abreviação de Chaîre Maria, a primeira Ave-Maria da história!

Senhora de dezembro,
Maria, minha Mãe,
Passa hoje o dia
Da tua Imaculada Conceição.

Senhora de dezembro,
Dos dias frios e frágeis,
Dos passos firmes e ágeis,
Do coração que velava
À espera de quem te amava.

Assim te entregaste a Deus,
De coração inteiro,
Como um tinteiro
Todo derramado numa página.

Tu és a mais bela página de Deus,
Por Deus pensada, amada, visitada,
A Deus doada, apresentada, dedicada,
Mãe da vida consagrada,
Imaculada,
Ensina-me a tua tabuada,
A tua alegria nunca programada,
A luz do Evangelho que te aquece e alumia.

Eu te saúdo, Maria,
Neste dia da tua Imaculada Conceição.
Ave-Maria.


Lamego, 08 de dezembro de 2017, Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria

+ António, vosso bispo e irmão

No passado sábado, dia 2 de Dezembro, pelas 20h00, decorreu uma “Caminhada da Luz pela Paz” na localidade da Beselga, concelho de Penedono, organizada pela Cáritas Diocesana de Lamego em parceria com o Departamento Diocesano da Pastoral dos Jovens.

A Caminhada, sob orientação dos Reverendíssimos Srs. Padres Carlos Carvalho, Francisco Marques e Diácono Vitor Carreira, teve o seu início na Igreja do Senhor dos Passos e o seu términus na Igreja Paroquial da Beselga.

Com um guião previamente elaborado, do qual constavam leituras e cânticos ligados à temática da Paz, ainda na Igreja, como forma de nos prepararmos para o ritual que se iria seguir, foram lidos alguns textos sobre os problemas que hoje assolam na nossa sociedade, tais como a migração dos refugiados que chegam à Europa, conflitos entre o México e os Estados Unidos da América, entre as duas Coreias, na Cisjordânia, no Chipre. Estes são problemas que nos afastam e nos tornam cada vez mais egoístas, mais materialistas e a pensarmos que é tudo muito longe, que nada nos afetará.

Após um breve ato penitencial, recordando o que o Papa Francisco nos pediu em Fátima, no pretérito dia 12 de Maio, para sermos peregrinos, derrubadores de muros e construtores da Paz, acendemos as velas e iniciámos a caminhada pelas ruas da localidade até Igreja Paroquial, durante a qual rezámos o terço em honra de Nossa Senhora da Paz. Ao chegarmos ao fim do percurso, demos entrada na igreja entoando o cântico “SENHOR TU ÉS A LUZ, QUE ILUMINA A TERRA INTEIRA TU ÉS A LUZ QUE ILUMINA A MINHA VIDA”, e logo de seguida, uma vez mais, foram lidos mais alguns textos, a saber: uma Mensagem do Papa Francisco, a aclamação do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 20, 19-21), um texto sobre o significado da palavra Paz, uma oração pela Paz da autoria de D. Carlos Azevedo, seguida de uma Oração Universal.

Houve ainda dois momentos de exposição/reflexão: um por parte do Sr. Padre Carlos, sobre a temática da Paz, apelando à oração e união de todos, enquanto cidadãos responsáveis, cristãos prontos a seguir a Palavra de Deus e difusores de Paz e Amor, e um outro da Presidente da Cáritas Diocesana referindo o trabalho da instituição na ajuda aos mais carenciados e no momento na campanha dos “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz”.

Apraz-nos registar a presença de muitos fiéis vindos das localidades vizinhas, (Sernancelhe, Penedono, Moimenta da Beira, Lamego…) jovens e adultos, caminhando e rezando o terço pela Paz, entoando belas canções alusivas ao evento, escutando com Amor as palavras proferidas nos diversos documentos do guião e sobretudo orando com fervor pela Paz no Mundo.

A noite estava luminosa, com uma bela luz vinda da Lua, serena, fria, melhor dizendo gelada, mas aquecida pelo calor humano que prevalecia em todos os que quiseram marcar presença num momento tão belo e pleno de significado.
De certeza que todos regressámos a nossas casas mais ricos, mais felizes e sobretudo mais conscientes dos nossos deveres como cristãos. Que sejamos os arautos do Evangelho e que sigamos o lema do Papa Francisco, tão preocupado com os conflitos que assolam, nos dias de hoje, em algumas zonas do globo terrestre, “ … ue o grito da paz se erga alto para que chegue até ao coração de cada um, e que todos abandonem as armas e se deixem guiar pelo desejo de Paz.”

Cáritas Diocesana de Lamego
                                             

Departamento Diocesano da Pastoral dos Jovens,
in Voz de Lamego, ano 87/53, n.º 4439, 5 de dezembro de 2017

Conselho Diocesano

Realizou-se no passado dia 2 de dezembro, no Seminário de Lamego, o Conselho Diocesano do MMF com a presença do Assistente Espiritual, da sua presidente e restante Secretariado.
Honrou-nos com a sua presença o assistente nacional, reverendo padre Manuel Antunes e o responsável pelo Sector dos Doentes a nível nacional, Dr. Silvino. Estiveram também presentes responsáveis de um bom número de paróquias. Notou-se a ausência dos seus Assistentes Espirituais. O Conselho iniciou-se com a oração de laudes, seguindo-se a avaliação das actividades do ano pastoral que terminou e a apresentação do novo plano com novos desafios. A formação de novos grupos paroquiais e a revitalização dos já existentes, é um desafio pastoral para os mensageiros e respetivos párocos.

Foi apresentado pelo reverendo padre Antunes o tema do boletim “Fátima, manto de luz”. Foi o Papa Francisco que em 13 de Maio deixou o mote para este lema, ao referir:“ que os pastorinhos foram envolvidos por um manto de luz neste santuário”. A Bíblia fala-nos da Luz. O povo de Deus caminha na Luz. Jesus Cristo apresenta-se como a Luz, “Eu sou a Luz do mundo” (Jo 8, 12). A Mensagem de Fátima também é Luz e portadora desta Luz. Os pastorinhos na primeira aparição de 13 de Maio, foram envolvidos nessa Luz que Nossa Senhora lhes transmitiu, mas que era a Luz de Deus. Lúcia diz: “estávamos tão envolvidos naquela Luz que penetrava no mais íntimo da nossa alma, que nos víamos em Deus”. Em 13 de Julho, diz Lúcia: “Nossa Senhora abriu as mãos e víamo-nos naquela Luz que Ela irradiava, o Francisco e a Jacinta na Luz que ia para o céu e eu na Luz que irradiava para a terra. Foi essa Luz que levou os pastorinhos a uma vida de oração e reparação. Francisco dizia: do que mais gostei, foi daquela Luz que Nossa Senhora nos metia no coração. Os mensageiros de hoje devem ser essa luz nas suas famílias, nas suas comunidades. O espírito contemplativo de Francisco e o amor à cruz da Jacinta, é que devem orientar as nossas vidas.

O Dr. Silvino falou-nos do cuidado e missão com os doentes e quais os critérios que devem ser seguidos para um bom retiro de doentes. Terminou o Conselho com a convicção de que muito e belo trabalho tem sido feito e muito há para fazer e como todo o mensageiro se deve deixar envolver nessa Luz, que é Deus, que é Jesus.

O Secretariado Diocesano,
in Voz de Lamego, ano 87/53, n.º 4439, 5 de dezembro de 2017

Sacerdote da Diocese de Lamego sucede ao padre José Caldas e toma posse no dia 14 de dezembro.


Lisboa, 01 dez 2017 (Ecclesia) – O padre José Alfredo Patrício, da Diocese de Lamego, foi nomeado reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, informou a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

“Por indicação de D. Manuel Clemente, comunico que a Congregação para o Clero, por Decreto de 30 de novembro e tendo em conta o parecer favorável da Conferência Episcopal Portuguesa e o acordo do Bispo de Lamego, nomeou o Padre José Alfredo Gonçalves Patrício, da Diocese de Lamego, Reitor do Pontifício Colégio Português em Roma”, adianta o padre Manuel Barbosa, secretário da CEP, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

O sacerdote, de 38 anos, é especialista em Direito Canónico e era até agora defensor do vínculo e promotor de justiça no Tribunal Interdiocesano Vilarealense.

O padre José Alfredo Patrício sucede na direção do Pontifício Colégio Português ao padre José Fernando Caldas, da Diocese de Viana do Castelo.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a "comunidade do Colégio alegra-se com a nomeação do novo reitor" e informa que, juntamente com o vice-reitor, padre Jorge Miguel Lopes Ferreira, nomeado em setembro último, o novo reitor vai tomar posse no dia 14 de dezembro, na presença do secretário da Congregação para o Clero, D. Patrón Wong.

O padre José Alfredo Patrício nasceu a 25 de setembro de 1979, estudou Filosofia e Teologia em Roma, onde concluiu o mestrado em Direito Canónico, na Pontifícia Universidade da Santa Cruz; ordenado sacerdote no dia 30 de julho de 2005, na Diocese de Lamego, está agora a concluir o doutoramento em Direito Canónico na Pontifícia Universidade de Salamanca (Espanha).

Na Diocese de Lamego, o novo reitor do Pontifício Colégio Português foi pároco de Moura Morta, Cujo, Monteiras e Almofala (em Castro Daire), diretor do Gabinete de Imprensa da diocese e, para além de Defensor do Vínculo e Juiz do Tribunal Eclesiástico de Vila Real, foi vogal da direção da Associação Portuguesa de Canonistas.

O Pontifício Colégio Português, em Roma, foi criado pela Carta apostólica ‘Rei catholicae apud lusitanos’, do Papa Leão XIII, para alojar os padres enviados para Roma pelos seus bispos ou superiores, com o objetivo de aprofundarem os estudos nas várias áreas do saber humano e teológico.

"À nova Direção se assegura, por parte de todos os membros da comunidade sacerdotal, a certeza da oração e da colaboração para que o Colégio possa continuar a sua missão eclesial ao serviço da Igreja de Portugal e de tantas outras Igrejas irmãs espalhadas pelo mundo", conclui o comunicado enviado pelo Colégio Pontifício Português.

 

Agência Ecclesia

Conforme é do vosso conhecimento, aproxima-se uma atividade promovida pelo Departamento Diocesano da Pastoral Diocesana (DDPF) que necessita do vosso contributo na divulgação:

Vigília da Imaculada Conceição

(dia 07 de dezembro, às 21 horas, na Igreja Catedral de Lamego).

Embora realizada em momento diferente esta celebração procura os mesmos objetivos da realizada no ano passado no início do tempo do Advento: a vida nascente precisa de ser acarinhada e nós temos a missão de estar na linha da frente, criando uma nova civilização que reconheça e ame, acolha e respeite cada Vida Humana como um dom de Deus.


Terá as seguintes facetas:

- É o momento de uma especial bênção para todas as grávidas: queremos acolhê-las, rezar com elas, por elas e pelos seus filhos;

- Relança a nova evangelização a partir da nossa própria casa: todas as famílias são convidadas a trazer o Menino Jesus do seu presépio (é urgente recentrar o Natal no nascimento de Jesus) e o estandarte de Natal (para que no espaço público se veja, cada vez mais, o rosto do Deus Menino) para serem abençoados.

- Será também um momento de consagração à Virgem Imaculada do Movimento das Equipas de Nossa Senhora e da Irmandade Militar de Nossa Senhora da Conceição.

Fica aqui o convite a todos os que queiram participar na celebração, com o desafio de se empenharem vivamente na mobilização das famílias para este evento que celebra a vida nascente, no tempo em que nos preparamos para a chegada do Menino-Deus.


Nos próximos dias teremos preparado um guião que remeteremos a quem o solicitar.

Saudações fraternas,
Pelo Departamento Diocesano da Pastoral Familiar


Natália e Eduardo Seixas

No passado domingo, 26 de novembro, numa cerimónia simples, Magueija quis honrar o seu antigo pároco, requalificar um espaço comum e facilitar o estacionamento a quem visita o cemitério e participa nos atos de culto. Tudo isso graças às obras efetuadas pela Junta de Freguesia, no lugar de S. Tiago, no antigo logradouro da residência paroquial e numa eira contígua. Para lá do povo de Magueija e suas autoridades, estiveram também presentes D. António Couto, que presidiu à eucaristia dominical e à bênção do agora denominado “Largo P. Manuel Rodrigues Brás”, e o Presidente da Câmara, Dr. Ângelo Moura.

No final da eucaristia, o pároco, P. Hermínio Lopes, proferiu as seguintes palavras:

“Hoje é dia de homenagem, de memória e de gratidão. A presença do Sr. Bispo, a comparência das autoridades civis e a união fraterna de todos os que aqui se reúnem à volta do altar, manifestam a honra, o louvor e o reconhecimento de uma vida dedicada ao serviço deste povo de Magueija.

Enviado como pároco, o Sr. Padre Manuel Rodrigues Brás, aqui serviu e daqui partiu, não para outra terra ou lugar, mas para a eterna morada daqueles que se dedicam ao próximo com zelo, simplicidade e verdadeira amizade.

Estas são as qualidades que queremos recordar, honrar e perpetuar. A nobreza de carácter de um homem bom que sabia anunciar e sobretudo testemunhar o programa de vida proposto por Jesus. Um homem simples que soube percorrer, com o Povo de Deus, os caminhos da história e da vida, acolhendo como dom a vida que ia nascendo, amparando a vida que ia crescendo, iluminando as decisões complexas que iam surgindo em horas de juventude, abençoando o amor das famílias, dinamizando pastoralmente a comunidade, amparando os mais doentes e idosos e rezando e acompanhando os que Deus a Si ia chamando.

Durante mais de 50 anos, teve a alegria de a muitos ver nascer, de os ajudar a crescer e de os ensinar a viver. Hoje não temos a sua presença, mas temos o seu testemunho. Somos um povo agradecido e honrado. Esta homenagem feita com a inauguração do largo que recebe o seu nome manifesta a gratidão e a vontade firme de ser como ele (P. Brás): Homens de fé sólida, de esperança firme e de diligente caridade.

Agradecemos todo o empenho, toda a generosidade e toda a boa vontade da Junta de Freguesia que lançou mãos ao trabalho, proporcionando à comunidade um novo espaço de estacionamento junto à igreja e ao cemitério. Esta obra não tem apenas em vista o benefício comum de um espaço físico, mas é sobretudo uma oportunidade de reconhecer, honrar e perpetuar a memória de um sacerdote tão querido e que a todos tão profundamente marcou.”

“10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz” é um compromisso partilhado por todos os portugueses – um compromisso com a Paz no Mundo, a Paz em Família, a Paz entre Homens e Mulheres.


De 19 de novembro até janeiro de 2017, todos os que, para além de assumirem este compromisso, quiserem juntar-se à Cáritas, participando na sua missão de estar ao lado dos mais frágeis, poderão adquirir uma vela, pelo valor simbólico de 1€, que nos ajudará a apoiar pessoas e famílias em situação de pobreza.

As verbas que resultam desta campanha, revertem, em 65%, para a ação das Cáritas Diocesanas, que a aplicarão em projetos destinados a apoiar as famílias portuguesas em situação de carência; e em 35%, anualmente destinado a apoiar um projeto internacional, será este ano destinado a apoiar as vitimas dos incêndios florestais, em Portugal.

Este ano estamos também com o Corpo Nacional de Escutas na celebração da Luz da Paz de Belém. Escuteiros de diferentes países da Europa e de outros continentes, distribuem a Luz da Paz, acesa em cada ano na Gruta da Natividade de Jesus, em Belém, que a fazem chegar aos seus respetivos países com uma mensagem de Paz, Amor e Esperança.

 

 


VISITE O MICROSITE DA CÁRITAS: www.caritas.pt/estrelas

Em 2016, a ação da Cáritas em Portugal e em projetos internacionais: VER PROSPETO.

No dia solene de Cristo Rei do Universo houve tempo para uma manhã de reflexão, no Seminário de Lamego, sobre a pastoral sócio-caritativa.

Depois da oração da manhã (9h30), seguiu-se a intervenção do Padre Diamantino Alvaíde, sobre “Como ser Bom Samaritano neste tempo e neste contexto”. Volvidos dois mil anos após o relato da parábola Jesus, depois de confrontado pelo doutor da lei, ainda haverá oportunidades semelhantes para nós “fazermos do mesmo modo”? Numa realidade cabalmente diferente, com outro tipo de intervenientes e com desafios de outra ordem, a verdade é que hoje não são menos as oportunidades e as necessidades que exigem de nós uma atitude samaritana.

A este tipo de intervenção por parte da Igreja nós gostamos de chamar Pastoral Social ou Sócio-caritativa. Não é errado. Mas também não é oportuno que se pense esta pastoral como mais um setor dentro da pastoral ordinária. Este atuar social por parte da Igreja requer um permanência constante, que seja marca identitária e essencial do ser cristão. Para tal, impõe-se que os fiéis leigos se revistam da corresponsabilidade cristã e eclesial que lhes vem do Batismo e se sintam responsáveis pelas necessidades (materiais, espirituais, culturais, humanas) dos seus irmãos, sem para isso precisarem de nomeação eclesiástica ou de qualquer reconhecimento público. Assim como os pastores! Além de assumirem igual corresponsabilidade, devem promover a intervenção dos leigos, valorizando a vocação específica de cada um deles, sem incorrer no risco da sua clericalizção, nem reduzir a sua atividade ao intra-eclesial, mas incentivando-os e ensinado-os a transformar as realidades temporais da sua quotidianeidade.


Na segunda parte do encontro, a intervenção foi da Dra Isabel Costa, presidente da Cáritas Diocesana, que falou sobre “A Cáritas no Mundo e o mundo da Cáritas”. Começando com uma breve explanação acerca do nascimento/aparecimento da Cáritas em Portugal, foi sendo exposta a dimensão internacional de atuação da própria Cáritas, que já se estende ao outro lado do globo terrestre.

Com uma participação não muito numerosa, os trabalhos decorreram com muito proveito para todos os presentes e intervenientes.


Pe. Diamantino Alvaíde, , ano 87/52, n.º 4438, 28 de novembro de 2017

No dia 24 de Novembro reuniu, no Seminário Maior, sob a presidência do nosso Bispo, o Conselho de Presbíteros da Diocese de Lamego.


Apropriando ao Presbitério Diocesano o lema do Plano Pastoral, “ Vai e faz tu também do mesmo modo”, os Sacerdotes deste Conselho pronunciaram-se sobre como cada Presbítero deverá cuidar do seu próprio ministério e ser, ao mesmo tempo, cuidador do ministério dos outros irmão sacerdotes, promovendo o indispensável acompanhamento humano e espiritual que cada sacerdote nos merece.

Este “cuidado” passa sempre pela manifestação e vivência do sentido de pertença à Diocese e ao seu Presbitério, através da prática da comunhão fraterna e pela consciência de que somos responsáveis uns pelos outros

Para levar à prática este desejo, pensou-se propor recolecções mensais como momentos fortes de vivência espiritual e de celebração do Sacramento da Penitência. Estes encontros ocorrerão no Seminário Maior de Lamego, em princípio, já a partir de Janeiro. Reforçou-se, igualmente, que os quatro dias sacerdotais arciprestais tenham uma vertente de uma maior formação espiritual e de convivência afectuosa. Apelou-se, também, à prática da fraternidade e da caridade sacerdotais, principalmente junto dos sacerdotes mais fragilizados no exercício do seu múnus pastoral e também à comunhão com a Igreja universal.

De modo a reforçar a importância da reflexão havida, o senhor Bispo lembrou-nos que Cristo nunca divide, antes convida à (re)união e apela à caridade presbiteral: "é importante que aproveitemos todas as oportunidades que temos para a vivência e promoção da comunhão com Deus e com os irmãos sacerdotes”.

P. António José Ferreira

No passado dia 18 de Novembro, 24 consagrados/as, pertencentes a 11 Institutos da nossa diocese, estiveram reunidos no Centro Paroquial de Almacave, Lamego. Acolheu-nos o Padre José Abrunhosa, Vigário Geral para os Consagrados, que também nos acompanhou toda a manhã. Este encontro foi constituído por três momentos que se sucederam na seguinte ordem: espaço formativo, animado pelo nosso Bispo, em que os/as presentes tiveram oportunidade de pôr questões e dialogar com o mesmo; eleição da nova equipa da CIRP/CNISP diocesana e eucaristia, que foi celebrada na igreja de Almacave e presidida pelo Sr. Bispo, D. António Couto.


CONSTRUIR DE CIMA PARA BAIXO
O Sr. Bispo, referindo-se à oração com que tínhamos iniciado o encontro, em que cantámos “Eu vi a cidade santa, a Nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus…”, disse-nos que as nossas construções começam pelos alicerces e crescem de baixo para cima. Mas, quando o edifício é espiritual, os seus fundamentos estão no cume. Exortou-nos assim, no meio da movimentação incrível deste Mundo, onde existem “sete biliões de solidões”, a sermos testemunhas da proximidade de um Deus que desce do Céu, que está aqui entre nós.

A Igreja é uma comunidade. Reunimo-nos aos Domingos: que não seja uma junção de solidões.

Jesus é Deus que passa e nos chama, não a respondermos a um inquérito, a uma entrevista ou a aprendermos uma doutrina, mas entrega-nos um Projeto de Vida - “Vinde atrás de Mim” - e partilha connosco a Sua vida toda. Não nos ama nem chama à condição. Pede e dá tudo de uma vez.

Para a maioria da pessoas deste Mundo morrer é acabar. Mas para nós, somos finitos porque somos criaturas e não criadores. Como criaturas, o Criador continua a manter-nos nas Suas mãos, sem solidão, pois somos amados por Deus desde toda a eternidade, e sê-lo-emos até depois de morrermos. Assim, o grande “mais” que podemos ensinar a este Mundo, e testemunhar, através da vida das nossas comunidades religiosas, é que duas pessoas não são apenas uma soma de indivíduos. Mas a comunhão não é trabalho nosso: é Alguém que nos une e reúne.

De seguida, o nosso Bispo explicou os fundamentos do lema deste ano pastoral –“Vai e faz tu também do mesmo modo!” -, e concluiu dizendo que o nosso trabalho de hoje é “ir ter com”, visitando, convidando para virem rezar connosco, não “passando ao lado” indiferentes, pois é preciso mais amor, mais amor, mais amor, onde cada vez há mais solidão, mais solidão, mais solidão.

“Quando Eu voltar…” (disse o samaritano ao estalajadeiro, o rei na parábola dos talentos e o esposo demorado às virgens que o esperavam) é o tempo de vida que nos é dado, o tempo da vigilância, do carinho meticuloso para com os nossos irmãos.
O Sr. Bispo terminou dizendo: “A grande dívida que a Igreja tem para com o Mundo é dizerlhe:
Tu és amado por Deus!” São João Paulo II.


ELEIÇÃO DA NOVA EQUIPA DA CIRP/CNISP
A nova equipa que coordenará os trabalhos da Conferência dos Institutos Religiosos e Seculares na diocese contará com os seguintes membros: Irmãs Teresa Maria Teixeira Dias da Costa, Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição, Teresa Maria Pereira Henriques deFrias, Serva de Nossa Senhora de Fátima, Maria Regina de Jesus Silva, da Filiação Cordimariana e Padres Amador Pereira Carreira, Franciscano e Avelino Martins da Silva, Beneditino.

Pela equipa da CIRP/CNISP diocesana,
Irmã Teresa Mª de Frias¸ in Voz de Lamego, ano 87/52, n.º 4438, 28 de novembro de 2017

No meio de campos, matos e pinheirais ainda verdes fica o Touro.

Casas de pedra, ruas limpinhas, Igreja grande e linda (onde quando chegamos, apesar da hora matinal de sábado, grande número de fiéis participava na Adoração ao Santíssimo, preparando-se para as confissões que decorreriam a seguir); á volta, antigos baldios adaptados para uso da comunidade com gosto e cuidado.

Foi num salão perto da Igreja que se reuniram a quase totalidade de catequistas das paróquias do Touro e de Pendilhe - contamos duas dezenas, e sendo que o Touro conta com uma dúzia no total, e Pendilhe com uma dezena, o número de presentes atingia praticamente a soma de ambos, o que demonstra o interesse despertado e a vontade de participar.

Apesar da falada desertificação do interior, havia um grupo considerável de catequistas jovens, quase todos encarregados dos 1ºs anos (até á 1ª comunhão), e alguns com os adolescentes.

O P. António Duarte recebeu nos com simpatia e boa disposição, e fez uma pequena introdução aos trabalhos da manhã.

A formação em si decorreu bastante bem, com todos atentos e interessados; os trabalhos de grupo com menos pessoas permitiram mais diálogo e exposição de dúvidas, tornando-se mais intimistas; mas o mais interessante é sempre a partilha decorrente destes encontros, a troca de ideias e experiências, das estratégias encontradas por cada um para contornar as dificuldades, sempre diferentes de paróquia para paróquia.

Cada vez admiro mais os nossos catequistas, verdadeiros heróis da Igreja atual, que com tão poucos meios, Pais pouco interessados e uma sociedade que é em tudo "contra", conseguem levar avante a sua missão evangelizadora!

Sem meios que não seja a sua enorme vontade e o amor a Deus e às crianças, lutam para trabalhar em salas velhas e desconfortáveis, ou em vários grupos que se "acomodam" dentro da mesma Igreja, sem privacidade nem conforto, sem mesas para poderem pousar os catecismos ou escrever ou fazer um desenho ou qualquer outra atividade manual de apoio.

Mas estão lá! E não desistem! Coordenam se, colaboram e seguem sem desanimar! E se o nosso encontro servir para lhes dar ainda mais ânimo, juntamente com mais algumas estratégias para vencerem as dificuldades, então já valeu a pena.

Durante o Advento, pelas inúmeras atividades que decorrem em todas as paróquias, entramos "de férias". Mas em Janeiro há mais, e apelamos às paróquias interessadas que nos façam chegar a sua vontade para agendar calendário adequadamente

(P. Tozé, Seminário de Resende).
Obrigada a todos!

IM, in Voz de Lamego, ano 87/52, n.º 4438, 28 de novembro de 2017

O ÚNICO REI QUE NÃO REINA DESDE FORA

1. A nossa amada Igreja de Lamego assinala hoje a Dedicação desta Casa-mãe a Deus, nosso Pai, a quem foi solenemente entregue a 20 de novembro de 1776, após a realização de diversos lanços de obras. Mas já antes, desde tempos bem remotos, aqui se reuniam os seus filhos, aqui se dedicavam e entregavam a Deus, à escuta da sua Palavra, à fração do pão, à comunhão e à oração. Exulta, pois, Igreja de Lamego, mas lembra-te sempre que a Dedicação desta Casa-mãe a Deus, nosso Pai, reclama também de ti, hoje e sempre, dia após dia, a tua plena Dedicação a Deus. Por isso, aqui estamos hoje, festivamente reunidos como filhos e irmãos, para celebrar com a Igreja inteira a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, a que acresce hoje também a Ordenação Diaconal do Eleito Vítor Manuel Teixeira Carreira, da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Queimadela.


2. Importa, antes de mais, deixarmo-nos inundar pelos tesouros da Escritura Santa, que a Liturgia deste Dia Solene nos oferece. O Livro de Ezequiel (34,11-17) ousa colocar à nossa beira e a cuidar de nós, a dizer o nosso nome, a debruçar-se sobre nós, a tratar as nossas feridas, a afagar o nosso rosto, não um médico ou enfermeiro, assistente social, catequista ou padre, mas o próprio Deus em pessoa. E o Salmo 23 canta essa proximidade de Deus com o seu Povo, e o extremado carinho que dedica a cada uma das suas ovelhas, a cada um de nós. O Apóstolo Paulo, no extrato da Primeira Carta aos Coríntios hoje lido (1 Coríntios 15,20-28), atesta que a esperança que arde em nós assenta em Jesus Cristo Ressuscitado, que constitui as Primícias da seara. Ora, as Primícias fazem parte da seara, são os primeiros frutos da seara, a primeira paveia de cevada ou de outros cereais ou frutos. Portanto, o que acontece às Primícias em primeiro lugar, na ordem do tempo, da representação simbólica e da promessa, acontecerá também a toda a seara.


3. O Evangelho (Mateus 25,31-46) é um riquíssimo manual ou agenda de vivência cristã, fazendo-nos ver o Senhor Jesus Cristo no meio de nós, tantas vezes vestindo a pele dos nossos irmãos mais pequeninos que, consciente ou inconscientemente, facilmente vamos atirando para trás das costas. Eis a revelação contundente de Jesus: «Cada vez que [não] fizestes isto a UM destes meus irmãos, os mais pequenos, foi a MIM que o [não] fizestes» (Mateus 25,40 e 45). Cada vez que [não] fizestes isto… Isto, o quê?, perguntamos nós, que tantas vezes atravessamos a vida distraídos. E a resposta surge com extrema precisão: «Tive fome e destes-ME [ou não] de comer (1), tive sede e destes-ME [ou não] de beber (2), era estrangeiro e recolheste-ME [ou não] (3), nu e vestites-ME [ou não] (4), estive doente e visitastes-ME [ou não] (5), estava na prisão e viestes ter COMIGO [ou não]» (6) (Mateus 25,35-36 e 42-43). Nesta tabuada todos reconhecemos facilmente a rampa de lançamento das chamadas «Obras de Misericórdia». «Vai, e faz tu também do mesmo modo», palavras de Jesus que indicam o caminho do nosso rumo pastoral para o ano em curso: eis a tua identidade e a tua agenda de todos os dias, Igreja amada de Lamego: bispo, sacerdotes, diáconos, consagrados, fiéis leigos.


4. A graça de uma Ordenação Diaconal, no Dia da Dedicação desta Casa-mãe e no Dia de Cristo-Rei, que é o único rei que não reina desde fora, portanto não reina com a espada, com a força, decretos e impostos, mas desde dentro, portanto com mansidão, graça, amor, justiça, verdade e paz, empresta à nossa reunião celebrativa de hoje a nota do serviço humilde e dedicado que todos, como filhos e irmãos, devemos uns aos outros. Não nos podemos esquecer que o Rei do Evangelho de hoje não ostenta cetro nem coroa, mas a Cruz e o amor; não vem de Jerusalém e da sua rigidez cultual e religiosa, com o machado aos ombros e a pá de joeirar nas mãos, de acordo com o cenário desenhado por João Batista, para cortar e limpar já e em força (cf. Mateus 3,10.12). Cortar as árvores que não dão fruto, e limpar a sua eira da palha e do lixo. Para muito espanto de João Batista, eis que o Messias esperado vem da Galileia dos pagãos, e não da judaica Jerusalém, e não vem para batizar, mas para ser batizado! É notória a atrapalhação de João Batista, que ao ver este Messias que vem com um colorido tão diferente do que ele imaginava, ainda desabafa soletrando as palavras: mas não era assim… (cf. Mateus 3,14). Mas também os discípulos de Jesus de ontem e de hoje, nós também, continuamos a pensar mais ou menos da mesma maneira, pois lá vamos continuando a propor, cheios de boa vontade com certeza, arrancar já a cizânia do meio do trigo (cf. Mateus 13,28). Mas, sempre com muito espanto nosso, o dono do campo diz que não (cf. Mateus 13,29), e propõe a mansidão e a boa e bela convivência entre todos, entenda-se, o tempo da evangelização que precede sempre o fim (cf. Mateus 24,14), apondo pausa e bemol aos nossos impacientes cenários, aparentemente lógicos, do já e em força (cf. Mateus 13,24-30.36-43).


5. Caríssimo Eleito para a Ordem dos Diáconos. Bem sabes que o teu modelo e a tua referência de vida é este Senhor, que é o Amor em pessoa, que veio para o meio de nós, para nos servir e nos salvar. Bem sabes também, em consequência, que a «tua missão é ajudar o Bispo e o seu presbitério no serviço da Palavra, do Altar e da Caridade» (Pontifical Romano, Ordenação dos Diáconos, n.º 199), e que o teu distintivo é o Evangelho de Cristo que hoje vais solenemente receber, e que tens a missão de proclamar, acreditar, ensinar e viver (Pontifical Romano, Ordenação dos Diáconos, n.º 210). Recordo-te ainda, caríssimo Eleito, que o anúncio do Evangelho é «a primeira caridade» para o mundo (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium [2013], n.º 199; Exortação Apostólica Novo millennio ineunte [2001], n.º 50), e que também nunca deves esquecer, como bem lembra o Evangelho de hoje, que só «a caridade das obras garante uma força inequívoca à caridade das palavras» (Novo millennio ineunte, n.º 50).


6. Enfim, em tudo o que fizeres, caríssimo Eleito, imita o único Senhor da nossa vida e da tua vida, Jesus Cristo, mas imita também aquele servidor Filipe, que o Livro dos Atos dos Apóstolos 6,1-6 apresenta como um dos Sete, a quem foram impostas as mãos Apostólicas para «servir», e que aparece depois, no Capítulo VIII, a evangelizar a Samaria e o eunuco etíope. Significativamente, Filipe nunca recebe o título de «diácono» (diákonos). Assenta-lhe melhor o verbo «servir» (diakoneîn). O único título que que lhe é dado é o título belo de «o Evangelista» (ho euaggelistês) (Atos dos Apóstolos 21,8). Partindo da exortação do Apóstolo São Paulo ao seu discípulo
Timóteo, também eu te exorto hoje a ti, caríssimo Eleito: «Faz o trabalho de um Evangelista!» (cf. 2 Timóteo 4,5). Põe a tua vida em sintonia com o lema da nossa Diocese para este Ano Pastoral: «Vai, e faz tu também do mesmo modo!».


7. Próprio do anúncio do Evangelho é a leveza, a beleza e a dedicação total. Só assim, caríssimo Eleito, caríssimos sacerdotes e caríssimos fiéis leigos, amados irmãos e irmãs, estaremos em sintonia com o Evangelho e avivaremos a Dedicação da nossa Igreja Catedral, desta Casa-mãe que hoje nos acolhe. Dedicação total. Não vos posso pedir menos. Também não vos posso pedir mais. A todos vós: caríssimo Eleito, caríssimos sacerdotes, caríssimos fiéis leigos. E que o bom Deus oriente e alumie sempre os nossos passos, e que sejam os nossos propósitos os d’Ele. Ámen.


Lamego, 26 de novembro de 2017,
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
+ António, vosso bispo e irmão

“Eis-me aqui, envia-me” (Is 6, 8)
Todos somos chamados a uma vocação. A própria palavra “vocação” vem do verbo latino “vocare” que significa precisamente chamar. O Senhor chama. O Senhor envia. No entanto, não podemos cair no erro de entender que este vocábulo só diz respeito aos sacerdotes ou aos religiosos. O termo vocação é bem mais amplo.


Fui educado numa família profundamente cristã, onde a oração do terço fazia parte do dia-a-dia da nossa casa e mesmo durante a semana, quando regressava das aulas, ia à Eucaristia. Era muito novo, ainda não percebia o que se passava, o que se vivia e celebrava na Eucaristia, mas havia algo no “senhor abade” que me impressionava, talvez a forma como celebrava, talvez a sua serenidade e bondade.


Para falar do meu percurso vocacional teremos que recuar ao ano de 2003/2004. Estava no 6ºano, na Escola Básica Gomes Teixeira de Armamar. Foi num domingo, após a celebração dominical, que o meu pároco, na altura Pe. José Filipe Ribeiro me convidou para ir passar um fim-de-semana ao seminário. Tinha 11 anos e nunca ninguém me tinha falado do seminário, por isso deixei-o, literalmente, sem resposta. No entanto, a palavra seminário não me saía do pensamento, e não perdi muito tempo até conseguir saber o seu significado. Questionei a minha mãe acerca do seminário e ela explicou-me que era uma casa onde viviam rapazes da minha idade e até mais velhos e que faziam tudo o que eu fazia em casa. Perante esta resposta, a dúvida ainda crescera mais. Afinal, se aqueles jovens faziam tudo o que eu fazia, qual a necessidade de estarem a viver numa casa, longe das suas famílias?


Decidi aceitar a proposta do meu pároco e fui até ao seminário de Resende. Assim tinha a certeza que iria acabar por descobrir, por mim próprio, o que era o seminário e o que faziam aqueles que lá viviam. O certo é que esse fim-de-semana foi especial e só aí é que percebi que o seminário era como que uma família. Era um lugar onde viviam aqueles que colocavam a hipótese, nas suas vidas, de um dia virem a ser sacerdotes. Participei em mais 2 encontros de pré-seminário e nesse mesmo ano matriculei-me no 7ºano.


A minha vida acabara de dar uma volta de 180 graus. Deixara a família, os amigos da terra e da escola para, juntamente com os colegas de seminário, iniciarmos um novo ano-letivo. Tudo era novo: o seminário, os colegas, a escola. A adaptação não foi fácil, sobretudo pelo facto de estar mais afastado da minha família. Contudo, com a ajuda dos formadores, dos colegas e sempre com a proteção de Nossa Senhora de Lourdes, as dificuldades foram diminuindo. Fui-me apercebendo, com o passar dos anos, que a expressão do Evangelho “Vem e segue-Me” (Mt 19, 21) gravada na capela do seminário de Resende era um chamamento que me era feito dia após dia e que eu era convidado a dar uma resposta a este chamamento: “eis-me aqui, envia-me”.


Chegado ao 12ºano foi preciso tomar novamente uma outra decisão. Como qualquer jovem que chega a esta fase, também eu senti necessidade de pensar acerca do meu futuro. Tinha duas hipóteses: continuar a estudar, num curso superior, ou ir trabalhar. Foi nesta fase que me propuseram 2 encontros de pré-seminário, no Seminário Maior de Lamego, e foi precisamente nestes encontros que senti algo a chamar-me de novo. Senti que era Ele que me dizia novamente: “Vem e segue-Me”. Depois de conversar com as equipas formadoras e com alguns colegas do seminário maior decidi, mais uma vez, arriscar e segui-Lo.


Os anos que passei no seminário maior foram muito marcados pelo contacto com colegas de outras dioceses: nos dois primeiros anos com as idas a Viseu, onde frequentávamos as aulas no Seminário Maior da diocese; nos três anos seguintes com a residência no Seminário Interdiocesano de São José e a formação na Faculdade de Teologia, em Braga. No último ano (6ºano) estive no Seminário Maior de Lamego, onde pude ter uma formação mais prática e pastoral, complementando assim o curso teológico.


Neste momento estou a realizar o meu estágio pastoral, nas paróquias da Beselga e Sernancelhe, confiadas aos padres Carlos Carvalho e Francisco Marques e a preparar-me para dizer novamente “eis-me aqui” na Ordenação Diaconal.
Acabamos de viver mais uma semana de oração pelos seminários e, desta forma, quero deixar o meu profundo agradecimento a estas casas que me acolheram durante 13 anos, bem como às equipas formadoras e colegas que conheci e com quem partilhei o meu dia-a-dia. Peço também ao Senhor da Messe que fortaleça os nossos jovens, para que um dia também sintam o seu chamamento e que tenham coragem de responder “sim”.

Vítor Teixeira Carreira, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017

“Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 5)
Desde o dia 12 deste mês até ao dia 19, os seminaristas e toda a gente que está de alguma forma ligada aos seminários viveram uma semana forte. A nível nacional aconteceu a Semana de Oração pelos Seminários, na qual estes são lembrados de forma especial na vida das nossas comunidades diocesanas e, muito em concreto, nas nossas paróquias. Pelos nossos lados foram bastantes as iniciativas que deram a esta semana um cunho festivo e orante.

Caras novas na missa diária.
Na vida direta da comunidade do Seminário de Lamego houve a possibilidade de, na missa diária, contar com a presença de padres que por norma aí não celebram. Na segunda feira tivemos a presença do recém-ordenado padre Diogo Rodrigues, que sabiamente nos alertou para o valor da intensa oração que o Povo Santo de Deus faz pelo Seminário (sempre, mas especialmente nestes dias). No dia seguinte de muito nos serviu o testemunho e ensinamento do pró-vigário da diocese, padre João Carlos, quando nos chamou a atenção para o Amor Novo que Deus nutre por cada um. Quanto a quarta feira, contámos com a solicitude do nosso vizinho e também recentemente ordenado padre Luís Rafael, que nos mostrou que o valor da gratuidade é grande e que, tanto aos nossos irmãos como a Deus, devemos sempre demonstrar gratidão para com tudo o que fazem por nós. A terminar a “série” de tão ricos testemunhos, tivemos, na quinta feira, a honrosa participação do cónego José Manuel Melo, que nos convocou para uma vida de serviço perene em favor da Santa Igreja de Cristo.

Anúncio, apostolado, testemunho.
Esta semana forte para o nosso seminário serviu ainda para alguns de nós irmos a ambientes pouco usuais falar do tema da vocação. Na terça e quarta feira deslocámo-nos à Escola de Formação Social Rural para contactarmos com três turmas no tempo letivo de Educação Moral e Religiosa Católica. No sábado, a paróquia de Santa Maria Maior de Almacave acolheu-nos no seu tempo de catequese, nomeadamente nos 7º e 8º anos, onde houve igualmente uma partilha de testemunhos vocacionais e esclarecimentos de dúvidas que os catequizandos iam expondo. Houve ainda oportunidade para um contacto dos seminaristas com a comunidade do Bairral que aconteceu na Eucaristia dominical, onde os fiéis ali presentes puderam ouvir um pouco cada seminarista falar da sua experiência vocacional.

À memória dos defuntos pela festa com os companheiros.
Uma feliz coincidência com a semana dos seminários foi a celebração do ofício de defuntos que decorreu no sábado ao fim da tarde, com a presença sempre desafiadora de Dom António Couto e Dom Jacinto Botelho, na capela grande do seminário. Aí foram lembrados todos os benfeitores da casa: bispos, padres, seminaristas e demais pessoas que de alguma forma partilharam a sua vida com o “coração da diocese” e que já a entregaram nas mãos do Criador. Dentro dessa mesma celebração, o seminarista André Nascimento deu um dos primeiros passos visíveis na sua caminhada, ao receber a alva das mãos do senhor bispo como sinal da pureza de Cristo, da qual todos bebemos e para a qual todos caminhamos. No final daquela bela liturgia foi tempo de, sentados à mesa, reparar as forças com o jantar e, porque é tempo delas (ainda que poucas), degustar algumas castanhas.

“Vinde e vede” - o pré-seminário.
Das muitas Graças que nesta semana nos foram concedidas pelo Bom Deus, uma outra que vale a pena salientar é a presença no pré-seminário (desde sexta à tarde a domingo à tarde) de seis jovens. Estes aventureiros decidiram aceitar um desafio que Jesus fez e faz a tantos e tantos. Este, aquando da pergunta de dois discípulos de João Batista “Rabi, onde moras?” (Jo 1, 38) respondeu “Vinde e vede.” (Jo 1, 39). Aqueles dois foram, viram e permaneceram com Ele, cabe-nos Esperar que estes seis abram também as portas para escutarem a mesma Voz e se deixarem habitar por Ela.

Com ele por causa d’Ele. (Vigília em Queimadela - terra mãe do futuro diácono Vítor Carreira).
Um momento do qual é indispensável falar é a Vigília de Oração pelos Seminários, que aconteceu em Queimadela no sábado à noite. Presidida pelo nosso solícito pastor, D. António, aquela hora e meia encheu-se de Cristo, que ali se encontrava exposto. Estiveram presentes os padres que constituem a equipa formadora do Seminário, os vigários da nossa diocese, outros padres que se quiseram associar, todos os seminaristas e pré-seminaristas e, claro, o pároco daquela comunidade (cónego José Manuel Melo) com o ainda seminarista Vítor Carreira. Ali estivemos, como nos lembrou o senhor bispo, certamente por causa do Vítor, mas inequivocamente por causa daquele Cristo Jesus que o chamou e que, no meio daquela noite fria, também a qualquer um de nós dirigiu palavras novas de vida eterna. O agradecimento a toda a comunidade de Queimadela, na pessoa do seu pároco, será sempre pouco para expressar o conforto, a harmonia e o quão bem nos sentimos naquela vigília. Estivemos envolvidos no imenso Amor de Deus com a ajuda do exuberante canto do grupo coral “pietate” e sentimos a vitalidade da Boa-Nova nas cordas da guitarra em alguns cânticos de estilo mais juvenil assegurados pelo seminário em conjunto com o Departamento da Pastoral dos Jovens da nossa diocese, na pessoa do seu diretor.
Obrigado, Senhor. Obrigado, Queimadela. Obrigado, Vítor.

Foi uma semana não apenas cheia mas “em cheio”. Esperemos que o Senhor da seara tenha já tocado “em cheio” a vida daqueles que serão os administradores fiéis e prudentes, que Ele porá à frente da Sua Família.

Diogo Martinho, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017

Este Domingo, dia 19 de Novembro, decorreu na Sé Catedral de Lamego, pelas 10.00h, uma celebração Eucarística, presidida por Sua Excelência Reverendíssima o Sr. D. António Couto, para assinalar I Dia Mundial dos Pobres. Concelebraram com o Sr. D. António Couto, o Sr. D. Jacinto Tomás Botelho, Bispo Emérito da nossa Diocese, Sr. Vigário-Geral, Monsenhor Joaquim Dias Rebelo, Sr. Pro Vigário Geral Pe. João Carlos Morgado e ainda o nosso Pároco da Sé Catedral, Sr. Cónego Pe. José Ferreira.

Como forma de mensagem a todos sobre a efeméride, um grupo de crianças do 6º Ano, sob a orientação das suas catequistas, encenou a Parábola do Bom Samaritano, a qual, como nos aconselha o nosso Bispo, poderá “servir de guia de vida e de ícone para os olhos e o coração, uma das mais belas figuras da caridade, retratada por Jesus…”.


No momento do Ofertório, as crianças e jovens da catequese, ofereceram bens alimentares para serem posteriormente entregues a famílias carenciadas que regularmente se dirigem aos serviços sócio caritativos da nossa paróquia. Com este gesto pretendeu-se sensibilizar os mais novos para a importância da partilha, dos afetos e da consciencialização de todos para os problemas relativos à caridade, indo de encontro ao que nos é proclamado pelo Papa Francisco, ao dizer-nos que cuidar dos pobres é “lutar contra todas as pobrezas, espirituais e materiais”.

Um outro momento significativo, foi após a Ação de Graças, procedendo-se ao lançamento da campanha “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto Pela Paz”, um compromisso com a Paz no Mundo, a Paz em Família, a Paz entre Homens e Mulheres, organizado e dinamizado pela Cáritas. Uma vez mais, um grupo de jovens do 8ºAno apresentou, simbolicamente, ao Sr. Bispo e consequentemente à Diocese, a Luz da Paz, através das velas alusivas à campanha.

Apraz-nos referir que foi uma Missa especial, plena de significado, tão bem explicito na homilia proferida pelo Sr. D. António Couto, dirigida essencialmente às crianças e jovens, sobre a pobreza, sobre a caridade, sobre as atitudes no nosso quotidiano junto dos mais desprotegidos. Salientou, com determinação e acuidade, que estávamos a assinalar o I Dia Mundial dos Pobres, mas o II Dia começa já manhã.

Cáritas Diocesana de Lamego,
In Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017

No sábado, dia 18, logo pela manhã, 60 entusiasmados catequistas reuniram-se no Seminário de Resende para trabalharmos juntos na que era, para muitos, a sua primeira formação.

As expectativas eram muitas, e a vontade de aprender enorme, quer do lado dos formandos, quer dos formadores, pois o ensino é sempre mútuo nestes encontros.
Direcionada para catequistas de Cinfães e Resende, a proximidade física da formação permitiu a presença de muitos que, apesar de serem catequistas há vários anos, ainda não tinham tido qualquer formação nesta área.

Para aquecer (não animar, já que estávamos animadíssimos!), após as orações iniciais, o P. Tozé dirigiu e ensinou um cântico alegre com muita coreografia, divertida mas simples, para que todos facilmente aprendessem e pudessem usar na animação das suas sessões de catequese.

E após uma breve revisão do papel e função do catequista na Igreja e na comunidade, dos princípios básicos da sua preparação e do esquema de preparação duma sessão de catequese, os participantes foram divididos em três grupos de trabalho (até à 1ª Comunhão, desta à profissão de Fé, e adolescentes/jovens) para poderem preparar dum modo mais prático e específico uma sessão com o tema previamente escolhido - a parábola do Bom Samaritano (cumprindo o proposto neste Ano Pastoral – a Caridade).

Houve tempo para debate e troca de experiências e ideias, apesar de "saber a pouco", pois a vontade de partilhar e ouvir era muita, mas foi muito enriquecedor para todos.

Terminamos como começamos, com orações e cânticos coreografados, e recuperamos as energias gastas com um convívio á volta da mesa, "miminho" da D. Glorinha e da D Anita.

Na "avaliação final", muito positiva, ficou a vontade expressa dos participantes de receberem mais vezes a equipa, havendo até quem considerasse que a participação deveria ser obrigatória para todos os que querem ser catequistas...

Na próxima semana estaremos no Touro, formação direcionada para os catequistas de Touro e Pendilhe. Até lá!

Isilda Montenegro, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017

Olhando para as respostas dadas pelos jovens da nossa Diocese ao inquérito realizado recentemente, constatamos que a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) se apresenta como o momento “mais importante do ano” e “o culminar de uma caminhada pastoral realizada ao longo de vários meses”.

Sabemos que ainda falta algum tempo para a JDJ 2018 mas, porque o tempo passa a correr, impõe-se uma preparação atempada. Conscientes deste desafio, os jovens do Arciprestado de Lamego já realizaram duas reuniões: no dia 22 de Outubro em Almacave e 18 de Novembro em Lalim.

Num clima de união, tendo por base a passagem do Evangelho de São Lucas 1, 30 (“Não temas, Maria, porque encontraste graça junto de Deus”) os olhares estão voltados para os dias 18 e 19 de Maio e para o local escolhido para a realização desta XXXIII Jornada Diocesana da Juventude: a Barragem de Pretarouca.

No passado sábado, dia 18, também se deu inicio à Peregrinação da Cruz das JDJ pelas várias paróquias do Arciprestado. Os Jovens da Sé e de Almacave reuniram-se junto à Capela do Espírito Santo e partiram rumo à Igreja de Almacave levando a Cruz pelas ruas da cidade de Lamego enquanto entoavam alguns cânticos. No próximo Domingo, dia 26, a Cruz será entregue aos jovens de Ferreiros de Avões. Esta peregrinação será uma oportunidade para a criação de laços entre os jovens das várias paróquias, realização de momentos de oração comunitários, etc.


Equipa DDPJ Lamego, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017

(XXXIII Domingo do Tempo Comum – 19 de novembro de 2017)

«Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade» (1 Jo 3, 18). Estas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo «discípulo amado» até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1 Jo 4, 10.19); e amou dando-Se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1 Jo 3, 16).

Um amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a retribuí-lo não obstante as suas limitações e pecados. Isto é possível, se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for acolhida no nosso coração a pontos de mover a nossa vontade e os nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo. Deste modo a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade, pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e obras de misericórdia em prol dos irmãos e irmãs que se encontram em necessidade.

«Quando um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o» (Sal 34/33, 7). A Igreja compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação. Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens «cheios do Espírito e de sabedoria» (6, 3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isto foi possível, por ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia exprimir numa fraternidade e numa solidariedade tais, que correspondesse ao ensinamento principal do Mestre que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3).

«Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um» (At 2, 45). Esta frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O evangelista Lucas – o autor sagrado que deu mais espaço à misericórdia do que qualquer outro – não está a fazer retórica, quando descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los no seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a favor dos mais necessitados. E o mesmo ensinamento é dado, com igual convicção, pelo apóstolo Tiago, usando expressões fortes e incisivas na sua Carta: «Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que O amam? Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? (…) De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta» (2, 5-6.14-17).

Contudo, houve momentos em que os cristãos não escutaram profundamente este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas o Espírito Santo não deixou de os chamar a manterem o olhar fixo no essencial. Com efeito, fez surgir homens e mulheres que, de vários modos, ofereceram a sua vida ao serviço dos pobres. Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade!

Dentre todos, destaca-se o exemplo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos, ao longo dos séculos. Não se contentou com abraçar e dar esmola aos leprosos, mas decidiu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identificou neste encontro a viragem da sua conversão: «Quando estava nos meus pecados, parecia-me deveras insuportável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do corpo» (Test 1-3: FF 110). Este testemunho mostra a força transformadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos.

Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Estas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica. E deste modo de viver derivam alegria e serenidade de espírito, porque se toca palpavelmente a carne de Cristo. Se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia. O Corpo de Cristo, repartido na sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis. Continuam a ressoar de grande atualidade estas palavras do santo bispo Crisóstomo: «Queres honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no tempo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez» (Hom. in Matthaeum, 50, 3: PG 58).

Portanto somos chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma.

Não esqueçamos que, para os discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação a seguir Jesus pobre. É um caminhar atrás d’Ele e com Ele: um caminho que conduz à bem-aventurança do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3; Lc 6, 20). Pobreza significa um coração humilde, que sabe acolher a sua condição de criatura limitada e pecadora, vencendo a tentação de omnipotência que cria em nós a ilusão de ser imortal. A pobreza é uma atitude do coração que impede de conceber como objetivo de vida e condição para a felicidade o dinheiro, a carreira e o luxo. Mais, é a pobreza que cria as condições para assumir livremente as responsabilidades pessoais e sociais, não obstante as próprias limitações, confiando na proximidade de Deus e vivendo apoiados pela sua graça. Assim entendida, a pobreza é o metro que permite avaliar o uso correto dos bens materiais e também viver de modo não egoísta nem possessivo os laços e os afetos (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2545).

Assumamos, pois, o exemplo de São Francisco, testemunha da pobreza genuína. Ele, precisamente por ter os olhos fixos em Cristo, soube reconhecê-Lo e servi-Lo nos pobres. Por conseguinte, se desejamos dar o nosso contributo eficaz para a mudança da história, gerando verdadeiro desenvolvimento, é necessário escutar o grito dos pobres e comprometermo-nos a erguê-los do seu estado de marginalização. Ao mesmo tempo recordo, aos pobres que vivem nas nossas cidades e nas nossas comunidades, para não perderem o sentido da pobreza evangélica que trazem impresso na sua vida.

Sabemos a grande dificuldade que há, no mundo contemporâneo, para se poder identificar claramente a pobreza. E todavia esta interpela-nos todos os dias com os seus inúmeros rostos vincados pelo sofrimento, a marginalização, a opressão, a violência, as torturas e a prisão, pela guerra, a privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e o analfabetismo, pela emergência sanitária e a falta de trabalho, pelo tráfico de pessoas e a escravidão, pelo exílio e a miséria, pela migração forçada. A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro. Como é impiedoso e nunca completo o elenco que se é constrangido a elaborar à vista da pobreza, fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada!

Infelizmente, nos nossos dias, enquanto sobressai cada vez mais a riqueza descarada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados, frequentemente acompanhada pela ilegalidade e a exploração ofensiva da dignidade humana, causa escândalo a extensão da pobreza a grandes sectores da sociedade no mundo inteiro. Perante este cenário, não se pode permanecer inerte e, menos ainda, resignado. À pobreza que inibe o espírito de iniciativa de tantos jovens, impedindo-os de encontrar um trabalho, à pobreza que anestesia o sentido de responsabilidade, induzindo a preferir a abdicação e a busca de favoritismos, à pobreza que envenena os poços da participação e restringe os espaços do profissionalismo, humilhando assim o mérito de quem trabalha e produz: a tudo isso é preciso responder com uma nova visão da vida e da sociedade.

Todos estes pobres – como gostava de dizer o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por «direito evangélico» (Discurso de abertura na II Sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II, 29/IX/1963) e obrigam à opção fundamental por eles. Por isso, benditas as mãos que se abrem para acolher os pobres e socorrê-los: são mãos que levam esperança. Benditas as mãos que superam toda a barreira de cultura, religião e nacionalidade, derramando óleo de consolação nas chagas da humanidade. Benditas as mãos que se abrem sem pedir nada em troca, sem «se» nem «mas», nem «talvez»: são mãos que fazem descer sobre os irmãos a bênção de Deus.

No termo do Jubileu da Misericórdia, quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados. Quero que, aos outros Dias Mundiais instituídos pelos meus Antecessores e sendo já tradição na vida das nossas comunidades, se acrescente este, que completa o conjunto de tais Dias com um elemento requintadamente evangélico, isto é, a predileção de Jesus pelos pobres.

Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. Este Dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos; foram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário destinado à humanidade sem qualquer exclusão.

Desejo que, na semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres – que este ano será no dia 19 de novembro, XXXIII domingo do Tempo Comum –, as comunidades cristãs se empenhem na criação de muitos momentos de encontro e amizade, de solidariedade e ajuda concreta. Poderão ainda convidar os pobres e os voluntários para participarem, juntos, na Eucaristia deste domingo, de modo que, no domingo seguinte, a celebração da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo resulte ainda mais autêntica. Na verdade, a realeza de Cristo aparece em todo o seu significado precisamente no Gólgota, quando o Inocente, pregado na cruz, pobre, nu e privado de tudo, encarna e revela a plenitude do amor de Deus. O seu completo abandono ao Pai, ao mesmo tempo que exprime a sua pobreza total, torna evidente a força deste Amor, que O ressuscita para uma vida nova no dia de Páscoa.

Neste domingo, se viverem no nosso bairro pobres que buscam proteção e ajuda, aproximemo-nos deles: será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos. Como ensina a Sagrada Escritura (cf. Gn 18, 3-5; Heb 13, 2), acolhamo-los como hóspedes privilegiados à nossa mesa; poderão ser mestres, que nos ajudam a viver de maneira mais coerente a fé. Com a sua confiança e a disponibilidade para aceitar ajuda, mostram-nos, de forma sóbria e muitas vezes feliz, como é decisivo vivermos do essencial e abandonarmo-nos à providência do Pai.

Na base das múltiplas iniciativas concretas que se poderão realizar neste Dia, esteja sempre a oração. Não esqueçamos que o Pai Nosso é a oração dos pobres. De facto, o pedido do pão exprime o abandono a Deus nas necessidades primárias da nossa vida. Tudo o que Jesus nos ensinou com esta oração exprime e recolhe o grito de quem sofre pela precariedade da existência e a falta do necessário. Aos discípulos que Lhe pediam para os ensinar a rezar, Jesus respondeu com as palavras dos pobres que se dirigem ao único Pai, em quem todos se reconhecem como irmãos. O Pai Nosso é uma oração que se exprime no plural: o pão que se pede é «nosso», e isto implica partilha, comparticipação e responsabilidade comum. Nesta oração, todos reconhecemos a exigência de superar qualquer forma de egoísmo, para termos acesso à alegria do acolhimento recíproco.

Aos irmãos bispos, aos sacerdotes, aos diáconos – que, por vocação, têm a missão de apoiar os pobres –, às pessoas consagradas, às associações, aos movimentos e ao vasto mundo do voluntariado, peço que se comprometam para que, com este Dia Mundial dos Pobres, se instaure uma tradição que seja contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo.

Que este novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres permite-nos compreender o Evangelho na sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso de que lançar mão para acolher e viver a essência do Evangelho.

Vaticano, Memória de Santo António de Lisboa,

13 de junho de 2017.

Franciscus

No passado dia 12 de novembro, a comunidade do Seminário de Lamego foi em ação de promoção vocacional às paróquias do Sr. Pe. Leontino. Fomos até São Romão cujo padroeiro tem o mesmo nome, de seguida fomos até Tões, em que a padroeira é Santa Senhorinha, depois fomos até Queimada sendo padroeiros S. Pedro e S. Paulo e de onde é natural o Pedro, seminarista do 9ºano.

Na nossa eucaristia, o Tiago, seminarista do 12ºano, falou um pouco da sua ida para o Seminário e sobre o que era o Seminário. A irmã Claudina também enriqueceu a eucaristia com a sua história de vida.

De seguida, dirigimo-nos até ao lar de S. João Batista onde tivemos a oportunidade de conhecer o espaço e onde pudemos almoçar.

Agradecemos ao Sr. Pe. Leontino esta excelente oportunidade e esperamos regressar o mais brevemente possível.

Diogo Ferreira, 9.º ano,

in Voz de Lamego, ano 87/50, n.º 4436, 14 de novembro de 2017

Entre os dias 12 e 19 deste mês, decorre, a nível nacional, a Semana dos Seminários, motivando as nossas comunidades cristãs a rezarem e a interessarem-se por esta realidade diocesana, a quem o último Concílio chamou “coração da diocese”.

A nossa diocese mantém aberto o Seminário de Lamego e participa no projecto do Seminário interdiocesano de S. José, em Braga, juntamente com as dioceses vizinhas de Bragança, Guarda e Viseu. Ali vivem os seminaristas mais velhos, frequentando o curso teológico na Faculdade de Teologia da Universidade Católica.

No presente ano lectivo, frequentam o Seminário interdiocesano três seminaristas de Lamego. No Seminário de Lamego acolhemos e acompanhamos sete seminaristas: seis que transitaram de Resende (quatro no 9.º ano e dois no 12.º ano) e um finalista, que frequenta o Ano Pastoral (VI ano). A acompanhar estes seminaristas está uma equipa formadora com quatro sacerdotes: um Formador em Braga, o Reitor e um Formador em Lamego (com a paroquialidade de Britiande, entre outros trabalhos) e o Director Espiritual, pároco em diversas paróquias da zona pastoral de Sernancelhe.

Mas o edifício do Seminário de Lamego não acolhe apenas os seminaristas diocesanos. Cada vez mais se assume como centro de encontro e de formação para todos os diocesanos, mercê da localização, das dimensões e, cada vez mais, das condições que oferece. Os investimentos já feitos e aqueles que se projectam foram motivados, também, por esta nova realidade. Um esforço, de resto, já concretizado noutras dioceses que, antes de nós, se prepararam para dar uso aos espaços não ocupados pelos seminaristas.

Apesar da remodelação já efectuada no rés do chão, há necessidade de continuar a dotar o edifício de condições que lhe permitam continuar a acolher seminaristas e sacerdotes, mas também a dar resposta à procura que, até agora, era direccionada para a Casa de S. José. O objectivo é estar ao serviço de todos os diocesanos e ser uma casa aberta e cómoda que contribui para a vida e o ritmo da diocese. Sem deixar de cumprir a missão para que foi construído, o Seminário prepara-se para alargar tal missão, como casa viva que contribui para a vida cristã da diocese.

E porque é para todos, também de todos espera a ajuda indispensável para avançar. Foi assim para nascer, será assim para continuar.

Pe. Joaquim Dionísio

Reitor,

in Voz de Lamego, ano 87/50, n.º 4436, 14 de novembro de 2017

Em desenvolvimento.

 

 

 

 

Acabados de sair da celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, mas sem perder de vista a figura tutelar de Maria, eis-nos já outra vez à entrada da Semana dos Seminários que, neste ano da graça de 2017, se celebra de 12 a 19 de novembro, e surge subordinada ao tema «Fazei o que Ele vos disser».

Trata-se de um dizer de Mãe atenta, da Mãe de Jesus que, no decurso das bodas de Caná e numa situação de falta de vinho, que afetaria negativamente o andamento da festa, indica aos serventes (diákonoi), isto é, aos discípulos de ontem e de hoje, a quem devem estar atentos, para quem devem olhar, a quem devem escutar, que ordens devem cumprir. É claro que ela fala para os discípulos, mas aponta para Jesus, em quem devem pôr toda a atenção, porque é Ele que tem a solução para aquele problema e para todos os problemas.

Estava lá a «Mãe de Jesus», a quem Jesus trata por «Mulher», para a vincular à Mulher da esperança, esposa de Deus e mãe dos filhos de Deus, que atravessa em contraluz a Escritura inteira. E estavam lá também «seis talhas», grandes e vazias, que representam o velho judaísmo e os seus rituais de purificação, tudo vazio, à espera do tempo novo da realização da esperança. Mãe e Mulher da esperança, talhas vazias, mas que, por ordem de Jesus, os serventes, os discípulos, encherão de esperança até ao cimo, até transbordar. É delas que, dando cumprimento às ordens novas de Jesus, jorrará o vinho novo e bom, até agora guardado para nós. Tempo novo e pleno do Amor de Deus, que manda agora servir o banquete de carnes suculentas e vinhos deliciosos, já anunciado em Isaías 25,6. É claro que o «chefe-se-mesa», que representa o velho e vazio judaísmo não podia compreender «de onde» vinha este vinho novo. Nem o noivo antigo. A quem se dirige. Só o sabem o Noivo novo, que é Jesus, e os seus discípulos ou serventes.

Aí está então o banquete Novo, Bom e Último do Reino de Deus, com o Vinho Bom e Último, até agora guardado na esperança, e que é agora cuidadosamente servido. É sabido que a tradição judaica descrevia com muito vinho o tempo da vinda do Messias, referindo que, nesse tempo, cada videira teria mil ramos, cada ramo mil cachos, cada cacho mil bagos, cada bago daria 460 litros de vinho! Que saber e sabor é o nosso? Sabemos e saboreamos a Alegria do Banquete nupcial? Servimos para servir este Amor, esta Alegria? Não esqueçamos que é este o «terceiro Dia!» (João 2,1), que agrafa esta Alegria à Alegria nova da Ressurreição ao «terceiro Dia», «sinal» para a Glória e para a Fé (João 2,11). E os serventes são os discípulos, cuja missão é servir esta Alegria.

É para preparar estes serventes ou discípulos que servem os nossos Seminários. E esta semana, de 12 a 19 de novembro, serve para voltarmos os nossos corações para os nossos Seminários, e para pedirmos ao nosso bom Deus, Senhor do banquete e do vinho novo da Alegria, e a Jesus, o Noivo novo, que faz jorrar o vinho novo e bom, e a Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, que olhem para os nossos seminaristas com particular desvelo, e os «arrastem com carinho» (cf. Jeremias 31,3; João 6,44) pela vida fora.

Os nossos seminaristas frequentam, de momento, o Seminário de Lamego e o Seminário Interdiocesano de S. José, sediado em Braga, para possibilitar aos nossos Seminaristas poder frequentar a Faculdade de Teologia da Universidade Católica.

Lembro ainda que estão a decorrer obras no nosso Seminário de Lamego, para podermos também transformar alguns dos seus espaços numa casa aberta e acolhedora, capaz de oferecer aos fiéis leigos da nossa Diocese mais e melhores tempos de formação, convívio e oração.

Enquanto erguemos o nosso coração em oração até este Pai bom misericordioso, levando até ao coração de Deus os nossos seminaristas, peçamos-lhe também, com insistência, por intercessão de Maria, nossa Mãe sempre atenta, que «arraste» outros jovens para os nossos Seminários, para que amanhã não nos faltem os sacerdotes de que necessitamos para servir da melhor maneira o vinho nova da Alegria ao Povo de Deus da nossa Diocese de Lamego e da Igreja inteira.

Peço, então, uma vez mais que, sendo generosos na oração, o sejamos também na dádiva de nós próprios, concretizada no ofertório de Domingo, dia 19, que será destinado, na sua inteireza, para as necessidades dos nossos Seminários que, neste tempo, servem, não apenas os seminaristas, mas também os fiéis leigos. Isto é, servem o Povo de Deus.

 

Que Deus nos abençoe e guarde em cada dia, e faça frutificar o labor dos nossos Seminários.

Lamego, 1 de novembro de 2017, Solenidade de Todos os Santos

+ António, vosso bispo e irmão

Do dia 3 ao dia 5 de novembro, tiveram lugar em Fátima, as Jornadas Nacionais de Catequistas, com a presença do Sr. D. António Moiteiro, Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé.  Da nossa Diocese participaram seis catequistas e na organização dos trabalhos colaboraram dois elementos do secretariado diocesano.

Os trabalhos começaram no dia 3 com uma reflexão orientada pelo Sr. Padre Mário de Sousa, da diocese do Algarve, sobre “A alegria do encontro com o ressuscitado”. No dia 4 decorreram duas conferências: uma orientada pelo Sr. D. António Moiteiro sobre Linhas programáticas para a catequese e outra pelo Sr. Padre José Frazão, da companhia de Jesus, sobre O encontro com Jesus Cristo. Na tarde do dia 4 e dia 5 realizaram-se partilhas em grupo sobre os lugares, destinatários e mediadores da catequese que nos são apresentados na carta pastoral “Catequese: a alegria do encontro com Cristo”.

Desta formação importa reter e referir alguns princípios e propósitos que nos foram deixados nas intervenções do Sr. D. António Moiteiro e do Sr. Padre José Frazão. Ambos referiram uma ideia fundamental, “ o catequista só pode ser verdadeiro mediador do encontro com Jesus Cristo quando experimentar este encontro”. Referiu ainda o Sr. D. António Moiteiro que é importante que “a catequese se baseie hoje no despertar da fé e não tanto na transmissão da fé. Portanto na boca do catequista deve ressoar o primeiro anúncio, o Kerigma.” Por fim referiu ainda que a vocação do catequista é “ o conhecimento amoroso de Cristo que brota do desejo de o anunciar”. Neste sentido só podemos, enquanto catequistas, ser verdadeiros anunciadores de Cristo quando chegarmos ao verdadeiro encontro com Ele. Assim o Sr. Padre José Frazão referiu que a missão do catequista é “retirar os obstáculos ao encontro com Cristo”. Na sua intervenção deixou-nos ainda 5 elementos que, segundo ele, são importantes para que haja este encontro: “reconhecimento de Cristo como vida da minha existência; ser capaz de suscitar a adesão da minha inteligência e do meu afeto; acolher a verdade que é Jesus no nosso corpo e na nossa alma; Jesus que confirma a expectativa de felicidade e de bem e assim dará uma forma à nossa vida e à nossa existência”.

Estas jornadas ajudaram a perceber que é fundamental o verdadeiro encontro com Cristo para podermos conduzir os nossos catequizandos a este encontro. Portanto, como referiu o Sr. Padre José Frazão, o catequista deve ser “o barqueiro e remover de obstáculos” que interrompem o encontro com Jesus Cristo.

 

SDEC, in Voz de Lamego, ano 87/49, n.º 4435, 7 de novembro de 2017

Foi este o tema que juntou cerca de 60 catequistas do arciprestado de Lamego no Seminário maior, no sábado dia 4, entusiasmados por se encontrarem (reencontrarem, quase todos !)  para passar a manhã em ambiente de aprendizagem, oração e louvor a Deus.

E foi orando que iniciamos os trabalhos , preparando-nos espiritualmente para o Encontro com Ele.

Assumindo e testemunhando a CARIDADE como indissociável da vida cristã, caridade e catequese são também inseparáveis.

Como integrar esta realidade na catequese ministrada nos dias de hoje em diferentes registos sociais, económicos e familiares foi o desafio que tentamos ultrapassar com a preciosa ajuda do P. Ângelo, do P. Aniceto e do P. José Fernando; á mesa presidiram o Sr Cónego Assunção e o Sr Cónego Melo.

Com o P. Ângelo relembramos que Deus é ALEGRIA; é o nosso Melhor Amigo, Companheiro, Protetor de todas as horas; acima de tudo o objetivo da catequese deve ser fazer sentir ás crianças e jovens  que Deus é o seu grande confidente, Aquele que nunca os abandona, que os ama em qualquer circunstância, que está sempre ao seu lado.

Estabelecido este laço entre o catequizando e Deus, uma grande meta foi já atingida na nossa catequese.

Com o P. Aniceto exploramos o conceito de Nova Evangelização e a necessidade de permanecer em estado de constante conversão, de constante acolhimento da Palavra e de constante divulgação da Boa Nova, pois, mais do que negado, Deus é hoje na sociedade ocidental ( criada sobre raízes cristãs !) um DESCONHECIDO , fazendo com que a procura espiritual inerente ao ser humano se desvie para as respostas do prazer imediato ( satisfação puramente dos sentidos – hedonismo; material/económico; exotérico; seitas, etc) ou fique sem resposta com as consequentes angústias e problemas psicológicos que tão frequentes se tornaram.

Lembrando um antigo slogan turístico ( Vá para fora cá dentro! ), o cristão tem que ser missionário, não em África ou no Oriente, mas na Europa, nos países “ditos” católicos, mas onde a indiferença grassa.

E cada vez que estamos a ser “missionários cá dentro”, a nossa Fé, a nossa Alegria e a Paixão com que o fazemos , são o verdadeiro testemunho do Amor de Cristo e da Caridade para com o outro, que as crianças e jovens fixam e que os leva a ACREDITAR.

O P. José Fernando trouxe-nos um conceito inovador , o do catequista como agente da Pastoral da Saúde. Estranho ?

Recente e pouco conhecida, vale a pena lembrar que a Pastoral da Saúde foi criada em Fevereiro de 1985 pelo  Santo Papa João Paulo II, e definida como ” A ação evangelizadora da Igreja no mundo da saúde através da atuação da presença libertadora, curativa e salvífica de Cristo, pelo poder do Espírito Santo.”

Pois se Deus é necessário na nossa vida em todos os momentos, muito mais o é quando estamos doentes ou abatidos, física ou psicologicamente ( ou quando o próximo o está !).

Não podemos fazer da SAÚDE o nosso novo deus ( e já é quase  mais um ídolo moderno…), mas temos a obrigação cristã de fazer o possível por manter sãos corpo e mente, que são o templo do Espírito, e de ajudar o próximo a fazê-lo também.

A aceitação de todos os estados da vida e da sua fragilidade ( doença, sofrimento, angústia, ansiedade, etc) não nos deve tornar indiferentes, mas levar-nos sempre a agir como instrumento divino na vida do outro, procurando ajudar, aliviar, apoiar, ensinar, curar se possível.

A catequese , como fonte de educação comprometida com a Fé, pode e deve alertar para os procedimentos conducentes á saúde física e mental, e à manutenção da harmonia com o meio ambiente, mas também para os cuidados devidos aos idosos, doentes, carentes de afeto ou atenção, em particular na família, por vezes esquecida precisamente por estar tão perto!

Muito mais haveria a dizer sobre este encontro em que o tempo passou a correr e a aprendizagem foi tão grande, mas deixo apenas este pequeno testemunho que, espero, alicie muita gente para próximas formações onde, mesmo quem já sabe tudo, vem aprender, e muito…

A oração final , seguida do convívio à volta da mesa encerraram os nossos trabalhos.

O agradecimento de todos os participantes a quem tanto se esforçou e trabalhou para nos proporcionar este tempo tão agradável, em particular ao reitor do Seminário , P. Joaquim Dionísio, aos “seus” ( nossos ) seminaristas, à D. Lurdes, D. Isabel e D. Maria José.

Fomos muito bem acolhidos na que é também um bocadinho ” a nossa casa”. OBRIGADA.



IM, in Voz de Lamego, ano 87/49, n.º 4435, 7 de novembro de 2017

No passado sábado, 28 de outubro, reuniu-se no Seminário de Resende o Secretariado Diocesano da Catequese, constituído por quatro elementos leigos (Emília, Isilda, Eduardo e João) coordenados pelo Sr. Padre António José Ferreira.

Após uma reflexão sobre o que a sociedade e a Igreja querem da catequese de hoje – com base na Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa  “Catequese: a alegria do encontro com Jesus Cristo”, Maio 2017 – foram discutidas as principais dificuldades encontradas atualmente pelos catequistas:

- adaptação da catequese aos tempos que vivemos, no modo e na forma de transmitir a Mensagem Cristã, sem a deturpar e sensibilizando as novas gerações para uma adesão plena à Palavra.
- formação das/dos catequistas de modo  a que possam desempenhar a sua missão com confiança, dignidade, segurança e satisfação.
- dificuldade em envolver a comunidade cristã nas atividades catequéticas, em particular nos meios pequenos, rurais, do interior, onde o número de crianças é reduzido.

Desta discussão/reflexão saíram duas decisões sobre o que é mais urgente implementar:

  1. Ir ao encontro das comunidades de catequistas para facilitar a formação nas suas próprias paróquias (“formação itinerante”).
  2. Criar um grupo alargado de colaboradores (” elementos ponte”) que possam fazer transitar a informação com mais celeridade entre o Secretariado, as paróquias e as comunidades de catequistas.

O empenho e o dinamismo foi tal, que no final da reunião existia já uma formação pré-preparada e 3 datas para a apresentar em 3 comunidades da nossa diocese cujo pedido de formação nos tinha sido comunicado previamente, 2 delas já durante o mês de novembro.

Esperamos que a comunidade cristã reaja favoravelmente e com grande adesão, e muitas paróquias se dinamizem , quer criando localmente condições para receber a formação do Secretariado de modo mais particular e informal, quer participando nas formações mais alargadas a nível diocesano ou nacional.

A Deus pedimos que nos indique o caminho e nos dê forças para o fazer.

As sugestões de todos serão agradecidas e podem ser enviadas para o Seminário de Resende ou para a Voz de Lamego.

IM, in Voz de Lamego, ano 87/49, n.º 4435, 7 de novembro de 2017

De 1 a 5 de novembro as paróquias de São Cristóvão de Nogueira e São Tiago de Piães (Cinfães) receberam a Visita Pastoral do seu Pastor Diocesano, D. António Couto.

Em dia de Todos os Santos estas comunidades acolheram com grande alegria D. António Couto que com elas louvou a Deus pela e na Comunhão dos Santos. A todos convidou à santidade e este povo na sua simplicidade, diversidade, beleza e cor confirmou com a sua presença e fé a determinação de prosseguir o caminho da Santidade. Aqui, as crianças e adultos encheram o caminho até às Igrejas Paroquiais de variadíssimas flores com diferentes tonalidades.  Havia beleza no chão ornamentado, mas também, e melhor ainda, havia amor e alegria no coração das pessoas que recebiam o seu Bispo. No fim da tarde, os crismandos reuniram-se para escutar a palavras sensíveis, encorajadoras e esclarecedoras daquele que os desafiou a serem “Cristos” porque vão ser Crismados.

O dia 2 foi destinado à comunidade de São Tiago de Piães. No início da tarde, visitamos a Junta de freguesia. De seguida, houve celebrações na Igreja Paroquial, capela de Vilar de Arca e capela de Sanfins. Nestes três centros de culto foi possível viver serenamente o sacramento da Santa Unção.

O dia 3 foi passado com a comunidade de São Cristóvão de Nogueira. Iniciamos com a celebração no Lar de São Sebastião e administração da Santa Unção. Após o almoço visitou a Junta de freguesia. Durante a tarde percorremos os diversos centros de culto, tais como, capela da Ponte, capela de Vilar do Peso e Igreja Paroquial.

Nestes dois dias todos puderam receber essa “carícia de Deus” e sentir como Deus quer estar onde nós moramos. Alguns dos lugares das paróquias recebiam pela primeira vez a visita do Bispo da Diocese de Lamego. A proximidade e alegria, o carinho por tão ilustre presença era percetível em todos os rostos, desde os mais pequeninos aos mais idosos. No fim do dia, houve a oportunidade de encontro com os agentes da pastoral paroquial da comunidade de São Cristóvão de Nogueira.

O dia 4 foi o momento em que o Sacramento da Confirmação foi administrado na Igreja paroquial de São Tiago de Piães. Pelas 15h00 os 38 crismandos receberam a unção do Crisma, sinal de maturidade na fé, consciência da graça e fortaleza para o compromisso. No fim, reuniram-se os responsáveis dos diversos sectores e ministérios desta comunidade com o seu Bispo. Nestes encontros todos foram convidados a serem mais participativos, a gerarem dinâmicas de testemunho de Cristo vivo, de amor diário aos irmãos e a sermos uma verdadeira família.

No dia 5 a comunidade de São Cristóvão de Nogueira mais os 18 crismandos viveram com entusiasmo o sacramento da Confirmação.

Ao Senhor D. António as duas comunidades estão gratas pela oportunidade, presença, proximidade, testemunho, dom e afeto que receberam e sentiram.

As paróquias de São Cristóvão de Nogueira e São Tiago de Piães.



in Voz de Lamego, ano 87/49, n.º 4435, 7 de novembro de 2017

O teólogo W. Kasper fala da “tradição” como a possibilidade do homem se alavancar nos ombros da geração anterior que o acolhe, protege, acompanha, apoia e lhe proporciona conhecimentos, técnicas e experiências. Dito de outra maneira, cada geração beneficia das vivências, descobertas e avanços das gerações anteriores.

No entanto, ao olharmos para a sociedade actual, somos capazes de a perceber como uma sociedade que se caracteriza como “pós-tradicional” (D. Hervieu-Leger), marcada pela “cultura da amnésia” (J. B. Metz) que a leva a esquecer-se de que o homem não é apenas a sua própria experiência, mas também a sua memória.

Numa época marcada pela diversidade, pelos desenvolvimentos tecnológicos e pelo ambiente urbano, as tradições perdem relevância, tal como as instituições que as defendem e promovem (família, Igreja…). Importa o momento presente, a ânsia de esgotar todas as possibilidades, a diversão constante, o gozo individual e a possibilidade de esquecer rapidamente (factos e pessoas).

Mas se a amnésia se impõe face ao acontecido, também se pode vislumbrar uma certa desresponsabilização diante das gerações futuras, a quem caberá “desenrascar-se” a seu tempo. E esta postura de quem vive como se não existisse um antes e um depois, leva a falar do “homo clausus”, ou seja, “de homem que vive para si mesmo, isolado, como mónada separado do mundo exterior” (L. Manicardi).

O mês de novembro (também) pode ajudar a contemplar as gerações passadas, a admirar os seus feitos e a valorizar o seu legado, ao mesmo tempo que convidará a sair de si e a olhar para diante, a descobrir-se limitado, mas capaz de contribuir para a geração futura. Uma rápida visita ao cemitério aviva a memória e convida a ultrapassar algum individualismo.

 

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 87/49, n.º 4435, 7 de novembro de 2017

Um homem agrediu violentamente a mulher e um juiz atenuou a pena pelo facto da mulher ter um amante. Mais um triste episódio de violência conjugal em que a mulher foi vítima do marido e em que o agressor não foi devidamente punido.

Apesar da violência doméstica não cessar de ser notícia, este caso foi muito comentado por causa do acórdão do Tribunal da Relação do Porto, no qual o juiz escreveu: “Ora, o adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem. Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte. Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte” (p. 19).

Sem se negar o mal praticado por quem falta ao compromisso (adultério), o comportamento violento do agressor não pode ser atenuado, já que a violência exercida sobre outrem é sempre condenável e sempre merecerá condenação. E um tal discurso, pensado e proferido por quem deve aplicar a justiça, continua a ser violento e agressivo para com a vítima (mulher). A que se acrescenta a infeliz tentativa de querer justificar o injustificável com a referência bíblica.

Aperfeiçoando a lei veterotestamentária, Jesus ensinou a dar mais um passo na promoção da dignidade humana de todos, quando desafiou para a humildade os zelosos defensores da lapidação, convidando-os a olharem para si próprios e a só atirarem pedras quando se descobrissem imaculados (Jo 8, 1-11).

Nada pode justificar o que se faz às vítimas da violência. Podem surgir explicações, mas nada pode legitimar a violência conjugal, que não se restringe apenas à agressão física. Recusar a violência é fazer frente à injustiça. Opor-se ao mal e defender o que é justo é colocar-se ao lado de Deus.

A Cáritas Portuguesa acaba de abrir uma conta solidária, para aceitar donativos que serão encaminhados para as vítimas dos incêndios que deflagraram durante o mês de outubro. A conta “Cáritas, com Portugal, abraça vítimas dos incêndios”, criada em parceria com a Caixa Económica Montepio Geral, está disponível para todos os que queiram contribuir para fazer face às necessidades emergentes das vítimas desta catástrofe.

Os donativos podem ser feitos através do IBAN:

PT50 0036 0000 99105878243 94 com o CÓDIGO SWIFT – MPIOPTPL

e através do Multibanco com a entidade: 33333 e referência 333 333 333.

A verba angariada destina-se a ajuda de emergência e para apoio na reconstrução de habitações, assim como outras situações que sejam imprescindíveis para a recuperação dos meios de subsistência.

“A Cáritas está sempre empenhada em fazer tudo o que está ao seu alcance para minorar o sofrimento das pessoas. A destruição de tantas casas, fábricas e terrenos deixaram centenas de pessoas sem norte, sem teto, sem trabalho. Este é um momento difícil, mas o povo português é resiliente e temos a certeza que a reconstrução é possível. É neste sentido que abrimos esta conta solidária, para que todos quantos queiram ajudar tenham um canal que os aproxima das vítimas.” A afirmação é de Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa.

A Cáritas tem vindo a desenvolver diversas reconstruções de casas no seguimento dos fogos de verão que atingiram a zona centro, trabalho que está a ser feito em parceria com as autarquias e através das Cáritas Diocesanas que estão no local. Até agora já estão em processo de reconstrução parcial um total de 14 habitações, 12 das quais nos concelhos de Castanheira de Pêra e de Pedrógão Grande, e as restantes duas no concelho da Sertã. Assim, como o apoio a uma empresa familiar e duas reparações de habitações em Mação.

“É desejo da Cáritas Portuguesa concluir estas reconstruções com a maior celeridade possível, priorizando a segurança e a qualidade das mesmas”, conclui o presidente da Cáritas Portuguesa.

A ação da Cáritas no terreno, é operacionalizada pelas Cáritas Diocesanas, começou logo no início da catástrofe, quando ainda havia fogos por extinguir. Todas as Cáritas envolvidas estão a trabalhar em articulação com as entidades locais, disponibilizando os seus meios técnicos e os voluntários.

Cáritas Diocesana de Lamego,


in Voz de Lamego, ano 87/48, n.º 4434, 31 de outubro 2017

Tal como previsto, no passado dia 20 de outubro tiveram início os encontros de formação do Curso Básico de Formação Religiosa, organizado pelo Centro de Estudo Fé e Cultura (CEFECULT) da nossa diocese, com sede no Seminário de Lamego.

No total foram recebidas 46 inscrições e cerca de quatro dezenas compareceram para iniciar este percurso com vista ao aprofundamento e à vivência da fé. Oriundos de várias zonas pastorais, de perto e de longe, certamente que a duração (2 anos) pode parecer longa e que os encontros semanais exigirão perseverança, mas acreditamos que valerá a pena.

No primeiro dia, os inscritos foram convidados a chegarem mais cedo e a conviverem à volta de um chá e algo mais, por forma a proporcionar um momento inicial marcado pelo convívio e conhecimento de todos.

As recentes obras no edifício do Seminário, mais concretamente no rés-do-chão, possibilitam melhores condições para a concretização destes encontros, nomeadamente nos espaços e no aquecimento disponibilizados.

Parabéns a quantos se inscreveram e disponibilizaram para caminhar, apesar dos afazeres e das distâncias. E um agradecimento, também, aos Formadores pela forma pronta e preparada se dispuseram a ajudar e a acompanhar.

JD, in Voz de Lamego, ano 87/48, n.º 4434, 31 de outubro 2017

Esteve entre nós, desde o passado dia 5 de Outubro até ao dia 8 do mesmo mês, o Bispo de Lamego, Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Bispo D. António José da Rocha Couto, venerando Bispo da Diocese de Lamego.

Esta visita, está inserida no calendário das visitas pastorais às paróquias da Zona Pastoral de Cinfães.

No dia 5, pelas 16:30, foi recebido na Capela de S. Brás, onde celebrou missa e administrou o Sacramento da Santa Unção a várias dezenas de idosos vindos de toda a paróquia e do lar de idosos. Agradecemos a disponibilidade da direção do Lar pelo transporte que realizaram com muita eficiência. Todos sentiram um contentamento ímpar pela oportunidade de receberem, por parte de D. António, a Santa Unção.

De seguida dirigimo-nos para o Centro Paroquial. Sua Excelência Reverendíssima teve um encontro com os Crismandos e seus padrinhos para lhes explicar o sentido do Sacramento que iriam receber no domingo seguinte. Convidou-os a viverem segundo o Evangelho, a acolherem os dons de Deus, tornando-se membros vivos da comunidade cristã.

Terminamos o primeiro dia com um jantar convívio na residência paroquial com o conselho económico da paróquia.

No dia seguinte pelas 10: 00 horas, o Sr. Bispo, visitou a Junta de freguesia. Depois das habituais Boas Vindas, tanto por parte da Presidente da Assembleia, Dr.ª Maria Emília Teles, como do Presidente da Junta, Mário Leitão, teve lugar a entrega de simbólicos presentes e a seguir, foi a vez de passar a constar no livro de Honra da Autarquia, tal visita. D. António revelou-se de trato simples, afável e muito comunicativo. O presidente agradeceu, augurando-lhe longa vida e que volte mais vezes.

De seguida visitamos alguns doentes acamados e idosos do lugar de Vila- Chã, onde deixou palavras de conforto e incentivo às pessoas que tratam e cuidam dos seus familiares.

De seguida dirigimo-nos ao Centro Escolar que envolve crianças que frequentam o pré-escolar, dos três aos cincos anos e 1º ciclo. Todos estavam eufóricos por receber tão ilustre visita. Acompanhados dos professores deram as Boas- Vindas e cantaram com muito entusiasmo uma canção. O Sr. Bispo disse-lhes que todos eles são muito importantes para a construção de um mundo novo e que devem ter muita alegria e transmitir essa alegria aos colegas, aos pais, aos amigos…


Ao fim da manhã visitamos a Sede do Rancho Folclórico de Nespereira, aí almoçamos e o Sr. Bispo ficou a conhecer o Museu Etnográfico do Rancho. A presidente do Rancho, Dona Idalete Teles, agradeceu a visita e ofereceu ao Sr. Bispo alguns presentes alusivos à atividade do Rancho. O Sr. Bispo agradeceu e deixou palavras de incentivo a continuar a trabalhar na preservação das tradições do nosso povo.

O tempo estava muito quente e era bom permanecermos nas instalações do Rancho porque a companhia era agradável e o corpo reclamava descanso para a digestão do almoço tão saboroso mas tínhamos que continuar.

No programa estava previsto a visita aos doentes e pessoas que viviam sós no Lugar de Ervilhais e Pindelo e assim aconteceu.

Pelas 18:00, o Sr. Bispo celebrou missa na Capela de Ervilhais. Quase todo o lugar estava presente para acolher e ouvir a Palavra do Pastor.

O jantar na Residência paroquial foi com todos os presidentes das associações da paróquia. Depois do jantar, o Pastor reuniu com os movimentos paroquiais no Centro paroquial. Apresentaram-se os vários grupos paroquiais. O Sr. Bispo a todos agradeceu a presença e convidou a serem Cristãos comprometidos, a levar Cristo, principalmente àqueles que vivem mais sós e abandonados. Indo ao encontro dos irmãos através de grupos de visitadores.

No dia 7 de Outubro, o terceiro dia da visita pastoral, começou na Associação de Pindelo. Foi recebido com alegria e satisfação pelo Sr. Presidente da associação e alguns sócios, que estavam à sua espera. E foi de uma forma simples e próxima, que, com todos conversou, mostrando-se curioso e interessado por saber a história da associação e quais as atividades que costumam organizar. Houve tempo para tirar algumas fotos. Recebeu por parte do presidente da associação, Mário Leitão, uma pequena lembrança, que amavelmente agradeceu.

O Senhor Bispo dirigiu-se para o lugar de Paradela, que fica no outro extremo da paróquia, onde visitou alguns doentes e acamados, onde pode constatar uma realidade difícil de quem vive num lugar afastado do centro da freguesia e habitado maioritariamente por idosos. Ainda nessa manhã celebrou a Eucaristia na Capela de S. Joaquim e Santa Ana, no mesmo lugar. Foi acolhido com entusiasmo e alegria pelas pessoas que o esperavam junto à Capela. O Sr. Bispo cumprimentou todos os presentes e rezou com todos e por todos.

Nesse dia almoçamos no Complexo Social Armando Soares, de seguida, visitou as instalações, terminando essa visita na sala de atividades e no convívio com os mais idosos. D. António conversou, ouviu, deu a sua bênção e deixou uma mensagem de muito carinho e esperança num futuro em que a sociedade, embora continuando a olhar para a infância, não esqueça a terceira idade.

Da parte da instituição D. António recebeu a gratidão pela visita e algumas peças de artesanato feitas pelos utentes, sobressaindo um terço feito em renda. Recebeu, ainda, um convite da Dona Arminda, a utente mais idosa da instituição que completará em 2018, 100 anos de vida e que prometeu guardar para D. António, o “meiínho da vitela, que é o mais tenrinho”.

De seguida visitamos a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Nespereira. Onde foi recebido com muita alegria. Foi homenageado pela guarda de honra composta pelos elementos das equipas de primeira intervenção aos fogos florestais e pré-hospitalares. Efectuou uma visita ao quartel acompanhado pelo Vice- Presidente e Comandante. Esta visita coincidiu com o 44º aniversário da associação, tendo o comandante convidado o Sr. Bispo a fazer parte da festa e a comer uma fatia de bolo e a beber uma taça de champanhe.

A associação em forma de agradecimento pela visita entregou ao Sr. Bispo uma medalha da Associação. Os bombeiros ficaram muito gratos pela visita de tão ilustre personagem.

De seguida o Senhor Bispo dirigiu-se à Associação da Casa do Povo e à Sede da Banda de música. Estas associações receberam D. António com muita alegria e afecto nas suas sedes de trabalho. D. António felicitou o trabalho que têm desenvolvido, transmitindo palavras de incentivo, coragem e alegria para estas continuarem o seu magnífico trabalho.

Ao fim da tarde o Sr. Bispo celebrou na Igreja paroquial a missa Vespertina. No fim da Eucaristia fizemos a romagem ao cemitério para lembrar os nossos irmãos que já partiram e que continuam a viver em comunhão connosco.

O Jantar teve lugar na Residência paroquial, agora com o grupo de pessoas responsáveis pelas festas religiosas da paróquia.

No dia 08 de Outubro, último dia da Visita Pastoral, pelas 10: 00h, Sua Excelência Reverendíssima chegou junta da Igreja, onde foi acolhido pelas crianças da catequese e pelos jovens que deram as Boas- Vindas. Dirigiram ao Sr. Bispo palavras de entusiasmo e alegria pela presença do Pastor, junto das suas “ovelhinhas”, ofereceram um cesto de flores e alguns desenhos elaborados na catequese.

A Eucaristia teve lugar na Gruta de Nossa Senhora de Lurdes um local tão especial e magnífico. O Pároco, Pe. José Augusto, no início à celebração, dirigiu uma palavra de Boas-Vindas, referiu: “ Está entre nós como Pastor para conferir a estes Crismandos o Sacramento do Crisma, pelo qual, se irão unir mais plenamente a Cristo e à Sua Igreja, pois irão receber, o Espírito Santo. Aquele que santifica e dá a vida”.

Na homilia, o Sr. Bispo lembrou que Deus é Pai, que nos convida a fazer e a construir um mundo novo. Um mundo onde impere a comunhão de todos e o Espirito de fraternidade. Convidou os jovens que iam receber o Sacramento do Crisma a serem teimosos, descarados e desenvergonhados a anunciar Deus em que acreditam, um Deus que é Pai e que está próximo de todos e principalmente daqueles que estão mais sós e abandonados.

Animou a celebração o grupo coral litúrgico da Igreja de Santa Marinha e da Capela de S. Brás.

Esta visita pastoral foi uma graça e uma bênção para toda a paróquia. Toda a comunidade sentiu a presença amiga, afável, serena e sábia do nosso Bispo. Obrigado Sr. D. António Couto.



in Voz de Lamego, ano 87/48, n.º 4434, 31 de outubro 2017

Em pleno Outono, quando a natureza se despede do verde e as cores amarelecidas anunciam o inverno, os cristãos professam a sua fé na comunhão dos santos e suplicam em favor dos que já partiram. Amanhã iniciamos o mês de novembro, o penúltimo do ano.

E falar do “mês das almas” é também lembrar a morte, essa temível e desconfortável realidade que esta sociedade vai escondendo, o que leva a caracterizá-la como “sociedade pós-mortal”. Não porque a morte tenha sido suspensa, como no livro de Saramago “As intermitências da morte”, mas porque paira a convicção de que o progresso acabará por retardar tal momento. Uma sociedade que se caracteriza pela “vontade de viver sem envelhecer, de vencer a morte com a técnica, de prolongar indefinidamente a vida” e que desafia o homem a preparar-se para “gerir a morte” (eutanásia).

Contudo, a morte continua a ser um obstáculo limitador do homem e do progresso ilimitado. O homem sabe que tem de morrer e isso incomoda-o, apesar do aumento da esperança de vida e do acréscimo de longevidade que prolonga a velhice e torna mais longa a espera da morte.

A religião também é afectada, já que se espera “da técnica, das tecnociências, das ciências biomédicas, aquilo que outrora se esperava da religião, ou seja, o sonho do prolongamento indefinido da vida”. Dito de outra maneira, espera-se que a ciência traga o que a religião prometeu durante séculos.

Para quem deseje ler algo sobre o tema, fica a sugestão do livro “Memória do limite. A condição humana na sociedade pós-mortal”, de Luciano Manicardi, no qual se expressa uma proposta de reflexão para melhor nos situarmos e avançarmos rumo a uma “ética da morte”, onde se conjuguem realidades como vulnerabilidade, compaixão, cuidado ou dignidade.

 

in Voz de Lamego, ano 87/48, n.º 4434, 31 de outubro 2017

No passado sábado, dia 14 de Outubro, o Movimento da Mensagem de Fátima viveu a sua habitual Peregrinação Diocesana ao Santuário de Nossa Senhora da Lapa. Como sempre, mais uma multidão veio dos diversos recantos e paróquias da Diocese juntamente com os seus párocos e outros sacerdotes, Diácono, seminaristas, e Irmãs religiosas, que quiseram estar presentes, participando e colaborando neste evento tão marcante e muito significativo para o MMF. Vieram tomar parte também nesta nossa peregrinação o Assistente Espiritual Nacional do Movimento, Padre Manuel Antunes, juntamento com mais dois responsáveis do Secretariado Nacional. Infelizmente não pode estar presente a Presidente do Secretariado Diocesano, Maria Isabel Figueiredo, por motivos familiares.

Depois da saudação a Nossa Senhora, no Santuário, preparada e apresentada por alguns adolescentes e adultos da paróquia de Mezio, Castro Daire, seguiu-se a caminhada em direção ao recinto da celebração da Eucaristia, rezando e reflectindo à volta de algumas dimensões mais relevantes de todo o conteúdo e espiritualidade da Mensagem de Fátima. A Eucaristia, presidida pelo Bispo Emérito, D. Jacinto, foi introduzida por uma admonição geral, saudando e dando as boas vindas a todos os Mensageiros e outros, fazendo o enquadramento e contexto em que acontece esta Peregrinação. Destacou-se a vivência do Ano Centenário das Aparições em Fátima e que teve o seu termo no dia 13 deste mês. Salientou-se, neste particular, a Peregrinação dos dias 12 e 13 de Maio, com a vinda o Papa Francisco a Fátima, como Peregrino “da esperança e da paz” e a canonização dos Pastorinhos Francisco e Jacinta Marto. Fez-se referência ao plano diocesano para o novo ano pastoral de 2017/2018, lembrando o convite que D. António Couto faz a todos os diocesanos, partindo da parábola do Bom Samaritano: “Vai, e faz tu também do mesmo modo!”

Ficou também uma palavra de gratidão ao Reitor do Santuário da Lapa e às Irmãs que aí servem, bem como ao grupo coral que muito dignamente nos tem ajudado a celebrar e a louvar o Senhor.

Na homilia que fez D. Jacinto salientou a riqueza e a atualidade da Mensagem de Fátima, valoriando e enaltecendo a missão dos Mensageiros no meio das comunidades a que pertencem, servindo aí a Igreja. Referiu que “ninguém pode ser católico sozinho, ainda que muito piedoso; nem a fé pode ser vivida de um modo individualista”. Destacou as tão conhecidas e marcantes palavras do Papa Francisco, na Peregrinação de Maio passado que, com voz vibrante, disse em Fátima: “Temos Mãe!”, que é Maria, a Mãe de Jesus. Os Mensageiros de Nossa Senhora do Rosário de Fátima devem ser portadores e testemunhas desta certeza e desta alegria.

Na parte de tarde houve tempo para a tradicional Assembleia no antigo colégio da Lapa, em que o Assistente Nacional explanou de um modo sucinto o tema para o novo ano pastoral no Santuário de Fátima, a partir do lema dioseano de Leiria-Fátima e inspirando-se nas palavras do Papa Francisco, pronunciadas em Fátima, na referida Peregrinção: “Fátima, manto de luz”, lembrando o Padre Antunes que toda Bíblia realça e apresenta os mistérios da revelação e da nossa fé, como acontecimentos e sinais de luz, que é o próprio Deus, é Jesus Cristo. Também o Anjo e Nossa Senhora se manifestaram aos Três Pastorinhos, sempre envolvidos em luz, que os alumiava e lhes transmitia muita coragem, paz e serenidade.

A seguir houve uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento, no Santuário, com a reza do Terço, à qual presidiu o Padre Antunes, justificando que o Rosário ou o Terço é uma oração cristológica e que por isso pode muito bem ser rezado também durante o tempo de Adoração ao Santíssimo. Terminou este momento com a bênção e despedida desejanto que todos interiorizem e recordem tudo aquilo que se viveu e celebrou neste dia.

 

O Secretariado Diocesano, in Voz de Lamego, ano 87/46, n.º 4432, 17 de outubro 2017

A tarde estava acinzentada pela densa nuvem de fumo que pairava no horizonte, resultante dos trágicos incêndios que continuam a devastar florestas e vidas humanas. Mas isso não impediu que em Penedono brilhasse uma nova luz. A chegada de um novo pastor reflete sempre a luminosidade de Deus espalhada pela terra.

O povo reuniu-se, com muito entusiasmo e expectativa, á entrada da vila para receber o seu novo pároco. Aí foi acolhido pela população mais adulta, pelas crianças que lhe derram as boas vindas com ramos de flores, e por um significativo número de sacerdotes que se quiseram associar ao Pe José Miguel, nesta nova fase da sua vida sacerdotal.

Após a paramentação dos padres, rumou-se em procissão até à igreja, ao som de cânticos jubilosos. Chegados à igreja inciou-se imediatamente a Eucaristia.

Depois da proclamação do Evangelho foi lida a Provisão de Nomeação, e dada posse da paróquia de São Pedro de Penedono ao Pe José Miguel.

Durante a homilia o Senhor Pró-vigário Geral fez questão de reforçar a necessidade de o pastor e o povo se manterem continuamente cúmplices da missão evangélica que depende sempre das duas partes. O pastor numa permanente atitude de dedicação, de oferta de si mesmo, de dispensador incansável das bênçãos de Deus. O povo numa constante resposta de acolhimento, de reconhecimento e de agradecimento pelo trabalho esmerado do seu pastor.

A profissão de fé foi feita, primeiro pelo novo pároco, e depois por todo o povo. Imediatamente a seguir, o Senhor Pró-vigário Geral entregou a chave da igreja e a chave do sacrário, que o Pe José Miguel abriu e diante do qual se manteve alguns instantes em adoração.

Ao terminar a celebração eucarística, o novo pároco tomou a palavra para saudar os presentes: colegas, autoridades civis, paroquianos de Penedono, conterrâneos, gente da sua antiga paróquia e família. O discurso assumiu também um tom de agradecimento por todo o acolhimento feito e carinho já demonstrado. Por fim, fez questão de realçar que os seus planos pastorais seriam os “sonhos de Deus” e os que a diocese de Lamego vai propondo em cada ano. Manifestou a sua franca disponibilidade para trabalhar com todos e prometeu proximidade a cada um daqueles que agora lhe estão confiados.

Terminada a Eucaristia, houve ainda tempo e oportunidade para um salutar convívio, à volta de um recheado e saboroso lanche, serviço no centro paroquial de Penedono.

Que a alegria deste dia contagie a todos e alimente o entusiasmo de cada um.

 

Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 87/46, n.º 4432, 17 de outubro 2017

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